Bolsonaro diz ao STF que respeitou posse de Lula e nega tentativa de golpe

A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou ao Supremo Tribunal Federal (STF) suas considerações finais no processo em que é acusado de participar de um suposto esquema para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). No documento, os advogados afirmam que Bolsonaro nunca adotou qualquer conduta que tivesse como objetivo dificultar a transição de poder e que sempre atuou em defesa da democracia e do Estado de Direito.

De acordo com a equipe jurídica, não há nos autos provas concretas que indiquem participação do ex-mandatário em ações contra o livre exercício dos Poderes. As acusações, segundo a defesa, seriam fruto de interpretações equivocadas e de falas retiradas de contexto. O processo, que conta com quase 200 páginas, será analisado pelo STF nas próximas semanas. Atualmente, Bolsonaro cumpre prisão domiciliar por supostamente tentar interferir nas investigações sobre a tentativa de golpe, conforme decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Defesa rejeita acusação de liderança nos atos de 8 de janeiro

Para a Procuradoria-Geral da República (PGR), Bolsonaro teria exercido papel de comando na organização criminosa que articulou os atos de 8 de janeiro e seria o principal beneficiário caso o plano tivesse êxito. A defesa contesta essa tese e afirma que nem a Polícia Federal identificou sua liderança, tampouco qualquer réu confirmou essa versão.


Vidros quebrado durante invasões de 8 de janeiro em Brasília (Foto: Reprodução/Instagram/@acheisudoesteoficial)

Os advogados também negam qualquer ligação do ex-presidente com grupos ou planos mencionados pela acusação, como o “Punhal Verde e Amarelo” e os “Kids Pretos”. Segundo eles, não existe prova que associe Bolsonaro a esses movimentos.

Críticas à acusação e pedido de absolvição

O ex-presidente solicita sua absolvição por ausência de provas e por entender que os fatos narrados não configuram crime. A defesa afirma que o processo está inserido em um contexto de pressão midiática e “julgamento antecipado”, citando reportagens baseadas em fontes não identificadas que teriam reforçado uma narrativa condenatória.

Também é questionada a validade de provas obtidas na delação premiada de Mauro Cid. Os advogados sustentam que a acusação selecionou apenas informações desfavoráveis, desconsiderando elementos que poderiam beneficiá-lo. Por fim, negam a existência de qualquer decreto golpista assinado ou aprovado por Bolsonaro, destacando que nenhuma ação concreta foi executada para intervir no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ou alterar o resultado das eleições.

Bolsonaro e réus apresentam últimas defesas até quarta no STF

As defesas do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais seis réus têm até esta quarta-feira (13) para dar ao Supremo Tribunal Federal (STF) suas últimas palavras no caso. Eles são suspeitos de tentar um golpe de Estado em 2022. Esse é o último passo antes do julgamento, que será feito pela Primeira Turma da Corte. Eles vão decidir se os acusados vão ser culpados ou inocentados.

No caso de Bolsonaro, o procurador-geral Paulo Gonet afirmou que o ex-presidente foi o “líder” e “principal articulador” da organização criminosa investigada. Segundo ele, Bolsonaro usou meios do governo para atacar instituições e o processo de votação, teve ajuda de partes importantes das Forças Armadas e de chefes do governo, e tentou ficar no poder de modo ilegítimo, o que enfraqueceu a democracia.

Acusações contra Bolsonaro

Em suas palavras, Gonet destacou que a atuação de Bolsonaro teria sido “pautada pela afronta à legalidade constitucional e pela erosão dos pilares republicanos”, com o objetivo de prolongar seu mandato. Segundo o chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR), essas ações configuram grave ameaça à ordem democrática.


Bolsonaro deve entregar hoje defesa contra acusações (Vídeo: Reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Defesa de Mauro Cid

A defesa do tenente-coronel Mauro Cid, que foi ajudante de ordens do Bolsonaro, também já deu seus documentos, no fim de julho. Os advogados pediram a absolvição ou, no mínimo, o perdão judicial. Argumentaram que Cid apenas cumpriu ordens superiores, sem querer ir contra as leis do país. Além disso, ressaltaram que ele não integrou nenhuma associação criminosa e que colaborou com as investigações, o que poderia levar a uma punição mais leve ou até mesmo à isenção de pena.

