Câmara acelera projeto polêmico que exige exame obrigatório para médicos
Projeto que propõe exame nacional para médicos avança no Congresso; obrigatoriedade prevista enfrenta críticas de estudantes e especialistas em educação

Em decisão desta quarta-feira (16), a Câmara dos Deputados aprovou a tramitação em regime de urgência para o projeto que institui o Exame Nacional de Proficiência em Medicina. A medida permite que a proposta seja votada diretamente no plenário, sem necessidade de análise prévia pelas comissões temáticas da Casa.
Novo requisito para exercício da medicina
O projeto estabelece que:
- O exame será obrigatório para obtenção do registro profissional nos CRMs;
- Médicos só poderão clinicar após aprovação na avaliação;
- A prova avaliará conhecimentos teóricos e habilidades práticas;
- O modelo segue padrão similar ao exame da OAB para advogados.
Uma instituição federal de ensino superior, a ser indicada pelo Ministério da Educação, ficará responsável pela elaboração e aplicação do exame. O conteúdo seguirá as diretrizes curriculares nacionais do curso de medicina, abrangendo todas as áreas essenciais da formação médica.
Polêmica divide opiniões no Congresso
Os defensores da proposta argumentam que:
- O exame garantirá padrão mínimo de qualidade profissional;
- Reduzirá disparidades na formação entre instituições;
- Protegerá a população de profissionais mal preparados;
- Segue modelo bem-sucedido em outras profissões.
Por outro lado, os opositores alegam que:
- Cria barreira adicional para exercício profissional;
- Pode prejudicar estudantes de universidades públicas;
- Não resolve problemas estruturais da formação médica;
- Aumenta custos para os recém-formados.
Próximos passos da tramitação
Com o regime de urgência aprovado:
- O projeto pode ser votado a qualquer momento;
- Necessita de aprovação em plenário na Câmara;
- Depois segue para análise do Senado Federal;
- Por fim, depende de sanção presidencial.
Especialistas em educação médica destacam que, se aprovado, o exame poderá:
- Uniformizar o padrão de formação no país;
- Identificar deficiências curriculares;
- Estimular melhorias no ensino médico;
- Oferecer dados para políticas públicas na área.
A discussão promete se intensificar nos próximos dias, com entidades médicas, educacionais e estudantis se posicionando sobre o tema. Enquanto isso, o Governo Federal sinaliza apoio à medida, considerando-a fundamental para a qualificação dos serviços de saúde no país.