Sobre Alexander Valu

Redator do lorena.r7

Beneficiários lesados na fraude do INSS estão na mira de novo golpe que promete o ressarcimento

Depois de terem sido vítimas de fraude bilionária sem precedentes e institucionalizada há anos no próprio Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), agora, os aposentados e pensionistas que recebem seus pagamentos pela autarquia ligada ao governo federal estão sofrendo um novo golpe. Só que, desta vez, não mais praticado por membros do alto escalão do órgão federal, mas, sim, por criminosos não servidores públicos que entram em contato com os beneficiários. 

Se a primeira prática fraudulenta consistia em obter dinheiro dos segurados da  Previdência Social por meio de descontos em folha de falsos empréstimos consignados e associações a sindicatos nunca solicitados, o novo esquema pretende fazer dinheiro sob a promessa de ressarcir os valores roubados pelo desfalque do INSS, contanto que seja paga uma tarifa. A notícia do novo crime foi repercutida em matéria do site “g1.Globo” publicada na última sexta-feira (16).

Entenda o novo golpe

De acordo com o “g1”, a nova modalidade de estelionato funciona da seguinte maneira: criminosos enviam boletos e mensagens para aposentados e pensionistas que foram lesados na grande fraude cometida pelo INSS, recentemente descoberta pela Controladoria Geral da União (CGU). 

Por meio dessa comunicação, é feito um pedido para que seja paga uma taxa do boleto para, então, ser liberado um suposto dinheiro como ressarcimento pela fraude da autarquia federal. Como se não bastasse, os bandidos ainda ameaçam bloquear o referido suposto valor de cobertura do prejuízo se o pagamento da taxa não for efetuado imediatamente.

Uma das vítimas, que preferiu não se identificar, contou ao “g1” que recebeu uma mensagem de voz e um boleto falso. Ela disse que é uma cópia fiel de um documento oficial numa página digital que simula o portal do governo “gov.br”. Ainda segundo o relato, na mensagem ouve-se a voz de uma mulher que informa que o beneficiário está a um passo de receber a indenização.

Em outra parte da gravação, é feita uma promessa de pagamento de ressarcimento por meio da chave PIX do próprio beneficiário — o que segundo o INSS, esse não é o procedimento padrão.

“É necessário efetuar o pagamento do imposto sobre o valor da sua indenização […]. Após você finalizar o pagamento sobre essa taxa de imposto, você receberá o valor completo na sua chave PIX no mesmo minuto”, diz outro trecho da mensagem do golpe.

Valores e prazo no boleto falso

No conteúdo das mensagens de voz, os estelionatários ressaltam a necessidade de o pagamento ser concluído com rapidez sob pena de o dinheiro do ressarcimento ser bloqueado.

De acordo com as informações do idoso prejudicado pelo INSS, em entrevista ao “g1” ele informou que os bandidos cobram uma taxa de R$ 61,90 no boleto falso e R$ 5.960,50 pelo suposto ressarcimento do dinheiro que o órgão federal deve aos aposentados.

No texto dos documentos falsos enviados há os termos “indenização governamental” e “vazamento de dados pessoais”.

Os golpistas também adotaram como estratégia o envio de um link para agilizar a suposta devolução dos valores descontados. O objetivo da farsa é roubar dados pessoais das pessoas.

Alertas do INSS sobre o novo golpe 

O órgão tem alertado as vítimas sobre o novo estelionato e sobre as notícias falsas desde que a situação veio à tona. Em entrevista concedida ao site “g1” na última quinta-feira (15), o presidente do INSS, Gilberto Waller, advertiu que o órgão só faz contato com os cidadãos por meio do aplicativo “Meu INSS” — a ser baixado e instalado pelo aparelho celular smartphone na seção “Play Store”, onde o solicitante deverá digitar “Meu INSS” no campo de busca.

Waller relembra que o próprio telefone 135 do Instituto não faz ligações para os clientes, sendo só um canal de chamadas receptivas. O presidente também elencou alguns cuidados a serem adotados pelos aposentados, a fim de que se previnam contra golpes:

• não aceite intermediários para realizar procedimentos; 

• não abra links

• não assine quaisquer documentos

• não forneça dados pessoais de documentos

“O INSS não cobra nada de você. Então, fique atento. Se alguém bater na sua porta, oferecendo uma facilidade, é golpe”, alertou o presidente.

Por meio da assessoria de imprensa do INSS, o órgão orientou os aposentados beneficiários a não aceitarem ajuda de estranhos, tampouco repassarem seus dados pessoais.

Ainda segundo o setor de comunicação da autarquia federal, é necessário ser cético com relação a mensagens e telefonemas, desconfiando das ofertas de vantagens e de promessas de soluções fáceis. A assessoria também orienta que, se o beneficiário tiver dúvidas, deverá buscar informações seguras só por meio dos canais disponíveis do INSS ou pelas páginas oficiais do governo. 


Vídeo com orientações sobre como reconhecer descontos irregulares e como proceder (Vídeo: reprodução/Youtube/@radiobandeirantesoficial)


A maior fraude da história do Brasil ensejou novo esquema

O novo golpe do ressarcimento que está na praça veio na esteira de outro que já vinha sendo praticado, contudo, por servidores do alto escalão do próprio INSS. O crime veio à tona em abril deste ano e continua escandalizando o País a cada nova informação que surge sobre o caso, já que continua sob fase de investigação. 

O que se sabe até agora sobre essa fraude que já está sendo considerada como a maior da história do Brasil, devido os valores vultosos e sua complexa trama, é que uma auditoria da Controladoria Geral Da União (CGU) descobriu um esquema fraudulento de cifras bilionárias, no qual descontos indevidos em folha de pagamento dos aposentados e pensionistas do INSS eram realizados já há alguns anos. 

Os auditores descobriram que, de forma criminosa, empréstimos consignados e associações a seguros e a sindicatos, nunca antes, contudo, solicitados pelas vítimas, eram atribuídos ao nome de milhares desses beneficiários da Previdência Social. Desta forma, as pessoas sofriam os descontos indevidos automaticamente em folha sem saber o porquê ou sem nem ter conhecimento da existência das deduções. 


