“A negociação começa hoje”: Alckmin vai ao programa de Ana Maria Braga e explica tarifaço

Para vice-presidente o aumento nas tarifas é um “perde-perde”, mas que ainda há espaço para negociação com EUA, apesar do anúncio de Trump

31 jul, 2025
Vice-presidente Geraldo Alckmin | Reprodução/Wang Zhao-Pool/Getty Images Embed
Vice-presidente Geraldo Alckmin | Reprodução/Wang Zhao-Pool/Getty Images Embed

O vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) participou nesta quinta-feira (31) do programa “Mais Você”, da TV Globo. No café da manhã com a apresentadora Ana Maria Braga, o ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços comentou e explicou o aumento nas tarifas formalizado pelos Estados Unidos na quarta-feira (30). 

Uma ordem executiva assinada pelo presidente Donald Trump, decretou uma taxa de 40% sobre a exportação de produtos brasileiros no país – valor que acumula com a tarifa-base de 10% anunciada em abril. A medida entra em vigor em sete dias, segundo o comunicado divulgado pela Casa Branca. 

Brasil continua aberto ao diálogo 

Segundo Alckmin, desde o início da guerra tarifária, o Brasil sempre esteve disposto a dialogar. Em sua avaliação, o ministro aponta que apesar da ordem executiva, a negociação não foi encerrada. “Não acabou essa questão, [o que aconteceu] agora acelera a negociação […], ela começa hoje” afirmou.  

Referenciando comentários sobre uma possível ligação entre os dois líderes, o vice-presidente comentou que “o presidente Lula está aberto”. Se depender do lado brasileiro, “a conversa é pra ontem”, mas Alckmin aponta que algo desta dimensão precisa de muito preparo.


Presidente Lula (PT) e vice-presidente Alckmin (PSB) (Foto: reprodução/Alexandre Schneider/Getty Images Embed)

Esse tarifaço é um perde-perde, os americanos vão pagar mais caro no café, na carne, na fruta, no peixe, calçado, e nos atrapalha em mercado, emprego e crescimento“, comentou o ministro. 

Exceções para alguns produtos brasileiros 

No documento divulgado pela Casa Branca, foram listados 694 produtos exportados pelo Brasil que estariam de fora do aumento da tarifa, como aqueles fornecidos por setores de aeronáutica, energético e uma parte do agronegócio. Segundo Alckmin, cerca de 35,9% dos produtos brasileiros importados pelos EUA serão afetados pelo aumento de 50% na alíquota. 

Entre os que não entraram para a lista de exceção, está o café, que para o vice-presidente, é algo essencial na rotina dos norte-americanos. “Eles tomam aquele café grandão, eles precisam do nosso café arábica para o blend. […] O Brasil é o maior exportador do mundo, maior produtor do mundo, [vamos] primeiro trabalhar para baixar a tarifa, eles não produzem café”.


Publicação do Governo Federal sobre a participação de Alckmin no programa (Vídeo: reprodução/X/@govbr)

Medidas de proteção e soberania brasileira 

Como forma de suporte para os produtores prejudicados pela taxação, o ministro adiantou que o governo está desenvolvendo um plano de proteção aos empregos e às produções. “Ninguém vai ficar desamparado. Os 35,9% efetivamente atingidos pela tarifa, dos 10% mais 40%, vamos lutar para diminuir“, ressaltou.

Alckmin frisou também que o país não irá renunciar a sua soberania e saiu em defesa do ministro do STF Alexandre de Moraes, que tem sido alvo recente de sanções dos EUA. 

Mais notícias