Vozes sintéticas criadas por IA estão muito semelhantes a vozes humanas, diz estudo

Recentemente, uma pesquisa mostrou a evolução das vozes geradas por inteligência artificial, que são construídas em ferramentas de síntese de voz de última geração. Hiper-realistas, os áudios artificiais estão cada vez mais se tornando impossíveis de diferenciar dos sons reais e áudios humanos, a conclusão dos estudos afirma que o ouvinte médio não consegue mais distinguir qual é qual.

Douglas Torres, um brasileiro especialista em inteligência artificial e CEO da YUP AI, chegou a analisar a pesquisa e como a tecnologia está deixando de ser apenas robótica e se tornando aos poucos mais humanizada, para o bem e o para o mal. “As vozes [artificiais] já carregam emoção, contexto e até o tom de voz.” contou Douglas.

Para realizar a pesquisa, um grupo selecionado avaliou as vozes reproduzidas e escolheram quais soavam mais realistas, dominantes e confiáveis.

Evolução rápida

Para a Dra. Nadine Lavan, professora sênior de psicologia na Queen Mary University of London, universidade que fez o estudo, era apenas uma “questão de tempo” até que os aprimoramentos da tecnologia de IA produzisse falas mais naturais e menos computadorizadas. Lavan também foi coautora da pesquisa.

O objetivo central da pesquisadora é entender como as pessoas percebem essas vozes hiper-realistas agora que as ferramentas estão mais sofisticadas e acessíveis, para a tese, Dra. Nadine contou que os áudios foram criados de forma simples e rápida, demonstrando de início a capacidade atual dessa tecnologia.


Como o Vishing consegue capturar dados pessoais? (Vídeo: reprodução/Youtube/@senaisaopauloSP)

Golpes de vishing

Nos últimos anos, um tipo de golpe por telefone começou a circular pelo Brasil e outros países, chamado “Vishing”. Nele, mistura-se vozes sintetizadas com o golpe de fraude digital, o “pishing”, criando ligações telefônicas onde o criminoso engana a vítima atrás de dados confidenciais, muitas vezes bancários, senhas ou conseguindo autorização para realizar transferências utilizando vozes falsas que imitam a programação de bancos ou até de familiares de quem recebeu a ligação.

A inteligência artificial infelizmente também é usada em outros crimes como golpes por pix que funcionam a base do “Deepfake”, onde são criados vídeos de autoridades ou figuras públicas divulgando investimentos de alta rentabilidade, pedidos de ajuda e arrecadação de dinheiro totalmente falsos.

Acessibilidade e educação

Pelos estudos, a professora sênior acredita que entre casos negativos, ainda sim é possível encontrar formas de usufruir da ferramenta além de enganar os ouvintes.

Com vozes mais humanas, algo que cria mais conforto entre o robô e o usuário as vozes sintéticas com uma alta qualidade, podem ser usadas na comunicação, educação e para acessibilidade, aprimorando situações tanto do cotidiano quanto em áreas específicas de aprendizado e convivência, para pessoas com deficiência ou não.

Fux vota pela nulidade do processo afirmando incompetência do STF

O voto do ministro Luiz Fux foi para anular o processo no julgamento do núcleo 1 da tentativa de golpe de estado, nesta quarta-feira (10), afirmando incompetência absoluta do Supremo Tribunal Federal, STF.

Fux disse: “O juiz deve acompanhar a ação penal com distanciamento”.

O argumento de Fux tem como base a incompetência do STF, sendo, portanto, processo encaminhado ao plenário para ser julgado pelos 11 ministros. Porém, se de fato o processo não for anulado.

Divergências que podem dar direitos a réus

Sustentou ainda que os réus não têm prerrogativa de foro privilegiado, o que não dá direito aos réus de serem julgados por uma instância superior.

Apesar da divergência do ministro Luiz Fux, o resultado não deve sofrer alterações.

Havendo concordância para nulidade do processo, os réus terão direito a apresentar o recurso de embargos infringentes, que tem por objetivo reverter uma decisão judicial não unânime composta.

Conforme adendo do ministro, o plenário do supremo, por 11 ministros, é que deve julgar o processo e não o Supremo Tribunal Federal STF, que, a seu ver, é inadequado com cinco ministros para fazê-lo.


Voto de Luiz Fux (Vídeo: reprodução/YouTube/GZH)

Votou a favor de delação premiada

Em setembro de 2023, Fux não fez nenhum questionamento à corte quando o plenário deu início ao julgamento dos primeiros réus do ataque de 8 de janeiro. Vale lembrar que os réus não tinham prerrogativa de foro e, na época, o ministro concordou com as alegações da defesa do processo.