O aplicativo Meu INSS de uma beneficiária do órgão federal indicando que ela sofreu desconto associativo indevido nos últimos cinco anos (Foto: reprodução/Joedson Alves/Agência Brasil)


A CGU começou desconfiar do golpe ao perceber que houve um significativo aumento de valores cobrados na folha dos aposentados e pensionistas relativos a descontos chamados associativos.

Por meio de pesquisa com os beneficiários, os auditores identificaram que 97% deles nunca tinham feito solicitações de adesão, nem reconheciam as cobranças. A golpe evidenciou que o INSS não verificava as autorizações dos descontos e que há a possibilidade de falsificação de documentos.

Na prática, além de os cidadãos terem sofrido os descontos indevidos na folha, reduzindo assim a renda mensal da aposentadoria ou da pensão, que já costuma ser pouca, nenhum deles recebia em troca os benefícios prometidos pelas entidades às quais foram indevidamente associados, tais como: descontos em academias, em farmácias e drogarias, planejamento funerário, planos de saúde e etc. O INSS suspendeu todos os convênios. 


Vídeo de reportagem que orienta o beneficiário do INSS a solicitar o ressarcimento pelas vias legais (Vídeo: reprodução/Youtube/@bandjornalismo)


Fraude com valores vultosos 

A quantia exata desviada na fraude e o número de pessoas prejudicadas ainda não foram totalmente calculados para se ter a ideia completa da dimensão do prejuízo. À medida que as investigações avançam e a cada desdobramento do caso surgem mais e novos elementos. Inicialmente, as autoridades federais falavam em valores na casa das centenas de milhares. 

Passadas algumas semanas, conforme apuração do “g1” e dados de outros veículos da imprensa nacional, até o momento, a Polícia Federal estima que a fraude do INSS já tenha movimentado pouco mais de R$ 6 bilhões. Acredita-se também que o desfalque possa ser ainda maior.

Segundo a matéria do “g1” de sete de maio, após o escândalo, seis servidores públicos da autarquia federal foram afastados, inclusive o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. O presidente Lula exonerou o então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. 

 Foto Destaque:  fachada do prédio sede da Previdência Social-INSS (Reprodução/X/@revistaoeste)

Vaticano dispõe-se a mediar a guerra entre Rússia e Ucrânia

Uma declaração do novo papa Leão XIV soou como um importante aceno da Igreja Católica para uma possível intermediação nas próximas negociações para pôr fim à guerra entre Rússia e Ucrânia. O pontífice disse nesta sexta-feira (16) que “a Santa Sé está sempre pronta para ajudar a reunir os inimigos, cara a cara, para que conversem entre si, para que os povos em todos os lugares possam mais uma vez encontrar esperança e recuperar a dignidade que merecem, a dignidade da paz”.

A posição oficial da Igreja de se dispor a ser a intermediadora de um acordo de paz foi confirmada nesta sexta-feira (16) pelo Secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, em declaração ao veículo de comunicação italiano de Rádio e TV, RAI.

O Secretário disse também que Leão XIV tem intenção de eventualmente promover um encontro direto entre os líderes dos dois países, deixando o Vaticano à disposição como local para Putin e Zelensky conversarem na Santa Sé.

Parolin acrescentou que o Vaticano pode ser mesmo um lugar apropriado para a negociação.

Retrocesso no caminho pela paz

As palavras do líder máximo da Igreja vieram a rebote do balde de água fria que foi a ausência do presidente da Rússia, Vladimir Putin, nas conversações iniciadas nesta sexta (16) em Istambul, na Turquia, para se tentar chegar a um acordo de cessar-fogo.


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O presidente russo, Vladimir Putin, participou do Fórum Internacional de Exposições da Rússia 2024 durante visita ao Centro de Exposições Pan-Russo, em Moscou, capital russa (Foto: reprodução/Contributor/Getty Images Embed)


O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, quem propôs a reunião, chegou a viajar até o país especialmente para se encontrar com Putin. No entanto, o ucraniano desistiu de participar das reuniões de sexta-feira logo que soube que o líder russo não estaria presente pessoalmente. Zelensky deixou como substituto e líder da delegação de Kiev, o ministro da Defesa, Rustem Umerov.


Imagens do desembarque do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy à Turquia e a recepção no aeroporto (Vídeo: reprodução/X/@RadarAustral_)


Já no lado da Rússia, só foram enviados representantes do segundo escalão do governo. Quem lidera a delegação é Vladimir Medinsky, o conselheiro de Putin.

Segundo o cardeal Pietro Parolin, a situação em Istambul está bastante difícil. Parolin disse que todos no Vaticano esperavam que as negociações para uma solução pacífica avançassem no encontro na Turquia, mesmo que lentamente. Só que a atual conjuntura significa um retrocesso na busca pela paz, o que força a retomar as conversas do início.

Negociações em Istambul

As negociações do confronto entre Rússia e Ucrânia iniciadas nesta sexta (16) na cidade turca contam com as delegações das duas nações, além de integrantes do governo dos Estados Unidos e da anfitriã Turquia. Até o fim desta edição, nenhuma autoridade local havia confirmado se haverá uma reunião cara a cara entre todos os presentes envolvidos.

De acordo com informações divulgadas na noite da última quinta-feira (15) pelo Ministério das Relações Exteriores da Turquia, inicialmente a rodada de negociações serão divididas da seguinte forma: representantes turcos, ucranianos e russos de um lado e, do outro, entre turcos, americanos e ucranianos.

Segundo o Ministro das Relações Exteriores, Hakan Fidan, não há confirmação se haverá um encontro entre EUA, Rússia, Ucrânia e Turquia simultaneamente.

A guerra declarada entre a Rússa e a Ucrânia já dura pouco mais de três anos, se a contagem for feita apenas a partir da maior e mais prolongada ofensiva dos russos contra a Ucrânia, iniciada em 2022, já que as primeiras hostilidades com ação armada datam do ano de 2014.

Foto Destaque: o papa Leão XIV acena do alto da sacada da Basílica de São Pedro, no Vaticano, em Roma, capital italiana (Reprodução/X/@meioindep)

Apple anuncia apps com recursos de acessibilidade para deficientes visuais

De olho na fatia do mercado de pessoas com deficiência visual, a Apple correu na frente no assunto acessibilidade como ferramenta essencial para promover a inclusão social desse perfil de usuário. Até o fim deste ano, a famosa marca promete trazer para as prateleiras um pacote de novos recursos tecnológicos a fim de tornar alguns dispositivos mais acessíveis. A informação foi anunciada pela Apple na última terça-feira (13) e repercutida pelo site da Revista Forbes do mesmo dia.

