Donald Trump determina tarifa de 50% sobre produtos brasileiros

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou o decreto que aplica taxa de 40% sobre as exortações brasileiras, que já possuíam uma tarifa de 10 %, somando 50% sobre produtos nacionais, nesta quarta-feira (30). Segundo o comunicado divulgado pela Casa Branca, a ordem entra em vigor em 7 dias e apresenta uma lista de produtos que não sofrerão com a taxação, como petróleo, aviões e derivados da laranja.

Comunicado da Casa Branca

O comunicado do governo americano sobre o aumento das tarifas oficializa a decisão de Donald Trump. A primeira parte do documento justifica a aplicação da medida ao afirmar que a ordem seria uma resposta às decisões das autoridades brasileiras que “prejudicam empresas americanas, os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos, a política externa dos EUA e a economia americana.”.

Além disso, o documento também critica as medidas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, ações denominadas como “graves abusos de direitos humanos que minaram o Estado de Direito do Brasil”. Em um momento do texto, o ministro Alexandre de Moraes é citado e acusado de, junto com outros ministros do STF, abusar de seu poder para perseguir seus opositores, proteger aliados, prejudicando organizações americanas em solo brasileiro.


Ministro do STF Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

João figueiredo, jornalista residente nos Estados Unidos, que já participou de reuniões com o presidente americano e outras autoridades do país, também foi mencionado. Figueiredo está sendo processado por declarações feitas em terras americanas, e segundo o documento, Moraes supervisiona o andamento do processo, considerado um atentado contra a liberdade de expressão, e entendendo a taxação americana como uma proteção contra “decretos arbitrários de um juiz estrangeiro tirânico”.

Por fim, o comunicado trata da revogação dos vistos de Alexandre de Moraes e de seus familiares; dos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli e Cristiano Zanin; além do procurador-geral da República, Paulo Gonet. A medida, segundo o texto, visa “alcançar a paz por meio da força e garantir que a política externa reflita os valores, a soberania e a segurança dos EUA”.

Possibilidade de negociações

Em entrevistas recentes, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declararam que o governo brasileiro estava em contato com autoridades americanas para que o “tarifaço” americano não entrasse em vigor. Entretanto, os dois afirmaram que um plano de contingência estava sendo desenvolvido.


Vice-presidente Geraldo Alckmin, à esquerda, presidente lula, ao centro, ministro Fernando Haddad, à direita (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

O presidente Lula demonstrou disposição para negociações, ao contrário de Donald Trump, que, segundo o governante brasileiro, “não quer conversar”, dificultando acordos para evitar o aumento das taxas sobre exportações brasileiras, que entram em vigor na próxima semana.

Governo Trump aplica Lei Magnitsky ao ministro Alexandre de Moraes

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou a Lei Magnitsky ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. A decisão ocorreu nesta quarta-feira (30) e prevê sanções econômicas a estrangeiros, com bloqueio de contas bancárias e bens que estejam em território dos Estados Unidos. Outra punição é a proibição da entrada dos penalizados no país. Transações bancárias que estejam relacionadas ao sistema americano também ficam suspensas.

A lei é destinada a pessoas que cometeram crimes contra os direitos humanos e envolvidos em corrupção. A informação foi recebida pelo jornalista da CNN, Lourival Sant’Anna.

Apesar de o ministro não se enquadrar em nenhum desses perfis, o presidente norte-americano considera que as decisões do STF sobre Jair Bolsonaro (PL) são uma operação de “caça às bruxas“. As medidas são uma forma do governante pressionar Moraes e os outros ministros sobre o julgamento de Bolsonaro.

No começo de julho, em sua rede social, Trump escreveu que “Estarei observando de perto a caça às bruxas de Jair Bolsonaro, sua família e milhares de seus apoiadores“.

Taxações

Além da Lei Magnitsky, o governo de Donald Trump aplicará taxações ao Brasil a partir de agosto. Também motivado pela política interna brasileira, as tarifas serão cobradas aos produtos exportados pelo Brasil para os Estados Unidos.

Totalizadas atualmente em 10%, as taxas terão um acréscimo de 40%, ou seja: passarão a ser de 50%. Mesmo com o discurso sobre o julgamento de Jair Bolsonaro, analistas políticos dizem que essa decisão é uma medida para afastar o Brasil da China, pois o país tem estreitado as relações com o Brics.


