Bolsonaro poderá receber visitas familiares durante prisão domiciliar

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou que os familiares próximos de Jair Bolsonaro (PL), o que inclui filhos, netos e cunhados, podem visitá-lo durante a prisão domiciliar sem a necessidade de uma autorização prévia do STF.

Desde segunda-feira (04), os aparelhos eletrônicos da casa de Bolsonaro foram apreendidos e apenas os advogados do ex-presidente poderiam ter contato com ele sem precisarem realizar o pedido. A medida foi alterada nesta quarta-feira (06).

Moraes decretou a prisão domiciliar do réu no julgamento de planejamento e tentativa de golpe de estado, pois ele utilizou redes sociais no domingo (03) para assistir ao ato dos apoiadores pelo Brasil, além do filho e senador Flávio Bolsonaro (PL) ter publicado um vídeo do pai usando um celular. Essa atitude configurou como descumprimento de medidas cautelares.

Medidas cautelares

Em 17 de julho de 2025, a primeira turma do STF decidiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro deveria cumprir recolhimento domiciliar no horário das 19h até às 06h e utilizar tornozeleira eletrônica com monitoramento. Entre as medidas também estavam a restrição das redes sociais e a proibição do contato com autoridades estrangeiras.

Aos fins de semana e feriados, ele não estava permitido de sair de casa.

A decisão foi feita pela compreensão de Alexandre de Moraes e do STF de que Bolsonaro realizou coação, obstrução e atentado à soberania nacional. Agora, o político está em prisão domiciliar.


Vídeo de Bolsonaro fazendo uso de celular no dia 03 de agosto (Vídeo: reprodução/Instagram/@pedrosanews)

Protestos

Os atos dos aliados de Jair Bolsonaro ocorridos no dia 3 de agosto tinham como objetivo pedir por anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília, além de criticar as medidas de Moraes e o presidente Lula.

As manifestações aconteceram em várias capitais e cidades do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Apoiadores utilizavam bandeiras do país, e também dos Estados Unidos.

Flávio Bolsonaro assume autoria de postagem e nega que pai tenha tentado burlar Justiça

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (5) que foi o único responsável pela postagem feita no perfil em que é transmitida por viva-voz uma fala de Bolsonaro durante um ato em Copacabana, no domingo (3). A publicação foi interpretada como uma possível violação das medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbem o ex-presidente de utilizar redes sociais e de manter contato com outros investigados nas apurações sobre tentativa de golpe de Estado.

Segundo Flávio, Jair Bolsonaro não tem acesso às próprias redes desde que as restrições foram determinadas, e a decisão de publicar a gravação partiu exclusivamente dele, como forma de divulgar a manifestação. O senador também foi o responsável por fazer a chamada de voz com o pai durante o ato, permitindo que Bolsonaro falasse ao público por viva-voz. A mensagem foi transmitida ao vivo e depois publicada no perfil de Flávio.

Ato em Copacabana e interação com o público

Durante o evento, Jair Bolsonaro falou brevemente com os apoiadores, agradeceu o comparecimento e declarou que “quem manda é o povo”, sem mencionar diretamente os processos em curso. A fala foi reproduzida por um microfone conectado ao celular de Flávio, que estava presente no carro de som. A gravação da ligação foi, em seguida, publicada nas redes sociais do senador, o que levou opositores a apontarem violação das medidas cautelares. A publicação foi posteriormente apagada.


Postagem de Flávio Bolsonaro no Instagram (Foto: reprodução/Instagram/@flaviobolsonaro)

Prisão domiciliar

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi decretada na última segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o ex-presidente ser apontado em decisão como tendo descumprido reiteradamente medidas cautelares, especialmente a proibição do uso de redes sociais mesmo por meio de terceiros.

Pela nova decisão, Bolsonaro deverá cumprir recolhimento em regime integral domiciliar, sem poder sair da residência em Brasília, inclusive fora do período noturno anteriormente permitido. Ele também está proibido de receber visitas, exceto de advogados ou pessoas autorizadas pelo STF, e teve o celular apreendido pela Polícia Federal, sendo vedado o uso de qualquer aparelho, inclusive de terceiros.

