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Casa Branca afirma que coronavírus vazou de laboratório chinês

O governo dos EUA atualizou informações sobre a origem da Covid-19 em seu site; omissões de Anthony Fauci ensejaram a retificação

18 Abr 2025 - 08h48 | Atualizado em 18 Abr 2025 - 08h48
Casa Branca afirma que coronavírus vazou de laboratório chinês  Lorena Bueri

"Um incidente laboratorial é provavelmente a origem da Covid-19". É com essa afirmação principal que o atual governo dos Estados Unidos apresentou na sexta-feira (18), sua nova versão sobre as origens da pandemia de Covid-19, que assombrou o mundo entre 2020 e 2023.

Conforme matéria publicada pelo “g1”, a retificação foi realizada no site da Casa Branca, alterando, assim, o primeiro posicionamento dado pelo país sobre o tema ainda na época da administração do democrata Joe Biden (de 2021 a 2024).

Na página oficial reformulada na Internet, o governo de Donald Trump, que é do partido Republicano, afirma que a gestão anterior criou uma narrativa conveniente ao partido rival, o Democrata, que dizia que o vírus havia surgido naturalmente sem qualquer manipulação humana.

A atualização diz também que a gestão dos democratas ocultou a ideia de que houve vazamento dos micro-organismos do laboratório de Wuhan, na China.

A versão retificada sobre a origem da Covid-19 deixa claro no conteúdo do site que o governo de Trump acredita que ocorreu o que eles chamaram de incidente laboratorial.

Intitulado de "Lab Leak (em português, ‘o vazamento do laboratório’) — a verdade sobre as origens da Covid-19", o novo site da Casa Branca traz uma imagem de Donald Trump no topo.

A versão anterior

Biden e aliados sustentavam a hipótese que fora amplamente disseminada por meio da maioria dos veículos de imprensa do mundo todo — inclusive foi a mesma versão divulgada pela mídia brasileira —, de que a Covid-19 havia surgido a partir da transmissão do corona vírus hospedado em um animal para humanos, e que o início do surto da doença esteve todo concentrado no mercado municipal de Wuhan, na China.

Em 2021, a Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou um relatório em que descartava a versão do vazamento do vírus de um laboratório chinês, hoje apresentada como a verdadeira pelo governo de Trump. Em 2022, a OMS recuou e declarou que suas investigações foram inconclusivas por falta de dados da China.

A atual versão da Casa Branca

O conteúdo do novo site busca ser didático para ilustrar a nova versão apresentada pela Casa Branca. Há um mapa que mostra a distância de aproximadamente 7km entre o laboratório e o mercado municipal de Wuhan. 


Imagem do site da Casa Branca “LAB LEAK- The True Origins of COVID-19” (Foto: reprodução/X/@DonaldJTrump)


Além disso, expõe que o infectologista Anthony Fauci, ex-assessor médico do ex-presidente Biden, ocultou versões diferentes da que ele apresentou e considerou apenas um único estudo exatamente para sufocar hipóteses divergentes da dele.

"A publicação 'A Origem Proximal do SARS-CoV-2' — que foi usada repetidamente por autoridades de saúde pública e pela mídia para desacreditar a teoria do vazamento de laboratório — foi motivada pelo dr. (Anthony) Fauci a promover a narrativa preferida de que a Covid-19 se originou naturalmente", diz a Casa Branca no site.

Posicionamento da OMS e da China sobre a origem da Covid

Desde 2021 a OMS ainda não tem uma explicação conclusiva sobre as origens do corona vírus. A agência para saúde da ONU já declarou que continua pedindo acesso a mais dados e documentos do governo chinês para entender o caso. No entanto, sem sucesso. O processo de investigação fica mais difícil e lento, pois, como se sabe, a China é governada pela ditadura implantada pelo partido comunista da China (PCCh ou PCC), que costuma ser pouco transparente no que diz respeito à divulgação de informações, dados e práticas do país.


