Trump menciona Bolsonaro e Paulo Figueiredo ao oficializar tarifaço contra o Brasil

Ordem de Trump cita Bolsonaro e Paulo Figueiredo; impõe tarifa de 50% em produtos do Brasil e sanciona Alexandre de Moraes por violações de direitos humanos

30 jul, 2025
Presidente dos EUA, Donald Trump | Reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed
Presidente dos EUA, Donald Trump | Reprodução/Chip Somodevilla/Getty Images Embed

Na quarta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou uma ordem executiva que estabelece uma tarifa de 50% sobre produtos importados do Brasil. A decisão, publicada pela Casa Branca, foi justificada como uma resposta a ações do governo brasileiro que, segundo o documento, ameaçam a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos.

Críticas ao STF e defesa de bolsonaristas

A ordem menciona diretamente o ex-presidente Jair Bolsonaro e o jornalista Paulo Figueiredo, que estariam sendo alvo de perseguição por autoridades brasileiras. Trump acusa o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, de liderar o que chamou de uma campanha sistemática de censura contra opositores políticos.

De acordo com Trump, Moraes teria emitido “centenas de ordens secretas” para calar opositores, além de conduzir investigações contra Figueiredo, inclusive por declarações feitas nos Estados Unidos. O jornalista, neto do ex-presidente João Figueiredo, é investigado no Brasil por crimes como tentativa de golpe, organização criminosa e deterioração de patrimônio público.


Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

O presidente americano afirmou ainda que o Judiciário brasileiro tem violado a liberdade de expressão, intimidando plataformas digitais e forçando a entrega de dados de usuários, o que, segundo ele, afeta cidadãos e empresas dos EUA.

Taxação em agosto e Moraes sancionado

A tarifa de 50% entra em vigor no dia 6 de agosto e afeta diversos produtos brasileiros. Além da taxação, Trump também aplicou sanções contra Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky, usada para punir violações de direitos humanos por autoridades estrangeiras. O ministro teve eventuais bens nos EUA bloqueados e está proibido de realizar transações com empresas americanas.

Em entrevista ao New York Times, o presidente Lula afirmou que tentou se comunicar com Trump para tratar do tarifaço, mas não recebeu resposta. A medida representa um novo episódio de tensão nas relações diplomáticas entre as duas nações.

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