EUA revogam visto de Alexandre de Moraes após decisão contra Bolsonaro

A relação entre Brasil e Estados Unidos vem se tornando tensa há algum tempo, com muita patrulha e muita bagunça, especialmente desde que Donald Trump assumiu pela segunda vez a presidência americana.
A polêmica da vez envolve o ministro do STF, Alexandre de Moraes, que teve seu visto, assim como o de seus aliados e familiares, revogado de forma imediata.

Essa decisão foi tomada logo após Moraes determinar o uso de tornozeleira eletrônica pelo ex-presidente e inelegível Jair Bolsonaro (PL), aliado de Trump.

A informação sobre a revogação dos vistos de Moraes e de pessoas próximas a ele veio a público logo após o secretário de Estado do governo americano, Marco Rubio, anunciar em sua rede social X que ele próprio ordenou a medida. A declaração deu a entender que a revogação foi uma forma de punição ao STF pela investigação contra Bolsonaro, algo que Rubio classificou como perseguição e censura.

“A caça às bruxas política do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”, escreveu Marco Rubio na publicação.


Jornais de todo o Brasil repercutiram o decreto dos EUA contra Alexandre de Moraes
(Foto: reprodução/@portalr7/Instagram)

Bolsonaro monitorado

A manhã da sexta-feira, 17 de julho de 2025, foi marcada pela notícia de que Jair Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica. Segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), havia indícios concretos de uma possível fuga do ex-presidente. Além da tornozeleira, foi decretada a proibição de Bolsonaro acessar embaixadas ou manter contato com diplomatas estrangeiros.
Ao autorizar a medida, Alexandre de Moraes também determinou o recolhimento domiciliar noturno, a proibição do uso de redes sociais e de contato com investigados, diplomatas e embaixadores.

Querem mais

Desde que Bolsonaro passou a ser investigado por seus crimes, seu grupo de apoiadores vem pressionando para que Trump aplique a Lei Magnitsky contra Alexandre de Moraes.

A Lei Magnitsky, que entrou em vigor em 2012, durante o governo Obama, tem como objetivo punir indivíduos acusados de violar direitos humanos, segundo o entendimento da Casa Branca.
Considerada uma legislação severa, ela é apelidada de “pena de morte financeira”, pois permite sanções como a proibição de abrir contas bancárias nos EUA, portar cartões de crédito emitidos por bandeiras internacionais que operam no país e bloqueio de movimentações financeiras. Com isso, instituições financeiras ao redor do mundo podem ser obrigadas a congelar ativos, fechar contas e cancelar cartões de crédito da pessoa sancionada.

Comerciantes da 25 de Março protestam investigação dos EUA

Nesta sexta-feira (18), comerciantes protestaram contra investigação promovida pelo governo americano sobre venda de produtos piratas e brechas na proteção de direitos de propriedade intelectual na 25 de Março, maior centro comercial popular da América Latina. Segundo dados da Polícia Militar, mais de 100 pessoas tomaram uma faixa da Rua Carlos de Souza Nazaré durante a manifestação.

Investigação sobre 25 de Março

Em carta enviada ao Presidente Lula, acerca do aumento das tarifas sobre produtos brasileiros, Donald Trump já havia mencionado a investigação sobre o polo comercial. Em documento que formaliza a ação contra o comércio divulgado na última terça-feira (15), o Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos (USTR) afirma que a 25 de Março é um dos principais lugares de produtos falsificados e que a ilegalidade ocorre há anos devido à falta de fiscalização e medidas punitivas contra os falsificadores.


Jemieson Greer, Representante Comercial dos Estados Unidos e chefe do USTR (Foto: reprodução/Tom Williams/Getty Images Embed)

O USTR ainda diz no relatório que há mais de mil lojas que vendem mercadorias piratas e que, segundo as marcas originais, as falsificações vendidas na região são enviadas para o restante do Brasil. Além destas alegações, a nova investigação averiguará as diferenças de taxas sobre produtos de parceiros comerciais, para o USTR, injusta para os EUA; medidas falhas contra corrupção; serviço de pagamento eletrônico nacional que prejudica ações de empresas americanas; aumento da tarifa sobre etanol americano e desmatamento ilegal por falta de fiscalização.

Reação da Univinco25 sobre investigação

Em entrevista para o G1, a Associação Representativa do Comércio da Região da 25 de Março, a Univinco25, declarou que existem espaços clandestinos e isolados onde são vendidos produtos piratas, mas que a ação é combatida pelos órgãos públicos responsáveis.


