Itamaraty reconhece avanço em tratativas entre Hamas, Israel e Trump

Neste sábado (4), o Itamaraty se pronunciou sobre o plano dos Estados Unidos para Gaza, ressaltando que acompanha de perto as negociações e reafirmando que a solução para o conflito depende da criação de dois Estados.

Conflito em Gaza ganha novo capítulo

Na última quarta-feira (1º), o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, declarou que o governo brasileiro avalia positivamente o plano de paz proposto pelos Estados Unidos para pôr fim ao conflito na Faixa de Gaza. A declaração foi feita durante uma audiência na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados, em resposta a uma pergunta do deputado Luiz Carlos Hauly.

Na ocasião, comentou o anúncio feito por Israel nesta sexta-feira (3), sobre os preparativos para iniciar imediatamente a primeira etapa do plano de paz para a Faixa de Gaza, proposto pelos Estados Unidos. A decisão foi divulgada pelo gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.


Chefe do Itamaraty, ministro Mauro Vieira (Foto: reprodução/globo/Evaristo Sa)

O governo de Israel anunciou que seguirá cooperando com os Estados Unidos para encerrar o conflito na Faixa de Gaza, com base em princípios alinhados à visão do presidente Donald Trump. Nesta quarta-feira, o Hamas sinalizou disposição para discutir o plano proposto, incluindo a possibilidade de libertar reféns israelenses como parte das negociações.

Brasil apoia plano de paz

O governo brasileiro afirmou que, se o plano de paz dos EUA for implementado, espera o fim dos ataques a Gaza, a libertação dos reféns, entrada livre de ajuda humanitária, reconstrução sob liderança Palestina, retirada das tropas israelenses e restauração da unidade territorial da Palestina.

Sobre a proposta dos EUA que prevê uma autoridade de transição e o envio de uma força internacional para Gaza, o governo brasileiro pediu cautela. Segundo o Itamaraty, qualquer missão desse tipo precisa ter um mandato bem definido e aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU, nada de improviso ou ações sem respaldo internacional.

Hamas diz precisar de mais tempo para avaliar plano de paz de Trump

Nesta sexta-feira (3), o Hamas afirmou que precisa de mais tempo para analisar o plano de paz proposto por Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos deu um ultimato de “três ou quatro dias” para o grupo palestino aceitar o acordo, que pretende acabar com a guerra na Faixa de Gaza.

Um alto comandante do grupo palestino disse à agência AFP, sob condição de anonimato, que o plano ainda está em debate e que essas discussões exigem mais tempo. Segundo uma fonte próxima à liderança, o grupo espera ajustar trechos relacionados ao desarmamento e à expulsão de seus integrantes.

Anteriormente, Mohamad Nazal, integrante do comitê político do grupo, declarou que o plano contém aspectos preocupantes: “Estamos em contato com os mediadores e com as partes árabes e islâmicas, e levamos muito a sério a possibilidade de alcançar um acordo. Em breve anunciaremos nossa posição”.

Trump dá ultimato ao Hamas

O presidente dos Estados Unidos afirmou, em postagem na rede social Truth Social, que o Hamas tem até domingo à noite, às 18h (horário de Washington, DC), para aceitar o acordo. Caso isso não ocorra, alertou que “inferno total” cairá sobre o grupo.

Ele afirmou que seu plano de paz para encerrar o conflito na Faixa de Gaza representa a última chance para os militantes do grupo palestino, que há anos ameaçam o Oriente Médio, e relembrou o ataque a civis israelenses em 7 de outubro de 2023.

“Teremos paz no Oriente Médio de uma forma ou de outra. A violência e o derramamento de sangue cessarão. Liberte os reféns, todos eles, incluindo os corpos daqueles que estão mortos. Todos os países assinaram. Se este acordo de última chance não for firmado, um inferno como ninguém jamais viu antes se abaterá sobre o Hamas. Haverá paz no oriente médio de uma forma ou de outra”, declarou.