No processo, a PGR se manifestou primeiro, seguida pela defesa de Cid que teve prioridade por conta do acordo de colaboração, e agora o prazo se encerra para os demais acusados. Com essa fase concluída, o caso pode ser incluído na pauta da Primeira Turma do STF.

O colegiado poderá absolver os réus, caso entenda que não houve crime ou participação nos atos, ou condená-los, aplicando penas individuais de acordo com o envolvimento de cada um.

 

Ex-ministro de Bolsonaro diz que não irá assinar impeachment de Moraes

Na última quarta-feira (6), o senador Ciro Nogueira (PI), presidente do PP e ex-ministro da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL), rejeitou a chance de assinar uma solicitação de impeachment direcionada ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. De acordo com ele, a situação é uma “Pauta Impossível”.

Políticos aliados de Jair Bolsonaro estão coletando assinaturas para que Moraes deixe o STF. Em contrapartida, o assunto é de competência do Senado.

Assunto impossível

Aliados de Bolsonaro ocuparam, desde essa última terça-feira, o plenário da Câmara e do Senado, visando coagir para que ocorra a votação na tentativa de assegurar anistia aos presos pelo “8 de janeiro” e também exigem que inicie o processo de impedimento contra Moraes, ação que só pode ser tomada pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre do partido (União–AP).


Ministro Alexandre de Moraes(Foto:reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

O presidente ainda explicou o motivo, e garante que é uma proposta impossível e que pretende não participar. “Não assinei e não vou assinar o pedido de impeachment, porque é uma pauta impossível”, declarou Ciro ao site Metrópoles. E compartilhou que não perde tempo com assuntos impossíveis. “Não temos 54 senadores para aprovar. E aqui fala uma pessoa que, durante 32 anos de mandato, se tornou uma pessoa muito pragmática. Não perco tempo com pautas que não vão ter sucesso” o assunto polêmico vem gerando muitos comentários por parte do público, tanto positivo quanto negativos.

Presidente do Senado

Ciro acredita que o Congresso não tem os votos necessários para o impedimento do ministro. Os apoiadores bolsonaristas estão coletando assinaturas para sustentar o início do processo, entretanto, o assunto depende especificamente do presidente do Senado brasileiro.


Ex-presidente Jair Bolsonaro(Foto:reprodução/MIGUEL SCHINCARIOL/Getty Images Embed)

Perante a lei o artigo 52 da Constituição Federal estabelece que o Senado consegue iniciar um processo e julgar ministros integrantes do STF, membros do Conselho Nacional de Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o procurador-geral da República e o advogado-geral da União por potenciais crimes de responsabilidade.

Os parlamentares prosseguem criticando a prisão do ex-presidente e solicitando novas ações que favoreçam Bolsonaro.

Alexandre de Moraes leva recurso de prisão de Bolsonaro a primeira turma do STF

Na manhã desta quinta-feira(07), a defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro encaminhou à primeira turma do Supremo Tribunal o pedido de revogação da prisão domiciliar decretada pelo ministro Alexandre de Moraes na segunda-feira(04). O pedido da defesa foi protocolado hoje(07) pelo ministro que submeteu a decisão da prisão domiciliar à Primeira Turma do Supremo, mas ainda não tem data para julgamento.

Pedido se baseia em agravos regimentais

O pedido se baseia em agravo regimental da corte, onde decisões deste tipo não podem ser feitas apenas por um magistrado, mas sim pelo colegiado ao qual o ministro pertence, neste caso a Primeira Turma do STF. O recurso da defesa do ex- presidente se baseia no artigo 317 do regimento interno do Supremo Tribunal Federal, que veda decisões individuais, inclusive em ações penais como o atual processo contra Bolsonaro.


Entendimento de Alexandre de Moraes é de que Bolsonaro participou de protestos via ligações (Foto: Reprodução/CNN Brasil)

A decisão pela prisão domiciliar passou por Alexandre de Moraes por ele ser o relator do caso da tentativa de golpe de estado, a qual está na fase de apelação e da investigação contra Eduardo Bolsonaro pela participação, dita pelo mesmo em entrevistas, no tarifaço e nas sanções anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump contra o Brasil e contra membros da corte.