Compradores na 25 de Março (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

A Univinco25 também afirmou que esta pequena parcela não corresponde as mais de duas mil lojas formais que o centro abriga, cuja maior parte das mercadorias comercializadas são fabricadas e importadas da China e não possuem relação com o país governado por Donald Trump.

 

Giulia Be se despede do Brasil com carta aberta antes de se casar com Conor Kennedy

Giulia Be publicou em suas redes sociais nesta quinta-feira (17) uma carta aberta para o Brasil. Na carta, a cantora se despede do seu país natal, pois em breve se casará com Conor Kennedy, herdeiro da família tradicional americana, sobrinho-neto do ex-presidente dos EUA John F. Kennedy.

Giulia ficou conhecida nacionalmente após o sucesso de sua música autoral “Menina Solta”, lançada em 2020 e que hoje já alcançou mais de 254 mil visualizações. A cantora conheceu Conor através da irmã do rapaz, amizade que surgiu por Giulia já morar nos EUA e assumiu o relacionamento com Kennedy em 2022.

A troca de alianças será realizada em novembro deste ano e a festa será realizada em São Paulo.


Carta aberta de despedida do Brasil (Foto: reprodução/Instagram/@giulia)

Casamento com Conor Kennedy

Conor Kennedy é herdeiro de uma das famílias mais tradicionais dos EUA. O relacionamento com  Conor se iniciou virtualmente em 2021, pois Giulia, na época, estava gravando o filme “Depois do Universo” e o herdeiro americano finalizou a pós-graduação nos Estados Unidos.

O casamento da cantora com o herdeiro americano acontecerá no dia 20 de junho de 2026 na Igreja Nossa Senhora do Carmo da Antiga Sé, no Rio de Janeiro.

A cerimônia estava marcada para o dia 29 de novembro deste ano, entretanto Giulia viu a necessidade de alterar a data do casamento, pois precisa manter o foco em seus projetos que serão lançados ainda este ano. A revista Vogue, a cantora conta que ela e seu noivo se apoiam nos projetos um do outro, por isso decidiram mudar os planos para dar prioridade ao trabalho. A cantora está colocando todas as suas forças neste novo projeto e desta que “são os melhores que já escrevi na vida”.

Após isso será possível que aproveitem o casamento sem nenhum impedimento ou trabalho na frente. Giulia afirma que tem uma ligação forte com o Rio de Janeiro, cidade escolhida para a celebração do seu casamento, lugar onde nasceu e moram seus amigos e familiares, e afirma também que é um lugar que ambos amam muito.

Durante entrevista dada à revista Vogue de Portugal, Giulia detalhou sobre seu vestido. Giulia menciona que seus vestidos trazem inspirações de vestidos das décadas 60 e 70, e destaca que quer algo atemporal, mas que marque quem é ela em personalidade. O casamento em São Paulo não será a única cerimônia, haverá uma mais íntima para familiares e amigos do casal e será realizada no Rio de Janeiro.


Giulia com o noivo Conor Kennedy (Foto: reprodução/Instagram/@giulia)

Em entrevista à Veja, Giulia comentou que os convites oficiais ainda não foram enviados e que acredita que Trump e Musk não conseguirão comparecer ao casamento. Ela destacou que a cerimônia não será simples, mencionando preocupações com a disposição dos convidados, já que haverá pessoas com diferentes afinidades. Giulia também afirmou que pode ser necessário formar equipes para atividades, devido ao perfil competitivo da família do noivo, e ressaltou a preocupação com a segurança, especialmente em relação ao sogro, Robert Kennedy Jr.

Conheça Conor Kennedy

Conor é filho do advogado Robert Kennedy Jr. e Mary Kennedy, falecida em 2012, Conor Kennedy é neto do ex-presidente americano John F. Kennedy.

Com formação acadêmica em história, literatura, energia e meio ambiente e trajetória marcada pelo ativismo, ele mantém postura discreta nas redes sociais, onde reúne aproximadamente 44 mil seguidores. Em 2012, ganhou destaque na mídia ao viver um breve relacionamento com a cantora Taylor Swift — episódio que, segundo fãs da artista, teria inspirado a composição da faixa Begin Again para Conor.


Conor Kenedy comovido com a guerra na Ucrânia (Foto: reprodução/Instagram/@jconorkennedy)

Segundo a revista People, Kennedy foi preso em 2013, por “desobediência civil”, por conta de um protesto. Anos mais tarde, em 2017, houve outra prisão, por “conduta desordeira”, por se envolver em uma briga do lado de fora de uma boate no Colorado.

