Donald Trump determina tarifa de 50% sobre produtos brasileiros

Casa Branca diz que medida é resposta a ações do governo brasileiro contra empresas e a política externa dos EUA, mas deixa alguns produtos livres da taxação

30 jul, 2025
Presidente americano Donald Trump | Reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed
Presidente americano Donald Trump | Reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed

O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou o decreto que aplica taxa de 40% sobre as exortações brasileiras, que já possuíam uma tarifa de 10 %, somando 50% sobre produtos nacionais, nesta quarta-feira (30). Segundo o comunicado divulgado pela Casa Branca, a ordem entra em vigor em 7 dias e apresenta uma lista de produtos que não sofrerão com a taxação, como petróleo, aviões e derivados da laranja.

Comunicado da Casa Branca

O comunicado do governo americano sobre o aumento das tarifas oficializa a decisão de Donald Trump. A primeira parte do documento justifica a aplicação da medida ao afirmar que a ordem seria uma resposta às decisões das autoridades brasileiras que “prejudicam empresas americanas, os direitos de liberdade de expressão de cidadãos americanos, a política externa dos EUA e a economia americana.”.

Além disso, o documento também critica as medidas contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, ações denominadas como “graves abusos de direitos humanos que minaram o Estado de Direito do Brasil”. Em um momento do texto, o ministro Alexandre de Moraes é citado e acusado de, junto com outros ministros do STF, abusar de seu poder para perseguir seus opositores, proteger aliados, prejudicando organizações americanas em solo brasileiro.


Ministro do STF Alexandre de Moraes (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

João figueiredo, jornalista residente nos Estados Unidos, que já participou de reuniões com o presidente americano e outras autoridades do país, também foi mencionado. Figueiredo está sendo processado por declarações feitas em terras americanas, e segundo o documento, Moraes supervisiona o andamento do processo, considerado um atentado contra a liberdade de expressão, e entendendo a taxação americana como uma proteção contra “decretos arbitrários de um juiz estrangeiro tirânico”.

Por fim, o comunicado trata da revogação dos vistos de Alexandre de Moraes e de seus familiares; dos ministros Flávio Dino, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli e Cristiano Zanin; além do procurador-geral da República, Paulo Gonet. A medida, segundo o texto, visa “alcançar a paz por meio da força e garantir que a política externa reflita os valores, a soberania e a segurança dos EUA”.

Possibilidade de negociações

Em entrevistas recentes, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declararam que o governo brasileiro estava em contato com autoridades americanas para que o “tarifaço” americano não entrasse em vigor. Entretanto, os dois afirmaram que um plano de contingência estava sendo desenvolvido.


Vice-presidente Geraldo Alckmin, à esquerda, presidente lula, ao centro, ministro Fernando Haddad, à direita (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

O presidente Lula demonstrou disposição para negociações, ao contrário de Donald Trump, que, segundo o governante brasileiro, “não quer conversar”, dificultando acordos para evitar o aumento das taxas sobre exportações brasileiras, que entram em vigor na próxima semana.

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