O Painel Científico da Amazônia informou que a floresta Amazônica perderá cerca de 70% de sua vegetação nativa, o que a torna praticamente uma área deserta, caso as altas taxas de desmatamento, queimadas e degradação do solo continuem sendo registradas.
As áreas consideradas mais sensíveis, que podem chegar em um ponto sem retorno, estão localizadas ao sul da Amazônia e da Bolívia, passando pelos estados brasileiros de Mato Grosso, Pará e Rondônia. De acordo com os cientistas que participaram da Conferência do Clima (COP-26), a Amazônia está em “alerta vermelho” e para evitar uma maior catástrofe é necessário que haja ações concretas e de longo prazo.
"O atual modelo de desenvolvimento está alimentando o desmatamento e a perda de biodiversidade, levando à devastação e mudanças irreversíveis", disse o climatologista Carlos Nobre, do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo, durante a COP-26.
Cientistas afirmam que Amazônia está em "alerta vermelho". (Foto: Reprodução/Folha de São Paulo)
Atualmente, a regeneração da Amazônia vem enfraquecendo à medida que as mudanças climáticas provocam o aumento dos incêndios e a perda da capacidade de reciclar água pela floresta, aponta o cientista brasileiro Carlos Nobre.
“A floresta armazena, abaixo e acima do solo, entre 150 e 200 bilhões de toneladas de carbono. Se o ponto de inflexão for ultrapassado, e isso pode ocorrer entre 20 ou 30 anos, é provável que entre 60% e 70% da floresta se torne um ecossistema degradado”, alertou Nobre.
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A devastação da Amazônia, aliada às intensificações de eventos climáticos, coloca em xeque esse ecossistema, que é composto por 47 milhões - sendo 2,2 milhões indígenas- e abriga 10% da flora e da fauna mundial.
“Para que a Amazônia sobreviva, precisamos mostrar como ela pode ser transformada de forma a gerar benefícios econômicos e ambientais como resultado de uma colaboração entre cientistas, povos indígenas, comunidades locais, setor privado e governos", expressou um dos coordenadores do Painel Científico da Amazônia.
Foto destaque: Desmatamento na Amazônia. Reprodução/ClimaInfo