Trump ainda pediu que todos os palestinos inocentes deixem imediatamente uma área de alto risco e se desloquem para regiões mais seguras da Faixa de Gaza.


Trump apresentou nesta segunda-feira sua proposta de paz para a Faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Entenda o plano de paz

O plano de paz é composto por 20 pontos e prevê a Faixa de Gaza como uma zona livre de grupos armados. Membros do Hamas poderiam receber anistia caso entreguem suas armas e se comprometam em conviver pacificamente.

Se implementado, Gaza seria governada por um comitê de palestinos tecnocratas e especialistas internacionais, sob supervisão de um órgão chamado “Conselho da Paz”, presidido por Trump, embora a participação de Israel nesse conselho não esteja definida.

De acordo com a Casa Branca, após a aceitação do plano, o Hamas teria 72 horas para liberar todos os reféns mantidos desde o início da guerra. A proposta também prevê a liberação de quase 2 mil prisioneiros palestinos por Israel e a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, coordenada pela ONU e pelo Crescente Vermelho.

Enquanto a comunidade internacional recebeu a proposta positivamente, moradores de Gaza expressaram medo e desesperança diante da situação.

Putin se mostra otimista com o plano de paz de Trump para Gaza

Na quinta-feira (02), em um resort em Sochi, no Mar Negro, o presidente russo Vladimir Putin afirmou que a Rússia está “preparada para apoiar” ao plano de encerrar a guerra entre Israel e Hamas, proposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Conhecido como “plano de 20 pontos”, é a proposta dos Estados Unidos para em fim, dar fim a guerra que dura praticamente dois anos. Os pontos vão além de cessar-fogo e da negociação da liberação de reféns, mas também da entrega do território de Gaza, conquistado por Israel, à uma segurança internacional.

Como funciona o plano de 20 pontos

O plano é de Gaza ter um governo internacional temporário, tendo o presidente americano como o principal nome, além de contar com outros chefes de Estado, que devem ser anunciados, como Tony Balir, ex-primeiro-ministro do Reino Unido, chamando de “Conselho da Paz”. Posteriormente, o controle de Gaza seria entregue à Palestina.

A proposta conta também com dois possíveis caminhos: O recuo de Israel, para áreas que já foram acordadas, se o Hamas libertar os reféns dentro de 72 horas e se for recusado pelo grupo palestino, as forças israelenses continuarão com o ataque em Gaza e posteriormente, entregar o território para a autoridade de transição.


Plano de Donald Trump para fim da guerra em Gaza (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Sobre a Guerra entre Israel x Hamas

A guerra teve início em outubro de 2023, quando o Hamas atacou civis israelenses, fazendo vários de reféns. Até então, Israel vem realizando diversos ataques à Gaza, afirmando parar somente quando os restantes dos aprisionados forem liberados.

Desde então, foram realizadas algumas propostas de cessar-fogo, sendo a última com a grande esperança e por um fim na guerra, visto que foi a primeira vez em que Israel concordou em deixar gradualmente o território de Gaza. O grupo palestino afirmou que deve dar uma resposta em breve, sobre a proposta de Trump em cessar-fogo, mas disse que não vai agir como se estivessem com uma “faca no pescoço”.

Trump classifica qualquer ataque ao Catar como ameaça aos EUA

Na última segunda-feira (29), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva determinando que qualquer ataque contra o Catar será considerado uma ameaça direta à paz e à segurança nacional americana. A medida foi oficializada pouco antes de seu encontro em Washington com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.

O contexto desta decisão remonta ao mês anterior, quando Israel realizou um ataque aéreo direcionado a lideranças do grupo palestino Hamas em Doha, capital do Catar. A cidade tem sido usada pelo Hamas como centro de comando fora da Faixa de Gaza. Logo após o ataque, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o bombardeio contra lideranças do Hamas em Doha foi conduzido de maneira independente, sem participação ou coordenação externa.