Michelle Bolsonaro reage após prisão de Jair Bolsonaro: “Deus é o Juiz”

Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou prisão domiciliar para Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) se pronunciou nas redes sociais.

Michelle compartilhou em seu story do Instagram: “E os céus anunciarão a sua justiça; pois Deus mesmo é o Juiz”. A nova decisão foi tomada nesta segunda-feira (4), em decorrência do descumprimento das medidas cautelares estabelecidas anteriormente. Além da obrigação de usar tornozeleira eletrônica, da restrição noturna das 19h às 6h em dias úteis e da proibição de atividades nos finais de semana, Bolsonaro está impedido de sair de sua casa ou receber visitantes.

Repercussão política e internacional marca prisão domiciliar

A decisão do Supremo Tribunal Federal de impor prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro gerou forte reação política. Aliados classificaram a medida como “vingança política” e anunciaram que pretendem recorrer a embaixadas para denunciar o caso. Já parlamentares governistas afirmam que o STF agiu de forma proporcional diante da gravidade das ações atribuídas a Bolsonaro.

O episódio repercutiu na imprensa internacional e, segundo fontes do Palácio do Planalto, há preocupação de que a medida possa impactar as negociações com os Estados Unidos sobre o tarifaço aplicado a produtos brasileiros.


    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Foto: reprodução/Bahia/Evaristo Sá/AFP)

A decisão do ministro Alexandre de Moraes vai além do confinamento domiciliar. Ele estabeleceu que o ex-presidente não pode receber visitas em sua residência em Brasília, exceto de familiares próximos e advogados, e mandou apreender todos os celulares encontrados no local.

Medidas cautelares impostas pelo STF contra Bolsonaro

  • Prisão Domiciliar com tornozeleira eletrônica;
  • Proibição de visitas não autorizadas;
  • Proibição do uso de celular, diretamente ou por intermédio de terceiros;
  • Proibição de contato com Embaixadores e autoridades estrangeiras;
  • Proibição de contato com réus e investigados;
  • Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.

Como parte das investigações em curso, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de medidas cautelares determinadas pela Justiça, visando evitar interferências no processo e garantir a preservação de provas. As medidas refletem a gravidade das suspeitas e o esforço institucional para assegurar a lisura das apurações.

Trump sanciona Alexandre de Moraes através de lei dos EUA

Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal do Brasil, nesta quarta-feira (30), com base no Global Magnitsky Act. A medida, anunciada pelo Departamento do Tesouro dos EUA, congela eventuais bens dele no país e proíbe cidadãos americanos de manter negócios com o magistrado. A acusação formal é de que Moraes autorizou detenções arbitrárias, perseguiu opositores políticos e limitou a liberdade de expressão no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O ato acontece num contexto de crescente tensão diplomática entre Washington e Brasília, exacerbada por Trump ter anunciado um imposto de 50% sobre produtos brasileiros, justificando a taxa como retaliação à suposta “caça às bruxas” contra seu aliado político Bolsonaro. Essa sequência de ações elevou o nível de hostilidade entre os dois países nos últimos dias.

Sanções da lei Magnitsky

Na justificativa oficial, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, acusou Moraes de conduzir uma campanha de repressão que incluiu censura digital, prisões injustificadas e processos com motivações políticas. Ele afirmou que Moraes se tornou “juiz e júri” de uma campanha direcionada não apenas a brasileiros, mas também a cidadãos e empresas dos EUA.


EUA usam Lei Magnitsky contra ministro do STF (Vídeo:Reprodução/Youtube/Metropoles)

Em paralelo, o secretário de Estado Marco Rubio já havia revogado os vistos de Moraes, sua família e outros magistrados brasileiros, alegando que a atuação judicial violava direitos fundamentais. O porte de sanções representa uma nova escalada, elevando os efeitos concretos à restrição fiscal e a impossibilidade de transações entre partes americanas e o juiz federal.

Segundo informações recentes, amplamente comentadas nas redes sociais, Moraes não tem nenhum vínculo financeiro nos Estados Unidos e o visto do ministro está vencido há um tempo mas, até o momento, ele não demonstrou interesse ou preocupação em revalidar o documento.

