Carla Zambelli depõe à Justiça da Itália

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) permanecerá presa na Itália enquanto tramita o processo de extradição para o Brasil. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (1º) pela Corte de Apelação de Roma, após ela ser ouvida em audiência de custódia. 

A parlamentar estava foragida do Brasil e foi presa pelas autoridades italianas na última terça-feira (29). Detida no presídio feminino de Rebibbia, ela teve seu caso acompanhado pela Polícia Federal brasileira por meio da Adidância Itália, conforme apuração da CNN.

Zambelli segue presa

A audiência foi conduzida por um juiz de garantias, responsável por decidir onde ela aguardará o desfecho do processo de extradição. A defesa solicitou a substituição da prisão por medidas restritivas, mas o magistrado optou por mantê-la detida no presídio de Rebibbia, em Roma. O pedido de libertação ainda será analisado, com expectativa de julgamento para meados de agosto.

No entanto, todos os trâmites dependem das autoridades italianas. Cabe ao Ministério da Justiça da Itália, como autoridade central, encaminhar o caso ao tribunal responsável pelo julgamento.

Caso o pedido de extradição seja aceito, caberá ao governo italiano definir as condições para a entrega de Zambelli, conforme previsto no Código de Processo Penal do país.


 Pronunciamento de Carla Zambelli antes de ser presa pela Justiça italiana (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Condenação e processo de extradição

A deputada foi condenada no Brasil a dez anos de prisão e à perda do mandato por invadir repetidamente os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão é definitiva, sem possibilidade de recurso. Ela também foi condenada, junto com o hacker Walter Delgatti, ao pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos.

Em junho, a parlamentar informou que estava na Itália e alegou ser vítima de perseguição política. A pedido do STF, seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.

O  ministro Alexandre de Moraes (STF), determinou na última quinta-feira (31) que a AGU (Advocacia-Geral da União) acompanhe e adote as providências necessárias para o processo de extradição de Carla Zambelli.

Em nota, a AGU informou que dará continuidade ao processo assim que for oficialmente notificada e que adotará todas as medidas necessárias, em cooperação com as autoridades italianas, para concluir a extradição da deputada federal.

Moraes diz que vai ignorar sanções aplicadas por Trump

Durante a cerimônia de abertura do semestre do Judiciário, nesta sexta-feira (1º), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez seu primeiro pronunciamento público após ser incluído na lista de sancionados pela Lei Magnitsky. Em seu discurso, afirmou que a Corte irá ignorar as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos e que não se “envergará a ameaças covardes e infrutíferas”.

“As ações prosseguirão. O rito processual do STF não se adiantará, não se atrasará. O rito processual do STF irá ignorar as sanções praticadas. Esse relator vai ignorar as sanções que lhe foram aplicadas e continuar trabalhando, como vem fazendo, no plenário, na Primeira Turma, sempre de forma colegiada”, afirmou Moraes.

O ministro também agradeceu o apoio do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e do decano Gilmar Mendes, que o defenderam diante das sanções aplicadas pelo governo de Donald Trump com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir estrangeiros acusados de violações de direitos humanos ou corrupção.

STF não vai ceder às pressões

Ele prosseguiu afirmando que a Corte continuará cumprindo sua missão constitucional e que, neste segundo semestre, realizará os julgamentos e as conclusões dos quatro núcleos das importantes ações penais ligadas à tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro.

“Não é possível pressões, coações, no sentido de querer obter, repito, entre aspas, um espúrio arquivamento imediato dessas ações penais sob pena de se prejudicar a economia brasileira, o sustento das pessoas, o trabalho dos brasileiros e das brasileiras”, disse.

O ministro, relator dos processos contra Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, afirmou que o STF não vai tolerar ameaças. Ele criticou ações de brasileiros “supostamente patriotas” que, segundo ele, agem em benefício de interesses estrangeiros para obstruir a Justiça e arquivar processos criminais. Moraes apontou, ainda, uma tentativa de afastar ministros do STF para favorecer os acusados, o que considera uma continuidade do mesmo “modus operandi” golpista.


Assista a íntegra do discurso de Alexandre de Moraes (Vídeo: reprodução/YouTube/Veja)

Moraes acusa grupos criminosos

No discurso, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que uma organização criminosa atua para submeter o STF ao controle de um Estado estrangeiro. Ele comparou esses grupos a milícias e criticou os projetos de anistia em tramitação no Congresso, classificando-os como “inconstitucionais”. Moraes ressaltou ainda que muitas dessas ações foram movidas por “pseudopatriotas” que deixaram o país, numa referência indireta ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos desde fevereiro.

“Temos visto recentemente as ações de diversos brasileiros que estão sendo ou processados pela PGR [Procuradoria-Geral da República] ou investigados pela PF [Polícia Federal]. Estamos vendo diversas condutas dolosas e conscientes de uma organização criminosa que age de maneira covarde e traiçoeira, com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do STF ao crivo de autoridade estrangeira”, afirmou Moraes.

Ele reiterou que o STF, a PGR e a PF não se “vergarão a essas ameaças”. Em outro momento, declarou que a soberania nacional é um dos pilares da República Federativa do Brasil e que jamais pode ser desrespeitada, negociada ou submetida à extorsão.

“O modus operandi é o mesmo: incentivo a taxações ao Brasil, incentivo a crise econômica, que gera a crise social, que por sua vez gera a crise política, para que novamente haja uma instabilidade social e possibilidade de um novo ataque golpista”, disse.

