Hamas diz precisar de mais tempo para avaliar plano de paz de Trump

A ONU informou nesta sexta-feira que, após nova ordem de evacuação na Cidade de Gaza, não há áreas seguras para os palestinos

03 out, 2025
Jovem palestino em rua destruída após explosão na Faixa de Gaza | Reprodução/BASHAR TALEB/AFP/Getty Images Embed
Jovem palestino em rua destruída após explosão na Faixa de Gaza | Reprodução/BASHAR TALEB/AFP/Getty Images Embed

Nesta sexta-feira (3), o Hamas afirmou que precisa de mais tempo para analisar o plano de paz proposto por Donald Trump. O presidente dos Estados Unidos deu um ultimato de “três ou quatro dias” para o grupo palestino aceitar o acordo, que pretende acabar com a guerra na Faixa de Gaza.

Um alto comandante do grupo palestino disse à agência AFP, sob condição de anonimato, que o plano ainda está em debate e que essas discussões exigem mais tempo. Segundo uma fonte próxima à liderança, o grupo espera ajustar trechos relacionados ao desarmamento e à expulsão de seus integrantes.

Anteriormente, Mohamad Nazal, integrante do comitê político do grupo, declarou que o plano contém aspectos preocupantes: “Estamos em contato com os mediadores e com as partes árabes e islâmicas, e levamos muito a sério a possibilidade de alcançar um acordo. Em breve anunciaremos nossa posição”.

Trump dá ultimato ao Hamas

O presidente dos Estados Unidos afirmou, em postagem na rede social Truth Social, que o Hamas tem até domingo à noite, às 18h (horário de Washington, DC), para aceitar o acordo. Caso isso não ocorra, alertou que “inferno total” cairá sobre o grupo.

Ele afirmou que seu plano de paz para encerrar o conflito na Faixa de Gaza representa a última chance para os militantes do grupo palestino, que há anos ameaçam o Oriente Médio, e relembrou o ataque a civis israelenses em 7 de outubro de 2023.

“Teremos paz no Oriente Médio de uma forma ou de outra. A violência e o derramamento de sangue cessarão. Liberte os reféns, todos eles, incluindo os corpos daqueles que estão mortos. Todos os países assinaram. Se este acordo de última chance não for firmado, um inferno como ninguém jamais viu antes se abaterá sobre o Hamas. Haverá paz no oriente médio de uma forma ou de outra”, declarou.

Trump ainda pediu que todos os palestinos inocentes deixem imediatamente uma área de alto risco e se desloquem para regiões mais seguras da Faixa de Gaza.


Trump apresentou nesta segunda-feira sua proposta de paz para a Faixa de Gaza (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Entenda o plano de paz

O plano de paz é composto por 20 pontos e prevê a Faixa de Gaza como uma zona livre de grupos armados. Membros do Hamas poderiam receber anistia caso entreguem suas armas e se comprometam em conviver pacificamente.

Se implementado, Gaza seria governada por um comitê de palestinos tecnocratas e especialistas internacionais, sob supervisão de um órgão chamado “Conselho da Paz”, presidido por Trump, embora a participação de Israel nesse conselho não esteja definida.

De acordo com a Casa Branca, após a aceitação do plano, o Hamas teria 72 horas para liberar todos os reféns mantidos desde o início da guerra. A proposta também prevê a liberação de quase 2 mil prisioneiros palestinos por Israel e a distribuição de ajuda humanitária na Faixa de Gaza, coordenada pela ONU e pelo Crescente Vermelho.

Enquanto a comunidade internacional recebeu a proposta positivamente, moradores de Gaza expressaram medo e desesperança diante da situação.

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