Dentre as novidades para pessoas cegas ou com grau elevado de deficiência visual estão: um anotador em braile e o zoom ampliado para seu fone de ouvido de realidade mista, o chamado “Vision Pro”.

Ao criar tais recursos de acessibilidade, a Apple faz um aceno importante ao público com deficiência, porque mostra sua preocupação com esse nicho da sociedade comumente ignorado pelo mercado e pela sociedade em geral, demonstrando assim sua responsabilidade social e, de quebra, ainda possibilita aumentar sua receita.

Vision Pro

De acordo com a publicação da Forbes, o sistema de câmeras do “Vision Pro” vai ampliar os recursos de acessibilidade visual para usuários com a deficiência. Segundo Sarah Herrlinger, diretora sênior de Políticas e Iniciativas de Acessibilidade Global da Apple, os recursos de zoom darão ao usuário a possibilidade de ampliar tudo o que estiver no campo de visão usando a câmera principal.

A diretora também disse que a empresa está comprometida a incentivar a criação de soluções para a evolução da acessibilidade

O “Vision Pro” recebeu elogios de especialistas pelas utilidades avançadas que oferece ao usuário. O recurso representa a entrada da Apple na disputa pelo mercado de fones de ouvido, dominado hegemonicamente por outra gigante Big Tech, a americana Meta.


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Clientes experimentam a tecnologia Vision Pro na sede da Apple Champs-Élysées, em Paris, capital francesa (Foto: reprodução/Kristy Sparow/Getty Images for Apple Embed)


Outra vantagem tecnológica é que aplicativos autorizados pela Apple poderão acessar a câmera principal do “Vision Pro” a fim de fornecer assistência ao vivo na interpretação visual em softwares como o “Be My Eyes”.

O programa interliga pessoas com deficiência visual parcial ou total a voluntários e organizações ao redor do mundo por meio de vídeo ao vivo.

Tecnologia “Braille Access”

Uma facilitação para pessoas cegas que promete transformar o iPhone, o iPad, o Mac e o Apple Vision Pro em um programa de anotações em braile.

O “Braille Access” permitirá que o usuário abra qualquer software que desejar apenas digitando em um dispositivo em braile ou utilizando o “Braille Screen Input”, que é um recurso da Apple para digitação em braile.

Ainda segundo a matéria da Forbes do último dia 13 deste mês, a empresa informou também que essas novas tecnologias e utilidades oferecidas ainda incluem um recurso de auxílio para leitura de textos para pessoas que possuem limitações como baixa visão e dislexia.

Foto destaque: um exemplar do smartphone iPhone (Reprodução/X/@theapplehub)

Trump firma acordo para Arábia Saudita investir US$ 600 bi nos EUA

O gesto do punho cerrado em movimento — símbolo de força, determinação e vitória — que Donald J. Trump fez ao desembarcar de seu avião presidencial, o Air Force One, no aeroporto de Riad, na última terça-feira (13), estabeleceu, logo de cara, o quão positivo seria o saldo de sua visita oficial à Arábia Saudita. O presidente dos Estados Unidos conseguiu firmar um importante e bilionário acordo bilateral com o país, local da primeira parada de sua viagem a algumas nações da região do Golfo Pérsico, no Oriente Médio.

Conforme matéria da Forbes de terça, o governo saudita investirá US$ 600 bilhões em empresas nos Estados Unidos da América. Por meio de um informativo, a Casa Branca comunicou que Trump fechou, em contrapartida, negócios em diversos segmentos, dentre os quais em energia, em mineração e um acordo na área de defesa por aproximadamente US$ 142 bilhões. Este último refere-se à venda de um pacote de armas para os sauditas que Washington considerou como o maior compromisso de cooperação do segmento já feito pelos EUA.


O presidente dos EUA, Donald Trump, desembarca no aeroporto de Riad, capital da Arábia Saudita, e ganha uma recepção luxuosa e com honras feitas pelo próprio príncipe Mohammed bin Salman (Vídeo: reprodução/X/@areamilitarof)


Recepção e acordo das arábias

Depois da saudação oficial ao presidente Trump no Terminal Real com direito ao esplendor de um tapete real roxo estendido sobre o chão, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, e outros convidados realizaram uma cerimônia com café ainda dentro do aeroporto da capital Riad, antes de Trump seguir para o hotel. 

Ambos demonstraram satisfação com o evento diplomático e as possibilidades de avanços em negociações bilionárias e de benefício mútuo.

Mohammed bin Salman, que é quem de fato governa o país, organizou um Fórum de Investimento EUA-Saudita especialmente por conta da visita de Donald Trump. Na cerimônia, o príncipe fez um discurso durante uma das sessões, no qual ele destacou as oportunidades de investimento assinadas nos valores de US$600 bilhões e outro no valor de US$ 300 bilhões.

Segundo o informativo publicado pelos EUA, o compromisso firmado engloba negócios com dezenas de empresas americanas dos ramos de segurança marítima, de comunicações, de força aérea, avanços na indústria espacial, defesa aérea e de mísseis.

O príncipe herdeiro da monarquia saudita afirmou que continuará trabalhando nos meses seguintes a fim de realizar uma segunda rodada de acordos e já sugeriu elevar o valor para US$ 1 trilhão. 


Os líderes dos EUA e da Arábia Saudita assinam os acordos bilionários firmados durante o encontro em Riad, capital da Arábia Saudita (Vídeo: reprodução/X/@RafaelFontana)


Relação entre EUA e Arábia Saudita

Durante o Fórum, o ministro de investimentos do país local, Khalid al-Falih, falou sobre a boa relação com os americanos e o leque de opções de negócios a se fazer com os EUA. “Embora a energia continue sendo a pedra fundamental de nosso relacionamento, os investimentos e as oportunidades de negócios no reino se expandiram e se multiplicaram muitas e muitas vezes”, declarou o ministro.

