Bolsonaro nega envolvimento em golpe e defende que Eduardo permaneça nos EUA

Ex-presidente afirma que é alvo de “injustiça” e defende permanência de Eduardo Bolsonaro fora do país; PGR pediu sua condenação por tentativa de golpe

17 jul, 2025
Ex-presidente Jair Bolsonaro | Reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed
Ex-presidente Jair Bolsonaro | Reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed

Em meio ao avanço das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) convocou a imprensa nesta quinta-feira (17) para uma coletiva no Senado. Dois dias após a PGR reiterar o pedido de sua condenação por crimes contra o Estado Democrático de Direito, Bolsonaro afirmou não ter participado de qualquer trama golpista e garantiu que jamais cogitou a hipótese de ser preso.

Segundo ele, a acusação é uma injustiça, e, diferentemente de outros escândalos envolvendo políticos brasileiros, afirmou que não está sendo acusado de corrupção. O ex-presidente também criticou o Supremo Tribunal Federal (STF), encarregado de julgar o caso, e manifestou apreensão com os desdobramentos das investigações que envolvem pessoas de seu círculo próximo.

Bolsonaro admite que filho pode ser alvo da PF caso retorne ao Brasil

Durante a coletiva, Bolsonaro também comentou a situação do filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que atualmente está licenciado do cargo e reside nos Estados Unidos. Segundo o ex-presidente, há risco real de que Eduardo seja detido caso volte ao Brasil, o que justificaria sua permanência no exterior. Afirmou, inclusive, que o filho “seria preso no aeroporto”.



Embora a afirmação, até agora não há qualquer mandado de prisão contra Eduardo Bolsonaro. Alguns parlamentares adversários chegaram a pedir sua prisão ao STF, mas as solicitações não avançaram.

A licença de Eduardo termina no próximo domingo (20), e, se não retornar ao país, o deputado poderá ter o mandato ameaçado por excesso de faltas nas sessões da Câmara dos Deputados.

Tarifas, Tarcísio e disputas internas na direita

Bolsonaro também foi questionado sobre a nova tarifa de 50% anunciada pelo presidente norte-americano Donald Trump contra produtos brasileiros. Trump justificou a medida citando uma suposta perseguição sofrida por Bolsonaro no Brasil. 

Para o ex-presidente, a tarifação não representa ameaça à soberania do país. Ele chegou a dizer que não seria descabido caso Trump solicitasse uma anistia em seu favor, já que essa prerrogativa cabe ao Parlamento brasileiro.

Na mesma entrevista, Bolsonaro comentou a recente crítica feita por Eduardo ao governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que procurou autoridades norte-americanas para negociar as tarifas. Eduardo acusou o governador de se comportar de forma subserviente às elites. Bolsonaro, no entanto, tentou apaziguar a situação e elogiou o esforço de Tarcísio, mas ponderou que, sozinho, o governador não conseguiria convencer Trump a recuar.

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