Moraes mostra slide em julgamento relacionando Bolsonaro como líder de organização criminosa

Ao votar mérito da “trama golpista”, ministro apresenta slide que destaca Bolsonaro como chefe de grupo que visava minar instituições democráticas

09 set, 2025
Alexandre de Moraes | Reprodução/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil
Alexandre de Moraes | Reprodução/Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao votar o mérito da ação penal conhecida como “trama golpista” nesta terça-feira (9), apresentou um slide que posiciona Jair Messias Bolsonaro como líder de uma organização criminosa. O slide, divulgado durante a leitura do voto, relaciona o ex-presidente aos demais sete réus principais no núcleo da trama investigada.

Segundo Moraes, o grupo criminoso teria usado órgãos públicos para monitorar adversários políticos, atacar o Poder Judiciário e desacreditar a Justiça Eleitoral, o resultado das eleições de 2022 e, de maneira mais geral, a democracia brasileira. A demonstração visual foi acompanhada por uma linha do tempo contendo 13 acontecimentos considerados provas da tentativa de golpe de Estado, que vão desde transmissões ao vivo e reuniões internas até planejamento de ações de inteligência em diferentes fases de 2021 a 2023.

Slides de acusações

O slide montado por Moraes inclui o nome de Bolsonaro destacado junto aos de outras figuras centrais do caso: Braga Netto, Mauro Cid, Almir Garnier, Anderson Torres, Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, além de outros acusados que compõem o núcleo estratégico da organização criminosa. A apresentação teve caráter sintético, indo direto ao ponto visual da acusação, com uso de gráficos e nomes para reforçar a configuração do esquema investigado.

O réu Jair Messias Bolsonaro deu sequência a essa estratégia golpista estruturada pela organização criminosa, sob a sua liderança, para já colocar em dúvida, o resultado das futuras eleições, sempre com a finalidade de obstruir o funcionamento da Justiça Eleitoral, atentar contra o poder judiciário e a garantir a manutenção do seu grupo político no poder, independentemente dos resultados das eleições vindouras“, disse Moraes.


Slide apresentado por Moraes com nome de Bolsonaro e 7 réus

Slide apresentado por Moraes com nome de Bolsonaro e 7 réus (Foto: reprodução/TV Justiça)

Narrativa e linha do tempo

Na linha do tempo, Moraes destacou atos ocorridos entre 2021 e 2023, incluindo ameaças explícitas à Justiça Eleitoral em lives, encontros ministeriais e uso de órgãos como a Polícia Rodoviária Federal e as Forças Armadas para influenciar o processo eleitoral. Em 2023, apontou-se à formação de um “gabinete de crise” após o que foi interpretado como a consumação de um golpe de Estado, culminando na criminalização do esquema como tentativa de perpetuação de poder fora do voto.

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