Tentativa de assassinato

O episódio mais grave ocorreu em 9 de setembro, quando Israel tentou eliminar figuras políticas do Hamas em território catariano. A ação foi vista por autoridades norte-americanas como uma escalada perigosa e unilateral, sem benefícios concretos para os interesses dos Estados Unidos ou mesmo para o povo israelense.

O governo do Catar classificou o ataque como covarde e anunciou a abertura de uma investigação de alto nível para apurar o episódio. No dia 8 de setembro, o negociador-chefe do Hamas, Khalil Al-Hayya, reuniu-se em Doha com o primeiro-ministro catariano, Sheikh Mohammed bin Abdulrahman Al-Thani. Caso a ofensiva seja confirmada, marcará a primeira vez que Israel realiza uma operação militar em território do Catar.

Trump e Netanyahu

Durante o encontro em Washington, Netanyahu fez uma ligação ao primeiro-ministro do Catar, Mohammed Bin Abdulrahman bin Jassim Al-Thani, para expressar solidariedade pelo ataque ocorrido em seu país.


 

  Declaração de Netanyahu (Vídeo: reprodução/Instagram/@bbcbrasil)

Na conversa, o líder israelense afirmou lamentar profundamente os acontecimentos e assegurou que não estão previstos novos ataques em território catariano. O primeiro-ministro israelense também manifestou pesar pelo ocorrido e ressaltou que o país não pretende realizar novos ataques em território catariano.

Hamas afirma que negará plano de paz de Donald Trump

Um dirigente do Hamas declarou à BBC que o movimento deve rejeitar o plano de paz apresentado pelo presidente dos Estados Unidos Donald Trump para Gaza. Segundo ele, a proposta “serve aos interesses de Israel” e “ignora os do povo palestino”.

O representante afirmou ainda que o grupo dificilmente aceitará desarmar-se e entregar suas armas, uma das condições centrais do projeto. O grupo Hamas também se opõe contra a instalação de uma Força Internacional de Estabilização (ISF) na região, classificada pelo dirigente como “uma nova forma de ocupação”. 

Liderança do Hamas dividida sobre adesão ao plano

Nesta segunda-feira (29), durante o encontro na Casa Branca, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, aceitou o plano de paz proposto por Donald Trump. Por outro lado, o Hamas não se pronunciou oficialmente sobre sua decisão. O Ministério das Relações Exteriores do Catar afirmou que o grupo está analisando a proposta da Casa Branca de forma “responsável”.

De acordo com um alto funcionário palestino ouvido pela BBC, as negociações envolvem a liderança do Hamas dentro e fora de Gaza. No entanto, a figura mais influente no processo tem sido o comandante militar no território, Ez al-Din al-Haddad, que estaria inclinado a manter a resistência armada em vez de aceitar os termos apresentados. Já os dirigentes do movimento no exterior perderam espaço, sobretudo pela falta de controle sobre os reféns israelenses.


Anuncio de acordo para encerramento da guerra em Gaza (Vídeo: Reprodução/YouTube/@SBT News)

As conversas do Hamas devem se prolongar por vários dias e contam com a participação de outras facções palestinas. A Jihad Islâmica Palestina (PIJ), organização armada que participou do ataque de 7 de outubro e chegou a manter alguns reféns israelenses, rejeitou a proposta nesta terça-feira (30).

Há desconfiança que Israel retome operações

Para o grupo Hamas, o maior impasse seria a exigência em entregar seus reféns todos de uma só vez, o que significa abdicar da sua “moeda de troca“.

Apesar do apoio de Trump, há o receio que de o Israel intensifique suas operações militares assim que liberarem seus reféns. A desconfiança ganhou força após a tentativa de assassinato contra os líderes do Hamas em Doha, no início deste mês, episódio interpretado como um desafio direto aos Estados Unidos.