Como se sabe, os sauditas são um dos maiores compradores de armas dos Estados Unidos. Segundo a agência de notícias Reuters, já no mês de abril os EUA estavam preparados para negociar um pacote de armas no valor de mais de US$ 100 bilhões com o governo de Mohammed bin Salman.

Ainda conforme a Reuters, a possibilidade de o governo americano vender jatos Lockheed F-35 também esteve presente na pauta das conversas entre os dois países aliados. Segundo duas fontes da agência, essa é uma aeronave militar que há muito tempo desperta o interesse do governo saudita. No entanto, não há confirmação de fechamento de alguma venda.

Todo esse entrosamento no que diz respeito às questões comerciais entre os dois líderes, pelo menos na percepção de Trump, não fica apenas do campo dos negócios. Durante a reunião com o príncipe, o presidente americano disse que acredita realmente que um gosta muito do outro.

Conforme relatado em uma reportagem do Wall Street Journal, Trump afirmou que eles têm um bom relacionamento e até já se referiu a Mohammed bin Salman como amigo.


Vídeo do encontro do príncipe Mohammed bin Salman com o presidente dos EUA, Donald Trump, e Elon Musk, membro do governo americano (Vídeo: reprodução/x/@hoje_no)


O ministro do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA, Elon Musk, e líderes empresariais americanos acompanharam o presidente Trump na visita a Riad na terça (13) para o Fórum de Investimento. Dentre os principais nomes estavam: Stephen A. Schwartzman, presidente-executivo da gestora de ativos Blackstone; Larry Fink, presidente-executivo da empresa de gestão de ativos BlackRock; e o secretário do Tesouro, Scott Bessent.

Donald Trump partiu para o Catar nesta quarta-feira (14). Na quinta, o presidente visitará os Emirados Árabes Unidos.

Foto Destaque: o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman (à esquerda), e o presidente dos EUA, Donald Trump (à direita), cumprimentam-se em encontro diplomático na capital saudita, Riad (Reprodução/X/@DiretoDaAmerica)

Alemanha ameaça aplicar novas sanções à Rússia, se Putin recusar proposta de cessar-fogo

Capitaneadas pelo governo da Alemanha, as principais potências europeias ameaçaram aplicar uma nova série de severas sanções à Rússia, se seu líder, Vladimir Putin, não acatar o pedido de cessar-fogo de 30 dias na guerra contra a Ucrânia, que já dura três anos. A informação foi confirmada pelo porta-voz do governo alemão, Stefan Kornelius, durante um briefing na segunda-feira (12).

Como informado em matéria do site da CNN de 12 de maio, no último sábado (10), quatro líderes europeus visitaram a cidade de Kiev, na Ucrânia. Eles exigiram a trégua no conflito ao presidente russo, Putin, e determinaram que começasse já na segunda-feira, dia (12).

Já a resposta do líder da Rússia foi uma contraproposta, esquivando-se, assim, da oferta da suspensão temporária dos ataques aos ucranianos. Putin propôs conversar diretamente com o próprio presidente da Ucrânia na próxima quinta-feira (15) na Turquia. Na opinião do russo, esse encontro é que poderá levar a um cessar-fogo.

O embate entre Zelensky e Putin

De acordo com matéria do site EuroNews de segunda (12), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, respondeu que está preparado para o novo encontro para tratar da trégua com Vladimir Putin. Zelensky disse que viajaria pessoalmente até Istambul, cidade turca, para conversar com o presidente russo.

O Kremlin ignorou o posicionamento de Zelensky, não dando resposta a respeito da reunião presencial dos dois. O presidente ucraniano também reiterou a proposta do cessar-fogo incondicional antes de outra rodada de negociações sobre a guerra na Ucrânia, como informado pela CNN.

Os dois líderes não têm uma boa relação há muito tempo. Ambos têm um desprezo recíproco. O último encontro de Putin e Zelensky pessoalmente ocorreu em dezembro de 2019 – três anos antes de as tropas russas iniciarem a invasão ao território da Ucrânia em fevereiro de 2022.


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À esquerda, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, e à direita, o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin (Foto: reprodução/Ludovic Maringrigory Sysoyev/AFP via Getty Images Embed)


Resposta estratégica russa

Conforme matéria da EuroNews, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, tem uma leitura clara das atitudes do presidente russo. Para o ministro, Putin adotou uma estratégia de não respeito às propostas ucranianas para o cessar-fogo e, em vez disso, continuou com os bombardeios.

Segundo um porta-voz militar ucraniano, após o início da trégua proposta, as tropas russas realizaram dezenas de ataques de drones na linha de frente oriental da Ucrânia durante a noite de segunda-feira (12). A nova ofensiva deixou sete ucranianos feridos.

O comandante-chefe da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, emitiu um relatório sobre a continuação dos ataques das forças da Rússia na linha da frente. A ação comprova que Moscou ignorou o pedido de cessar-fogo de 30 dias propostos por Kiev e pelos seus aliados europeus e que deveria ter começado já na segunda-feira, 12 de maio.

Turquia intermediará negociações de Putin e Zelensky

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, fez um apelo à Rússia e à Ucrânia para que se encontrem para chegarem a um consenso sobre o cessar-fogo.

“Esperamos que isso aconteça e é para isso que estamos trabalhando”, disse o ministro.

De acordo com Hakan Fidan, os dois países chegarão a um consenso com um compromisso firmado. Contudo, o ministro admitiu que há um impasse, porque os ucranianos exigiram um cessar-fogo primeiro, depois conversações; já os russos, primeiro conversações, depois o cessar-fogo.

Foto Destaque: tanques do Exército russo seguem em comboio (Reprodução/X/@HHungduc)

Programa de vistos “Gold Card” está em fase de testes, diz Elon Musk

Já se encontra em fase de testes o sistema que vai operar o “Gold Card” (em português, “Cartão de Ouro”). A informação foi confirmada por meio de mensagem na plataforma digital “X” publicada no último domingo (11) pelo próprio Elon Musk, Ministro do Departamento de Eficiência Governamental dos EUA (DOGE, na sigla em inglês) e responsável pelo projeto.

O dispositivo foi inventado pelo Governo de Donald Trump para os Estados Unidos venderem vistos especiais de imigração a estrangeiros que pagarem US$5 milhões pelo cartão e, com isso, terem a permissão de trânsito livre ao território americano e até de residirem no país em definitivo.