A defesa afirma que caso não tenha o pedido de soltura aceito, o recurso deve ser submetido ao plenário do Supremo Tribunal Federal de forma presencial, o que também será decidido pela Primeira Turma formada pelo próprio Alexandre de Moraes, pelo presidente da turma Cristiano Zanin e por Flávio Dino, Luiz Fux e Carmen Lucia.

Entendimento do Tribunal diferente da defesa

Apesar do esforço da defesa de conseguir o recurso contra a prisão domiciliar por ato monocrático, o entendimento é de que o acusado está submetido a uma série de medidas cautelares e que a prisão foi decretada pelo descumprimento de algumas dessas medidas.

A medida cautelar quebrada foi o uso de redes sociais feita pelo próprio Bolsonaro ou por terceiros envolvendo o ex-presidente. Além disso, ele é proibido de participar de transmissão ou retransmissões ao vivo, vídeos e transcrições de entrevistas em qualquer plataforma de redes sociais.

Com isso, o Supremo entende que o ministro tinha direito de decretar a prisão domiciliar e, apesar de existirem os agravos regimentais, a decisão não interfere no regimento interno da corte.

Prisão domiciliar faz parte de pacote de sanções a Bolsonaro

Bolsonaro não esteve presencialmente nas manifestações ocorridas no domingo(03) por conta de medidas cautelares que impediam sua saída no período noturno de segunda a sexta-feira e integralmente aos fins de semana, além do uso de tornozeleira eletrônica para monitoração.

Além disso, a proibição de uso de redes sociais, seja por si próprio ou por terceiros, contato com demais réus e investigados e de manter contato com embaixadores e outras autoridades estrangeiras.

Na decisão pela prisão domiciliar, Moraes afirma que a mesma foi decretada por sucessivas violações das determinações judiciais já em vigor com conduta ilícita e dissimulada com o objetivo de coagir o Supremo Tribunal Federal.

Moraes ainda explica que o ex-presidente participou das manifestações contra o STF e pela anistia realizados no domingo(03) utilizando as redes sociais de aliados com materiais pré-fabricados para divulgar mensagens com o claro objetivo de incentivar e instigar ataques a corte e apoio a intervenção estrangeria no judiciário brasileiro.

Além dos vídeos posteriormente apagados das redes divulgadas por Flávio Bolsonaro, a qual mostra o réu ao telefone falando com o mesmo dando recado aos manifestantes em Copacabana, também houve uma ligação de vídeo com Nikolas Ferreira durante manifestação em São Paulo.

Alexandre de Moraes concluiu ainda afirmando que a justiça é cega, mas não é tola e que não irá permitir que o réu a faça de tola, achando que vai ficar impune por conta de seu poder político e econômico.

Bolsonaro recebe visita de Ciro Nogueira em seu primeiro dia de prisão domiciliar

Nesta segunda-feira (04), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou a prisão domiciliar de Jair Messias Bolsonaro (PL). A decisão foi tomada devido ao descumprimento de medidas cautelares anteriormente impostas. O ex-presidente permanecerá recluso em sua residência, localizada em Brasília. Durante as primeiras 24 horas em reclusão domiciliar, Bolsonaro recebeu a visita do Senador Ciro Nogueira.

Ele segue as restrições impostas pelo ministro durante suas primeiras 24 horas recluso. Na casa do ex-presidente não há policiais a postos, já que ele segue sendo monitorado pela tornozeleira. As redes sociais dele seguem sob vigilância, não sendo possíveis postagens nem o relacionamento com ninguém via mídias sociais.


Moraes decreta prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/@cnnbrasil)

Passos seguidos e visitas restritas

Bolsonaro faz uso da tornozeleira eletrônica mesmo em prisão domiciliar, pois, se retirado o aparelho, não será mais possível que as autoridades confirmem se o ex-presidente permanece em casa. As visitas feitas a Bolsonaro são limitadas e todas precisam da autorização do Ministro Alexandre de Moraes. As únicas pessoas que podem transitar, sair e voltar a qualquer momento são os empregados, sua esposa Michelle Bolsonaro e a filha do casal, Laura, que mora com eles.

Durante a prisão domiciliar, Moraes afirmou que somente advogados e pessoas autorizadas poderiam visitar o ex-presidente, de forma que não façam uso de celulares, não tirem fotos nem gravem imagens.