Em publicação, Donald Trump cita países do Brics (Foto: reprodução/Truth/@realDonaldTrump)

Bolsonaro

Após decisão votada pela primeira turma do STF, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) passou a usar tornozeleira eletrônica com monitoramento e recolhimento domiciliar, além de estar proibido de entrar em contato com autoridades estrangeiras. As redes sociais também estão restritas ao político.

Para Alexandre de Moraes, a medida cautelar é motivada pelo envolvimento de Bolsonaro com ataques contra o Estado Democrático de Direito.

Eduardo Bolsonaro afirma que Moraes bloqueou contas bancárias de sua esposa

Heloísa Bolsonaro, casada com Eduardo Bolsonaro, percebeu a restrição após tentar operar movimentações financeiras. Nesta quarta-feira (23), o Deputado Federal prestou declarações para o jornal Folha de S. Paulo afirmando que o ministro do STF bloqueou as contas bancárias de sua esposa.
Além disso, em resposta ao embate com Alexandre de Moraes, o deputado Eduardo Bolsonaro usa redes sociais para se posicionar ao ocorrido, e chama ministro de “ditador”.

Confronto com o Ministro Alexandre de Moraes

O congressista, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, publicou um texto em suas redes sociais relacionado ao embate com Moraes, afirmando que bloqueios fazem parte de uma decisão arbitrária e criminosa do Ministro do STF , a qual ele se referiu como “ditador”.
Para Eduardo, Alexandre de Moraes está tentando o proibir de denunciar seus crimes. Na última segunda-feira, Eduardo disse que teve contas bancárias bloqueadas. Ele só notou o bloqueio após tentar fazer uma transação via Pix.
Ainda nas redes sociais ele escreveu: “ E se ele (Alexandre de Moraes) pensa que isso irá me fazer parar, deixo claro: não me intimidarei e não me calarei. Eu me preparei para este momento. Essa é só mais uma demonstração de abuso de poder e confirma tudo o que tenho denunciado em Washington e para autoridades de todo o mundo”.

Eduardo Bolsonaro ao lado de sua esposa Heloísa Bolsonaro (Foto: Reprodução/Andressa Anholete/ Getty Images Embed)

Alvo de inquérito

Eduardo Bolsonaro está com a família no Estados Unidos desde 27 de fevereiro desse ano, ele havia se licenciado do cargo em 18 de março, porém licença se encerrou neste domingo (20). Ele é alvo de inquérito que investiga a sua atuação no país, que segundo a PGR (Procuradoria Geral da República) sua estadia em território norte-americano seria uma tentativa de atrapalhar o andamento da ação penal que tem como réu o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado pela tentativa de golpe de Estado.

Sem dinheiro

Com essa ação do Ministro Alexandre de Moraes, Eduardo fica impossibilitado de operar movimentações de qualquer valor em sua conta, incluindo seu salário como deputado. Além disso, ele não pode receber ou enviar qualquer quantia.
No mês passado, Jair Bolsonaro disse ter enviado R$ 2 Milhões para o filho Eduardo se manter com a família no EUA, mas se o valor estiver em alguma conta no nome do deputado, esse valor permanecerá retido.

Moraes mantém restrições e descarta prisão de Bolsonaro após “incidente isolado”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (24) manter as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas recusou o pedido de prisão preventiva por entender que houve apenas uma violação “isolada” das restrições estabelecidas. A avaliação segue a defesa apresentada pelos advogados do ex-presidente e o entendimento de que o episódio não configura reiterada conduta de infringência judicial.

A controvérsia começou após Bolsonaro conceder entrevista na Câmara dos Deputados, exibindo sua tornozeleira eletrônica e falando com a imprensa. O conteúdo foi logo republicado em redes sociais, embora ele esteja proibido de usar suas próprias contas, levando Moraes a advertir que isso poderia justificar grave incremento de restrições, inclusive prisão. No entanto, o ministro considerou que o compartilhamento ocorreu de forma pontual e sem coordenação deliberada, não justificando uma medida mais drástica.

Novas medidas cautelares

Moraes destacou que Bolsonaro não enfrenta impedimentos para participar de entrevistas públicas nem de se manifestar em eventos presenciais. A restrição foca na proibição de uso das redes sociais, inclusive o aproveitamento de conteúdos por terceiros com intenção de burlar a medida. O ministro comparou a situação à criação de “milícias digitais”, grupo suspeito de replicar discursos em massa via internet, violando a proibição de veicular mensagens coordenadas pelas redes sociais.


