Lula está favorável à conversa direta com Donald Trump

O presidente Luís Inácio Lula da Silva diz não se opor ao diálogo sobre tarifaço imposto pelo presidente Donald Trump desde que ele próprio atenda a ligação

29 jul, 2025
Presidente Lula | Reprodução/X/@GeopolPt
Presidente Lula | Reprodução/X/@GeopolPt

Nesta terça-feira (29), segundo interlocutores do Palácio do Planalto, o presidente Lula se mostrou disposto a conversar diretamente com Donald Trump para debater sobre as novas tarifas impostas ao país, porém só haverá diálogo se o próprio presidente dos Estados Unidos atender a ligação.

A nova posição de Lula ocorreu após senadores brasileiros fazerem uma proposta pedindo para haver tal conversa entre os dois líderes, contudo, o Planalto avalia a situação de maneira não tão positiva.

A análise prevê que a Casa Branca só abrirá negociações após 1° de agosto, quando as taxas já estiverem em vigor, como uma maneira de poder aumentar a barganha.

Tentativas de diálogo

Mesmo com tentativas de contato com o Departamento de Comércio, do Tesouro e de outras áreas administração do governo norte-americano, fontes do governo do Brasil afirmam que há dificuldade em definir uma ligação direta com a base política de Donald Trump.

De acordo com um interlocutor direto do presidente Lula, o Brasil se manterá aberto ao diálogo, mas existem limites e a soberania do país não é algo negociável. O governo brasileiro rejeitará qualquer tentativa de imposição de interferências do sistema do Pix, por exemplo, ou em decisões do STF (Supremo Tribunal Federal).


Lula se mostra disposto à diálogo (Vídeo: reprodução/YouTube/@opovo)

A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que Donald Trump não está disposto a conversar neste momento e mesmo que Lula busque por isso, não irá acontecer. “Uma negociação entre dois chefes de Estado necessita da preparação de negociadores para acontecer, não é um telemarketing”, disse ela ao ser questionada se Lula deveria buscar a negociação pessoalmente com o presidente dos Estados Unidos.

Hoffmann reafirmou que Lula nunca esteve contrário a um diálogo, mas é preciso haver também abertura do outro lado para isto acontecer. A ministra frisou que o Brasil não possui uma “hegemonia de país para nossas vendas”, que o país tem “um mercado muito amplo no mundo”.

Resumo do caso

No dia 9 de julho, Donald Trump publicou uma carta na sua rede social, Truth Social, e a endereçou ao presidente Lula qual anunciava a imposição de novas tarifas de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos.

Como justificativa para este novo tarifaço Trump argumentou que os motivos eram políticos, relacionados à postura do STF com o ex-presidente Jair Bolsonaro e também por motivos comerciais onde ele alega ter uma relação injusta gerada por políticas tarifárias com o país, porém os Estados Unidos possui um histórico de superávit com Brasil.

A nova alíquota entrará em vigor a partir da próxima sexta-feira (1°).

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