Lula diz que Donald Trump deveria experimentar o método do Pix

Durante a 5ª reunião plenária do conselho realizada nesta terça-feira (5), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva propôs a Donald Trump, então presidente dos EUA, que ele aproveitasse a infraestrutura digital de referência.

Além disso, afirmou que com os recentes acontecimentos vindos do poder dos EUA em relação ao aumento de tarifas imposto ao Brasil e à investigação comercial, o presidente Lula emitiu essa fala já que os Estados Unidos temem que o sistema do Pix possa se expandir globalmente e colocar em risco o modelo tradicional de cartão de crédito.

Investigação comercial contra o Brasil

Em junho, foi anunciado pelo USTR (Escritório do Representante Comercial dos EUA) uma investigação movida contra as práticas comerciais do Brasil. O Pix entrou na lista que o considera como uma ferramenta desleal para pagamentos, tendo em vista a grande movimentação do dinheiro.

Governo brasileiro apresentará uma resposta ao governo americano, já que ressaltou em reunião que as práticas são legítimas para o comércio. Em defesa do Pix, o presidente afirmou: “O Pix é um patrimônio nacional e referência internacional de infraestrutura pública digital e aqui eu gostaria que o presidente Trump fizesse uma experiência com o Pix nos EUA”.


 Investigação sobre o pix se baseia em seção de lei comercial do país (Foto: Reprodução/Instagram/@globonews)

O sistema de transferência entrou na visão do dos EUA, em julho deste ano, para as investigações. Em trecho do documento americano o pix é citado como “Serviços de comércio digital e pagamento eletrônico”, esse é o sistema de transferência do Brasil. Afirmou ainda em mais um trecho “se envolve em uma variedade de atos, políticas e práticas que podem prejudicar a competitividade das empresas americanas que atuam no comércio digital e em serviços de pagamento eletrônico”.

Práticas absolutamente legítimas

Mauro Vieira, Ministro das Relações Exteriores, comentou sobre a resposta que será encaminhada ao governo dos Estados Unidos, após o norte-americano questionar sobre método financeiro utilizado pela população brasileira.

A resposta anunciada pelo ministro é: “Sobre a investida da seção 301 da Lei de Comércio norte-americana, que questiona o nosso Pix e outras práticas brasileiras absolutamente legítimas, gostaria de informar que o Itamaraty está coordenando a preparação da resposta a ser apresentada pelo governo brasileiro no próximo dia 18 de agosto”.

O uso da ferramenta é responsável pelo pagamento instantâneo, incluindo a realização de transferências e pagamentos diretamente entre contas bancárias utilizando chaves cadastradas na agência do cidadão.


Mauro Vieira afirma que sanções são contra práticas legítimas brasileiras (Foto: Reprodução/Evaristo Sa/Getty Images Embed)

O Brasil segue agindo de forma política, buscando o diálogo internacional, porém sem renunciar aos seus interesses estratégicos e ao seu direito de inovar. O futuro do comércio mundial depende de soluções modernas, acessíveis e equitativas, como o Pix.

A expressão da capacidade de criar soluções que atendem às necessidades reais da população consolidou o Pix como um instrumento acessível, seguro e eficiente, promovendo inclusão financeira e facilitando a vida de milhões de brasileiros.

Lula pretende chamar Donald Trump para a COP30 no Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta terça-feira (05), no momento em que ocorria um evento no Palácio Itamaraty, que tem a intenção de chamar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para participar da COP30, a Conferência das Nações Unidas referente ao assunto das Mudanças Climáticas. O evento deve ocorrer no mês de novembro em Belém, no Pará.

COP30 no Brasil

Ainda sobre a COP30, ele esclareceu: “Se ele não vier, vai ser porque não quer, mas não vai ser por falta de delicadeza, charme e democracia”, prosseguiu Lula. O presidente frisou que em nenhum momento o país saiu da tentativa de negociação com os Estados Unidos, que estabeleceu tarifa às mercadorias do Brasil em 50%, e a única situação que ocasionou a sanções é política. As taxas entram em atividade em 6 de agosto.


Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Foto: reprodução/Anna Moneymaker/Getty Images Embed)

O presidente ainda declarou que o governo pretende colocar em ação um projeto de emergência para conter esse ataque inadequado e aplacar os danos tanto na economia quanto na área social.

Durante a explicação, Lula fez alusão à declaração apresentada pelo governo federal nesta terça-feira (05) que autoriza ao Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) ativar o método de solução de controvérsias (SSC), da OMC, em oposição às tarifas americanas.

Tarifas controversas

O recurso da OMC tem a finalidade de garantir que os países obedeçam aos tratados comerciais e que ações avaliadas controversas possam ser discutidas. Lula alega que Trump “não tinha o direito” de impor tarifas ao Brasil do modo que fez. A alegação foi feita enquanto ocorria a reunião do ‘Conselhão’, localizada no Palácio Itamaraty.


Presidente do Brasil Lula(Foto: reprodução/LUDOVIC MARIN/Getty Images Embed)

Durante a reunião, houve demonstrações de apoio à soberania do país. Além do presidente, os ministros brasileiros Mauro Vieira (Relações Exteriores), Fernando Haddad (Fazenda) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) destacaram em seus pronunciamentos o dever de proteger o Estado brasileiro diante dos ataques por parte dos Estados Unidos.

Lula diz que seu salário de R$46 mil “não é muito” ao defender reforma tributária

Nesta terça-feira (5) durante reunião do Conselhão no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações que geraram repercussão. Em um tom descontraído, comentou que seu salário bruto de R$46 mil “não é muito”, já que após os descontos de Imposto de Renda e a contribuição de R$4 mil que faz ao Partido dos Trabalhadores (PT), o valor líquido restante seria de R$21 mil.

A fala foi usada para reforçar sua defesa por uma reforma tributária, na qual os mais ricos paguem mais impostos, e criticar as isenções fiscais concedidas a grandes fortunas. Além do salário presidencial, Lula também recebe uma aposentadoria como anistiado político, que em 2024, estava no valor de R$12.530,72 conforme apuração da Agência Lupa e da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).

Críticas a privilégios fiscais

Lula aproveitou a ocasião para criticar o modelo tributário atual, afirmando que “o pobre não pode pagar imposto como se fosse rico”. Ele reiterou sua promessa de isentar o Imposto de Renda para quem ganha até R$5 mil mensais e defendeu a tributação de altas rendas, como as que superam R$1 milhão anual.


Presidente Lula usa seu salário como base para abordar o assunto de reforma tributária (Vídeo: reprodução/X/@Metropoles)

O presidente também voltou a criticar as isenções fiscais, argumentando que o Brasil concede cerca de R$860 bilhões em benefícios fiscais a setores abastados, um montante que ele comparou ao orçamento do Bolsa Família. Em sua visão, esse é um “gasto” do governo que não recebe o mesmo escrutínio que os programas sociais, vistos como despesas.

Defesa da progressividade

O presidente ainda mencionou que as propostas de reforma tributária e de taxação de dividendos já foram enviadas ao Congresso, visando uma distribuição de carga mais justa. Ele defende que a valorização do salário mínimo é uma política intocável e que não fará “ajuste em cima dos pobres” para equilibrar as contas públicas.

Brincando, Lula disse que não recebe reajustes salariais, destacando que está sujeito às mesmas regras e negociações que os demais funcionários públicos. Ele disse que não pode pedir aumento para si porque “a Esther não determina quanto eu tenho que ter de aumento”, se referindo a Esther Dweck, Ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, já que o ajuste salarial dos ministros e do próprio presidente precisa passar por aprovação legislativa e administrativa.

Lula defende cautela em resposta a tarifa de Trump e reforça soberania brasileira

Durante o encerramento do 17º Encontro Nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado neste domingo (3), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as negociações com os Estados Unidos sobre a recente sobretaxa imposta por Donald Trump exigem prudência. 

