Indústria pede ao governo para não retaliar tarifa de Trump
Os pedidos ocorreram apenas algumas horas após a regulamentação da Lei de Reciprocidade que permitirá as retaliações tarifárias impostas pelos Estados Unidos

Na manhã desta terça-feira (15), representantes industriais se reuniram com ministros do governo para pedir que não haja retaliação às tarifas de 50% impostas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O setor quer que o governo peça pelo adiantamento das tarifas em 90 dias, pois, segundo eles, não é possível desenvolver uma discussão técnica em apenas quinze dias. Eles defendem que, para lidar com a questão, é preciso ser “objetivo e pragmático”. O início da taxação está previsto para 1° de agosto.
O que as indústrias alegam
Segundo os executivos, a indústria encontrar dificuldades para substituir o mercado dos EUA em suas exportações no médio prazo. Já a CNI (Confederação Nacional da Indústria) fez uma estimativa da perda de 110 mil postos de trabalho, acarretando negativamente no PIB causados pelas novas tarifas.
Ricardo Alban, presidente da CNI, diz que o setor está unido e em comum acordo buscando por uma solução das tarifas norte-americanas. “O que temos aqui é um perde-perde”. Para ele, a retaliação da Lei da Reciprocidade não faz sentido economicamente e nem socialmente.
Pedido de indústrias ao governo (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)
Alban também fez críticas à sanção comercial nos EUA contra o Brasil. De acordo com ele, a imposição de tarifas unilaterais fará com que o país “saia do piso para o teto sem nenhuma motivação econômica”, e isso não faz sentido algum. “Isto é um fato, não uma especulação”, frisou.
Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), disse que os empresários estão confiantes que as relações comerciais e diplomáticas entre os países “não serão rompidas desta maneira” e darão todo suporte para que o Brasil alcance um entendimento com os EUA para que as populações de ambos países não seja prejudicada.
A reunião
Além de ministro e técnicos do governo, estiveram presentes na reunião dezoito representantes da Indústria brasileira. Foram eles: Ricardo Alban, presidente da CNI; Francisco Gomes Neto, presidente da Embraer; Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp; Haroldo Ferreira, Presidente-Executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados); José Veloso, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos); Janaína Donas, Presidente-Executiva da Abal (Associação Brasileira do Alumínio); Paulo Roberto Pupo, Superintendente da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente); Fernando Pimentel, Diretor Superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção); Paulo Hurtag, Presidente-Executivo da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).
Armando José Giacomet, Vice-Presidente da Abimci; Rafael Lucchesi, CEO da Tupy; Edison da Matta, Diretor Jurídico e de Comércio Exterior da Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores); Giovanni Francischetto, Superintendente da Centrorochas (Associação Brasileira de Rochas Naturais); Cristina Yuan, Diretora de Relações Institucionais da IABr (Instituto do Aço Brasil); Fausto Varela, Presidente da Sindifer (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo); Daniel Godinho, Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da WEG (Werner, Eggon, Geraldo); Bruno Santos, Diretor Executivo da Abrafe (Associação Brasileira dos Produtores de Ferroligas e Silício Metálico) e Alexandre Almeida, Diretor da RIMA.