Alexandre de Moraes não decreta prisão de Bolsonaro (Vídeo: Reprodução/Youtube/Metropoles)


O episódio deixou clara a tensão na execução das cautelares: ainda que a entrevista tenha sido pública, sua reprodução por apoiadores do ex-presidente ativou o mecanismo de controle judicial. Moraes advertiu que qualquer nova infração, ainda que indireta, poderá desencadear imediatamente a prisão preventiva.

Repercussão politica e jurídica

A decisão do ministro Alexandre de Moraes intensifica o debate sobre os limites da liberdade de expressão e a definição legal das medidas judiciais. A vigilância sobre o uso de redes sociais, inclusive por meio de terceiros, soma-se à tornozeleira eletrônica, à proibição de contato com embaixadas e autoridades estrangeiras, e à restrição de circulação noturna.

Por parte da defesa de Bolsonaro, há recurso em curso junto ao STF para revisar o escopo das medidas. Já por via política, aliados do ex-presidente afirmam que a cautelar afeta seu direito de comunicar-se com eleitores e denunciam influência externa na política brasileira. O posicionamento do ministro Moraes evita um aprofundamento imediato da crise, ao mesmo tempo em que reforça a mensagem de que o Judiciário seguirá atento e firme na imposição dos termos definidos pelo tribunal.

Flávio Bolsonaro pede impeachment de Alexandre de Moraes

O senador Flávio Bolsonaro (PL) realizou o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira (23). Segundo o parlamentar, a decisão foi motivada pelas medidas cautelares apresentadas por Moraes à Primeira Turma do STF. 

Na segunda-feira (21), o STF referendou a relatoria feita pelo ministro, que decidiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o uso e monitoramento de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar, além da proibição do contato com autoridades e embaixadores estrangeiros e da aproximação a consulados e embaixadas internacionais. 

Ele também não pode fazer uso de redes sociais, nem se comunicar com réus e investigados nos processos de tentativa de golpe de Estado. Segundo Alexandre de Moraes, a cautela foi decidida devido ao envolvimento de Jair Bolsonaro com a investida de abolição do Estado Democrático de Direito.

Porém, para o senador Flávio Bolsonaro, esta medida é um ordenamento jurídico próprio e uma ameaça às liberdades individuais.

O que diz Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro, em seu perfil X (antigo Twitter), diz que o ministro “cruzou todos os limites” e que “Alexandre de Moraes quer calar e prender o maior líder político [Jair Bolsonaro] da América do Sul e um dos maiores do mundo“.

Esta não é a primeira vez que o senador pede pelo impeachment de Moraes. Em agosto de 2024, ele alegou que o ministro coordenou a investigação sobre as fake news e milícias digitais de forma pessoal e irregular.


 Veja as decisões do STF (Foto: reprodução/Instagram/@supremotribunalfederal)

Voto

O ministro do STF Luiz Fux foi o único da 1ª Turma a votar contra as medidas. Para ele, as imposições restringem a liberdade de expressão e de ir e vir. Em seu voto, ele argumenta que “À luz desses requisitos legais, não se vislumbra nesse momento a necessidade, em concreto, das medidas cautelares impostas“.

Os outros membros, Cármem Lúcia, Flávio Dino e o presidente Cristiano Zanin, votaram a favor.

Eduardo Bolsonaro revela participação em reuniões e sanções dos EUA contra autoridades brasileiras

Nesta terça-feira (22), Eduardo Bolsonaro declarou em live com o jornalista Paulo Figueiredo que os dois participaram de algumas conversas entre governantes dos EUA pouco antes do anúncio da taxação sobre produtos brasileiros. Segundo Paulo, o jornalista e Eduardo teriam se reunido com Trump e sugerido aplicação de sanções contra autoridades brasileiras, mas que o presidente americano teria preferido o “tarifaço”.

Sanções a Alexandre de Moraes e outros governantes

Ainda na live, o jornalista disse que as reuniões nos Estados Unidos teriam começado há três anos, após as eleições de meio de mandato e ascensão do partido de Donald Trump na Câmara.

Quando Paulo citou os encontros com o presidente americano, afirmou que no início das discussões ele e Eduardo teriam levantado a ideia de sanções sobre governantes brasileiros, mas que Trump preferiu o aumento de tarifas sobre exportações do Brasil, entendida por Paulo e o deputado licenciado como não sendo a melhor escolha.