O republicano determinou tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, válidas para a partir do dia 6 de agosto. Além de aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, uma medida norte-americana que permite punir estrangeiros acusados de violações a direitos humanos.

Lula disse que, apesar de críticas ao posicionamento da Casa Branca, há limites diplomáticos que devem ser respeitados. Segundo ele, não se trata de dizer tudo o que pensa, mas sim o que a situação permite e exige, reforçando que o Brasil atua com responsabilidade nas relações internacionais.

O presidente ressaltou que o governo brasileiro não deseja confusão, mas também não recua diante de pressões. Conforme explicou, as propostas brasileiras já foram apresentadas ao governo norte-americano pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e pelo chanceler Mauro Vieira. As negociações seguem abertas, indicou.

Presidente afirma que o Brasil não aceitará pressão dos EUA

Sem mencionar diretamente Trump, Lula criticou a adoção de medidas unilaterais e afirmou que o Brasil não deve aceitar posição de subordinação a nenhuma potência, mas sim pautar-se pelo princípio da igualdade entre as nações.

Para ilustrar sua visão de política externa equilibrada, o presidente citou trecho de Chico Buarque: “seu governo não fala fino com os Estados Unidos nem grosso com a Bolívia”. Ele afirmou que esta linha evita tanto a submissão quanto a arrogância em relação aos vizinhos.


Discurso de Lula em evento do PT (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

A fala do presidente ocorreu em meio ao agravamento da tensão entre os dois países e à expectativa de um possível diálogo com Trump, que declarou recentemente estar disponível para uma conversa com o brasileiro. Lula afirmou que o governo sob sua liderança está sempre disposto a dialogar, contanto que haja respeito mútuo nas conversas.


Presidente dos EUA Donald Trump (Foto: reprodução/Andrew Harnik/Getty Images Embed)

PT se organiza para 2026 e destaca defesa da soberania nacional

O encontro partidário também marcou a posse de Edinho Silva como novo presidente do PT e aprovou um documento com diretrizes gerais para atuação até 2026, sem detalhar publicamente todos os pontos previstos.

Lula também sinalizou que pode disputar um novo mandato em 2026, condicionado ao seu estado de saúde, e destacou a importância de defender a democracia diante de desafios autoritários.

DataFolha: Avaliação de Lula permanece estável após tarifaço de Trump

A mais recente pesquisa do instituto Datafolha, divulgada neste sábado (2) pelo jornal Folha de S.Paulo, mostra que a avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) permanece praticamente inalterada em comparação ao levantamento anterior, mesmo após o anúncio do chamado “tarifaço” imposto por Donald Trump, ex-presidente dos Estados Unidos e atual candidato republicano à presidência.

De acordo com os dados coletados, 29% dos entrevistados classificam a gestão de Lula como ótima ou boa, enquanto 40% a consideram ruim ou péssima. Outros 29% avaliam como regular, e 1% não soube ou não quis responder.

Números semelhantes aos de junho

Na pesquisa anterior, realizada em 12 de junho, os números eram muito próximos: 28% de ótimo e bom, 40% de ruim e péssimo e 31% de regular. Os índices atuais indicam que, mesmo em meio a uma das maiores crises diplomáticas recentes entre Brasil e Estados Unidos, marcada pela imposição de tarifas comerciais por Trump e pelas respostas do governo brasileiro, a percepção dos eleitores brasileiros sobre o governo federal não sofreu grandes alterações.

Pontuações por renda, raça, gênero e região

Com a pesquisa de 2 de agosto, o padrão geral se manteve: aprovação caiu ligeiramente para 29%, rejeição permaneceu em 40% e avaliação regular chegou a 29%. O gráfico se repete: base de apoio limitada, elevada reprovação e escasso movimento de correção ascendente.

O estudo também detalhou a avaliação por perfil demográfico. Entre eleitores com renda entre cinco e dez salários mínimos, 62% consideram a gestão ruim ou péssima. Nas faixas de renda mais elevadas, o índice de rejeição também se mantém alto. O Sul do Brasil registra 51% de reprovação, enquanto o Nordeste continua com índices de aprovação maiores, embora ainda abaixo da meta saudável para o governo.