Segundo Elon, esse é o momento de testar para se certificar se o projeto funciona adequadamente.

“Assim que os testes terminarem, o programa será apresentado ao público com um anúncio do presidente”, afirmou o megaempresário que, além de ser membro do governo americano, é dono da rede social “X” (ex-Twitter), da Starlink e da Tesla.

Gold Card

Conforme matéria original do “The New York Times Company” e repercutida pelo site “InfoMoney”, em 17 de abril deste ano, o projeto “Gold Card” foi anunciado oficialmente pelo Presidente americano Donald Trump no final do mês de fevereiro de 2025.

Na ocasião, o Presidente Trump e o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, destacaram que o novo documento serviria para substituir o visto EB-5, que concede residência permanente a estrangeiros investidores em empresas dos EUA. De acordo com as próprias palavras de Trump, o “Gold Card” é para “pessoas de muito alto nível” e é uma “rota para a cidadania”.


Vídeo animação de exibiçao do Gold Card (Video: reprodução/X/@GOLDCARD_erc20)


Como revelado por Elon Musk por meio de seu perfil no “X”, o novo visto especial está sendo lançado com discrição, já que ainda está sob testes.

“Gold Card” é completo e apresenta seu próprio domínio governamental, infraestrutura digital construída pelo DOGE e está sendo integrado aos sistemas de imigração dos EUA.

Finalidade

A criação deste “Cartão de Ouro” visa a reduzir os gastos do governo americano e ainda fazer receita para os cofres públicos. Este segundo objetivo indica o acréscimo de mais uma missão confiada ao DOGE, além da principal que é a contenção de despesas governamentais.

A ideia é atingir esse objetivo atraindo para os EUA estrangeiros milionários bem qualificados e dispostos a ajudar a América, desembolsando US$5 milhões para possuírem um visto especial de cidadania americana condicionada. O valiosíssimo documento confere a eles a permissão perpétua de usufruir normalmente de todos os benefícios legais da condição.

“Eles pagam US$ 5 milhões e têm o direito de ser americanos e o direito de estar na América, desde que sejam boas pessoas, sejam verificados e não infrinjam a lei”, pontuou o Secretário de Comércio durante um podcast recentemente, como informado na matéria oficial do “The New York Times” e repercutido via site “InfoMoney”.


Breve vídeo em que mostra o presidente dos EUA, Donald Trump, apresentando o Gold Card durante breve encontro com jornalistas (Vídeo: reprodução/X/@ABC)


O uso do adjetivo “especial” para caracterizar o visto não é um mero recurso de texto de propaganda para seduzir compradores em potencial. Além das prerrogativas já mencionadas que o beneficiário do cartão terá, só mesmo possuindo uma conta bancária compatível ao termo “especial” para ter condições de pagar por um documento como esse. Para se ter uma ideia do valor, um brasileiro que desejar comprar o visto, pagará, em moeda brasileira, o equivalente a R$28,15 milhões.

Ainda segundo a publicação de abril do “InfoMoney”, o Secretário de Comércio, Howard Lutnick, afirmou em um podcast que já havia vendido 1.000 unidades. O presidente Donald Trump deseja vender 1 milhão de vistos “Gold Card”.

Foto Destaque: o presidente dos EUA, Donald Trump, mostra o novo visto especial Gold Card (Reprodução/X/@nypost)

Maioria do STF condena Zambelli a 10 anos de prisão e à perda de mandato por invasão ao CNJ

Os ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino e Cristiano Zanin votaram igualmente pela condenação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) e do hacker Walter Delgatti, formando assim já a maioria da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) nas votações de sexta-feira (9). Embora ainda faltem os votos de Cármen Lúcia e Luiz Fux, a deputada deverá mesmo ser condenada a 10 anos de prisão, perder o mandato de parlamentar e ainda ter de pagar multa de R$2 milhões por danos moral e coletivo. Quanto à pena imposta a Walter Delgatti pelos três ministros, além de ele ter de dividir com Zambelli o valor da multa aplicada, o réu também foi condenado a 8 anos e três meses de cadeia.

O julgamento, iniciado na sexta (09), ocorreu no plenário virtual e a estimativa é de que termine até o dia 16 de maio. Zambelli e Walter Delgatti (vulgo “Vermelho” na época da “Vaza-Jato”) são réus em processo julgado pelo STF, no qual os dois são acusados de invasão a dispositivo informático, falsidade ideológica e pela suspeita de invasão ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Crime atribuído a Carla Zambelli

Na mesma época da invasão ao Conselho Nacional de Justiça, em janeiro 2023, foi emitido um falso mandado de prisão contra Moraes. No documento dizia: “Expeça-se o mandado de prisão em desfavor de mim mesmo, Alexandre de Moraes. Publique-se, intime-se e faz o L”.

Além disso, um recibo de bloqueio de R$22,9 milhões em bens do ministro também foi feito. Isto é, exatamente o mesmo valor correspondente à multa que o juiz havia imposto ao partido PL, o mesmo do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, por ter feito críticas ao sistema eleitoral.

Posicionamento de Alexandre de Moraes

Ao votar, o ministro foi taxativo sobre os crimes imputados à deputada Carla Zambelli. “Demonstrou pleno conhecimento da ilicitude de suas condutas, agindo de modo premeditado, organizado e consciente, na busca de atingir instituições basilares do Estado Democrático de Direito, em especial o Poder Judiciário”, afirmou o Moraes, relator do processo.

Para o ministro, o hacker Delgatti agiu a mando de Zambelli, ao inserir pelo menos 16 documentos considerados falsos no sistema do CNJ. A acusação sustenta que esses documentos foram inseridos em 13 invasões diferentes.


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O ministro do STF, Alexandre de Moraes, em sessão no Supremo, em Brasília (Foto: reprodução/Ton Molina/Bloomberg via Getty Images Embedded)


O ministro ainda associou esse episódio, ocorrido no dia 4 de janeiro de 2023, aos acontecimentos do famigerado 8 de janeiro do mesmo ano — quando pessoas vandalizaram os prédios públicos Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal em Brasília. O relator também alegou que a proximidade entre as datas não é coincidência.

