O caso envolvendo o ícone do hip hop e um dos empresários mais influentes da indústria musical, Sean “Diddy” Combs, também conhecido como “P. Diddy”, segue em julgamento com novos desdobramentos. O sétimo dia de audiência ocorreu na terça-feira (20) e contou com depoimentos de 10 testemunhas, que alegaram coerção emocional e vigilância excessiva.
Depoimentos indicam padrão de intimidação
Regina Ventura, mãe da cantora Cassie, ex-namorada de Diddy, foi uma das testemunhas chamadas para depor contra o rapper. Ela afirmou que, desde que sua filha se envolveu com Combs, conseguia vê-la entre três a quatro vezes por ano, frequência que diminuiu após a mudança de Cassie para a Califórnia.
Regina também relatou ter sido abordada pelo artista com uma cobrança inesperada de US$ 20 mil, valor que ele alegava ter gasto com Cassie durante o relacionamento e queria reaver. Preocupada com a segurança da filha, Regina fez um empréstimo para pagar a quantia. Poucos dias depois, o valor foi devolvido, sem qualquer explicação.
Cassie acusa P Diddy de agressões físicas (Vídeo: reprodução/Facebook/SBT News)
Além disso, Regina afirmou ter percebido que Diddy estava ameaçando Cassie com a divulgação de um vídeo íntimo. A suspeita surgiu após ela receber um suposto pedido de ajuda da filha por e-mail, enviado sob um pseudônimo, e que também foi encaminhado a um funcionário de Combs.
Ex-assistente descreve rotina de abuso e controle
David James, ex-assistente pessoal do artista, detalhou o ambiente “intimidador” em que trabalhou entre 2007 e 2009. Ele afirmou que era obrigado a realizar tarefas pessoais que iam muito além de suas obrigações profissionais, como comprar itens íntimos — óleo de bebê, preservativos e AstroGlide — sob a orientação de não solicitar reembolso à empresa, pois o rapper não queria que os itens tivessem registro. James também era encarregado de organizar quartos de hotel para supostos encontros promovidos por Combs.
O ex-assistente relatou ainda ter visto Diddy consumir drogas e oferecê-las a amigos, foi submetido a um teste com detector de mentiras sempre que pertences do cantor desapareciam e que temeu por sua vida quando Combs foi até uma lanchonete portando três armas para confrontar seu rival, Marion “Suge” Knight.
Entenda o caso:
- Acusações graves: Sean Combs foi preso em setembro de 2024 e é investigado por tráfico sexual, extorsão, intimidação e abuso psicológico.
- Cassie como figura central: A ex-namorada do artista já moveu ações judiciais contra ele acusando-o de estupro e agressão.
- Ameaças veladas: O episódio dos US$ 20 mil é visto como tentativa de controle e demonstração de poder.
- Manipulação com promessas: Jovens mulheres eram atraídas com falsas promessas de carreira, mas acabavam envolvidas em contextos de exploração.
- Defesa se posiciona: A defesa jurídica de Diddy alega que os relatos são infundados e o julgamento tem sido usado para ganhos financeiros e vingança pessoal.
- Repercussão internacional: O caso está sendo acompanhado de perto por ativistas, juristas e pela imprensa internacional, devido à sua complexidade e ao número de supostas vítimas envolvidas.
Foto Destaque: Sean Diddy enfrenta sétimo dia de julgamento (Reprodução/The Music Journal)