Jornalista Paulo Figueiredo (Foto: reprodução/Mandel Ngan/Getty Images Embed)

“Nós não determinamos o que o governo americano faz. Na nossa opinião, esta medida não era a melhor medida a ser aplicada nesse momento. Nós advogamos na direção de sanções direcionadas aos agentes principais da ditadura. Essa era a nossa opinião”, declarou o jornalista.

Sobre as sanções, Eduardo Bolsonaro ainda disse que uma de suas principais proposta eram medidas individuais a Alexandre de Moraes, ministro do STF, e também afirmou que caso a sanção não tivesse repercussão, estenderia a penalidade a outras autoridades.


Eduardo Bolsonaro e o presidente americano Donald Trump (Foto: reprodução/Joyce N. Boghosian/Casa Branca)

“Depois, caso isso daí não surtisse efeito, seguir adiante em todas as demais autoridades que dão suporte para esse regime, porque o Alexandre de Mores, ele não age sozinho, ele age com o amparo de outras autoridades brasileiras., disse Eduardo.

Tarifas sobre o Brasil

Mesmo afirmando que o “tarifaço” não fosse a “melhor arma” contra os supostos abusos de poder por parte do Supremo Tribunal Federal inicialmente, em suas redes sociais e em entrevista à TV Globo na última quarta-feira (16), o deputado licenciado concordou com a medida adotada pelo presidente americano,  e declarou que, em sua visão, a taxação em mais de 40 % sobre exportações brasileiras seria uma alavanca para outras medidas de retaliação contra as determinações do ministro Alexandre de Moraes.

 

 

Eduardo Bolsonaro terá falas com ameaças à PF inclusas em processo

O deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro voltou a causar no meio político após proferir falas em tom ameaçador a delegados da Polícia Federal e ao ministro do STF, Alexandre de Moraes, em live realizada em suas redes sociais neste domingo (20).

Na mesma transmissão, o político também afirmou que não pretende voltar ao Brasil e não irá renunciar ao seu mandato pelos próximos três meses.

Ameaças durante live no YouTube

Neste domingo (20) Eduardo Bolsonaro voltou às redes sociais e fez novas ameaças a Polícia Federal e ao STF. Os alvos foram os delegados da instituição e o ministro Alexandre de Moraes, que participam das investigações contra seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de estado.

Em determinado momento da transmissão, o deputado federal licenciado chegou a usar um tom intimidador ao se referir aos funcionários da PF, dizendo que iria se “mexer” para prejudicá-los futuramente. “Deixa eu saber não, irmão. Se eu ficar sabendo quem é você, eu vou me mexer aqui”, ameaçou. Eduardo ainda usou um tom pejorativo ao se referir ao funcionário como “Cachorrinho da Polícia Federal”.

Em dado momento, citou o nome de Fábio Alvarez Shor, um dos delegados envolvidos nas investigações contra o ex-presidente Bolsonaro, perguntando se ele os conhecia, se referindo a sua família. “Eu to disposto a ir até as últimas consequências. Será que o Barroso tá?”, afirmou. As ofensas também foram voltadas ao ministro do STF. “O Alexandre Moraes é um psicopata, ele não é uma pessoa igual a você”, disse o deputado afirmando que não iria recuar e que não está sozinho.


Eduardo Bolsonaro volta a ameaçar autoridades brasileiras (Foto: reprodução/Tomas Cuesta/Getty Images Embed)

Ameaças serão incluídas em processo

Diante das graves ameaças, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues afirmou que as falas ofensivas e intimidadoras serão inclusas ao processo no STF contra o parlamentar. “Recebi com indignação mais essa covarde tentativa de intimidação aos servidores policiais. Vamos instruir o inquérito em andamento, com mais esse ataque às instituições (agora diretamente a PF), fato que se soma aos demais sob investigação”, disse Andrei Rodrigues.

Eduardo Bolsonaro é acusado de articulação com o governo norte-americano na aplicação de sanções econômicas ao Brasil, em troca do aceite da anistia ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro e aos condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2022. Outras acusações contra Eduardo Bolsonaro incluem atentado a soberania brasileira, coação no curso do processo e obstrução de investigação de infração.

Sua licença parlamentar venceu no domingo (20) e durante a live, o deputado disse que não iria voltar ao Brasil, já que corre o risco de ser preso, e pretende estender o seu afastamento por mais três meses. Nesta segunda-feira (21), o político voltará a receber seu salário parlamentar, que é de R$ 46,3 mil por mês.

