Polícia Federal afirma que Eduardo Bolsonaro escondeu dinheiro na conta bancária da esposa
Investigadores da PF identificaram transferências de R$ 2 milhões para a esposa do deputado federal e também encontra indícios de que Bolsonaro fez o mesmo

A Polícia Federal divulgou alguns detalhes do inquérito que indiciou o ex presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro por coação a autoridades responsáveis pelo inquérito de golpe de Estado.
Segundo a PF, a conta bancária de Heloísa, esposa de Eduardo, foi usada para esconder recursos bancários do deputado para ter acesso a valores recebidos de Bolsonaro e evitar bloqueios judiciais. O ex presidente fez o mesmo processo com sua esposa Michelle.
Movimentações chegam a R$ 2 milhões
Para chegar as transferências, a Polícia Federal tinha conseguido quebrar na justiça o sigilo bancário de Eduardo Bolsonaro.
A informação não era nova, já que o próprio Bolsonaro em depoimento afirmou ter transferido o valor de R$ 2 milhões para o filho, que está nos Estados Unidos, com o objetivo do mesmo não passar necessidade no país.
🚨🇺🇸 EUA anunciam mais restrições e perda de vistos para autoridades brasileiras!
Obrigado Presidente @realDonaldTrump e @SecRubio . pic.twitter.com/7Lw0EXVLzG
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) August 13, 2025
Eduardo Bolsonaro comemora sanções a membros do STF (Vídeo: Reprodução/X/@BolsonaroSP)
Para a PF, o ex presidente omitiu informações de que teria repassado outros valores. Segundo a investigação, Bolsonaro fez seis transferências que totalizam R$ 111 mil.
De acordo com a investigação, após Eduardo receber os 2 milhões do pai, realizou duas transferências para a esposa no valor de R$ 50 mil e de R$ 150 mil nos dias 19 de maio e 5 de junho, respectivamente.
Para os investigadores, as transferências tinham como objetivo esconder a origem do dinheiro para poder acessá-lo mesmo se a conta do deputado licenciado fosse bloqueada pelo justiça.
Bolsonaro também fez as mesmas movimentações bancárias
Além de Eduardo Bolsonaro, a investigação também chegou em movimentações bancárias de Jair Bolsonaro.
Ao analisar as movimentações bancárias do ex presidente, foi encontrado um repasse no valor de R$ 2 milhões para Michelle Bolsonaro, esposa de Bolsonaro, na véspera do depoimento dele a Polícia Federal em junho.
Para os investigadores da PF, Bolsonaro se desfez dos valores tendo consciência e liberdade, tendo claro objetivo de se desfazer de recursos financeiros que tinha em posse imediata para não perder os recursos em casos de bloqueios judiciais. A investigação ainda conclui que as transferências visavam apoiar Eduardo no intento criminoso de coagir autoridades responsáveis pelo julgamento dos atos golpistas.
Bolsonaros foram indiciados pela PF
Nesta quarta-feira(20), a Polícia Federal indiciou Eduardo Bolsonaro e Jair Bolsonaro por coação a autoridades responsáveis pelo inquérito e julgamento do golpe de Estado.
Além disso, a PF ainda concluiu que ambos, tentaram atrapalhar o processo de golpe de Estado e tentaram abolir o Estado Democrático de Direito através de ações que visavam atingir instituições brasileiras culminando segundo um dos investigados no tarifaço ao Brasil que passou a valer no dia 6 de agosto e em sanções ao ministro Alexandre de Moraes e outros membros do STF e do Congresso Nacional Brasileiro.
Também foram encontradas mensagens em sua maioria apagadas entre ambos os acusados e o pastor Silas Malafaia, tendo como assunto a intimidação de autoridades brasileiras responsáveis pela investigação e julgamento da trama golpista.