Governo se solidariza com Alexandre de Moraes após sanções de Trump

Ministro foi alvo de sanções do governo estadunidense aplicada apenas a ditadores, usurpadores da democracia e violadores dos direitos humanos

31 jul, 2025
Ministro Alexandre de Moraes | Foto: Reprodução/Gustavo Moreno/STF
Ministro Alexandre de Moraes | Foto: Reprodução/Gustavo Moreno/STF

Em nota publicada no fim da noite desta quarta-feira(30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nota à imprensa apoiando o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes após o mesmo sofrer sanções de Donald Trump.

A nota veio logo no mesmo dia que Trump assinou sanções ao ministro pela lei Magnitsky, que era usada até esse momento apenas contra ditadores e violadores dos direitos humanos.

Lula critica tentativa de interferência estadunidense no STF

Além do apoio a Alexandre de Moraes, o presidente chamou de inaceitável a tentativa de interferência nas decisões do STF sobre a tentativa de golpe de estado a qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é considerado réu.

Na nota, o presidente afirma que as sanções ao ministro são frutos de ações de políticos brasileiros considerados traidores da pátria e do povo brasileiro para defender seus próprios interesses, em uma clara referência as ações feitas pelo filho de Bolsonaro e ex deputado federal Eduardo Bolsonaro, que afirma quase que diariamente estar em contato com Trump para que o mesmo não negocie e aumente as sanções ao Brasil visando conseguir a anistia total e irrestrita para seu pai no processo de tentativa de golpe de estado.


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Alexandre de Moraes esteve presente na partida entre Corinthians x Palmeiras pela Copa do Brasil (Foto: Reprodução/Rede Globo via Globoplay)

Em outras declarações desde o anúncio do tarifaço de 50%, Lula afirma que esse ataque estadunidense é um atentado contra a soberania nacional brasileira por interferir no judiciário brasileiro e contra a longa relação diplomática e comercial entre os países. 

O presidente afirma ainda que a lei é para todos os cidadãos e empresas e que qualquer atividade que interfira e influencie na vida do povo brasileiro deve estar sobre as leis brasileiras.

Por fim, a nota conclui afirmando que os três poderes no Brasil fazem seu trabalho de forma independente e dentro dos limites da Constituição Brasileira. Além disso, o presidente afirma que as barreiras tarifárias são injustificáveis por usar de motivos político-partidários para aplicar as sanções.

Tarifaço veio logo após o STF tornar Bolsonaro réu

As ações dos Estados Unidos por meio de anúncios e decretos do presidente Donald Trump após Bolsonaro se tornar réu no caso da tentativa de golpe de estado que culminou nos atos anti democráticos do dia oito de janeiro de 2023.

Para a justiça, Bolsonaro tentou deslegitimar o STF e o processo eleitoral no qual foi derrotado pelo atual presidente Lula, atuou como líder de uma organização criminosa cujo objetivo era impedir a alternância de poder de forma pacífica usando a máquina pública com disseminação de mentiras para desestabilizar as instituições do país.

Por conta do decreto da taxação e outras formas de atrapalhar as investigações, Moraes decretou que um mandado de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente e como era esperada uma fuga, medidas protetivas foram acionados e agora Bolsonaro é monitorado por tornozeleira eletrônica.

A Procuradoria Geral da República, inclusive, já pediu a condenação do ex-presidente pelos crimes de organização criminosa, tentativa de golpe de estado, abolição do estado democrático de direito e outros crimes inseridos no processo que juntos podem fazer o ex-presidente ser condenado a 43 anos de prisão.

Governo prepara ações para proteger a economia

Ainda na nota, Lula afirma que o governo federal começou a avaliar os impactos e as medidas a serem tomadas para proteger os empregos e apoiar a indústria afetada pelo tarifaço de 50% assinado ontem por Trump.

Na manhã desta quinta-feira(31), o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou em entrevista que o setor agrícola, principalmente a produção de carne bovina, café e frutas, deve ser impactado pelo decreto estadunidense.

Haddad ainda afirmou que nos próximos dias o governo deve anunciar um pacote de medidas de apoio aos setores afetados, focando na indústria, no agronegócio e na manutenção de empregos.

Por fim, o ministro ainda afirmou que o Brasil deve recorrer a organizações comerciais do exterior para conseguir reverter as tarifas de 50% em seus produtos para que o país não seja afetado e tenha prejuízo em suas relações comerciais.

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