Um mapa de Gaza divulgado pelo governo Trump indica a criação de uma possível zona-tampão ao longo da fronteira sul com o Egito. Ainda não há detalhes sobre como essa área seria administrada, mas, caso envolva participação de Israel, tende a se transformar em mais um ponto de tensão nas negociações.

Trump apresenta proposta de paz para Gaza e aguarda a resposta do Hamas

O conflito em Gaza, que já se estende por quase dois anos desde o ataque de 7 de outubro de 2023, ganhou um novo esforço diplomático dos Estados Unidos. Nesta segunda-feira (29 de setembro de 2025), o Presidente Donald Trump, ao lado do Primeiro-Ministro israelense Benjamin Netanyahu, anunciou um “plano abrangente para encerrar o conflito em Gaza”.

A proposta de 20 pontos da Casa Branca visa o cessar-fogo imediato, a libertação dos reféns, a desmilitarização do território e o estabelecimento de uma complexa estrutura de governança e reconstrução para o pós-guerra. A iniciativa foi imediatamente aceita por Israel, mas o grupo militante palestino Hamas, essencial para sua implementação, ainda está em processo de análise.

Pilares da proposta são o cessar-fogo e a troca de reféns

O ponto de partida do plano é a interrupção imediata das hostilidades, sendo necessárias ações de ambos os lados. Cessar-fogo imediato: se as partes concordarem, a guerra terminará imediatamente. As forças israelenses deverão retirar gradualmente as linhas pré-acordadas, bombardeios e operações militares devem ser suspensos.

Libertação de reféns em 72 horas: o plano exige que todos os reféns israelenses, vivos e mortos (cerca de 50 restantes, estimados em 20 vivos), sejam devolvidos em até 72 horas após a aceitação pública de Israel.

Troca de prisioneiros: em contrapartida, Israel libertaria 250 prisioneiros condenados à prisão perpétua, além de 1.700 gazenses detidos após 7 de outubro de 2023. Há também previsão para a troca de restos mortais na proporção de 15 gazenses falecidos para cada refém israelense falecido.


Uma mulher palestina, no sul da Faixa de Gaza.(Foto: reprodução/OMAR AL-QATTAA/AFP/Getty Images Embed)

Propostas de construção de um futuro para Gaza

A proposta americana dedica grande parte de seus pontos a reestruturar a Faixa de Gaza após o fim dos combates. Zona livre de terror e desarmamento: Gaza deve se tornar uma “zona livre de terror e desradicalizada“. Toda a infraestrutura militar, ofensiva e de túneis do Hamas deve ser destruída e não pode ser reconstruída. Membros do Hamas que depuserem as armas e se comprometerem com a paz receberão anistia (perdão dos crimes).

Força de Estabilização Internacional (ISF): será criada uma Força de Estabilização Internacional, desenvolvida com parceiros árabes, para ser implantada imediatamente. A ISF será responsável pela segurança interna de longo prazo, treinando forças policiais palestinas e trabalhando com Israel e Egito para prevenir a entrada de armas.

Governança temporária: o plano estabelece uma governança transitória temporária liderada por um comitê palestino tecnocrático e apolítico. A supervisão será do “Conselho de Paz” (Board of Peace), presidido pelo Presidente Trump, com outros membros, incluindo o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair.

Reconstrução e economia: será lançado um Plano de Desenvolvimento Econômico Trump para reconstruir e energizar Gaza, incluindo a criação de uma zona econômica especial. O objetivo é atrair investimentos e criar empregos.

Sem ocupação ou deslocamento: o plano garante que Israel não ocupará nem anexará Gaza, e reitera que ninguém será forçado a deixar o território.


