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Pesquisa do INAF aponta que 3 em cada 10 brasileiros são analfabetos funcionais

Segundo o Indicador o Brasil não avança na educação desde 2018 e a quantidade de analfabetos é maior nas pessoas acima dos 40; pandemia prejudicou estudantes

06 Mai 2025 - 09h28 | Atualizado em 06 Mai 2025 - 09h28
Pesquisa do INAF aponta que 3 em cada 10 brasileiros são analfabetos funcionais Lorena Bueri

Um estudo do Indicador de Alfabetismo Funcional (INAF) realizado entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025 refletiu com clareza a estagnação da educação no Brasil no que diz respeito ao analfabetismo funcional. Desde 2018 o país tem apresentado o mesmo resultado insatisfatório no indicador, mostrando que, de cada 10 brasileiros com idade de 15 a 64 anos, 3 são analfabetos funcionais. Uma proporção que aponta que 29% da população nessa faixa etária não sabem ler, escrever ou possuem habilidades tão limitadas que as tornam pessoas incapazes de compreenderem frases simples e de identificarem preços e números telefônicos.

A pesquisa também revelou que o índice piorou nesses últimos anos, considerando a análise de um corte nas camadas mais jovens da sociedade. Os dados foram divulgados na última segunda-feira (05), conforme matéria do site “G1”.

Segundo o levantamento, entre os jovens de 15 a 29 anos, o nível de analfabetismo funcional aumentou de 14% em 2018 para 16% em 2024, como mostrado pela Revista Oeste. O declínio do desempenho da educação do país nessa faixa etária foi atribuído ao período do fechamento das instituições de ensino e da interrupção das aulas presenciais durante a pandemia de Covid-19 causada pelo coronavírus.

Segundo a matéria da Oeste, os pesquisadores acreditam que o processo de ensino e aprendizagem, sobretudo entre os mais jovens, foi totalmente comprometido por conta das paralisações forçadas e isso impactou negativamente o resultado.


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Agente fazendo desinfecção de sala de aula em Brasília, no período de paralisação geral pela pandemia de COVID-19 em 2020 (Foto: reprodução/Evaristo Sá/AFP/Getty Images Embed)


Como foi feita a pesquisa

Para realizar esse raio-x das competências do brasileiro em leitura, escrita e matemática, foram reunidas 2.554 pessoas de 15 a 64 anos, entre dezembro de 2024 e fevereiro de 2025, em todas as regiões do país. A margem de erro varia entre dois e três pontos percentuais e com intervalo de confiança de 95%, conforme dados da apuração da Oeste.

Por meio de testes aplicados a uma amostra significativa da população, o INAF classificou os indivíduos em cinco categorias que indicam o nível de alfabetismo: analfabeto, rudimentar, elementar, intermediário, proficiente. Sob o guarda-chuva do analfabetismo funcional estão os níveis analfabeto e alfabetizado rudimentar. Já sob o do alfabetizado consolidado estão o intermediário e proficiente.

Conheça as características de cada categoria

1) Analfabetismo funcional

Os perfis analfabeto e alfabetizado rudimentar formam o que se entende como analfabetismo funcional. Ambos são caracterizados pela incapacidade e extrema dificuldade que o indivíduo tem para escrever, para ler e para compreender informações e números simples. A diferença de um nível para o outro é pequena, mas reside nas habilidades de leitura, compreensão e escrita e capacidade de aplicação do conhecimento no cotidiano.

  • Analfabeto

 Incapaz de ler, de escrever e de aplicar essas habilidades na vida diária. Por isso, não tem a capacidade de compreender e interpretar.

  • Alfabetizado rudimentar

Alguns indivíduos desta classificação, mesmo com bastante dificuldade, inclusive de compreensão, conseguem ler e escrever, contanto que sejam frases curtas, simples e diretas. Os rudimentares identificam certas palavras isoladas também. Quem está nesse nível é incapaz de interpretar um breve texto minimamente elaborado e extenso; apresenta baixa compreensão dos números, podendo apenas identificar dígitos familiares de alguma maneira, como contatos telefônicos, endereços, preços, etc.

2) Alfabetizados em nível elementar

Indica que a pessoa já possui alguma capacidade de ler e escrever, mas só se forem construções textuais simples. No entanto, é bastante limitada quanto à habilidade de ler com compreensão e de escrever de forma fluida, consistente e elaborada.

É considerada fraca na interpretação de texto; incapaz de se aventurar em leituras e interpretações de textos um pouco mais complexos.

O elementar já é capaz de calcular números da ordem do milhar e de resolver problemas de matemática de operações básicas tais como: somar, subtrair, multiplicar e dividir. Além disso, já consegue selecionar uma ou mais informações em textos de extensão mediana.

3) Alfabetizados em nível consolidado

Embora seja formado pelos perfis intermediário e proficiente, existem diferenças que os distinguem: 

• Intermediário

O indivíduo é capaz de ler com total autonomia e mais fluidez; identifica informações em textos diversos; consegue interpretar com bem menos dificuldade e até consegue resolver situações matemáticas envolvendo porcentagem e proporção.

• Proficiente

Além de possuir as mesmas competências de uma pessoa com alfabetização intermediária, nesta categoria o indivíduo tem domínio da escrita, da leitura e com alta capacidade de interpretação de texto.

É capaz de elaborar textos de maior complexidade e interpreta tabelas e gráficos mais complexos. O proficiente tem competências suficientes para resolver situações-problema em cenários diversos.

Conclusões da pesquisa

A maior fatia da população brasileira é representada no nível elementar, totalizando 36%. Já a categoria alfabetismo consolidado reflete os outros 35%. Mas, no nível proficiente, são apenas 10%.

A incidência de analfabetismo funcional é maior entre pessoas de 40 a 64 anos. Conforme a pesquisa, 51% das pessoas com 50 anos ou mais estão nesse nível educacional.

Por outro lado, o maior percentual de pessoas alfabetizadas funcionalmente se encontra nas faixas de 15 a 29 anos e de 30 a 39 anos, registrando respectivamente 84% e 78%.


Jovem escrevendo o conteúdo do caderno no quadro da sala de aula de uma escola (Foto: reprodução/Pixabay)


Roberto Catelli, coordenador da área de educação de jovens e adultos da Ação Educativa, organização responsável pela pesquisa, sabe que é uma limitação muito grave não dominar a leitura e a escrita, e que isso causa dificuldades para o indivíduo e aponta um caminho de solução para a realidade brasileira: “Um resultado melhor só pode ser alcançado com políticas públicas significativas no campo da educação e também na redução das desigualdades e nas condições de vida da população”.

O estudo evidencia que dentre os brasileiros empregados, 2,7% são analfabetos funcionais; 34% estão no nível elementar e 40% apresentam níveis consolidados de alfabetismo.

O déficit na educação brasileira também está presente até mesmo no restrito grupo de pessoas que possuem ensino superior no País. Embora 61% delas estejam no nível de alfabetização consolidada, ou seja, a mais alta, 12% dos integrantes da classe com formação acadêmica ainda são classificados como analfabetos funcionais.

O levantamento foi coordenado pela Ação Educativa e pela consultoria Conhecimento Social, co-realizada pela Fundação Itaú, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, Instituto Unibanco, UNESCO e UNICEF.

Foto Destaque: criança escrevendo no caderno escolar (Reprodução/Pixabay)

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