Penha cercada: corpos em praça expõem rastro da Operação Contenção com mais de 120 mortos

Corpos levados a praça São Lucas expõem a dimensão trágica da Operação Contenção no Complexo da Penha com 121 mortos

29 out, 2025
118 armas aprendidas na Operação Contenção no Rio de Janeiro| Reprodução/Instagram/@claudiocastrorj
118 armas aprendidas na Operação Contenção no Rio de Janeiro| Reprodução/Instagram/@claudiocastrorj

O Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, se tornou o centro das atenções após a megaoperação policial que deixou mais de 120 mortos, segundo estimativas oficiais do governo carioca. Na manhã desta quarta-feira (29), moradores levaram cerca de 74 corpos até a Praça São Lucas, afirmando que as vítimas foram encontradas na Serra da Misericórdia, área de mata onde houve intenso confronto entre forças de segurança e integrantes do Comando Vermelho. O governo estadual confirmou oficialmente 121 mortes, incluindo quatro policiais.

A operação, chamada de “Contenção”, mobilizou 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, além de promotores do Gaeco/MPRJ, com o objetivo de prender líderes do tráfico que se escondiam nos complexos da Penha e do Alemão. As forças de segurança afirmam ter apreendido 91 fuzis, 113 suspeitos presos e dez adolescentes apreendidos.

Autoridades defendem a ação

Em coletiva de imprensa, o governador Cláudio Castro (PL) declarou que a operação “foi um sucesso” e que o Estado “não pode se curvar diante do crime organizado”. O secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, informou que a Polícia Civil fará perícia para apurar se todas as mortes têm relação direta com a operação.


Governador Cláudio Castro se pronuncia após megaoperação no Rio de Janeiro (Vídeo: reprodução/Instagram/@claudiocastrorj)


Já o prefeito Eduardo Paes (PSD) afirmou que a situação é “inaceitável e profundamente triste”, destacando que “a vida humana deve ser preservada acima de qualquer circunstância”. Paes também cobrou transparência na apuração dos fatos e apoio às famílias das vítimas.

Cidade em alerta e clima de apreensão

Mesmo após o fim dos confrontos e a retomada do estágio 1 de normalidade no Rio, o ambiente nas comunidades permanece tenso. A Serra da Misericórdia virou cenário de buscas, enquanto familiares aguardam a liberação de corpos e informações oficiais.

O governo estadual mantém o discurso de êxito, mas a praça onde os corpos foram deixados agora simboliza o peso das perdas e a urgência de respostas claras sobre o que realmente ocorreu durante a operação.

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