Em 2022, Conor voltou aos holofotes após revelar que se ofereceu como voluntário para lutar na Ucrânia. “Como muitas pessoas, fiquei profundamente comovido com o que estava acontecendo na Ucrânia durante o ano passado. Eu queria ajudar. Quando ouvi falar sobre a Legião Internacional da Ucrânia, fui à embaixada para me alistar no dia seguinte”, declarou em publicação nas redes sociais.

Porta-voz reage à Lula depois da entrevista à CNN internacional

Em entrevista à CNN americana nesta quinta-feira (17), Lula disse que não quer ser refém dos Estados Unidos. A declaração do presidente do Brasil repercutiu mal na Casa Branca e a porta-voz, Karoline Leavitt, rebateu o discurso de Luiz Inácio Lula da Silva.

Mais cedo, em entrevista à jornalista Chirstiane Amanpour, da TV CNN Americana, Lula foi o entrevistado e, dentre tantas perguntas, o presidente do Brasil, aproveitou o momento para fazer críticas ao presidente norte-americano. Contudo, a repercussão foi grande na casa Branca e logo depois a porta-voz Karoline Leavitt rebateu o presidente do Brasil.

Na entrevista, Lula foi direto aos movimentos de Trump contra as tarifas impostas ao Brasil e avançou dizendo que não quer que o Brasil fique refém dos Estados Unidos. Entretanto, o presidente avançou com outra fala que não foi bem vista pelos aliados do governo Trump. “Donald Trump não foi eleito para ser o Imperador do mundo”, comentou Lula.

Porta-Voz reage à Lula

Logo após a entrevista de Lula, Karoline Leavitt, porta-voz do Governo, reagiu dizendo que Donald Trump não está querendo ser um imperador do mundo, ele é um presidente forte e líder do mundo livre. “O presidente certamente não está tentando ser o imperador do mundo. Ele é um presidente forte dos Estados Unidos da América e também é o líder do mundo livre. E vimos uma grande mudança em todo o globo devido à liderança firme deste presidente”, salientou a porta-voz.


Lula em entrevista a tv CNN internacional (Foto: Reprodução/Intagram/@camanpour)

Karoline Leavitt prosseguiu em outros assuntos criticando as regulações digitais do Brasil, o chamando de fraca, e citando alguns projetos semelhantes como tolerância do país nas questões do desmatamento ilegal fazendo referência ao exemplo dos Estados Unidos que é bem melhor beneficiando agricultores, pecuaristas e fabricantes de modo geral, vendo o Brasil em desvantagem.

Como começou briga das tarifas

Tudo isso deu início na última quarta-feira, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, resolveu taxar o Brasil em 50% nos produtos importados, entendendo que membros do governo, e o STF estão perseguindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Donald Trump no Brasil.

Lula assina decreto que regula Lei de Reciprocidade Econômica

Foi regulamentada pela Presidência da República na última segunda-feira (14) a Lei de Reciprocidade Econômica. A medida busca executar contramedidas a países que estabeleçam sanções unilaterais contra o Brasil. As ações podem ser por via econômica ou diplomática, oferecendo o mesmo tratamento ao país aplicador das sanções.

A lei, aprovada pelo Congresso Nacional em abril deste ano, é de autoria do senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), com relatoria da senadora Tereza Cristina (PP-MS).

Como surgiu

A Lei de Reciprocidade foi criada após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, apresentar um pacote de medidas econômicas ousado, com aplicação de tarifas recíprocas aos países que, segundo análise do governo norte-americano, impõem barreiras desproporcionais aos seus produtos. O dia 2 de abril, data em que o pacote foi anunciado, foi denominado de Liberation Day (“Dia da Libertação”).

Em abril, a taxação que Trump havia estabelecido para o Brasil era de 10%, e foi praticamente a mesma para a maioria dos países. Uma das exceções foi a China, cuja taxação chegou a 145%. Segundo o vice-presidente, Geraldo Alckmin, o Brasil manifestou imediato interesse em negociar a tarifa com governo norte-americano.


