Bolsonaro: Alexandre de Moraes deixa claro que não cederá as pressões

Ministro do STF, que é relator e julgador do processo contra Bolsonaro, disse que os ministros vão garantir a funcionalidade da constituição

02 set, 2025
Alexandre de Moraes, Ministro do STJ I Reprodução/Bloomberg/ Getty Images Embed
Alexandre de Moraes, Ministro do STJ I Reprodução/Bloomberg/ Getty Images Embed

Nesta terça-feira (02), aconteceu o primeiro dia de julgamento do ex-presidente, Jair Bolsonaro, ele e mais sete pessoas respondem pelos crimes de: organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

Recado

Alexandre de Moraes é relator do processo, deixou bem claro que não cederá a nenhum tipo de pressão contra ou a favor do ex-presidente e dos outros réus, ele informou que a sessão seguirá de forma imparcial e com independência, pois essa é a função do Supremo Tribunal Federal e que todos os 5 ministros estão ali para garantir a funcionalidade da constituição.

Sem citar nomes, Moraes, leu um relatório onde defendeu a corte e afirmou que existe uma organização criminosa “covarde e traiçoeira” que esta no exterior contra a justiça brasileira. E que a ação penal seguiu o mesmo rito das outras 1.630 ações abertas referentes à tentativa de golpe de estado do dia 8 de janeiro de 2023.


Ministros do STJ vestem roupas pretas e blusas brancas
Primeira turma do STF: Alexandre de Moraes, Carmén Lucia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux (Foto:Reprodução/Pedro Ladeira/Folha Press)

Sessão

Nesta terça-feira (02), quatro dos oitos réus prestaram depoimentos: Mauro Cid, Alexandre Ramagem, Almir Garnier e Anderson Torres. Paulo Gonet, foi um dos responsáveis pela acusação da trama golpista que seria colocada em prática e que as reuniões com teor golpista já se configurava com crime.

Para Gonet, a não punição da tentativa de golpe “recrudesce ímpetos de autoritarismo” na sociedade e prejudica a vida de todos os cidadãos. E que Bolsonaro seria o maior beneficiário caso o plano tivesse dado certo pois ele era o líder dessa organização criminosa contra a democracia. Ele ainda afirmou que as acusações são baseadas em documentos feitos pelos próprios réus durante o período em que estava organizando o golpe. Gonet pediu a punição de todo o núcleo envolvido.

As defesas

Mauro Cid foi o primeiro a falar, ele era tenente-coronel e ex-ajudante de ordens durante o governo de Bolsonaro. Mauro afirmou que não teve conhecimento dos planos para assassinar autoridades, mas confirmou tudo que havia falado na delação premiada no início do ano onde dizia que participou de reuniões sobre a situação do país onde se foi falado a respeito de “manifestações” e os presentes ventilaram ideias, como “mobilizar os caminhoneiros”, ele também confessou em sua delação premiada que recebeu dinheiro do então ministro Walter Braga Netto em uma sacola para ajudar no golpe.

Ele também afirma que foi para os EUA vender joias e um relógio a mando do ex-presidente da república para pagar multas e processos, e que a venda desse material daria 86 mil reais e que foi orientado a levar o dinheiro em poucas partes, na primeira remessa levou 18 mil reais que foi entregue pessoalmente ao Bolsonaro.

Alexandre Ramagem afirmou que ele não fazia mais parte do governo federal na época que o núcleo da trama estava se formando e que não ajudou a disseminar mensagens sobre as urnas eletrônicas e que ele não usou dos seus conhecimentos para monitoras as autoridades.

Almir Garnier negou sua participação e sua defesa pediu a anulação da delação de Mauro Cid e que essas acusações não tem nenhum nexo com ele. Assim como Garnier, Anderson Torres também nega a sua participação no golpe  e que dias antes dos ataques eles estava nos EUA de férias com a família que foi programada com antecedência e apresentou a emissão das passagens em novembro de 2022 e que a minuta com a trauma golpista encontrado na sua casa era um documento que já circulava na internet antes.

Após o último depoimento, Cristiano Zanin, um dos ministros da primeira turma do Supremo Tribunal Federal, suspendeu a sessão, que continuará nesta quarta-feira dia 3 de setembro.

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