Segundo declarações do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, nesta terça-feira (18), em abril os países receberão propostas do governo estadunidense para equilibrar a troca tarifária do comércio internacional, com a oportunidade de negociar tais implementações.
“Em 2 de abril, cada país receberá um número que acreditamos representar suas tarifas. Para alguns países, esse número pode ser bem baixo, para outros, pode ser bem alto”, afirmou o secretário em entrevista para a Fox Business Network. A taxação recíproca foi um dos principais objetivos firmados na campanha para a presidência de Donald Trump.
Contorno das novas tarifas
De acordo com o atual presidente dos Estados Unidos, as novas taxas de importação visam equilibrar as taxas já impostas pelos outros países e diminuir as restrições comerciais, protegendo assim a economia estadunidense.
É previsto que as novas taxas tarifárias entrem em vigor a partir do dia 02 de abril e abranjam diversos tipos de produtos, especialmente automóveis, aço e alumínio. Trump declarou que não tem pretensão de diminuir as tarifas já impostas anteriormente. Tais decisões comerciais vêm gerando discórdia entre os especialistas e entre a população estadunidense, que teme uma alta na inflação de alguns produtos, além de uma crise nas relações comerciais.
Busca por reciprocidade
Espera-se que as principais nações taxadas sejam aquelas que exportam pouca mercadoria estadunidense, mesmo que o próprio Estados Unidos seja um cliente frequente. Membros do governo chegaram a citar o Brasil em outra ocasião, mencionando que o etanol brasileiro é taxado em 18% quando importado pelos Estados Unidos, enquanto o Brasil importa o etanol estadunidense com uma taxa de apenas 2,5%.
Donald Trump em sua posse em janeiro de 2025 (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty images embed)
O Brasil se torna um alvo ainda maior nestas negociações por fazer parte do grupo BRICS, uma cooperação político-diplomática entre os países Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, que recentemente vinha cogitando substituir o dólar como moeda de transação, algo que não agradou o governo estadunidense. A União Europeia também sofre atenções semelhantes.
Foto destaque: notas de dólar e bandeira dos Estados Unidos (Reprodução/Kaboompics/Pexels/Contábeis)