“A invasão dos sistemas judiciários, a inserção de documentos falsos e a divulgação desses eventos na mídia constituem parte de uma estratégia mais ampla de desestabilização institucional, cujo ápice se materializou nos eventos de 8 de janeiro”, avaliou o ministro do STF, Alexandre de Moraes.

O que diz a denúncia da PGR

Segundo a versão da denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República (PGR), a deputada Carla Zambelli e Delgatti são autores na elaboração e inclusão de diversos documentos, alegados pela acusação como falsos, no sistema do CNJ.

De acordo com a PGR, Carla ordenou que Delgatti inserisse no sistema do CNJ, um mandado de prisão falso para o ministro do Supremo, Alexandre de Moraes; uma ordem de bloqueio patrimonial em nome do próprio Moraes. Foram esses atos que ensejaram a denúncia da PGR, na qual acusa os dois de terem invadido o dispositivo informático e de falsidade ideológica.

Defesa da deputada

Conforme publicado em matéria do site do Jornal “O Globo”, por meio de uma nota, o advogado de Zambelli, Daniel Bialski, disse que considera o julgamento e a condenação injustos, uma vez que não há provas irrefutáveis que sustentem a decisão dos ministros. Bialski disse também que sua cliente desconhecia os fatos. A defesa da deputada também se posicionou de forma contrária ao fato de o julgamento ter ocorrido de forma virtual, classificando isso como inadmissível.

O advogado de Carla Zambelli pediu absolvição de sua cliente e imputou os atos criminosos unicamente a Walter Delgatti. De acordo com o advogado da deputada, o hacker eximiu-se da autoria e a culpabilizou.

“A inserção de mandado de prisão é produto da conduta individual e isolada do corréu que invadiu o sistema do BNMP e inseriu o documento ideologicamente falso para, posteriormente, enviá-lo à suplicante na tentativa de se autopromover, como já fez anteriormente. Em nenhum momento, a suplicante determinou, comandou, instigou ou solicitou que ele assim agisse”, afirma a defesa formalizada da deputada Carla Zambelli.

A parlamentar utilizou seu perfil na rede social X para mostrar aos seus eleitores e ao público aberto em geral a nota oficial completa redigida pela sua defesa:


Nota oficial redigida pela defesa da parlamentar condenada à prisão, Carla Zambelli (reprodução/X/@Zambelli2210)


Já a defesa de Delgatti pediu aos ministros a redução da pena para seu cliente, sob a alegação de que o réu colaborou com as investigações. Apesar de ter admitido os fatos ocorridos, o hacker Walter Delgatti responsabilizou a deputada o tempo todo.

Foto Destaque: a imagem da deputada federal Carla Zambelli (Reprodução/@inaciojuliana1/X)

Enem 2025: MEC divulga datas de inscrição e de aplicação das provas do Exame

Quem tiver planos de ingressar em universidades públicas por meio do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) neste ano, deve intensificar os estudos quanto antes. Por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta sexta-feira (9) as datas para as inscrições e a aplicação das provas do Enem 2025. O edital será publicado já nos próximos dias.

Conforme informado em matéria do g1 desta sexta-feira (9), os candidatos poderão se inscrever do dia 26 de maio ao dia 6 de junho na seção “página do participante” no site do Enem-Inep. Já as provas serão realizadas em dois domingos consecutivos: 9 e 16 de novembro deste ano. O valor da taxa de inscrição é de R$ 85,00.

O Ministro da Educação, Camilo Santana, também publicou um vídeo no seu perfil do “X” por meio do qual comunicou as datas sobre o Exame.

Isenção da taxa de inscrição

O governo estabeleceu critérios para beneficiar pessoas com condições econômicas desfavoráveis, a fim de que não precisem pagar para se inscreverem.

• Cursou o 3º ano do ensino médio em escolas públicas;

• Participante do programa Pé-de-Meia;

• Cursou o ensino médio integralmente em unidades da rede pública;

• Bolsista integral em colégios particulares;

• Inscrito no CadÚnico em renda familiar de até três salários mínimos ou meio salário mínimo por pessoa

Embora a divulgação das datas de inscrição e de aplicação das provas tenha sido feita nesta sexta (9), de acordo com informações do site gov.br, o prazo para pedir a isenção da taxa havia começado em 14 de abril e terminou em 25 de abril, depois ainda foi prorrogado para encerrar só no último dia 2 de maio. Vale lembrar que, mesmo com a isenção aprovada, o candidato deverá inscrever-se no Enem dentro do prazo, ou seja, até 6 de junho.


O Ministro da Educação Camilo Santana faz pronunciamento sobre datas de inscrição e aplicações do Enem 2025 (Foto: reprodução/X/@CamiloSantanaCE)


Enem

O Exame Nacional do Ensino Médio é a principal porta de entrada para os estudantes brasileiros ingressarem nas instituições de ensino superior no País. Mas sua relevância vai, além disso, no currículo de um candidato. É que os resultados obtidos nas provas podem ser usados não só para programas educacionais brasileiros como o Fies (Financiamento Estudantil), o Sisu (Sistema de Seleção Unificada) e o Prouni (Programa Universidade para Todos), mas também são aceitos até mesmo para quem pretende ingressar em algumas universidades estrangeiras.

Como será o Enem 2025

Segundo o MEC, não há previsão de mudanças para a edição deste ano. Se não houver alterações até a publicação do edital, as provas seguirão o mesmo modelo das últimas edições. Isto é, haverá quatro provas objetivas e uma redação em língua portuguesa. 


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Estudantes aguardam a abertura do portão para prova do Enem edição 2017, na capital São Paulo (Foto: reprodução/Cris Faga/NurPhoto viaGetty Images Embedded)


O Enem visa a avaliar as seguintes áreas de conhecimento do ensino médio e os respectivos componentes curriculares:

1. Linguagens, códigos e suas tecnologias e redação

• Língua portuguesa

• Literatura

• Língua estrangeira (inglês ou espanhol)

• Artes

• Educação física

• Tecnologias da informação e da comunicação

2. Ciências humanas e suas tecnologias

• História

• Geografia

• Filosofia

• Sociologia

3. Ciências da natureza e suas tecnologias

• Química

• Física

• Biologia

4. Matemática e suas tecnologias

• matemática

Como não há estimativa de alteração no programa, então tudo indica, no primeiro dia do Exame, em 09 de novembro, além da aplicação da prova de redação e 45 questões de linguagens, códigos e suas tecnologias, haverá também outras 45 questões voltadas para ciências humanas e suas tecnologias.