Reação do governo brasileiro

Em resposta, o presidente Lula classificou a imposição como uma interferência “inaceitável” no sistema judicial brasileiro e afirmou que o país manterá sua soberania jurídica. A ministra Gleisi Hoffmann qualificou a sanção como um ato “violento e arrogante”, e expressou total repúdio à ação estadunidense de intimidação à justiça brasileira.


 Idealizador da Lei Magnitsky repudia uso dela contra Moraes (Vídeo:Reprodução/X/@globonews)

No âmbito interno, o Supremo Federal manifestou solidariedade a Moraes, com o ministro Flávio Dino declarando que seu colega agiu conforme a Constituição. Especialistas jurídicos afirmam que o episódio pode levar o tribunal a endurecer sua postura, em sinal de que não cederá sob pressão externa.

O impacto político e econômico das medidas ainda está em curso. Economistas esperam novas negociações sobre possíveis retaliações futuras aos Estados Unidos, enquanto autoridades brasileiras estudam formas de apoiar empresas exportadoras afetadas pela tarifa. A interseção entre ação judicial, retaliações internacionais e polarização política intensifica os debates sobre democracia, respeito aos limites institucionais e soberania nacional.

Eduardo Bolsonaro afirma que Moraes bloqueou contas bancárias de sua esposa

Heloísa Bolsonaro, casada com Eduardo Bolsonaro, percebeu a restrição após tentar operar movimentações financeiras. Nesta quarta-feira (23), o Deputado Federal prestou declarações para o jornal Folha de S. Paulo afirmando que o ministro do STF bloqueou as contas bancárias de sua esposa.
Além disso, em resposta ao embate com Alexandre de Moraes, o deputado Eduardo Bolsonaro usa redes sociais para se posicionar ao ocorrido, e chama ministro de “ditador”.

Confronto com o Ministro Alexandre de Moraes

O congressista, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, publicou um texto em suas redes sociais relacionado ao embate com Moraes, afirmando que bloqueios fazem parte de uma decisão arbitrária e criminosa do Ministro do STF , a qual ele se referiu como “ditador”.
Para Eduardo, Alexandre de Moraes está tentando o proibir de denunciar seus crimes. Na última segunda-feira, Eduardo disse que teve contas bancárias bloqueadas. Ele só notou o bloqueio após tentar fazer uma transação via Pix.
Ainda nas redes sociais ele escreveu: “ E se ele (Alexandre de Moraes) pensa que isso irá me fazer parar, deixo claro: não me intimidarei e não me calarei. Eu me preparei para este momento. Essa é só mais uma demonstração de abuso de poder e confirma tudo o que tenho denunciado em Washington e para autoridades de todo o mundo”.

Eduardo Bolsonaro ao lado de sua esposa Heloísa Bolsonaro (Foto: Reprodução/Andressa Anholete/ Getty Images Embed)

Alvo de inquérito

Eduardo Bolsonaro está com a família no Estados Unidos desde 27 de fevereiro desse ano, ele havia se licenciado do cargo em 18 de março, porém licença se encerrou neste domingo (20). Ele é alvo de inquérito que investiga a sua atuação no país, que segundo a PGR (Procuradoria Geral da República) sua estadia em território norte-americano seria uma tentativa de atrapalhar o andamento da ação penal que tem como réu o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado pela tentativa de golpe de Estado.

Sem dinheiro

Com essa ação do Ministro Alexandre de Moraes, Eduardo fica impossibilitado de operar movimentações de qualquer valor em sua conta, incluindo seu salário como deputado. Além disso, ele não pode receber ou enviar qualquer quantia.
No mês passado, Jair Bolsonaro disse ter enviado R$ 2 Milhões para o filho Eduardo se manter com a família no EUA, mas se o valor estiver em alguma conta no nome do deputado, esse valor permanecerá retido.

Moraes mantém restrições e descarta prisão de Bolsonaro após “incidente isolado”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (24) manter as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas recusou o pedido de prisão preventiva por entender que houve apenas uma violação “isolada” das restrições estabelecidas. A avaliação segue a defesa apresentada pelos advogados do ex-presidente e o entendimento de que o episódio não configura reiterada conduta de infringência judicial.