O ministro Luiz Fux também voltou a favor da delação premiada de Mauro Cid, tendo em vista que o réu colaborou de forma voluntária e sem indícios de coação no processo. E ainda disse que o colaborador acabou se incriminando porque ele confessa. Aceitando a conclusão do relator, votando que aplique ao colaborador os benefícios propostos pela PGR.

Moraes mostra slide em julgamento relacionando Bolsonaro como líder de organização criminosa

O Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao votar o mérito da ação penal conhecida como “trama golpista” nesta terça-feira (9), apresentou um slide que posiciona Jair Messias Bolsonaro como líder de uma organização criminosa. O slide, divulgado durante a leitura do voto, relaciona o ex-presidente aos demais sete réus principais no núcleo da trama investigada.

Segundo Moraes, o grupo criminoso teria usado órgãos públicos para monitorar adversários políticos, atacar o Poder Judiciário e desacreditar a Justiça Eleitoral, o resultado das eleições de 2022 e, de maneira mais geral, a democracia brasileira. A demonstração visual foi acompanhada por uma linha do tempo contendo 13 acontecimentos considerados provas da tentativa de golpe de Estado, que vão desde transmissões ao vivo e reuniões internas até planejamento de ações de inteligência em diferentes fases de 2021 a 2023.

Slides de acusações

O slide montado por Moraes inclui o nome de Bolsonaro destacado junto aos de outras figuras centrais do caso: Braga Netto, Mauro Cid, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, além de outros acusados que compõem o núcleo estratégico da organização criminosa. A apresentação teve caráter sintético, indo direto ao ponto visual da acusação, com uso de gráficos e nomes para reforçar a configuração do esquema investigado.

O réu Jair Messias Bolsonaro deu sequência a essa estratégia golpista estruturada pela organização criminosa, sob a sua liderança, para já colocar em dúvida, o resultado das futuras eleições, sempre com a finalidade de obstruir o funcionamento da Justiça Eleitoral, atentar contra o poder judiciário e a garantir a manutenção do seu grupo político no poder, independentemente dos resultados das eleições vindouras“, disse Moraes.


Slide apresentado por Moraes com nome de Bolsonaro e 7 réus (Foto: reprodução/TV Justiça)

Narrativa e linha do tempo

Na linha do tempo, Moraes destacou atos ocorridos entre 2021 e 2023, incluindo ameaças explícitas à Justiça Eleitoral em lives, encontros ministeriais e uso de órgãos como a Polícia Rodoviária Federal e as Forças Armadas para influenciar o processo eleitoral. Em 2023, apontou-se à formação de um “gabinete de crise” após o que foi interpretado como a consumação de um golpe de Estado, culminando na criminalização do esquema como tentativa de perpetuação de poder fora do voto.

Bolsonaro pede autorização a Moraes para deixar prisão domiciliar por motivos médicos

Os advogados de Bolsonaro, pediram ao STJ uma autorização para que o ex-presidente vá ao hospital fazer alguns procedimentos médicos, e o ministro Alexandre de Moraes deve da a resposta se autoriza ou não até sexta-feira (12), que é o dia do julgamento final de Jair e mais sete réus. O atendimento hospitalar está marcado para domingo (14), dois dias depois da absolvição ou condenação do ex-presidente.

Qual o procedimento

Bolsonaro fará uma retirada de lesões na pele e será atendido no Hospital DF Star, em Brasília, recebendo alta no mesmo dia. Quem atenderá Bolsonaro é o médico Cláudio Birolini, chefe da equipe de cirurgia, foi ele quem assinou o pedido médico de Bolsonaro.  Após a retirada das lesões na pele, será feita uma biópsia para saber se é um tumor benigno ou maligno. Após liberação do médico, dependendo da audiência que definirá o destino de Bolsonaro, ele poderá voltar para a cadeia ou voltará para casa.

No mês de agosto, ele também pediu autorização para realizar exames médicos, o que foi aprovado pelo ministro Alexandre de Moraes. O primeiro pedido para deixar a prisão domiciliar foi feito para que Bolsonaro pudesse fazer exames que mostraram que algumas pequenas infecções no pulmão do ex-presidente, além de uma inflamação no esôfago e estômago.


Jair Bolsonaro ao lado dos seus advogados Paulo Cunha Bueno e Celso Vilardi (Foto: reprodução/Fillipe Sampaio/CNN)


Crimes

Jair Bolsonaro é réu junto com mais sete pessoas por tentar dar golpe de Estado, é o que diz a polícia, o plano para tomar começou a tomar forma quando percebeu que não ganharia as eleições de 2022, ele está sendo acusado de: organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado. Eles correm o risco de ficarem 39 anos na cadeia se forem condenados.

