Alemanha ameaça aplicar novas sanções à Rússia, se Putin recusar proposta de cessar-fogo
Potências europeias devem iniciar medidas punitivas até Moscou suspender ataques; Putin fez contraproposta, sugerindo mais conversas com o líder da Ucrânia

Capitaneadas pelo governo da Alemanha, as principais potências europeias ameaçaram aplicar uma nova série de severas sanções à Rússia, se seu líder, Vladimir Putin, não acatar o pedido de cessar-fogo de 30 dias na guerra contra a Ucrânia, que já dura três anos. A informação foi confirmada pelo porta-voz do governo alemão, Stefan Kornelius, durante um briefing na segunda-feira (12).
Como informado em matéria do site da CNN de 12 de maio, no último sábado (10), quatro líderes europeus visitaram a cidade de Kiev, na Ucrânia. Eles exigiram a trégua no conflito ao presidente russo, Putin, e determinaram que começasse já na segunda-feira, dia (12).
Já a resposta do líder da Rússia foi uma contraproposta, esquivando-se, assim, da oferta da suspensão temporária dos ataques aos ucranianos. Putin propôs conversar diretamente com o próprio presidente da Ucrânia na próxima quinta-feira (15) na Turquia. Na opinião do russo, esse encontro é que poderá levar a um cessar-fogo.
O embate entre Zelensky e Putin
De acordo com matéria do site EuroNews de segunda (12), o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, respondeu que está preparado para o novo encontro para tratar da trégua com Vladimir Putin. Zelensky disse que viajaria pessoalmente até Istambul, cidade turca, para conversar com o presidente russo.
O Kremlin ignorou o posicionamento de Zelensky, não dando resposta a respeito da reunião presencial dos dois. O presidente ucraniano também reiterou a proposta do cessar-fogo incondicional antes de outra rodada de negociações sobre a guerra na Ucrânia, como informado pela CNN.
Os dois líderes não têm uma boa relação há muito tempo. Ambos têm um desprezo recíproco. O último encontro de Putin e Zelensky pessoalmente ocorreu em dezembro de 2019 – três anos antes de as tropas russas iniciarem a invasão ao território da Ucrânia em fevereiro de 2022.
À esquerda, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, e à direita, o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin (Foto: reprodução/Ludovic Maringrigory Sysoyev/AFP via Getty Images Embed)
Resposta estratégica russa
Conforme matéria da EuroNews, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Andrii Sybiha, tem uma leitura clara das atitudes do presidente russo. Para o ministro, Putin adotou uma estratégia de não respeito às propostas ucranianas para o cessar-fogo e, em vez disso, continuou com os bombardeios.
Segundo um porta-voz militar ucraniano, após o início da trégua proposta, as tropas russas realizaram dezenas de ataques de drones na linha de frente oriental da Ucrânia durante a noite de segunda-feira (12). A nova ofensiva deixou sete ucranianos feridos.
O comandante-chefe da Ucrânia, Oleksandr Syrskyi, emitiu um relatório sobre a continuação dos ataques das forças da Rússia na linha da frente. A ação comprova que Moscou ignorou o pedido de cessar-fogo de 30 dias propostos por Kiev e pelos seus aliados europeus e que deveria ter começado já na segunda-feira, 12 de maio.
Turquia intermediará negociações de Putin e Zelensky
O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, fez um apelo à Rússia e à Ucrânia para que se encontrem para chegarem a um consenso sobre o cessar-fogo.
“Esperamos que isso aconteça e é para isso que estamos trabalhando”, disse o ministro.
De acordo com Hakan Fidan, os dois países chegarão a um consenso com um compromisso firmado. Contudo, o ministro admitiu que há um impasse, porque os ucranianos exigiram um cessar-fogo primeiro, depois conversações; já os russos, primeiro conversações, depois o cessar-fogo.
Foto Destaque: tanques do Exército russo seguem em comboio (Reprodução/X/@HHungduc)