Visita de Ciro Nogueira

Nesta terça-feira (05), Bolsonaro recebeu a visita de Ciro Nogueira, Senador membro dos progressistas. “Fui autorizado pelo relator, ministro Alexandre, a visitá-lo, seguindo todas as normas e como a imprensa acabou de ver saindo”, relatou o senador.

Outros pedidos de autorização de visitas a Bolsonaro ainda serão analisados pelo relator. As solicitações foram feitas pelos deputados Marcelo Moraes, Sóstenes Cavalcante, Eros Ferreira Biondini, Luciano Zucco e Junio Amaral, todos do PL, além do empresário e amigo pessoal Renato de Araújo Corrêa.

Restrições a Bolsonaro

Ao tomar a decisão da prisão domiciliar, Moraes determinou que somente advogados e pessoas autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal podem visitar o ex-presidente, de modo que não descumpram as regras impostas, como uso dos celulares e gravações.

Bolsonaro está proibido de usar o seu celular ou o de qualquer outra pessoa. O relator manteve também o contato com embaixadores e autoridades estrangeiras restrito, restringiu também o suo das redes sociais, tanto pessoal quanto de outros.


Wálter Maierovitch, colunista da UOL, fala sobre motivo da prisão de Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/@UOL)

Por outro lado, a defesa de Jair Bolsonaro confirmou que irá recorrer contra a ordem de prisão domiciliar, porém ainda não informaram quando.

Bolsonaro se tornou réu em março deste ano, no STF, acusado de liderar tentativa de golpe de Estado, respondendo a cinco crimes:

  • Abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
  • Golpe de Estado;
  • Participação em organização criminosa armada;
  • Dano qualificado;
  • E deterioração de patrimônio tombado.

A última etapa deverá ocorrer em setembro, atualmente o processo segue nas fases das alegações finais da defesa.

Bolsonaro poderá receber visitas familiares durante prisão domiciliar

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou que os familiares próximos de Jair Bolsonaro (PL), o que inclui filhos, netos e cunhados, podem visitá-lo durante a prisão domiciliar sem a necessidade de uma autorização prévia do STF.

Desde segunda-feira (04), os aparelhos eletrônicos da casa de Bolsonaro foram apreendidos e apenas os advogados do ex-presidente poderiam ter contato com ele sem precisarem realizar o pedido. A medida foi alterada nesta quarta-feira (06).

Moraes decretou a prisão domiciliar do réu no julgamento de planejamento e tentativa de golpe de estado, pois ele utilizou redes sociais no domingo (03) para assistir ao ato dos apoiadores pelo Brasil, além do filho e senador Flávio Bolsonaro (PL) ter publicado um vídeo do pai usando um celular. Essa atitude configurou como descumprimento de medidas cautelares.

Medidas cautelares

Em 17 de julho de 2025, a primeira turma do STF decidiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro deveria cumprir recolhimento domiciliar no horário das 19h até às 06h e utilizar tornozeleira eletrônica com monitoramento. Entre as medidas também estavam a restrição das redes sociais e a proibição do contato com autoridades estrangeiras.

Aos fins de semana e feriados, ele não estava permitido de sair de casa.

A decisão foi feita pela compreensão de Alexandre de Moraes e do STF de que Bolsonaro realizou coação, obstrução e atentado à soberania nacional. Agora, o político está em prisão domiciliar.


Vídeo de Bolsonaro fazendo uso de celular no dia 03 de agosto (Vídeo: reprodução/Instagram/@pedrosanews)

Protestos

Os atos dos aliados de Jair Bolsonaro ocorridos no dia 3 de agosto tinham como objetivo pedir por anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília, além de criticar as medidas de Moraes e o presidente Lula.

As manifestações aconteceram em várias capitais e cidades do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Apoiadores utilizavam bandeiras do país, e também dos Estados Unidos.

Novas medidas cautelares são impostas a Marcos do Val após viagem aos EUA

Após desembarcar no Brasil, nesta segunda-feira (4), o senador Marcos do Val (Podemos-ES) será submetido a novas medidas cautelares impostas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

A viagem do parlamentar aos EUA é interpretada como uma violação pela Corte, dada a limitação que o senador possui por ser investigado por uma suposta obstrução de investigações de organização criminosa e à incitação ao crime.