Bolsonaro foi para prisão domiciliar por usar as redes sociais de outra pessoa para participar de uma manifestação em seu apoio, o que tinha sido proibido em uma das medidas cautelares feita para ele.

STF ouve defesas em julgamento por tentativa de golpe de Estado

Nesta quarta-feira (3), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu continuidade ao julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022. A sessão, iniciada às 9h em Brasília, foi dedicada às sustentações orais das defesas de quatro réus, entre eles Bolsonaro. Segundo o Ministério Público Federal, o processo tramita no STF porque os crimes investigados atentam contra o Estado democrático de direito.

Sessão concentra falas das defesas e adia decisão

Os advogados de Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto tiveram cerca de uma hora cada para apresentar seus argumentos e tentar afastar a responsabilidade de seus clientes. Como o tempo da sessão matutina foi limitado e o plenário tinha compromissos no período da tarde, a votação dos ministros foi adiada para a próxima semana.

Durante a audiência, o relator Alexandre de Moraes ouviu as manifestações sem antecipar seu voto. A expectativa é que ele dê início à votação na terça-feira (9), seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, obedecendo à ordem de antiguidade da Primeira Turma.


Material da CNN Brasil (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Julgamento será retomado na próxima semana

Se o cronograma for mantido, os ministros deverão analisar questões processuais antes de avançar para a decisão final sobre eventual condenação. O resultado dependerá da maioria dos votos: caso os réus sejam absolvidos, o processo será arquivado; em caso de condenação, as penas serão aplicadas de acordo com o grau de participação de cada um.

A retomada do julgamento está prevista para os dias 9, 10 e 12 de setembro, com sessões pela manhã e à tarde. O voto de Moraes deve reunir o resumo das provas e a análise jurídica dos fatos. O caso é considerado um marco institucional por tratar de um dos episódios mais graves contra a democracia recente do país, acompanhado de perto pela sociedade e pela comunidade internacional.

Matéria por Flavia Lopes (In Magazine)

Julgamento de Bolsonaro é interrompido e será retomado às 14h

Às 9h desta terça-feira (2), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu início ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete réus envolvidos na tentativa de golpe de Estado associada aos ataques ocorridos em 8 de janeiro de 2023.

Após a fala de Paulo Gonet, procurador-geral da República, o presidente da primeira turma do STF, Cristiano Zanin, suspendeu a sessão para o intervalo do almoço.

O julgamento está previsto para retornar às 14h e contará com as defesas dos réus, que terão até duas horas disponíveis para advogar a favor da absolvição de seus clientes.

Réus e acusações

O chamado núcleo 1, núcleo principal do plano para o golpe de Estado, possui 8 réus. São eles: Jair Messias Bolsonaro, ex-presidente; Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-presidente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin); Almir Garnier, almirante de esquadra da Marinha durante o governo de Bolsonaro; Anderson Torres, ex-ministro da justiça do governo Bolsonaro; Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) do governo Bolsonaro; Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro; Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa do governo Bolsonaro; e Walter Souza Braga Netto, ex-ministro de Defesa e da Casa Civil do governo Bolsonaro.


Julgamento de Bolsonaro interrompido (Vídeo: reprodução/YouTube/@recordnews)

Sete dos oito réus respondem à Suprema Corte por cinco crimes. Alexandre Ramagem é a exceção e responde por três crimes após a Câmara dos Deputados ter aprovado a suspensão da ação penal contra ele. Desta maneira ele responde por: golpe de Estado; organização criminosa armada; e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Para os demais réus, há, além dos crimes citados acima, dano qualificado pela violência e ameaça grave e deterioração de patrimônio tombado.

O cronograma do julgamento

Cinco datas foram fixadas por Cristiano Zanin para a realização do julgamento do núcleo 1 da trama golpista.

As sessões terão início no dia 2 de setembro, terça-feira, de 9 às 12h e de 14h às 19h; 3 de setembro, quarta-feira, de 9h às 12h; 9 de setembro, terça-feira, de 9h às 12h e de 14h às 19h; 10 de setembro, quarta-feira, de 9h às 12h; e 12 de setembro, sexta-feira, de 9h às 12h e de 14h às 19h onde se encerrarão as sessões e serão dadas as sentenças.