A controvérsia começou após Bolsonaro conceder entrevista na Câmara dos Deputados, exibindo sua tornozeleira eletrônica e falando com a imprensa. O conteúdo foi logo republicado em redes sociais, embora ele esteja proibido de usar suas próprias contas, levando Moraes a advertir que isso poderia justificar grave incremento de restrições, inclusive prisão. No entanto, o ministro considerou que o compartilhamento ocorreu de forma pontual e sem coordenação deliberada, não justificando uma medida mais drástica.

Novas medidas cautelares

Moraes destacou que Bolsonaro não enfrenta impedimentos para participar de entrevistas públicas nem de se manifestar em eventos presenciais. A restrição foca na proibição de uso das redes sociais, inclusive o aproveitamento de conteúdos por terceiros com intenção de burlar a medida. O ministro comparou a situação à criação de “milícias digitais”, grupo suspeito de replicar discursos em massa via internet, violando a proibição de veicular mensagens coordenadas pelas redes sociais.


Alexandre de Moraes não decreta prisão de Bolsonaro (Vídeo: Reprodução/Youtube/Metropoles)


O episódio deixou clara a tensão na execução das cautelares: ainda que a entrevista tenha sido pública, sua reprodução por apoiadores do ex-presidente ativou o mecanismo de controle judicial. Moraes advertiu que qualquer nova infração, ainda que indireta, poderá desencadear imediatamente a prisão preventiva.

Repercussão politica e jurídica

A decisão do ministro Alexandre de Moraes intensifica o debate sobre os limites da liberdade de expressão e a definição legal das medidas judiciais. A vigilância sobre o uso de redes sociais, inclusive por meio de terceiros, soma-se à tornozeleira eletrônica, à proibição de contato com embaixadas e autoridades estrangeiras, e à restrição de circulação noturna.

Por parte da defesa de Bolsonaro, há recurso em curso junto ao STF para revisar o escopo das medidas. Já por via política, aliados do ex-presidente afirmam que a cautelar afeta seu direito de comunicar-se com eleitores e denunciam influência externa na política brasileira. O posicionamento do ministro Moraes evita um aprofundamento imediato da crise, ao mesmo tempo em que reforça a mensagem de que o Judiciário seguirá atento e firme na imposição dos termos definidos pelo tribunal.

Flávio Bolsonaro pede impeachment de Alexandre de Moraes

O senador Flávio Bolsonaro (PL) realizou o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira (23). Segundo o parlamentar, a decisão foi motivada pelas medidas cautelares apresentadas por Moraes à Primeira Turma do STF. 

Na segunda-feira (21), o STF referendou a relatoria feita pelo ministro, que decidiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o uso e monitoramento de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar, além da proibição do contato com autoridades e embaixadores estrangeiros e da aproximação a consulados e embaixadas internacionais. 

Ele também não pode fazer uso de redes sociais, nem se comunicar com réus e investigados nos processos de tentativa de golpe de Estado. Segundo Alexandre de Moraes, a cautela foi decidida devido ao envolvimento de Jair Bolsonaro com a investida de abolição do Estado Democrático de Direito.

Porém, para o senador Flávio Bolsonaro, esta medida é um ordenamento jurídico próprio e uma ameaça às liberdades individuais.

O que diz Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro, em seu perfil X (antigo Twitter), diz que o ministro “cruzou todos os limites” e que “Alexandre de Moraes quer calar e prender o maior líder político [Jair Bolsonaro] da América do Sul e um dos maiores do mundo“.

Esta não é a primeira vez que o senador pede pelo impeachment de Moraes. Em agosto de 2024, ele alegou que o ministro coordenou a investigação sobre as fake news e milícias digitais de forma pessoal e irregular.


 Veja as decisões do STF (Foto: reprodução/Instagram/@supremotribunalfederal)

Voto

O ministro do STF Luiz Fux foi o único da 1ª Turma a votar contra as medidas. Para ele, as imposições restringem a liberdade de expressão e de ir e vir. Em seu voto, ele argumenta que “À luz desses requisitos legais, não se vislumbra nesse momento a necessidade, em concreto, das medidas cautelares impostas“.