Infográfico intitulado "Plano do Presidente dos EUA, Trump, para Gaza". (Foto: reprodução/Kadri Suat Celik/Anadolu via Getty Images Embed)

Reações: do otimismo ao ceticismo

A divulgação do plano gerou uma variedade de respostas globais. Israel e Estados Unidos: o Primeiro-Ministro Netanyahu endossou o plano, afirmando que ele atende aos objetivos de guerra de Israel. No entanto, ele também fez ressalvas sobre uma retirada israelense “lenta e limitada”, com Israel mantendo presença na maior parte do território. O Presidente Trump prometeu “apoio total” dos EUA a Israel caso o Hamas rejeite a proposta.

Hamas e palestinos: o Hamas está estudando a proposta, que recebeu através de mediadores. Fontes indicam que o grupo avalia o potencial para um cessar-fogo. No entanto, a população em Gaza expressou descrença e pessimismo, com alguns moradores temendo que o plano seja uma “farsa” para libertar reféns sem garantias reais de um fim duradouro para o conflito. A Jihad Islâmica Palestina, aliada do Hamas, classificou a proposta como uma “receita para explodir a região”.

Comunidade internacional: a Autoridade Palestina (AP) saudou os esforços de Trump, reiterando o compromisso de trabalhar para uma solução de dois Estados. Líderes de países árabes-chave (incluindo Arábia Saudita, Egito e Catar) receberam a proposta positivamente, prontos para cooperar na implementação. Líderes europeus, como França e Reino Unido, elogiaram a iniciativa e pediram que todas as partes “aproveitem o momento”.


Manifestantes seguram fotos de reféns mantidos pelo Hamas na Faixa de Gaza. (Foto: reprodução/Amir Levy/Getty Images Embed)

O que a proposta tem de novo ativas anteriores

O novo plano dos EUA se diferencia de iniciativas anteriores por sua abordagem detalhada para o pós-guerra, em contraste com o cessar-fogo de janeiro de 2025, que fracassou na segunda fase de negociações. Enquanto o acordo anterior previa a libertação escalonada de reféns e adiava a discussão sobre governança, o plano atual exige a libertação de todos os reféns em 72 horas e define imediatamente uma governança de transição que exclui o Hamas, apesar de a viabilidade do plano ser baseada na aceitação pelo Hamas.

Lula expressa solidariedade ao Catar depois do ataque de Israel

Após o ataque aéreo causado por Israel, em Doha, Catar, ocorrido no dia 9 de setembro esse ano, mirando nos possíveis alvos do grupo Hamas, o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva fez um telefonema para o emir do Catar, Tamin Bin Hamad Al Thani, para prestar solidariedade em razão a este acontecimento que gerou danos civis e muita repercussão internacional. A ligação aconteceu nesta quinta-feira (18).

Ataque Israelense

Israel havia anunciado no começo de setembro que bombardeou alvos do grupo Hamas, bem na capital do Catar. Esse ataque gerou críticas pelas comunidades e foi classificado pela ONU, como uma violação de soberania. Além disso, o governo do Catar prometeu que iria dar uma resposta pela ofensiva israelense. Vale lembrar que o Catar é atualmente o mediador das negociações do cessar-fogo.


Momento do bombardeio em Doha, Catar (Vídeo: reprodução/YouTube/@Terra)

Solidariedade e preocupação quanto aos reféns

Durante a ligação, Lula manifestou preocupação de que o ataque comprometa as negociações lideradas pelo Catar com objetivo de libertar reféns mantidos por grupos na região. Ele reforçou que todo esforço diplomático deve priorizar a segurança de civis e das pessoas envolvidas em processos de libertação.

Além de demonstrar apoio ao povo do Catar, Lula também defendeu a criação de um Estado Palestino, que, segundo ele, deve existir “em paz e segurança ao lado do Estado de Israel”. A proposta é apresentada como parte de uma solução de longo prazo para o conflito, mantendo a coexistência e o respeito entre os dois lados como princípio fundamental. O presidente também criticou o ataque, dizendo que a ação israelense foi considerado um genocídio.