Filho de Bolsonaro diz que o pai não acompanhará julgamento no STF

O primeiro dia de julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, vai acontecer na terça-feira(02). Bolsonaro resolveu que não irá aparecer no próprio julgamento, onde responde processo por tentativa de golpe de Estado. A informação foi falada pelo filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro (PL), ele informou que seu pai não poderá ir ao julgamento por motivos de saúde e que acompanhará de casa a sessão.

Informação

Flávio Bolsonaro foi visitar o pai no Distrito Federal, onde Jair cumpre prisão domiciliar no condomínio Solar de Brasília: “Acabei de visitar meu pai. Ele não estará presencialmente no STF por questão de saúde. Não pode bancar um dia inteiro de julgamento. O julgamento é uma maratona, começa de manhã e vai até o final da tarde e começo da noite. No atual estado de saúde dele, seria muito desgastante. Ele está com um soluço que vai e volta toda hora e incomoda bastante. Ele está tomando remédios. Por conta disso, ele não vai presencialmente ao julgamento no STF”, disse o senador.


Flávio Bolsonaro demostra carinho ao pai em publicação em redes sociais (Foto:Reprodução/@flaviobolsonaro)

Flávio visitou o pai nesta segunda-feira (01) na parte da tarde, Jair além da visita do filho, também recebeu a senadora Damares Alves em sua casa, onde recebeu orações da parlamentar. Por enquanto, Jair Bolsonaro cumpre a prisão em casa até o final de seu julgamento, o que foi determinado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes.

Crimes

Jair Bolsonaro se tornou réu no final de março deste ano, após os 5 ministros da primeira turma do STF encontrarem evidências de que ele e mais setes aliados estariam envolvidos em uma trama golpista para tomar o poder caso ele não ganhasse as eleições de 2022.

Bolsonaro esta sendo acusado de: organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado. Dessa maneira sua condenação pode somar até 39 anos de prisão.

Prisão

Bolsonaro recebeu a prisão domiciliar após o ministro Alexandre de Moraes entender que ele não cumpriu uma das medidas cautelares impostas a ele. Bolsonaro estava proibido de usar suas redes sociais, então ele usou as redes sociais de terceiros durante as manifestações em seu apoio que aconteceu no início de agosto.

Outra medida tomada por Moraes foi o uso de tornozeleira eletrônica, além de não poder sair de casa sem autorização judicial e não pode ter contato com embaixadores e diplomatas de estrangeiros.

 

STF reforça segurança com drones e tecnologia avançada para julgamento de Bolsonaro e aliados

Com a aproximação do julgamento do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL), marcado para a próxima terça-feira (2), medidas especiais de segurança foram definidas para garantir o pleno andamento das sessões. A Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, em parceria com a Polícia Judicial do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou um esquema reforçado que contará com o uso de equipamentos de última geração.

Entre eles, destacam-se drones com tecnologia de imagem térmica, capazes de captar movimentos e identificar objetos mesmo em ambientes de baixa luminosidade. O objetivo é assegurar que nenhuma intercorrência comprometa o andamento do processo.


Jair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil (Foto: reprodução/X/@g1)

O julgamento

O julgamento de Bolsonaro, juntamente com outros sete réus, terá início em 2 de setembro. A análise do STF se concentrará nas denúncias ligadas à tentativa de golpe de Estado em 2022, episódio que marcou fortemente o cenário político nacional. Ao todo, serão realizadas seis audiências, distribuídas ao longo de setembro.

Para quem deseja acompanhar de perto, é importante ficar atento aos horários. Algumas sessões serão únicas, ocorrendo no período da manhã, enquanto outras contarão com dois turnos — pela manhã e à tarde.

Programação das audiências:
2 de setembro, terça-feira: 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
3 de setembro, quarta-feira: 9h às 12h (Extraordinária)
9 de setembro, terça-feira: 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Ordinária)
10 de setembro, quarta-feira: 9h às 12h (Extraordinária)
12 de setembro, sexta-feira: 9h às 12h (Extraordinária) e 14h às 19h (Extraordinária)

Expectativas

A condução desse julgamento é considerada histórica por envolver diretamente um ex-chefe de Estado. A adoção de medidas de segurança reforçadas, com uso de tecnologia avançada, mostra a preocupação das autoridades em evitar qualquer imprevisto que possa ameaçar a ordem pública ou comprometer a credibilidade do processo. Os próximos dias prometem ser de grande relevância política e jurídica, com atenções voltadas para o STF e para o desfecho das denúncias que pesam contra Bolsonaro e seus aliados.