Restrições ao senador

As medidas cautelares contra Marcos do Val incluem: utilização de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar de 19h às 6h de segunda a sexta-feira, podendo haver exceções em caso de sessões no Senado. A partir da decisão do Supremo, o parlamentar fica proibido de deixar a sua residência aos finais de semana.

Do Val também está proibido de utilizar os seus perfis nas redes sociais, o passaporte do senador será cancelado, e seus bens, salários, investimentos e verbas do gabinete bloqueados. O ministro Alexandre de Moraes ressalta que o descumprimento de quaisquer medida, poderá resultar na decretação de prisão preventiva do parlamentar.

Segundo o ministro, a decisão de Marcos do Val de viajar aos EUA é uma “afronta ao judiciário”, pois mesmo após a resposta negativa do STF sobre o pedido de autorização da defesa para que seu cliente pudesse deixar o país, o parlamentar fez uso de seu passaporte diplomático.


O ministro do STF, Alexandre de Moraes, impôs medidas cautelares a Marcos do Val (Foto: reprodução/Ton Molina/Bloomberg/Getty Images Embed)

Marcos do Val é investigado

Conforme a Petição (PET) 12404, o senador do Espírito Santo é investigado por conta de uma série de ataques ao STF e à Polícia Federal, incluindo o compartilhamento de informações de profissionais envolvidos nas investigações da Corte.

Moraes já havia imposto medidas cautelares ao senador em agosto do ano passado que são semelhantes as atuais. Na ocasião, Marcos do Val teve o uso de suas redes sociais proibidos, e o bloqueio de bens e de seu passaporte. Entretanto, após requerimento da defesa, o senador teve acesso parcial a 30% de seu subsídio mensal.

Com a viagem do senador aos EUA, que vai de encontro à medida cautelar imposta pelo STF, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que o bloqueio de bens e imóveis torna-se necessário por conta das condutas nocivas, e pelo bom andamento da investigação em curso.

Moraes decreta prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Após despacho divulgado no início da noite desta segunda-feira (4), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O motivo do decreto se justifica pelo descumprimento de uma medida cautelar imposta pelo ministro, uma vez que Bolsonaro utilizou das redes sociais de terceiros durante a manifestação em seu apoio, ocorrida no último domingo (3).

Decreto de Moraes

Na decisão, divulgada na noite desta segunda-feira, Moraes declara que Bolsonaro divulgou mensagens através dos perfis nas redes sociais de seus três filhos, que são parlamentares. Conforme o despacho realizado pelo ministro do STF, as mensagens possuíam conteúdo que faziam incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal, além do apoio à intervenção estrangeira no Poder Judiciário nacional.

Moraes mencionou uma das publicações, que ocorreu no último domingo, promovida pelo senador e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro. O ministro afirma que o desrespeito às medidas foi tão notório, que Flávio removeu a postagem posteriormente.

Além de estar proibido de receber visitas em sua casa, Bolsonaro teve um aparelho celular apreendido pela Polícia Federal, após mando de busca ordenado por Moraes.


Apoiadores de Jair Bolsonaro durante manifestação na Avenida Paulista (Foto: reprodução/Maira Erlich/Bloomberg/Getty Images Embed)

Medidas cautelares

No último dia 18 de julho, Alexandre de Moraes havia imposto algumas medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, uma vez que, segundo a interpretação do ministro, o ex-presidente estaria prejudicando o processo de investigação pelo qual ele, e mais sete pessoas, são réus por tentativa de golpe de estado.

Além de passar a utilizar tornozeleira eletrônica, Bolsonaro ficou proibido de deixar a sua residência  à noite e aos finais de semana. Após a imposição das medidas, o ex-presidente também não pôde utilizar-se de suas redes sociais, e nem ter conteúdo veiculado ao seu nome em perfis de terceiros, motivo pelo qual sua prisão domiciliar foi decretada nesta segunda-feira.

Criador da Lei Magnitsky critica sanções contra Moraes e diz que Trump usa a legislação para fins políticos

O criador da Lei Magnitsky, o investidor e ativista político William Browder, criticou publicamente a decisão do governo dos Estados Unidos de sancionar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo ele, a medida não está relacionada a violações dos direitos humanos, como prevê a legislação, mas sim a um “acerto de contas político” promovido por Donald Trump, que estaria retaliando o magistrado por conduzir investigações contra seu aliado, Jair Bolsonaro.