Convites e metas internacionais

Na conversa, Lula aproveitou e convidou formalmente o Emir do Catar para participar da COP30, que será realizada em Belém (Pará), no Brasil. Também ressaltou agradecimentos pela realização, no Catar, da Reunião de Líderes da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, programada para ocorrer no contexto de uma cúpula da ONU sobre desenvolvimento social em 3 de novembro.

Trump cobra libertação de reféns em Gaza durante encontro com Starmer no Reino Unido

Durante uma coletiva de imprensa conjunta com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, nesta quinta-feira (18), em Chequers, residência oficial do premiê, o presidente dos Estados Unidos Donald Trump reiterou a urgência da libertação dos reféns israelenses retidos pelo Hamas na Faixa de Gaza.

Reunião e temas centrais

O encontro ocorreu no último dia da visita de Estado de Trump ao Reino Unido, onde os líderes discutiram temas como economia, Ucrânia e o conflito em Gaza. Trump destacou que é importante lembrar que os ataques do Hamas contra Israel, ocorridos em 7 de outubro de 2023, causaram a morte de aproximadamente 1.200 pessoas. 251 indivíduos foram capturados e levados para o território palestino. O foco na liberação dos reféns restantes, presos há quase dois anos, foram parte da declaração do presidente, que destacou ainda que esforços devem se concentrar nisso, incluindo apoio tático a ações israelenses contra o grupo.


Donald Trump cobra libertação de reféns pelo Hamas (Foto: reprodução/Saul Loeb/AFP/Getty Images Embed)

O conflito já causou mais de 65 mil mortes entre palestinos, conforme dados das autoridades de saúde de Gaza divulgados na quarta-feira (17). Trump também expressou oposição à decisão de Starmer de reconhecer o Estado palestino, considerando-a uma “recompensa ao Hamas” após os atos de violência. “Discordo do primeiro-ministro nesse assunto, uma das raras divergências entre nós”, afirmou Trump, argumentando que tal medida enfraqueceria as negociações de cessar-fogo.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, e sua esposa Victoria recebem o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Chequers, no Reino Unido (Foto: reprodução/Stefan Rousseau/AFP/Getty Images Embed)

Apesar da diferença, Starmer destacou pontos em comum. “Compartilhamos a visão de que a situação em Gaza é insustentável e exige um plano para a paz, incluindo um cessar-fogo e entrada de ajuda humanitária”, disse o britânico aos jornalistas após a reunião. Ele reforçou que o reconhecimento palestino visa uma solução de dois Estados, com condições como o desarmamento do Hamas e sua exclusão do futuro governo de Gaza.

Pressão e busca por solução

Em julho de 2025, Starmer declarou que o Reino Unido avançaria com o reconhecimento em setembro, desde que Israel estabelecesse um cessar-fogo, garantisse acesso da ONU à assistência humanitária e promovesse um processo de paz sustentável. A postura do Reino Unido ecoa pressões domésticas do Partido Trabalhista e externas, com países como França e Austrália considerando medidas similares na Assembleia Geral da ONU. As conversas entre Trump e Starmer destacam as tensões diplomáticas, mas também a busca por entendimento diante da crise humanitária em Gaza, onde 48 reféns israelenses permanecem detidos, com cerca de 20 supostamente vivos.

Prédio em Gaza é atingido após ataque de Israel

Mais um ataque foi realizado por Israel, após atingir a Torre Al Mushtaha, na última sexta-feira (5), quando completou 700 dias de guerra contra o Hamas e a Torre Al Sousi, no sábado (6). O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu diz estar “aprofundando” a operação em Gaza.

A Força de Defesa de Israel confirmou os ataques, alegando que os prédios atingidos eram usados pelo Hamas, mas que os ataques foram avisados com antecedência, para minimizar danos aos civis palestinos. Fato negado pelo lado palestino, que afirma que os prédios atingidos eram para abrigar civis. A Defesa Civil local confirmou a morte de uma pessoa.

