Lula diz que seu salário de R$46 mil “não é muito” ao defender reforma tributária

O presidente afirmou que seu salário bruto de R$46 mil gera apenas R$21 mil líquidos após descontos e reforçou a necessidade de uma reforma tributária

05 ago, 2025
Lula durante reunião no Palácio do Planalto | Reprodução/EVARISTO SA/AFP via Getty Images Embed
Lula durante reunião no Palácio do Planalto | Reprodução/EVARISTO SA/AFP via Getty Images Embed

Nesta terça-feira (5) durante reunião do Conselhão no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez declarações que geraram repercussão. Em um tom descontraído, comentou que seu salário bruto de R$46 mil “não é muito”, já que após os descontos de Imposto de Renda e a contribuição de R$4 mil que faz ao Partido dos Trabalhadores (PT), o valor líquido restante seria de R$21 mil.

A fala foi usada para reforçar sua defesa por uma reforma tributária, na qual os mais ricos paguem mais impostos, e criticar as isenções fiscais concedidas a grandes fortunas. Além do salário presidencial, Lula também recebe uma aposentadoria como anistiado político, que em 2024, estava no valor de R$12.530,72 conforme apuração da Agência Lupa e da Secretaria de Comunicação da Presidência (Secom).



Presidente Lula usa seu salário como base para abordar o assunto de reforma tributária (Vídeo: reprodução/X/@Metropoles)

Críticas a privilégios fiscais

Lula aproveitou a ocasião para criticar o modelo tributário atual, afirmando que “o pobre não pode pagar imposto como se fosse rico”. Ele reiterou sua promessa de isentar o Imposto de Renda para quem ganha até R$5 mil mensais e defendeu a tributação de altas rendas, como as que superam R$1 milhão anual.

O presidente também voltou a criticar as isenções fiscais, argumentando que o Brasil concede cerca de R$860 bilhões em benefícios fiscais a setores abastados, um montante que ele comparou ao orçamento do Bolsa Família. Em sua visão, esse é um “gasto” do governo que não recebe o mesmo escrutínio que os programas sociais, vistos como despesas.

Defesa da progressividade

O presidente ainda mencionou que as propostas de reforma tributária e de taxação de dividendos já foram enviadas ao Congresso, visando uma distribuição de carga mais justa. Ele defende que a valorização do salário mínimo é uma política intocável e que não fará “ajuste em cima dos pobres” para equilibrar as contas públicas.

Brincando, Lula disse que não recebe reajustes salariais, destacando que está sujeito às mesmas regras e negociações que os demais funcionários públicos. Ele disse que não pode pedir aumento para si porque “a Esther não determina quanto eu tenho que ter de aumento”, se referindo a Esther Dweck, Ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, já que o ajuste salarial dos ministros e do próprio presidente precisa passar por aprovação legislativa e administrativa.

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