Um exemplar de uma redação escrita por um candidato que fez o Enem 2024 (Foto: reprodução/X/@g1)


Quanto a redação, o candidato deverá redigir um texto do tipo dissertativo-argumentativo de até 30 linhas sobre um tema de ordem social, científica, cultural ou política, conforme a diretriz do enunciado.

No domingo seguinte, em 16 de novembro, os candidatos serão submetidos a uma prova de 45 questões de ciências da natureza e suas tecnologias e 45 questões de matemática e suas tecnologias.

Foto Destaque: Cadernos de provas do Enem (Reprodução/X/@updatecharts)

Conclave aproxima antiguidade e tradição à modernidade tecnológica

Em contraste com a aura genuína de antiguidade e de tradicionalismo de uma instituição religiosa de mais de dois mil anos, para momentos de eleição papal contemporânea, a Igreja Católica recorreu ao que o mundo atual tem de mais moderno em tecnologia quando se trata de segurança das comunicações. 

Para este Conclave, que começou nesta quarta (7) e elegerá o novo Pontífice Romano a qualquer momento por meio de votação, foram adotadas medidas como a instalação de bloqueadores de sinal de celular pela Santa Sé. 

A ação preventiva visa a impedir vazamentos de informações e interferências externas no processo, como mostrado em matéria do site da CNN da última terça-feira (6).

O Conclave — do latim “cum clave”, significa “fechado à chave” — é uma reunião secreta do Colégio de Cardeais convocada para eleger o papa a portas fechadas no Vaticano. De acordo com a apuração da CNN, um total de 133 cardeais eleitores participarão da votação. Todos eles permanecerão totalmente incomunicáveis e isolados do mundo externo até que a igreja tenha um novo papa.

Na tradução para o português da mensagem abaixo publicada no X diz: “Uma tradição que começou em 1276. A Capela Sistina é trancada e o conclave começou. Que o Espírito Santo os guie.”


Vídeo que exibe imagens do momento em que a porta da Capela Sistina é trancada para o Conclave começar (Vídeo: reprodução/X/@greg_price11)


Tecnologias usadas no Conclave

Já na segunda-feira (5) passada, o escritório do Governador da Cidade do Vaticano havia comunicado que, no dia do início do Conclave, quarta-feira (7), as torres de telefonia celular seriam desativadas às 15h, no horário local (10h de Brasília) e que permaneceriam assim até o término definitivo dos ritos da votação.

Segundo a publicação da CNN baseada na apuração da agência de notícias Reuters, bloqueadores de sinal de celular estão instalados sob um piso elevado para proporcionar uma plataforma até o altar.

Como ninguém de fora pode acessar o local onde ocorre o Conclave, as fontes que já têm conhecimento dos protocolos de segurança para esse tipo de reunião restrita revelam o esquema geralmente adotado pela Igreja.

Acredita-se que esses aparelhos também tenham sido colocados perto das janelas superiores da capela, ou seja, posicionados a uma altura de cerca de 20 metros.

Outra providência para garantir que ninguém espione ou tente obter informações inclui a instalação de filme na janela para bloquear câmeras de drones.

Mas não é só às tecnologias modernas que o Conclave recorre para proteção das informações. A exemplo do que ocorreu no último Conclave, em 2013, foi amplamente divulgado o uso de um dispositivo cuja origem data do século XIX: a “gaiola de Faraday”, inventado em 1836. Na ocasião, que resultou na escolha por Jorge Bergoglio como novo Papa (Francisco), a gaiola tinha sido instalada e está lá desde então.

Obviamente que a versão utilizada atualmente está modernizada em sua forma e também quanto ao manuseio, mas o princípio e a aplicação antiquíssimos continuam lá de modo funcional até os tempos de hoje.

O aparelho, que carrega o sobrenome de seu inventor (Michael Faraday em 1836), ajuda a aumentar a segurança das comunicações, já que protege contra campos elétricos e eletromagnéticos.

Protocolos de segurança para cardeais e assistentes

Os “assistentes”, além de padres, cozinheiros, faxineiros, motoristas e outros atendentes, já fizeram o juramento de manter sigilo absoluto e perpétuo sobre tudo o que virem ou ouvirem.

De acordo com uma fonte da Reuters, os cardeais estão protegidos de qualquer interferência externa em tempo integral.

“Se eles decidirem caminhar pelos jardins ou fumar do lado de fora, ninguém poderá se aproximar deles”, revelou uma fonte à Reuters.

Os clérigos não acessam nada do mundo exterior ao Conclave. De modo consensual e em obediência às normas do rito, nenhum dos votantes acessam jornais e revistas enquanto estiverem reclusos para eleição papal a portas fechadas.


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A procissão do Colégio dos Cardeais segue para a Capela Sistina, onde foram trancados para dar início ao Conclave para eleger o sucessor do Papa João Paulo I (Foto: reprodução/Bettman/Getty Images Embed)


Os participantes estão sujeitos à penalidade caso violem as regras, como a de manter o segredo sobre o que se passa no local e a reclusão absoluta temporária em relação ao mundo externo. A punição é a excomunhão sumária da Igreja. Isto é, a pena é aplicada imediatamente após a identificação da grave transgressão, conforme o critério da Santa Sé, sem a necessidade de se passar pelas formalidades de um processo penal.

Foto Destaque: cardeais em procissão entram na Capela Sistina, no Vaticano (reprodução/X/@Sanothomas)

Pesquisa do INAF aponta que 3 em cada 10 brasileiros são analfabetos funcionais

Um estudo do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF) realizado entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025 refletiu com clareza a estagnação da educação no Brasil no que diz respeito ao analfabetismo funcional. Desde 2018 o país tem apresentado o mesmo resultado insatisfatório no indicador, mostrando que, de cada 10 brasileiros com idade de 15 a 64 anos, 3 são analfabetos funcionais. Uma proporção que aponta que 29% da população nessa faixa etária não sabem ler, escrever ou possuem habilidades tão limitadas que as tornam pessoas incapazes de compreenderem frases simples e de identificarem preços e números telefônicos.