Governo Lula é reprovado por 40% (Vídeo:Reprodução/Youtube/CNN Brasil)

Além disso, homens, jovens entre 35 e 44 anos e pessoas com ensino superior são os grupos mais críticos. Eleitores negros e pardos exibem avaliação mais equilibrada, com quase empate entre aprovação e reprovação, o que reforça um quadro de polarização social profunda.

Implicações políticas e econômicas

A estabilização em torno dos 29% de aprovação sugere que Lula não rompeu o teto de popularidade que enfrentava desde junho. O episódio do tarifaço imposto pelos EUA parece não ter gerado impacto imediato, apesar de ter provocado tensão diplomática. A percepção pública se mantém resistente a esse tipo de choque.

Historicamente, a aprovação do presidente está abaixo da registrada em mandatos anteriores: em julho de 2009, por exemplo, Lula chegava aos 69% de aprovação. Atualmente, embora esteja à frente de Jair Bolsonaro na fase equivalente (Bolsonaro tinha 24% em julho de 2021), o índice reflete limitações de consolidação política.


Post do Presidente Lula no Instagram (Vídeo:Reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Analistas políticos avaliam que a estabilidade nos números pode refletir uma polarização consolidada entre apoiadores e críticos do governo. A resposta de Lula ao pacote de tarifas, marcada por um discurso enfático em defesa da “soberania nacional” e pela tentativa de ampliar seu alcance internacional, não pareceu, até o momento, influenciar significativamente a opinião pública de forma negativa ou positiva.

Metodologia da pesquisa

O Datafolha entrevistou eleitores presencialmente em diferentes regiões do país. A margem de erro do levantamento é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa também mostra que a divisão de opiniões sobre o governo Lula continua refletindo um cenário político altamente polarizado, com pouco espaço para grandes viradas de opinião no curto prazo.

Trump diz que Lula “pode ligar quando quiser” sobre tarifas comerciais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que o presidente Lula “pode ligar quando quiser”, ao ser questionado sobre a possibilidade de negociar as tarifas impostas ao Brasil. A declaração ocorreu diante da Casa Branca, após Trump evitar entrar em detalhes sobre as novas taxas comerciais.

Logo depois, ao ser perguntado se haveria pauta específica referente ao Brasil, Trump respondeu: “Vamos ver o que acontece… Eu amo o povo do Brasil”.

Contexto das tarifas e críticas ao governo brasileiro

Mesmo com o tom aparentemente conciliatório, as novas tarifas de até 50 % sobre produtos brasileiros causaram tensão diplomática. A medida, anteriormente programada para entrar em vigor em 1 de agosto, foi postergada para o dia 6 (quarta-feira) e incide sobre setores como aço e alumínio, enquanto minérios, polpa de laranja, castanhas e itens de aviação civil foram excluídos.

Trump reforçou que não detalharia os valores, mas deixou claro seu descontentamento com a conduta brasileira, alegando que “as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”, fazendo alusão ao processo de julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e as tensões políticas sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.


Declaração de Trump sobre tarifas brasileiras (Vídeo: reprodução/X/@globonews)

Discurso de Trump e posicionamento oficial do Brasil

Em entrevista ao The New York Times na quarta-feira (30), Lula afirmou que, apesar dos esforços, não obteve conversas com autoridades norte-americanas: “Designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura, meu ministro da Economia para que todos conversem com seus equivalentes nos EUA. Até agora, não foi possível”. Fontes diplomáticas confirmam que os canais com a Casa Branca estavam suspensos desde julho, quando a carta anunciando o “tarifaço” foi enviada.

A declaração de Trump vai em contrapartida aos movimentos norte-americano recentes. Na última quarta-feira (30), os Estados Unidos impuseram sanções ao ministro brasileiro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky. As penalidades incluem congelamento de bens, proibição de transações com cidadãos ou empresas dos EUA e bloqueio de cartões de crédito com bandeira americana.