Lula anuncia a regulamentação da lei na noite desta quinta-feira (Foto: reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Como funciona

A lei estabelece critérios para que o Brasil possa aplicar a reciprocidade. O primeiro é quando houver aplicação de sanções econômicas unilaterais, como o que está ocorrendo com os Estados Unidos no momento. Outro critério é quando acordos comerciais firmados anteriormente forem violados, e isso prejudique o mercado nacional. A reciprocidade também pode ocorrer quando o país impuser medidas ambientais que sejam mais rígidas do que as brasileiras.

No texto da nova lei, há a criação de Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais. Este analisará todas as propostas de negociações e de contramedidas com objetivo de reverter o que for prejudicial ao Brasil. A secretaria deste comitê ficará a cargo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic), que, atualmente, é comandado por Alckmin.


Senador Zequinha Marinho anunciando a aprovação da lei de reciprocidade (Vídeo: reprodução/Instagram/@zequinhamarinhooficial

Retaliação brasileira

Em relação às tarifas de 50% impostas pelos Estados Unidos, o governo brasileiro pode seguir a linha de retaliação imediata, aplicando taxas equivalente aos produtos americanos. Outro caminho seria solicitar apoio à Organização Mundial do Comércio (OMC), contestando tal prática. Uma terceira via é a revisão de antigos acordos com o país que não se restringem apenas ao campo econômico, podendo atingir outras áreas, como a concessão de vistos.

A publicação do decreto simboliza uma resposta brasileira às medidas de Trump. Contudo, alguns setores, como o agronegócio brasileiro, enxergam a situação como preocupante e pedem cautela ao governo brasileiro. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, se encontrou com empresários na manhã da última terça-feira (15) no Palácio dos Bandeirantes para conversar com diversos empresários a respeito da nova tarifa e discutir o impacto na economia.

Donald Trump é diagnosticado com insuficiência venosa crônica

A Casa Branca anunciou nesta quinta-feira (17), que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, foi diagnosticado com uma insuficiência venosa crônica (IVC). O comunicado foi feito pela secretária de imprensa, Karoline Leavitt, que afirmou que a doença é uma condição comum, particularmente em pessoas com mais de 70 anos. 

Presidente foi submetido a exames

O presidente, de 79 anos, foi avaliado por médicos após apresentar inchaço nos tornozelos, que segundo Leavitt, está relacionado à doença venosa crônica. Essa insuficiência é causada por uma falha nas válvulas circulatórias de sangue, que partem das pernas para o coração. 

A porta-voz acrescentou que a IVC é uma “condição benigna e comum“, além de não terem sido identificados sinais de trombose ou doenças arteriais. “O presidente segue com excelente saúde”, afirmou Leavitt. 

O anúncio desta quinta-feira aconteceu por conta dos desdobramentos na imprensa norte-americana após a divulgação de imagens do presidente com os tornozelos inchados e as mãos manchadas. 

Além disso, fotos recentes do presidente mostraram pequenos hematomas no dorso da mão. Isso é consistente por conta de uma leve irritação dos tecidos moles causada por: apertos de mão frequentes e pelo uso de aspirina, que faz parte de um regime padrão de prevenção cardiovascular” explicou Levitt.


Donald Trump durante a final da Copa do Mundo de Clubes da Fifa, no dia 13 de julho (Foto: reprodução/Getty Images Embed/David Ramos)

O que é a IVC?

A Insuficiência Venosa Crônica (IVC) é caracterizada pela perda na capacidade de retorno adequado do fluxo sanguíneo para o coração. Ligado em especial ao sistema venoso nas pernas, essa condição é causada geralmente pela dilatação das veias e/ou falha nas válvulas venosas. 

Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), os principais sintomas da IVC são: formigamento, sensação de peso e dor nas pernas, inchaços e varizes. O instituto entende também que a idade avançada é um dos fatores de risco para o desenvolvimento desta doença. 

Jair Bolsonaro quer negociar com Trump pelo fim do tarifaço

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (17), em Brasília, que estaria disposto a negociar diretamente com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump para reverter a tarifa de 50% aplicada às exportações brasileiras. Porém, condicionou qualquer negociação à devolução de seu passaporte, atualmente retido pela Polícia Federal, e a um sinal positivo do presidente Lula.

Bolsonaro declarou que “se o Lula sinalizar para mim, eu nego­­ci­o com o Trump”, destacando que, embora Lula seja o ocupante do cargo, a interlocução com Trump não envolve diretamente o atual governo e depende de um gesto que permita o desbloqueio do passaporte, dama necessária para viajar. Segundo o ex-presidente, quem recusar a conversa irá “pagar um preço alto”.

