Flávio Bolsonaro assume autoria de postagem e nega que pai tenha tentado burlar Justiça
Senador afirma que ex-presidente não violou medidas cautelares ao compartilhar vídeo de manifestação; vídeo foi um motivos para decisão de prisão domiciliar

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (5) que foi o único responsável pela postagem feita no perfil em que é transmitida por viva-voz uma fala de Bolsonaro durante um ato em Copacabana, no domingo (3). A publicação foi interpretada como uma possível violação das medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbem o ex-presidente de utilizar redes sociais e de manter contato com outros investigados nas apurações sobre tentativa de golpe de Estado.
Segundo Flávio, Jair Bolsonaro não tem acesso às próprias redes desde que as restrições foram determinadas, e a decisão de publicar a gravação partiu exclusivamente dele, como forma de divulgar a manifestação. O senador também foi o responsável por fazer a chamada de voz com o pai durante o ato, permitindo que Bolsonaro falasse ao público por viva-voz. A mensagem foi transmitida ao vivo e depois publicada no perfil de Flávio.
Ato em Copacabana e interação com o público
Durante o evento, Jair Bolsonaro falou brevemente com os apoiadores, agradeceu o comparecimento e declarou que “quem manda é o povo”, sem mencionar diretamente os processos em curso. A fala foi reproduzida por um microfone conectado ao celular de Flávio, que estava presente no carro de som. A gravação da ligação foi, em seguida, publicada nas redes sociais do senador, o que levou opositores a apontarem violação das medidas cautelares. A publicação foi posteriormente apagada.
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Postagem de Flávio Bolsonaro no Instagram (Foto: reprodução/Instagram/@flaviobolsonaro)
Prisão domiciliar
A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi decretada na última segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o ex-presidente ser apontado em decisão como tendo descumprido reiteradamente medidas cautelares, especialmente a proibição do uso de redes sociais mesmo por meio de terceiros.
Pela nova decisão, Bolsonaro deverá cumprir recolhimento em regime integral domiciliar, sem poder sair da residência em Brasília, inclusive fora do período noturno anteriormente permitido. Ele também está proibido de receber visitas, exceto de advogados ou pessoas autorizadas pelo STF, e teve o celular apreendido pela Polícia Federal, sendo vedado o uso de qualquer aparelho, inclusive de terceiros.