A crítica foi feita durante uma entrevista ao programa Fantástico, da TV Globo. Browder, responsável por viabilizar a aprovação da Lei Magnitsky em 2012, avalia que a penalidade aplicada ao ministro brasileiro deturpa os princípios da norma que ele ajudou a estabelecer. Para ele, trata-se de uma tentativa de interferência nos assuntos internos do Brasil por motivações pessoais e políticas do presidente norte-americano.


William Browder em entrevista ao Fantástico (Foto:reprodução/X/@showdavida)

Origem da lei e desvio de propósito

A Lei Magnitsky surgiu após a morte do advogado russo Sergei Magnitsky, em 2009, em uma prisão de Moscou. Ele havia denunciado um esquema de corrupção envolvendo autoridades russas e acabou preso sob a acusação de sonegação fiscal. Após 11 meses detido em condições degradantes, morreu sem atendimento médico adequado. Browder, que era chefe de Magnitsky, transformou o caso em uma campanha global por justiça, que levou à aprovação da legislação nos EUA durante o governo Barack Obama.

Desde então, a lei se tornou uma ferramenta internacional contra violadores de direitos humanos e corruptos. Mais de 650 pessoas e entidades foram sancionadas, incluindo autoridades da China, Rússia, Venezuela e organizações como a Al-Qaeda. Para Browder, porém, a aplicação da lei no caso de Moraes foge do propósito original da legislação.

O bloqueio imposto ao ministro brasileiro atinge qualquer bem ou participação financeira nos Estados Unidos, além de restringir seu acesso ao sistema financeiro americano. O STF informou, no entanto, que Moraes não possui patrimônio ou contas no país.


Alexandre de Moraes (Foto:reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Reações no Brasil e tensão crescente nas relações bilaterais

O ministro afirmou que continuará exercendo suas funções no STF sem se deixar intimidar por pressões externas. Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva classificou a ação como “inaceitável” e expressou apoio ao magistrado, destacando que o Brasil não aceitará ingerências estrangeiras.


Moraes diz que vai "ignorar" sanções da Lei Magnitsky de Trump (Vídeo:reprodução/Youtube/UOL)

A medida aprofunda o mal-estar diplomático entre Brasil e Estados Unidos, já afetado por tarifas anunciadas por Trump sobre produtos brasileiros. Embora Donald Trump tenha indicado que está aberto ao diálogo, o governo brasileiro ainda estuda qual será a reação oficial diante do agravamento da crise.

STF marca para agosto retomada do julgamento de Carla Zambelli, presa na Itália

A situação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) se complica a cada dia. Após fugir para a Itália na tentativa de escapar das acusações que enfrenta no Brasil, a parlamentar foi presa em Roma e permanecerá detida durante todo o processo de extradição.

A decisão foi tomada pela Justiça italiana na última sexta-feira (1), depois que a defesa tentou, sem sucesso, recorrer para que ela respondesse em liberdade.

Julgamento do STF será retomado em agosto

O Supremo Tribunal Federal marcou para 15 de agosto a retomada do julgamento virtual que definirá uma nova condenação contra Zambelli. A deputada já havia sido sentenciada anteriormente a dez anos de prisão pela invasão ao sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ocorrida em 2023.

Agora, ela responde a outro processo: o caso em que foi flagrada ameaçando, com uma arma de fogo, o jovem Luan em um estabelecimento de São Paulo. A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou a parlamentar por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal com uso de arma de fogo.

Até o momento, seis ministros do STF já votaram pela condenação, prevendo pena de cinco anos e três meses em regime semiaberto, além da perda do mandato parlamentar.

O julgamento estava suspenso desde março, após um pedido de vista do ministro Nunes Marques, que devolveu o processo na última sexta-feira (1).

Prisão em Roma


A deputada Carla Zambelli deixou um vídeo gravando antes de "se entregar" a polícia italiana (Vídeo: Reprodução/Instagram/@vejamais)

Zambelli foi detida na terça-feira (29) em Roma, onde se escondia para escapar do mandado de prisão expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A parlamentar acreditava que conseguiria proteção da Justiça italiana por possuir dupla cidadania e tentar obter asilo político no país.

A estratégia, porém, não funcionou: a Justiça italiana manteve a prisão, e a deputada seguirá detida na capital do país até a conclusão do processo de extradição.