Os outros membros, Cármem Lúcia, Flávio Dino e o presidente Cristiano Zanin, votaram a favor.

Eduardo Bolsonaro terá falas com ameaças à PF inclusas em processo

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro voltou a causar no meio político após proferir falas em tom ameaçador a delegados da Polícia Federal e ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, em live realizada em suas redes sociais neste domingo (20).

Na mesma transmissão, o político também afirmou que não pretende voltar ao Brasil e não irá renunciar ao seu mandato pelos próximos três meses.

Ameaças durante live no YouTube

Neste domingo (20) Eduardo Bolsonaro voltou às redes sociais e fez novas ameaças a Polícia Federal e ao STF. Os alvos foram os delegados da instituição e o ministro Alexandre de Moraes, que participam das investigações contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de estado.

Em determinado momento da transmissão, o deputado federal licenciado chegou a usar um tom intimidador ao se referir aos funcionários da PF, dizendo que iria se “mexer” para prejudicá-los futuramente. “Deixa eu saber não, irmão. Se eu ficar sabendo quem é você, eu vou me mexer aqui”, ameaçou. Eduardo ainda usou um tom pejorativo ao se referir ao funcionário como “Cachorrinho da Polícia Federal”.

Em dado momento, citou o nome de Fábio Alvarez Shor, um dos delegados envolvidos nas investigações contra o ex-presidente Bolsonaro, perguntando se ele os conhecia, se referindo a sua família. “Eu to disposto a ir até as últimas consequências. Será que o Barroso tá?”, afirmou. As ofensas também foram voltadas ao ministro do STF. “O Alexandre Moraes é um psicopata, ele não é uma pessoa igual a você”, disse o deputado afirmando que não iria recuar e que não está sozinho.


Eduardo Bolsonaro volta a ameaçar autoridades brasileiras (Foto: reprodução/Tomas Cuesta/Getty Images Embed)

Ameaças serão incluídas em processo

Diante das graves ameaças, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues afirmou que as falas ofensivas e intimidadoras serão inclusas ao processo no STF contra o parlamentar. “Recebi com indignação mais essa covarde tentativa de intimidação aos servidores policiais. Vamos instruir o inquérito em andamento, com mais esse ataque às instituições (agora diretamente a PF), fato que se soma aos demais sob investigação”, disse Andrei Rodrigues.

Eduardo Bolsonaro é acusado de articulação com o governo norte-americano na aplicação de sanções econômicas ao Brasil, em troca do aceite da anistia ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro e aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2022. Outras acusações contra Eduardo Bolsonaro incluem atentado a soberania brasileira, coação no curso do processo e obstrução de investigação de infração.

Sua licença parlamentar venceu no domingo (20) e durante a live, o deputado disse que não iria voltar ao Brasil, já que corre o risco de ser preso, e pretende estender o seu afastamento por mais três meses. Nesta segunda-feira (21), o político voltará a receber seu salário parlamentar, que é de R$ 46,3 mil por mês.

Jair Bolsonaro quer negociar com Trump pelo fim do tarifaço

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (17), em Brasília, que estaria disposto a negociar diretamente com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump para reverter a tarifa de 50% aplicada às exportações brasileiras. Porém, condicionou qualquer negociação à devolução de seu passaporte, atualmente retido pela Polícia Federal, e a um sinal positivo do presidente Lula.

Bolsonaro declarou que “se o Lula sinalizar para mim, eu nego­­ci­o com o Trump”, destacando que, embora Lula seja o ocupante do cargo, a interlocução com Trump não envolve diretamente o atual governo e depende de um gesto que permita o desbloqueio do passaporte, dama necessária para viajar. Segundo o ex-presidente, quem recusar a conversa irá “pagar um preço alto”.

Estratégia política

A oferta de negociar com Trump ocorre em meio à crise provocada pela decisão americana de aumentar à vista a tarifação sobre produtos brasileiros. Bolsonaro argumenta que a devolução do passaporte o habilitaria a entrar nos EUA e a intermediar pessoalmente o diálogo com Trump. Na sua visão, esta “rota diplomática alternativa” poderia evitar consequências econômicas graves para o Brasil.