Estratégia política

A oferta de negociar com Trump ocorre em meio à crise provocada pela decisão americana de aumentar à vista a tarifação sobre produtos brasileiros. Bolsonaro argumenta que a devolução do passaporte o habilitaria a entrar nos EUA e a intermediar pessoalmente o diálogo com Trump. Na sua visão, esta “rota diplomática alternativa” poderia evitar consequências econômicas graves para o Brasil.


Tarcísio tentou convencer STF a autorizar Bolsonaro a negociar com Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/O POVO)

O ex-presidente também usou a crise como ferramenta política, culpando Lula pela escalada. Segundo Bolsonaro, o presidente atual teria provocado Trump com posicionamentos considerados hostis à administração americana. Durante a coletiva, o ex-chefe do Executivo ressaltou que, sem sua intervenção, o Brasil enfrentaria isolamento econômico, ficando dependente apenas da China como parceiro comercial.

Limites institucionais

O chanceler Mauro Vieira afirmou que todas as negociações em curso referentes à tarifa são conduzidas exclusivamente pelo governo federal, por meio do ministério das Relações Exteriores, da Fazenda e da Indústria. Ele afirmou que não há espaço para iniciativas paralelas de pessoas sem legitimidade institucional, como Bolsonaro, cujo passaporte está retido devido a investigações judiciais.

Para o Itamaraty, o Brasil está pronto para dialogar com os EUA, mas dentro dos canais oficiais e com base em reciprocidade e respeito mútuo. A devolução de libertação de passaporte é avaliada por autoridades como um assunto interno, sem relação direta com as pautas diplomáticas comerciais entre os países.

Lula se pronuncia sobre tarifas de Trump e defende a soberania brasileira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou na quarta-feira um pronunciamento no Palácio da Alvorada para ser exibido em cadeia nacional de rádio e televisão na quinta (17). A mensagem tem como foco principal a defesa da soberania nacional, em resposta à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A Secretaria de Comunicação Social do governo vinha avaliando, desde a semana anterior, a necessidade de uma manifestação oficial face à nova medida que passa a valer a partir de 1º de agosto.

Inicialmente, declarações coletivas dadas por Lula em entrevistas foram consideradas pelo governo como suficientes para responder ao posicionamento norte-americano. No entanto, uma investigação comercial iniciada pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA mudou o rumo da estratégia, levando o Planalto a optar por um pronunciamento nacional com maior alcance.

Investigação americana gera reação

O pronunciamento ocorre após o USTR, agência responsável pelas políticas comerciais dos Estados Unidos, anunciar a abertura de investigação contra o Brasil. Segundo o órgão, práticas brasileiras como o uso extensivo do Pix e o comércio informal na Rua 25 de Março poderiam ser consideradas desleais ou prejudiciais a empresas americanas. Com isso, o governo federal compreendeu que apenas declarações pontuais não seriam suficientes e decidiu ampliar a mensagem para enfatizar proteção da soberania nacional.


Lula grava pronunciamento em rede nacional sobre tarifaço (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Reforço da defesa nacional

No pronunciamento, Lula prometeu defender as exportações brasileiras e o direito do país de adotar políticas econômicas que promovam o desenvolvimento. Ele deixou claro que qualquer medida que ameace a economia nacional encontrará reação por parte do governo, mas sinalizou que a resposta terá caráter diplomático, por meio de negociações em instâncias internacionais.

O discurso ainda busca reforçar um mote que o governo tem enfatizado nos últimos meses: soberania nacional. Ao reforçar essa narrativa, Lula tenta consolidar apoio interno e projetar uma imagem de resistência diante de pressões externas, mirando tanto o público nacional quanto interlocutores internacionais. A mensagem será o primeiro pronunciamento neste formato desde o início de julho e representa uma tentativa do governo de centralizar sua estratégia de comunicação.

Relatório dos EUA questiona políticas do Brasil e cita sistema PIX

Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (15) a abertura de uma investigação formal para apurar se o Brasil adota práticas comerciais desleais que prejudicam empresas americanas. O relatório, divulgado pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), destaca o sistema de pagamentos eletrônicos PIX como um dos pontos centrais da apuração.

Lançado em 2020 pelo Banco Central, o PIX transformou o sistema de pagamentos no Brasil ao permitir transferências instantâneas. No entanto, para o USTR, a forte divulgação de serviços de pagamento apoiados pelo governo brasileiro poderia prejudicar concorrentes estrangeiros. Entre as queixas apontadas estão subsídios indiretos e barreiras técnicas que favoreceriam exclusivamente o sistema nacional.