“A negociação começa hoje”: Alckmin vai ao programa de Ana Maria Braga e explica tarifaço

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) participou nesta quinta-feira (31) do programa “Mais Você”, da TV Globo. No café da manhã com a apresentadora Ana Maria Braga, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços comentou e explicou o aumento nas tarifas formalizado pelos Estados Unidos na quarta-feira (30). 

Uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, decretou uma taxa de 40% sobre a exportação de produtos brasileiros no país – valor que acumula com a tarifa-base de 10% anunciada em abril. A medida entra em vigor em sete dias, segundo o comunicado divulgado pela Casa Branca. 

Brasil continua aberto ao diálogo 

Segundo Alckmin, desde o início da guerra tarifária, o Brasil sempre esteve disposto a dialogar. Em sua avaliação, o ministro aponta que apesar da ordem executiva, a negociação não foi encerrada. “Não acabou essa questão, [o que aconteceu] agora acelera a negociação […], ela começa hoje” afirmou.  

Referenciando comentários sobre uma possível ligação entre os dois líderes, o vice-presidente comentou que “o presidente Lula está aberto”. Se depender do lado brasileiro, “a conversa é pra ontem”, mas Alckmin aponta que algo desta dimensão precisa de muito preparo.


Presidente Lula (PT) e vice-presidente Alckmin (PSB) (Foto: reprodução/Alexandre Schneider/Getty Images Embed)

Esse tarifaço é um perde-perde, os americanos vão pagar mais caro no café, na carne, na fruta, no peixe, calçado, e nos atrapalha em mercado, emprego e crescimento“, comentou o ministro. 

Exceções para alguns produtos brasileiros 

No documento divulgado pela Casa Branca, foram listados 694 produtos exportados pelo Brasil que estariam de fora do aumento da tarifa, como aqueles fornecidos por setores de aeronáutica, energético e uma parte do agronegócio. Segundo Alckmin, cerca de 35,9% dos produtos brasileiros importados pelos EUA serão afetados pelo aumento de 50% na alíquota. 

Entre os que não entraram para a lista de exceção, está o café, que para o vice-presidente, é algo essencial na rotina dos norte-americanos. “Eles tomam aquele café grandão, eles precisam do nosso café arábica para o blend. […] O Brasil é o maior exportador do mundo, maior produtor do mundo, [vamos] primeiro trabalhar para baixar a tarifa, eles não produzem café”.


Publicação do Governo Federal sobre a participação de Alckmin no programa (Vídeo: reprodução/X/@govbr)

Medidas de proteção e soberania brasileira 

Como forma de suporte para os produtores prejudicados pela taxação, o ministro adiantou que o governo está desenvolvendo um plano de proteção aos empregos e às produções. “Ninguém vai ficar desamparado. Os 35,9% efetivamente atingidos pela tarifa, dos 10% mais 40%, vamos lutar para diminuir“, ressaltou.

Alckmin frisou também que o país não irá renunciar a sua soberania e saiu em defesa do ministro do STF Alexandre de Moraes, que tem sido alvo recente de sanções dos EUA. 

“Sem soberania, o Brasil não existiria”, diz Lula após EUA formalizar taxações

Nesta quinta-feira (31), logo após o governo dos Estados Unidos publicar o decreto do tarifaço e aplicar sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luís Inácio Lula da Silva voltou a enfatizar que o Brasil não existiria se não fosse um país soberano.

Em uma publicação na rede social X, o chefe de Estado brasileiro compartilhou o artigo 1° da nossa Constituição Federal que fala sobre os princípios fundamentais da República e afirmou que foi a soberania do nosso país que nos proporcionou independência e liberdade e sem ela o Brasil não existiria.

Dizeres de Lula

No texto, o presidente do Brasil também frisou que além de outros princípios fundamentais, a soberania nacional está na primeira posição da nossa Constituição. “Soberania é a autoridade que um povo tem sobre seu próprio destino. É a capacidade de um país decidir seus rumos, proteger seus recursos, cuidar de seu território e defender seus interesses diante do mundo. Soberania é, para nós, o direito de construir uma sociedade livre, justa e solidária”, escreveu.