Bolsonaro afirma não saber sobre pen drive encontrado pela Polícia Federal

O ex-presidente Jair Bolsonaro declarou, em coletiva realizada na sede da Polícia Federal, em Brasília, nesta sexta-feira (18), que um dos agentes responsáveis pela operação de busca e apreensão em sua residência encontrou um pen drive escondido no banheiro. Ele afirmou estar surpreso com a existência do objeto e disse que perguntará à sua esposa, Michelle Bolsonaro, se o dispositivo lhe pertence.

Operação na casa de Bolsonaro

Em operação da Polícia Federal realizada na manhã desta sexta (18), em endereços relacionados ao Partido Liberal e na casa do ex-presidente em Brasília, além do pen drive, o celular, uma cópia de ação contra o ministro do STF Alexandre de Moraes e US$ 14 mil foram apreendidos na residência de Bolsonaro.

Além de permitir a operação da Polícia Federal, a decisão de Alexandre de Moraes determinou algumas medidas cautelares contra o ex-presidente. Entre elas, Jair Bolsonaro fica a proibido de acessar suas redes sociais e de manter contato com emissários estrangeiros, investigados e réus; obriga que o político use tornozeleira eletrônica e que ele permaneça em casa durante a noite e os fins de semana.


Bolsonaro em coletiva após colocar tornozeleira eletrônica (Foto: reprodução/Evaristo Sa/Getty Images Embed)

Segundo o documento de Moraes, Bolsonaro atentou contra a soberania do Estado Brasileiro. “A investigação comprovou a participação de JAIR MESSIAS BOLSONARO nas condutas criminosas, não só incitando a tentativa de submeter o funcionamento do Supremo Tribunal Federal ao crivo de outro Estado, com clara afronta à soberania nacional”, diz a decisão.

Nota da defesa de Jair Bolsonaro

A defesa do ex-presidente declarou, em nota, que as medidas contra Jair Bolsonaro são severas e que não há evidências que justifiquem a decisão. “A defesa do ex-Presidente Jair Bolsonaro recebeu com surpresa e indignação a imposição de medidas cautelares severas contra ele, que até o presente momento sempre cumpriu com todas as determinações do Poder Judiciário”, declarou a defesa.


Bolsonaro e seus advogados de defesa em julgamento no STF (Foto: Antonio Augusto/STF)

Os advogados também argumentam que o envio de mais de R$1 milhão para Eduardo Bolsonaro pelo ex-presidente, ação entendida pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como indício de possível interferência em investigações, ocorreu antes da investigação vigente e que não é motivo para a determinação contra Bolsonaro.

Moraes restaura parte do decreto de aumento do IOF

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, restabeleceu partes do decreto emitido pela Presidência da República que determinava o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A ação ocorreu nesta quarta-feira (16) e gerou revolta entre os congressistas. A única exceção é para transações de “risco sacado”, que seguem isentas.

O Supremo decidiu por deliberar sobre o caso após pedido de interferência por parte do presidente Lula e do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. A medida visava reverter o veto sofrido no Congresso, que sustava o decreto.

A origem

Em coletiva de imprensa realizada no dia 22 de maio, o que era para ser um anúncio de cortes de gastos se tornou em aumento de impostos. O Ministro da Fazenda confirmou que os valores do IOF sofreriam reajuste.

O IOF é um imposto, semelhante à antiga CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras), cobrado em transações de crédito, câmbio, seguro, ou investimentos em títulos, ou valores mobiliários. Para cada transação, o valor é cobrado de maneira diferente.

Após o anúncio, o mercado reagiu de forma negativa, o que fez com que Haddad retrocedesse em alguns pontos, como aplicações de fundos nacionais no exterior, que teriam taxadas, mas que voltaram a ser isentas. Também houve recuo nas remessas de pessoas físicas ao exterior destinadas a investimentos, que teriam aumento para 3,5%, e foi recuado para o valor antigo, de 1,1%.


Deputado federal Lindberg Farias comemora decisão do ministro (Foto: reprodução/X/@lindberghfarias)

Compensação

Em junho, Haddad anunciou um pacote de medidas compensatórias em virtude do recuo em alguns pontos do decreto do IOF. Na proposta, o ministro impunha tributação de 5% de Imposto de Renda sobre Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito do Agronegócio (LCA) e equalização da Contribuição Social sobre Lucro Líquido para instituições financeiras, que estaria entre 15% e 20%, extinguindo a de 9%.