O momento do ataque

Em vídeo, é possível ver o momento em que o prédio Al-Roya foi bombardeado por Israel, causando grande destruição no local. Nas imagens, foram vistos civis buscando se proteger do ataque.


Prédio de gaza atacado por Israel (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, comentou através da rede social Truth Social sobre os ataques, informando que seria o “último aviso” para o Hamas aceitar os termos e libertar reféns israelenses. O governo norte-americano cumpre um papel de intermediador, negociando o fim da guerra entre Israel e Hamas.

 A ONU se demonstrou preocupada com a fome enfrentada pelos civis de Gaza, pedindo para Israel permitir a ajuda. Com a guerra, os palestinos além de sofrer com o ambiente hostil, também sofrem com a falta de alimento, onde muitos estão passando por fome. Israel afirma não ter  “responsabilidade de distribuir” e alega que a responsabilidade seria de organizações internacionais, “que foram criadas para isso”.

 O início da guerra entre Israel x Hamas

A guerra começou no dia 7 de outubro de 2023, quando o Hamas fez um grande ataque, dando o nome de “Operação Tempestade”, atacando civis e também fazendo vários reféns. Israel respondeu o ataque logo após, onde o principal alvo eram as instalações do grupo Hamas, mas atingido diversos civis palestinos.

Já foram feitas reuniões para cessar-fogo entre eles, más Israel afirma que só encerra os ataques após a entrega de todos os reféns. Ainda, segundo autoridades locais, existem cerca de 50 civis reféns em Gaza.

Israel inicia ação militar para dominar Cidade de Gaza

Nesta quarta-feira (20), foi divulgado que Israel iniciou operações para tomar a cidade de Gaza. As Forças Armadas do país (IDF, na sigla em inglês) deram início às primeiras etapas do processo, conforme informou o porta-voz militar, Brigadeiro General Effie Defrin. A ação tem gerado reações mistas, recebendo tanto apoio quanto críticas.

Primeiros passos de Israel

O General Effie Defrin afirmou que Israel pretende intensificar os ataques contra o Hamas, após o ápice do conflito ocorrido ao sul de Khan Younis, na Faixa de Gaza. Segundo o porta-voz militar, uma das estratégias das tropas é cercar os arredores da cidade, aproveitando o enfraquecimento do grupo terrorista em armamento e efetivo militar. “E agora as forças das IDF já estão controlando os arredores da Cidade de Gaza”, disse Defrin em comunicado.


Ataque de Israel direcionado ao norte de Gaza (Foto:reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

Outro ponto que chamou atenção foi a convocação de 60 mil reservistas por Israel para o início das operações na Cidade de Gaza. O governo israelense avalia um novo acordo de cessar-fogo, enquanto a disputa pelo território se estende há quase dois anos, sem perspectiva de resolução. A mobilização reforça a intenção de Israel de tomar o centro de Gaza, considerada a maior área da região. A medida tem gerado críticas internacionais, pois poderá forçar a saída de mais palestinos, aumentando a emigração na região.

Pausa para analisar acordo

Apesar de toda a movimentação recente de Israel, um oficial militar informou a jornalistas que os soldados não devem iniciar suas operações até setembro. Esse curto período de pausa oferece uma janela para a reorganização dos combatentes do grupo Hamas. Enquanto isso, Israel pretende analisar o acordo de trégua e manifestar possíveis objeções aos seus termos.


Destroços do conflito entre Israel e Palestina (Foto:reprodução/Anadolu/Getty Images Embed)

O mais recente conflito entre Israel e o grupo Hamas ocorreu nesta quarta-feira (20) e envolveu mais de 15 combatentes do grupo, que se abrigaram em túneis antes de atacar com tiros e mísseis próximo de Khan Younis, deixando soldados em estado grave. Segundo informações de um militar israelense, o confronto foi confirmado pela Brigada Al-Qassam, braço armado do Hamas, em comunicado oficial.