Relatório questiona políticas brasileiras

Segundo Jamieson Greer, representante dos EUA para o comércio, a apuração foi iniciada a pedido do presidente Donald Trump. No relatório, ele afirma que o Brasil adota condutas desleais no setor de pagamentos eletrônicos ao privilegiar, entre outras medidas, a promoção de suas próprias plataformas governamentais.


Reportagem sobre as investigações (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

A investigação não se restringe ao campo financeiro. Ainda segundo o documento, serão examinadas práticas relacionadas a propriedade intelectual, combate à corrupção, acesso ao etanol, uso de tarifas, comércio digital, desmatamento ilegal e políticas ambientais que impactem o comércio internacional.

Outro ponto da investigação

O relatório também chama atenção para a tradicional Rua 25 de Março, em São Paulo, apontada pelos EUA como “um dos maiores mercados de produtos falsificados do mundo”. Apesar das operações de fiscalização realizadas nos últimos anos, o USTR afirma que a oferta de itens pirateados persiste de forma significativa nas bancas do centro paulistano.

Nas próximas semanas, o governo federal deverá articular internamente uma resposta técnica e diplomática, buscando preservar a imagem do PIX e demonstrar que suas políticas de comércio e inovação estão conforme as normas internacionais. Contudo, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA não apresentou evidências substanciais que comprovem as supostas práticas comerciais injustas.

Bitcoin alcança máxima histórica em meio a discussões no Congresso Americano

O Bitcoin (BTC) operou em queda na manhã desta terça-feira (15) e corrigiu parte dos ganhos obtidos pela escalada da criptomoeda, que atingiu uma máxima histórica de US$122 mil (R$679.540,00) no início da semana. Às 8h30, no horário de Brasília, o ativo digital registrou uma desvalorização de 4%, dada a realização de lucros dos investidores (venda de ações que rapidamente se valorizaram). 

O movimento de alta começou na semana passada e impulsionou o BTC em mais de US$15 mil (R$83.670,00). Essa escalada rápida colocou o ativo como o quinto maior global em valor de mercado, mas com isso, atraiu investidores dispostos a realizar lucros. 

Mesmo com essa venda dos ativos pelos investidores, o BTC ainda acumula uma valorização de 7,6% nos últimos sete dias. 

Cenário macroeconômico nesta terça

Divulgado nesta terça-feira, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) dos Estados Unidos teve uma aceleração de 0,3% em junho, em comparação com maio. O indicador vem em linha com o esperado pelas projeções. 

Além desse índice de inflação, os investidores analisam nesta terça-feira também a política monetária nos Estados Unidos. Segundo Christopher Waller, diretor do banco central norte-americano Federal Reserve (Fed), a instituição pode iniciar no final de julho uma política de diminuição de juros. 


 Diretor do Federal Reserve, Christopher Waller (Foto: reprodução/Bloomberg/Getty Images Embed)

Para analistas do mercado, o BTC se mantém resiliente frente ao cenário macroeconômico e mantém o apetite ao risco. André Franco, CEO da Boost Research, entende que a “continuidade dos fluxos institucionais por meio de ETFs [fundos negociados em bolsa], aliada à ausência de surpresas negativas nos dados econômicos dos EUA, nos desdobramentos da ‘CryptoWeek’ e nas discussões comerciais, pode abrir espaço para uma nova tentativa de rompimento das máximas intradiárias [da criptomoeda]”, afirma.

Discussões no Congresso americano 

Mencionada por Franco como um dos fatores cruciais para a resiliência do mercado de criptoativos, a CryptoWeek vem sendo analisada de perto pelos investidores. Esse nome faz referência a esta semana nos Estados Unidos, em que a Câmara dos Deputados irá votar uma série de projetos ligados à regulamentação do setor. 

Entendidas como positivas pelos investidores, as propostas são estimuladas pelos republicanos no congresso e recebem o apoio de Donald Trump. Durante a campanha nas eleições, o presidente norte-americano prometeu tornar o país a “capital cripto do planeta”. 

São três as propostas que tramitam na câmara, o Clarity Act, que define, entre outras coisas, quais dos ativos digitais serão considerados valores imobiliários, o Anti CBDC Surveillance State Act, que proíbe que o Fed crie uma moeda digital de banco central no país, e o Genius Act, que regulamenta as stablecoins – forma de criptomoeda atrelada a um ativo estável, como o dólar americano.