Imagem Constituição compartilhada por Lula (Foto: reprodução/X/@lulaoficial)

Apesar de não fazer menção direta a questão com os Estados Unidos, Lula disse que o Brasil acredita no fortalecimento do multilateralismo e enfatizou a importância de uma colaboração mundial. Segundo ele, os desafios mundiais, como a fome e as mudanças climáticas, por exemplo, não serão vencidos sozinhos por nenhuma nação. “A soberania deve ser acompanhada pela cooperação internacional. Desafios comuns exigem ações compartilhadas”, disse ele.

Sanções de Trump

Nesta quarta-feira (30), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou a ordem executiva que formaliza a nova tarifa que totaliza 50% de aumento contra os produtos brasileiros exportados para o país norte-americano.

Porém, a nova medida possui uma lista com ao menos 700 itens que não serão afetados pela tarifa extra de 40%. Suco de laranja, castanhas, petróleo, minério de ferro e aeronaves estão entre os produtos selecionados para se manter apenas com a taxa de 10% divulgada anteriormente.

A nova medida estava prevista para entrar em vigor nesta sexta-feira (1°), mas foi adiada para o próximo dia 6 de agosto.

Para além da formalização do tarifaço, o governo norte-americano também anunciou nesta quarta-feira (30) a aplicação da Lei Magnitsky ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.

Governo se solidariza com Alexandre de Moraes após sanções de Trump

Em nota publicada no fim da noite desta quarta-feira(30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nota à imprensa apoiando o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes após o mesmo sofrer sanções de Donald Trump.

A nota veio logo no mesmo dia que Trump assinou sanções ao ministro pela lei Magnitsky, que era usada até esse momento apenas contra ditadores e violadores dos direitos humanos.

Lula critica tentativa de interferência estadunidense no STF

Além do apoio a Alexandre de Moraes, o presidente chamou de inaceitável a tentativa de interferência nas decisões do STF sobre a tentativa de golpe de estado a qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é considerado réu.

Na nota, o presidente afirma que as sanções ao ministro são frutos de ações de políticos brasileiros considerados traidores da pátria e do povo brasileiro para defender seus próprios interesses, em uma clara referência as ações feitas pelo filho de Bolsonaro e ex deputado federal Eduardo Bolsonaro, que afirma quase que diariamente estar em contato com Trump para que o mesmo não negocie e aumente as sanções ao Brasil visando conseguir a anistia total e irrestrita para seu pai no processo de tentativa de golpe de estado.


Alexandre de Moraes esteve presente na partida entre Corinthians x Palmeiras pela Copa do Brasil (Foto: Reprodução/Rede Globo via Globoplay)

Em outras declarações desde o anúncio do tarifaço de 50%, Lula afirma que esse ataque estadunidense é um atentado contra a soberania nacional brasileira por interferir no judiciário brasileiro e contra a longa relação diplomática e comercial entre os países. 

O presidente afirma ainda que a lei é para todos os cidadãos e empresas e que qualquer atividade que interfira e influencie na vida do povo brasileiro deve estar sobre as leis brasileiras.

Por fim, a nota conclui afirmando que os três poderes no Brasil fazem seu trabalho de forma independente e dentro dos limites da Constituição Brasileira. Além disso, o presidente afirma que as barreiras tarifárias são injustificáveis por usar de motivos político-partidários para aplicar as sanções.

Tarifaço veio logo após o STF tornar Bolsonaro réu

As ações dos Estados Unidos por meio de anúncios e decretos do presidente Donald Trump após Bolsonaro se tornar réu no caso da tentativa de golpe de estado que culminou nos atos anti democráticos do dia oito de janeiro de 2023.

Para a justiça, Bolsonaro tentou deslegitimar o STF e o processo eleitoral no qual foi derrotado pelo atual presidente Lula, atuou como líder de uma organização criminosa cujo objetivo era impedir a alternância de poder de forma pacífica usando a máquina pública com disseminação de mentiras para desestabilizar as instituições do país.