O novo anúncio provocou reação do presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta. À época, o parlamentar alertou que a medida sofreria resistência na casa legislativa e destacou que o setor produtivo não suporta mais impostos.

Pedido ao Judiciário

A Medida Provisória (MP), de número 12.499, proposta por Haddad, foi derrubada no Congresso no dia 25 de junho. O resultado, símbolo de derrota para o Governo, fez com que Lula e Haddad acionassem o Supremo para reverter a situação.

Segundo entendimento da Advocacia-Geral da União (AGU), o aumento do IOF é apenas de autonomia do presidente da República, e considera a intervenção do Congresso como violação do princípio da separação dos Poderes. Contudo, para ter validade, o decreto deveria passar obrigatoriamente pela casa legislativa.


 

Entrevista do deputado Carlos Jordy sobre a medida (Vídeo: reprodução/YouTube/Os Pingos nos Is)

Usurpação de poder

O deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), em entrevista para o programa Os Pingos nos Is, da Jovem Pan, destacou que a atitude do Supremo, ao interferir em uma medida estabelecida pelo Congresso.

O parlamentar lembrou do texto da Constituição Federal, artigo 49, inciso 5, que trata da sustação dos atos do Executivo, de competência do Congresso. Além disso, ele alegou que o IOF apresenta desvio de finalidade, pois o IOF é um imposto extrafiscal, ou seja, não possui fins arrecadatórios, cujos fins são somente regulatórios.

Governo Trump faz nova declaração dizendo acompanhar de perto caso Bolsonaro

O governo de Donald Trump voltou a fazer ameaças ao Brasil na última segunda-feira (14), quando um subsecretário fez uma postagem no X afirmando que o presidente norte-americano está acompanhando de perto os desdobramentos do caso de Jair Bolsonaro.

O comunicado foi publicado em uma conta governamental na rede social, afirmando que Trump “impôs consequências” a Alexandre de Moraes e ao governo Lula, pelos ataques ao ex-presidente Jair Bolsonaro, à liberdade de expressão e ao comércio com os Estados Unidos.

Darren Beattie é subsecretário para Diplomacia Pública da Secretaria de Estado dos EUA, órgão responsável pelas negociações comerciais e relações diplomáticas com outros países, incluindo o Brasil.

Embates entre Trump e Lula

Beattie fez referência à medida anunciada por Trump na semana passada, que prevê uma taxação de 50% sobre produtos brasileiros exportados, por motivos econômicos e políticos. O presidente Lula respondeu que utilizará a Lei da Reciprocidade Econômica (ou seja, também taxará os Estados Unidos em 50%) e pediu respeito à soberania do Estado brasileiro.


Such attacks are a disgrace and fall well below the dignity of Brazil’s democratic… pic.twitter.com/jmwJbGDrpR

— Senior Official for Public Diplomacy (@UnderSecPD) July 14, 2025

Darren Beattie faz postagem em tom de ameaça ao Brasil (Foto: reprodução/X/@UnderSecPD)

“Tais ataques são uma vergonha e estão muito abaixo da dignidade das tradições democráticas do Brasil. As declarações do presidente Trump são claras. Estaremos observando atentamente”, finalizou o subsecretário Darren em nota divulgada.

Trump também acusa o Brasil de se beneficiar dos acordos comerciais com os EUA. Entretanto, o Brasil acumula um déficit comercial de R$ 410 bilhões com os EUA, de acordo com o presidente Lula.

Recentemente, a ex-concorrente de Donald Trump nas eleições de 2016, Hillary Clinton, fez uma série de críticas à medida de tarifas do atual presidente para o Brasil e acusou o governo de favorecer Jair Bolsonaro.

PGR pede condenação de Bolsonaro

A postagem foi feita no mesmo dia em que eram esperadas as alegações finais da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre as acusações contra Jair Bolsonaro. No final da noite da última segunda-feira (14), o procurador Paulo Gonet apresentou a participação do ex-presidente em cinco crimes, incluindo tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito, além de sugerir uma condenação de até 43 anos para Bolsonaro.

Em breve, Bolsonaro e outros sete réus serão julgados pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), onde poderá ser confirmada a condenação ou a absolvição. Desde a divulgação das alegações da PGR, não houve outro pronunciamento de Donald Trump ou de qualquer membro da Casa Branca.