Tarcísio tentou convencer STF a autorizar Bolsonaro a negociar com Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/O POVO)

O ex-presidente também usou a crise como ferramenta política, culpando Lula pela escalada. Segundo Bolsonaro, o presidente atual teria provocado Trump com posicionamentos considerados hostis à administração americana. Durante a coletiva, o ex-chefe do Executivo ressaltou que, sem sua intervenção, o Brasil enfrentaria isolamento econômico, ficando dependente apenas da China como parceiro comercial.

Limites institucionais

O chanceler Mauro Vieira afirmou que todas as negociações em curso referentes à tarifa são conduzidas exclusivamente pelo governo federal, por meio do ministério das Relações Exteriores, da Fazenda e da Indústria. Ele afirmou que não há espaço para iniciativas paralelas de pessoas sem legitimidade institucional, como Bolsonaro, cujo passaporte está retido devido a investigações judiciais.

Para o Itamaraty, o Brasil está pronto para dialogar com os EUA, mas dentro dos canais oficiais e com base em reciprocidade e respeito mútuo. A devolução de libertação de passaporte é avaliada por autoridades como um assunto interno, sem relação direta com as pautas diplomáticas comerciais entre os países.

Governo Trump faz nova declaração dizendo acompanhar de perto caso Bolsonaro

O governo de Donald Trump voltou a fazer ameaças ao Brasil na última segunda-feira (14), quando um subsecretário fez uma postagem no X afirmando que o presidente norte-americano está acompanhando de perto os desdobramentos do caso de Jair Bolsonaro.

O comunicado foi publicado em uma conta governamental na rede social, afirmando que Trump “impôs consequências” a Alexandre de Moraes e ao governo Lula, pelos ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio com os Estados Unidos.

Darren Beattie é subsecretário para Diplomacia Pública da Secretaria de Estado dos EUA, órgão responsável pelas negociações comerciais e relações diplomáticas com outros países, incluindo o Brasil.

Embates entre Trump e Lula

Beattie fez referência à medida anunciada por Trump na semana passada, que prevê uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados, por motivos econômicos e políticos. O presidente Lula respondeu que utilizará a Lei da Reciprocidade Econômica (ou seja, também taxará os Estados Unidos em 50%) e pediu respeito à soberania do Estado brasileiro.


Such attacks are a disgrace and fall well below the dignity of Brazil’s democratic… pic.twitter.com/jmwJbGDrpR

— Senior Official for Public Diplomacy (@UnderSecPD) July 14, 2025

Darren Beattie faz postagem em tom de ameaça ao Brasil (Foto: reprodução/X/@UnderSecPD)

“Tais ataques são uma vergonha e estão muito abaixo da dignidade das tradições democráticas do Brasil. As declarações do presidente Trump são claras. Estaremos observando atentamente”, finalizou o subsecretário Darren em nota divulgada.

Trump também acusa o Brasil de se beneficiar dos acordos comerciais com os EUA. Entretanto, o Brasil acumula um déficit comercial de R$ 410 bilhões com os EUA, de acordo com o presidente Lula.

Recentemente, a ex-concorrente de Donald Trump nas eleições de 2016, Hillary Clinton, fez uma série de críticas à medida de tarifas do atual presidente para o Brasil e acusou o governo de favorecer Jair Bolsonaro.

PGR pede condenação de Bolsonaro

A postagem foi feita no mesmo dia em que eram esperadas as alegações finais da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre as acusações contra Jair Bolsonaro. No final da noite da última segunda-feira (14), o procurador Paulo Gonet apresentou a participação do ex-presidente em cinco crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, além de sugerir uma condenação de até 43 anos para Bolsonaro.

Em breve, Bolsonaro e outros sete réus serão julgados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), onde poderá ser confirmada a condenação ou a absolvição. Desde a divulgação das alegações da PGR, não houve outro pronunciamento de Donald Trump ou de qualquer membro da Casa Branca.