Julgamento de Jair Bolsonaro no STF terá presença de 501 jornalistas

Foi anunciado pelo Supremo Tribunal Federal que 501 profissionais da imprensa, entre nacionais e internacionais, estarão presentes para acompanhar o julgamento da denominada “trama golpista”. O número recorde de credenciamentos reflete a atenção global ao caso, que leva ao banco dos réus o ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados. Bolsonaro teve o seu julgamento marcado para começar no dia 2 de setembro.

Público limitado

Mais de 3 mil pessoas se inscreveram para assistir presencialmente às sessões, mas apenas 150 assentos estarão disponíveis no plenário da Segunda Turma, em Brasília. Já os jornalistas terão 80 lugares reservados na sala de julgamento da Primeira Turma, com acesso garantido por ordem de chegada.


Jair Bolsonaro no meio dos jornalistas (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Segurança máxima em Brasília

Um esquema reforçado de segurança será implementado a partir do dia 1º de setembro, com fechamento da Praça dos Três Poderes e presença ostensiva de tropas táticas, Bope, cães farejadores, detectores de metal e agentes da Polícia Militar e Judiciária do DF e de outros estados. A estratégia visa garantir ordem e integridade física no tribunal durante os dias de sessão. No período do julgamento, acontecerá o dia da Independência do Brasil, no dia 7, um evento que poderá ocorrer forte tensão da população que apoia o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Relembrando o julgamento

O Julgamento de Jair Bolsonaro e mais 7 ex-ministros irá começar no dia 2 de setembro e as próximas sessões ocorrerão nos dias 3, 9, 10 e 12, sendo este último, o dia da sentença. Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin, Carmen Lúcia, Flávio Dino e Lúcio Fux, que são os membros da Primeira Turma, irão conduzir o julgamento do ex-presidente da república. Bolsonaro foi acusado por tentativa de Golpe do Estado, para impedir a posse do atual presidente Lula.

Alta expectativa

A antecipação e a cobertura intensa indicam o peso histórico do processo. O alto número de jornalistas credenciados evidencia o clamor por transparência e informação. Ao mesmo tempo, o reforço de segurança aponta para a delicadeza política e institucional que paira sobre o julgamento.

Notas sobre depoimento de Mauro Cid são encontradas em veículo de Bolsonaro

A Polícia Federal encontrou anotações feitas por Bolsonaro sobre as declarações de Mauro Cid durante operação de busca e apreensão na última segunda-feira (18). Os escritos de Jair Bolsonaro estavam no porta-luvas do carro do ex-presidente, mas não entraram na investigação sobre coação por serem considerados sem importância para o andamento do processo.

Conteúdo das notas

As anotações escritas por Bolsonaro contêm uma linha temporal que se inicia na delação de seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid. Em uma das partes de suas notas, o político registrou “não existiam grupos, sim, indivíduos, considerando 3 ou 3 reuniões.”; “Previa: comissão eleitoral, nova eleição”.


Bolsonaro fazendo anotações durante interrogatório no STF (Foto: reprodução/Ton Molina/STF)

Bolsonaro também anotou a citação sobre a declaração de Cid acerca do dinheiro recebido da parte de Braga Netto. “Recebi o $ do Braga Netto e repassei para o Major Oliveira (…) Pelo volume, menos de 100 mil. Pressão para PR assinar ‘um decreto’ (…) defesa ou sítio, mas nada vai acontecer.” Algumas frases soltas também estavam registradas, como “preocupação em não parar o Brasil” e “Das oito, fiquei quatro semanas fora da Presidência”.

Sobre o planejamento do golpe, o ex-presidente escreveu que “Nem cogitação houve. Decreto de golpe? Golpe não é ilegal, golpe e conspiração”. Bolsonaro também havia destacado o dia 29 de novembro, mas teria riscado o registro em seguida. Ao lado da data, colocou “Plano de fuga do GSI caso a Presidência fosse sitiada”. Segundo a polícia, as anotações foram feitas ao longo da fala de Mauro Cid no interrogatório ocorrido em junho no STF e devem servir para a construção de estratégias da defesa de Jair Bolsonaro.

Inquérito por coação

Na última quarta-feira (20), Bolsonaro e seu filho Eduardo Bolsonaro foram indiciados por coação durante a investigação sobre tentativa de golpe. Os dois são suspeitos de intimidar ministros do Supremo Tribunal Federal, deputados e senadores para suspender processos contra o ex-presidente.


Bolsonaro, à esquerda, e Eduardo Bolsonaro, à direita (Foto: reprodução/Instagram/@bolsonarosp)

Mensagens de texto e áudio enviados por Bolsonaro, desrespeitando as medidas de proibição de uso de redes sociais determinadas pelo STF, foram encontradas pela Polícia Federal após a apreensão do dispositivo e confirmam a ação de coação do político.