Cientista chinês faz testes no Instituto de Virologia de Wuhan, China (Foto: reprodução/Johannes Elise/AFP)


Em 2023, cientistas chineses finalmente divulgaram dados, até então inéditos, com base em amostras de animais selvagens e do mercado de frutos-do-mar em Huanan, um dos principais locais de busca por respostas sobre o surgimento do vírus.

"Os mecanismos governamentais atuais (da China) para supervisionar essa perigosa pesquisa de ganho de função são incompletos, extremamente complexos e carecem de aplicabilidade global", afirma a Casa Branca.

A exemplo do resultado de pesquisas feitas por outras frentes, o estudo realizado pela China também convergiu com a ideia de que o transmissor tenha sido de fato um animal. Contudo, não fala em nenhum momento sobre a possibilidade de vazamento de vírus de um laboratório chinês, contrariando o novo posicionamento de Washington.

Contradição na versão de Anthony Fauci

Conforme editorial do jornal americano New York Post, publicado em julho de 2023, o médico assessor de Biden tinha sido denunciado ao Departamento de Justiça por ter supostamente mentido em seu depoimento no Congresso americano em 2021. O responsável pela denúncia foi o senador republicano do estado do Kentucky Rand Paul.

A versão apresentada por Fauci foi que os Institutos Nacionais de Saúde (na sigla em inglês, NIH) jamais foram os responsáveis por financiar pesquisas de ganho de função no Instituto de Virologia de Wuhan, na China.

Ainda segundo o New York Post, as desconfianças sobre as palavras do assessor também se referem à versão que ele havia apresentado ao mundo sobre a origem da Covid-19. Anthony Fauci insistiu que a doença tinha surgido naturalmente, ignorando de imediato qualquer hipótese diferente.

Contudo, a narrativa foi desmentida por meio de uma mensagem de e-mail, surgida em fevereiro de 2020, sobre uma conversa telefônica da força-tarefa da COVID entre o próprio Fauci, seus associados e o cientista britânico Dr. Jeremy Farrar.

O conteúdo comprovou que o assessor Anthony Fauci usou o termo "ganho de função" para descrever as atividades em Wuhan e também disse não ter certeza de que Covid surgira naturalmente. Durante o depoimento no Congresso em 2021, ele tinha omitido essas informações.


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Dr. Anthony Fauci responde a acusações feitas pelo Sendor Rand Paul sobre a origem da COVID-19 no Congresso americano (Foto: reprodução/J. Scott/Applewhite-Pool/Getty Images Embed)


A revelação do teor do e-mail abriu brecha para conclusão de que, embora o assessor tivesse omitido suas dúvidas quanto à verdadeira rota de transmissão do corona vírus e afirmado ao mundo que a origem da doença era natural, Fauci e outros cientistas (incluindo o então chefe do NIH, Francis Collins, presente no telefonema) também acreditavam na teoria de que a COVID 19 originou-se a partir do vazamento do vírus do laboratório de Wuhan.

Mudança de opinião após revelação

Depois dessa reviravolta no entendimento sobre como e onde começou a pandemia de Covid e seus protagonistas, essa nova perspectiva passou a ser a crença até mesmo do próprio governo de Biden ainda em 2023. Trump e seus aliados acompanharam o caso de olhos abertos e usaram como argumento durante a campanha para a última eleição em 2024.

Pouco tempo antes de deixar a presidência dos EUA para Trump assumir em janeiro de 2025, o então presidente Joe Biden concedeu perdão preventivo a autoridades do país. A justificativa dada por Biden foi de que elas poderiam ser alvo de retaliação quando o sucessor assumisse o cargo. Dentre os beneficiados, mesmo sem nem ainda estarem sob investigação, estavam seu filho Hunter Biden e o médico assessor Anthony Fauci.

Foto destaque: A Casa Branca é a sede do governo dos EUA, em Washington D.C. (reprodução/X/@revistaoeste)

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