Operação Contenção supera número de mortos do Carandiru

Operação Contenção totalizou 119 nos Complexos da Penha e do Alemão, sendo considerada a ação mais letal da história do Rio de Janeiro

29 out, 2025
Pilha de corpos cobertos após Operação Contenção | Reprodução/Instagram/@brunoitan
Pilha de corpos cobertos após Operação Contenção | Reprodução/Instagram/@brunoitan

A megaoperação da polícia do Rio de Janeiro, que ocorreu nos Complexos da Penha e do Alemão na última terça-feira (28), superou o Massacre do Carandiru com 119 mortos. Segundo o coronel Marcelo de Menezes, a ação policial durou cerca de 15 horas, por volta das 6h da manhã até 21h da noite.

A Operação Contenção foi considerada a mais letal da história do Rio.

As marcas da Contenção

A ação, que mobilizou cerca de 2.500 agentes das forças estaduais de segurança, visava combater a expansão territorial do CV (Comando Vermelho) e prender lideranças.


Policiais na Operação Contenção (Foto: reprodução/Instagram/@brunoitan)

De acordo com um balanço do governo do estado, 58 pessoas foram mortas no dia da operação e outros 61 corpos foram encontrados na mata, totalizando 119 mortes.

Entretanto, nesta quarta-feira (29), a Defensoria Pública do Rio apontou um total de 130 mortos nos Complexos da Penha e do Alemão.

O Massacre e a Operação

No dia 2 de outubro de 1992, no Pavilhão 9 da Casa de Detenção de São Paulo, cerca de 111 detentos foram mortos em uma invasão policial para conter uma rebelião. A intervenção foi considerada desproporcional e violenta e intitulada como a maior chacina do sistema carcerário brasileiro.


Detentos no Carandiru (Foto: reprodução/Instagram/@midianinja)

A operação policial deste ano superou não apenas o Massacre no número de mortos, mas também a ação policial do Jacarezinho que ocasionou, em 2021, um total de 28 mortes e a Contenção se tornou a mais letal da história do Rio.


Fachada de casa após operação policial (Foto: reprodução/Instagram/@antonio.gauderio)

No Carandiru, seus pavilhões foram implodidos e deram lugar ao Parque da Juventude, a Escola Técnica de Artes (Etec) e a Etec Parque da Juventude.

Já no Rio de Janeiro, o fim foi diferente. Segundo alguns moradores e ativistas, os próprios cidadãos retiraram os mais de 60 corpos das regiões da mata do Complexo da Penha durante toda a madrugada.

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