A pesquisa também revelou que o índice piorou nesses últimos anos, considerando a análise de um corte nas camadas mais jovens da sociedade. Os dados foram divulgados na última segunda-feira (05), conforme matéria do site “g1”.

Segundo o levantamento, entre os jovens de 15 a 29 anos, o nível de analfabetismo funcional aumentou de 14% em 2018 para 16% em 2024, como mostrado pela Revista Oeste. O declínio do desempenho da educação do país nessa faixa etária foi atribuído ao período do fechamento das instituições de ensino e da interrupção das aulas presenciais durante a pandemia de Covid-19 causada pelo coronavírus.

Segundo a matéria da Oeste, os pesquisadores acreditam que o processo de ensino e aprendizagem, sobretudo entre os mais jovens, foi totalmente comprometido por conta das paralisações forçadas e isso impactou negativamente o resultado.


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Agente faz desinfecção de sala de aula em Brasília no período de paralisação geral pela pandemia de COVID-19 em 2020 (Foto: reprodução/Evaristo Sá/AFP/Getty Images Embed)


Como foi feita a pesquisa

Para realizar esse raio-x das competências do brasileiro em leitura, escrita e matemática, foram reunidas 2.554 pessoas de 15 a 64 anos, entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, em todas as regiões do país. A margem de erro varia entre dois e três pontos percentuais e com intervalo de confiança de 95%, conforme dados da apuração da Oeste.

Por meio de testes aplicados a uma amostra significativa da população, o INAF classificou os indivíduos em cinco categorias que indicam o nível de alfabetismo: analfabeto, rudimentar, elementar, intermediário, proficiente. Sob o guarda-chuva do analfabetismo funcional estão os níveis analfabeto e alfabetizado rudimentar. Já sob o do alfabetizado consolidado estão o intermediário e proficiente.

Conheça as características de cada categoria

1) Analfabetismo funcional

Os perfis analfabeto e alfabetizado rudimentar formam o que se entende como analfabetismo funcional. Ambos são caracterizados pela incapacidade e extrema dificuldade que o indivíduo tem para escrever, para ler e para compreender informações e números simples. A diferença de um nível para o outro é pequena, mas reside nas habilidades de leitura, compreensão e escrita e capacidade de aplicação do conhecimento no cotidiano.

  • Analfabeto

 Incapaz de ler, de escrever e de aplicar essas habilidades na vida diária. Por isso, não tem a capacidade de compreender e interpretar.

  • Alfabetizado rudimentar

Alguns indivíduos desta classificação, mesmo com bastante dificuldade, inclusive de compreensão, conseguem ler e escrever, contanto que sejam frases curtas, simples e diretas. Os rudimentares identificam certas palavras isoladas também. Quem está nesse nível é incapaz de interpretar um breve texto minimamente elaborado e extenso; apresenta baixa compreensão dos números, podendo apenas identificar dígitos familiares de alguma maneira, como contatos telefônicos, endereços, preços, etc.

2) Alfabetizados em nível elementar

Indica que a pessoa já possui alguma capacidade de ler e escrever, mas só se forem construções textuais simples. No entanto, é bastante limitada quanto à habilidade de ler com compreensão e de escrever de forma fluida, consistente e elaborada.

É considerada fraca na interpretação de texto; incapaz de se aventurar em leituras e interpretações de textos um pouco mais complexos.

O elementar já é capaz de calcular números da ordem do milhar e de resolver problemas de matemática de operações básicas tais como: somar, subtrair, multiplicar e dividir. Além disso, já consegue selecionar uma ou mais informações em textos de extensão mediana.

3) Alfabetizados em nível consolidado

Embora seja formado pelos perfis intermediário e proficiente, existem diferenças que os distinguem: 

• Intermediário

O indivíduo é capaz de ler com total autonomia e mais fluidez; identifica informações em textos diversos; consegue interpretar com bem menos dificuldade e até consegue resolver situações matemáticas envolvendo porcentagem e proporção.

• Proficiente

Além de possuir as mesmas competências de uma pessoa com alfabetização intermediária, nesta categoria o indivíduo tem domínio da escrita, da leitura e com alta capacidade de interpretação de texto.

É capaz de elaborar textos de maior complexidade e interpreta tabelas e gráficos mais complexos. O proficiente tem competências suficientes para resolver situações-problema em cenários diversos.

Conclusões da pesquisa

A maior fatia da população brasileira é representada no nível elementar, totalizando 36%. Já a categoria alfabetismo consolidado reflete os outros 35%. Mas, no nível proficiente, são apenas 10%.

A incidência de analfabetismo funcional é maior entre pessoas de 40 a 64 anos. Conforme a pesquisa, 51% das pessoas com 50 anos ou mais estão nesse nível educacional.

Por outro lado, o maior percentual de pessoas alfabetizadas funcionalmente se encontra nas faixas de 15 a 29 anos e de 30 a 39 anos, registrando respectivamente 84% e 78%.


Jovem escreve o conteúdo do caderno no quadro da sala de aula de uma escola (Foto: reprodução/Pixabay)


Roberto Catelli, coordenador da área de educação de jovens e adultos da Ação Educativa, organização responsável pela pesquisa, sabe que é uma limitação muito grave não dominar a leitura e a escrita, e que isso causa dificuldades para o indivíduo e aponta um caminho de solução para a realidade brasileira: “Um resultado melhor só pode ser alcançado com políticas públicas significativas no campo da educação e também na redução das desigualdades e nas condições de vida da população”.

O estudo evidencia que dentre os brasileiros empregados, 2,7% são analfabetos funcionais; 34% estão no nível elementar e 40% apresentam níveis consolidados de alfabetismo.

O déficit na educação brasileira também está presente até mesmo no restrito grupo de pessoas que possuem ensino superior no País. Embora 61% delas estejam no nível de alfabetização consolidada, ou seja, a mais alta, 12% dos integrantes da classe com formação acadêmica ainda são classificados como analfabetos funcionais.

O levantamento foi coordenado pela Ação Educativa e pela Consultoria Conhecimento Social, co-realizada pela Fundação Itaú, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, Instituto Unibanco, UNESCO e UNICEF.

Foto Destaque: criança escrevendo no caderno escolar (Reprodução/Pixabay)