Por conta do decreto da taxação e outras formas de atrapalhar as investigações, Moraes decretou que um mandado de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente e como era esperada uma fuga, medidas protetivas foram acionados e agora Bolsonaro é monitorado por tornozeleira eletrônica.

A Procuradoria Geral da República, inclusive, já pediu a condenação do ex-presidente pelos crimes de organização criminosa, tentativa de golpe de estado, abolição do estado democrático de direito e outros crimes inseridos no processo que juntos podem fazer o ex-presidente ser condenado a 43 anos de prisão.

Governo prepara ações para proteger a economia

Ainda na nota, Lula afirma que o governo federal começou a avaliar os impactos e as medidas a serem tomadas para proteger os empregos e apoiar a indústria afetada pelo tarifaço de 50% assinado ontem por Trump.

Na manhã desta quinta-feira(31), o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou em entrevista que o setor agrícola, principalmente a produção de carne bovina, café e frutas, deve ser impactado pelo decreto estadunidense.

Haddad ainda afirmou que nos próximos dias o governo deve anunciar um pacote de medidas de apoio aos setores afetados, focando na indústria, no agronegócio e na manutenção de empregos.

Por fim, o ministro ainda afirmou que o Brasil deve recorrer a organizações comerciais do exterior para conseguir reverter as tarifas de 50% em seus produtos para que o país não seja afetado e tenha prejuízo em suas relações comerciais.

Lula se reúne com ministros do STF após sanções de Trump contra Moraes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira , 30 de julho, no Palácio do Planalto com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), para debater as recentes sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes. Entre os presentes estavam o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, além dos ministros Gilmar Mendes e Cristiano Zanin. Também participaram Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça, e Jorge Messias, advogado-geral da União.

Apesar da sanção ter como alvo Moraes, o magistrado não participou do encontro, em vez disso, compareceu à Neo Química Arena, em São Paulo, para assistir a um jogo do Corinthians. Logo após a reunião, o Palácio do Planalto divulgou nota em que Lula classificou a medida dos EUA como uma interferência “inaceitável” e reafirmou que o Brasil é um país soberano e democrático.

Defesa da soberania brasileira

Durante o encontro, foi destacada a independência do Poder Judiciário como um dos pilares da democracia brasileira. O presidente afirmou que qualquer tentativa de enfraquecer o Judiciário representa uma ameaça ao regime democrático: “Justiça não se negocia”, declarou. A nota oficial também enfatizou que o Brasil não aceitará suposta intromissão externa nas decisões internas da corte.


Presidente Lula se pronuncia sobre os EUA (Foto:Reprodução/X/@lulaoficial)

Em apoio a Moraes, o STF emitiu declaração reafirmando que continuará cumprindo a Constituição e respeitando o devido processo legal. Declarações de solidariedade ao ministro foram emitidas por colegas da corte, que ressaltaram a legitimidade de suas decisões, inclusive no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, cuja expectativa é de definição ainda em 2025.

Possíveis respostas judiciais e tensão diplomática

O governo brasileiro avalia recorrer ao Judiciário dos EUA por meio de representação jurídica a favor de Moraes. A Advocacia-Geral da União (AGU) e o Itamaraty estudam contratar escritório americano para questionar a legalidade da sanção com base na Lei Magnitsky, argumentando que ela fere a independência jurisdicional brasileira.


Ministra Gleisi Hoffman em apoio a Moraes (Reprodução/X/@gleisi)

Essa atuação reforça a tensão diplomática entre os países, intensificada após anúncio de taxa de até 50% sobre produtos brasileiros pelo governo Trump. A sanção preocupa também por estar associada a restrições de vistos e bloqueio de bens nos EUA, afetando o ministro e familiares próximos.

O dia posterior às medidas ficou marcado por articulações entre os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo para definir estratégias de resposta. Parlamentares de diferentes partidos reafirmaram apoio ao STF e destacaram que o país não pode admitir sanções de potências estrangeiras direcionadas a magistrados nacionais.