Aprovação do governo Lula melhora segundo pesquisa Quaest

Segundo a pesquisa, houve melhora na avaliação do governo Lula com queda da desaprovação e diminuição da diferença em sete pontos percentuais

16 jul, 2025
Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva | Reprodução: Claudio Reis/Getty Images Embed)
Presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva | Reprodução: Claudio Reis/Getty Images Embed)

A avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem sido um tema em análise no cenário político. Recentes dados divulgados pela pesquisa Quaest mostram uma oscilação nos índices, indicando uma melhora na percepção pública, mesmo que a desaprovação ainda supere a aprovação. Vamos entender em detalhes o que esses números revelam.

A pesquisa Quaest, encomendada pela Genial Investimentos e realizada entre os dias 10 e 14 de julho com 2.004 pessoas em todo o Brasil, apontou que a desaprovação ao governo Lula caiu 4 pontos percentuais, ficando em 53%. Paralelamente, a aprovação da gestão do presidente subiu para 43%. Essa variação, dentro da margem de erro de 2 pontos para mais ou para menos, é um ponto-chave na análise.

No levantamento anterior, em junho, a desaprovação havia atingido um recorde de 57%, estando a aprovação em 40%, resultando em uma diferença de 17 pontos. Agora, essa diferença caiu para 10 pontos, sendo a menor desde janeiro, quando aprovação e desaprovação estavam em empate técnico.

Em quais segmentos da população a avaliação melhorou

A mais recente pesquisa indica uma notável mudança na avaliação do governo Lula, com a Região Sudeste vendo a diferença entre desaprovação e aprovação cair pela metade, de 32 para 16 pontos, enquanto o Nordeste permanece com a maior aprovação (53%) e as regiões Sul, Centro-Oeste e Norte mantêm maior desaprovação.

Entre aqueles com ensino superior completo, a aprovação subiu 12 pontos e a desaprovação caiu 11, reduzindo a diferença de 31 para apenas 7 pontos; já a faixa etária de 35 a 59 anos viu a diferença entre avaliações cair de 21 para 8 pontos, aproximando-se de um empate técnico, diferentemente de idosos (60+) e jovens (16-34), com os mais jovens ainda apresentando maior desaprovação.

A renda familiar também mostrou mudanças, com a diferença diminuindo para famílias de 2 a 5 salários mínimos, um empate técnico entre os mais pobres (até 2 salários), e maior desaprovação entre os mais ricos (acima de 5 salários); as mulheres agora registram um empate técnico na avaliação, ao contrário de junho, quando eram o grupo com maior desaprovação, enquanto os homens continuam com maior desaprovação.

Na religião, católicos retornaram a um empate técnico, mas evangélicos mantêm alta desaprovação; e os beneficiários do Bolsa Família também atingiram um empate técnico na avaliação, ao passo que aqueles que não recebem o benefício persiste com maior desaprovação, mantendo-se a alta aprovação entre eleitores de Lula em 2022 e a alta desaprovação entre eleitores de Jair Bolsonaro.


Aprovação do presidente Lula tem viés de alta após tarifaço (Foto: reprodução/Ton Molina/Getty Images Embed)

De acordo com Felipe Nunes, diretor da Quaest, “A recuperação do governo aconteceu entre quem é de classe média, que tem alta escolaridade, no Sudeste. São os segmentos mais informados da população, que se percebem mais prejudicados pelas tarifas de Trump, e que consideram que Lula está agindo de forma correta até aqui, por isso passam a apoiar o governo”, explicou Nunes.

Tarifaço e impostos

A pesquisa também abordou a percepção dos brasileiros sobre temas de relevância nacional e internacional. Dados apontaram uma forte desaprovação dos brasileiros ao “tarifaço” imposto por Donald Trump, com 72% acreditando que o ex-presidente dos EUA está errado ao taxar produtos brasileiros e 79% temendo que a medida prejudique suas vidas ou as de suas famílias.

No cenário doméstico, embora 53% dos entrevistados discordem de um discurso que “coloca ricos contra pobres”, há um notável apoio a políticas de redistribuição de renda, com 63% defendendo que o governo aumente impostos dos mais ricos para diminuir os dos mais pobres, evidenciando uma dicotomia entre a rejeição à polarização e o apoio à justiça tributária.

A pesquisa também mostra que a avaliação geral do governo é majoritariamente negativa (40%), a percepção econômica é pessimista, com 46% achando que piorou nos últimos 12 meses e 43% esperando que piore nos próximos 12 meses. E o conflito entre Congresso e Executivo é visto como prejudicial por 79% dos brasileiros.

Em resumo, a mais recente pesquisa da Quaest, renomada empresa brasileira de pesquisa e consultoria, revela que o governo Lula conseguiu reverter, em parte, a tendência de queda em sua aprovação. Os dados mostram avanços significativos em segmentos importantes da população e regiões-chave do país. No entanto, o levantamento também aponta que o desafio de superar a desaprovação ainda é considerável, com a percepção econômica e os conflitos políticos mantendo-se como pontos de atenção para a gestão.

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