STF ouve defesas em julgamento por tentativa de golpe de Estado

Defesas de quatro acusados apresentam seus argumentos; votos dos ministros devem ser conhecidos apenas na semana que vem, com sessões já agendadas

03 set, 2025
Jair Bolsonaro | Reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed
Jair Bolsonaro | Reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed

Nesta quarta-feira (3), a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) deu continuidade ao julgamento da ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete acusados de envolvimento na tentativa de golpe de Estado em 2022. A sessão, iniciada às 9h em Brasília, foi dedicada às sustentações orais das defesas de quatro réus, entre eles Bolsonaro. Segundo o Ministério Público Federal, o processo tramita no STF porque os crimes investigados atentam contra o Estado democrático de direito.

Sessão concentra falas das defesas e adia decisão

Os advogados de Augusto Heleno, Jair Bolsonaro, Paulo Sérgio Nogueira e Walter Braga Netto tiveram cerca de uma hora cada para apresentar seus argumentos e tentar afastar a responsabilidade de seus clientes. Como o tempo da sessão matutina foi limitado e o plenário tinha compromissos no período da tarde, a votação dos ministros foi adiada para a próxima semana.

Durante a audiência, o relator Alexandre de Moraes ouviu as manifestações sem antecipar seu voto. A expectativa é que ele dê início à votação na terça-feira (9), seguido por Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin, obedecendo à ordem de antiguidade da Primeira Turma.


Material da CNN Brasil (Vídeo: Reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Julgamento será retomado na próxima semana

Se o cronograma for mantido, os ministros deverão analisar questões processuais antes de avançar para a decisão final sobre eventual condenação. O resultado dependerá da maioria dos votos: caso os réus sejam absolvidos, o processo será arquivado; em caso de condenação, as penas serão aplicadas de acordo com o grau de participação de cada um.

A retomada do julgamento está prevista para os dias 9, 10 e 12 de setembro, com sessões pela manhã e à tarde. O voto de Moraes deve reunir o resumo das provas e a análise jurídica dos fatos. O caso é considerado um marco institucional por tratar de um dos episódios mais graves contra a democracia recente do país, acompanhado de perto pela sociedade e pela comunidade internacional.

Matéria por Flavia Lopes (In Magazine)

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