Lei Magnitsky

No início da semana, Alexandre de Moraes foi sancionado pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, criada para punir abusos de direitos humanos e corrupção, mas aplicada a ele por motivações políticas. O ministro é o primeiro brasileiro e o primeiro membro de uma Suprema Corte a sofrer essa sanção, que inclui bloqueio de bens e proibição de transações financeiras.

A medida gerou forte reação no governo brasileiro e no Judiciário, com manifestações de apoio de ministros do STF, políticos como Rodrigo Pacheco e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O presidente Lula também repudiou a sanção e tem se reunido com membros do STF para articular uma estratégia de defesa da Corte.

Governo se solidariza com Alexandre de Moraes após sanções de Trump

Em nota publicada no fim da noite desta quarta-feira(30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nota à imprensa apoiando o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes após o mesmo sofrer sanções de Donald Trump.

A nota veio logo no mesmo dia que Trump assinou sanções ao ministro pela lei Magnitsky, que era usada até esse momento apenas contra ditadores e violadores dos direitos humanos.

Lula critica tentativa de interferência estadunidense no STF

Além do apoio a Alexandre de Moraes, o presidente chamou de inaceitável a tentativa de interferência nas decisões do STF sobre a tentativa de golpe de estado a qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é considerado réu.

Na nota, o presidente afirma que as sanções ao ministro são frutos de ações de políticos brasileiros considerados traidores da pátria e do povo brasileiro para defender seus próprios interesses, em uma clara referência as ações feitas pelo filho de Bolsonaro e ex deputado federal Eduardo Bolsonaro, que afirma quase que diariamente estar em contato com Trump para que o mesmo não negocie e aumente as sanções ao Brasil visando conseguir a anistia total e irrestrita para seu pai no processo de tentativa de golpe de estado.


Alexandre de Moraes esteve presente na partida entre Corinthians x Palmeiras pela Copa do Brasil (Foto: Reprodução/Rede Globo via Globoplay)

Em outras declarações desde o anúncio do tarifaço de 50%, Lula afirma que esse ataque estadunidense é um atentado contra a soberania nacional brasileira por interferir no judiciário brasileiro e contra a longa relação diplomática e comercial entre os países. 

O presidente afirma ainda que a lei é para todos os cidadãos e empresas e que qualquer atividade que interfira e influencie na vida do povo brasileiro deve estar sobre as leis brasileiras.

Por fim, a nota conclui afirmando que os três poderes no Brasil fazem seu trabalho de forma independente e dentro dos limites da Constituição Brasileira. Além disso, o presidente afirma que as barreiras tarifárias são injustificáveis por usar de motivos político-partidários para aplicar as sanções.

Tarifaço veio logo após o STF tornar Bolsonaro réu

As ações dos Estados Unidos por meio de anúncios e decretos do presidente Donald Trump após Bolsonaro se tornar réu no caso da tentativa de golpe de estado que culminou nos atos anti democráticos do dia oito de janeiro de 2023.

Para a justiça, Bolsonaro tentou deslegitimar o STF e o processo eleitoral no qual foi derrotado pelo atual presidente Lula, atuou como líder de uma organização criminosa cujo objetivo era impedir a alternância de poder de forma pacífica usando a máquina pública com disseminação de mentiras para desestabilizar as instituições do país.

Por conta do decreto da taxação e outras formas de atrapalhar as investigações, Moraes decretou que um mandado de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente e como era esperada uma fuga, medidas protetivas foram acionados e agora Bolsonaro é monitorado por tornozeleira eletrônica.

A Procuradoria Geral da República, inclusive, já pediu a condenação do ex-presidente pelos crimes de organização criminosa, tentativa de golpe de estado, abolição do estado democrático de direito e outros crimes inseridos no processo que juntos podem fazer o ex-presidente ser condenado a 43 anos de prisão.

Governo prepara ações para proteger a economia

Ainda na nota, Lula afirma que o governo federal começou a avaliar os impactos e as medidas a serem tomadas para proteger os empregos e apoiar a indústria afetada pelo tarifaço de 50% assinado ontem por Trump.

Na manhã desta quinta-feira(31), o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou em entrevista que o setor agrícola, principalmente a produção de carne bovina, café e frutas, deve ser impactado pelo decreto estadunidense.

Haddad ainda afirmou que nos próximos dias o governo deve anunciar um pacote de medidas de apoio aos setores afetados, focando na indústria, no agronegócio e na manutenção de empregos.

Por fim, o ministro ainda afirmou que o Brasil deve recorrer a organizações comerciais do exterior para conseguir reverter as tarifas de 50% em seus produtos para que o país não seja afetado e tenha prejuízo em suas relações comerciais.

Lula se reúne com ministros do STF após sanções de Trump contra Moraes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira , 30 de julho, no Palácio do Planalto com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), para debater as recentes sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes. Entre os presentes estavam o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, além dos ministros Gilmar Mendes e Cristiano Zanin. Também participaram Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça, e Jorge Messias, advogado-geral da União.

Apesar da sanção ter como alvo Moraes, o magistrado não participou do encontro, em vez disso, compareceu à Neo Química Arena, em São Paulo, para assistir a um jogo do Corinthians. Logo após a reunião, o Palácio do Planalto divulgou nota em que Lula classificou a medida dos EUA como uma interferência “inaceitável” e reafirmou que o Brasil é um país soberano e democrático.

Defesa da soberania brasileira

Durante o encontro, foi destacada a independência do Poder Judiciário como um dos pilares da democracia brasileira. O presidente afirmou que qualquer tentativa de enfraquecer o Judiciário representa uma ameaça ao regime democrático: “Justiça não se negocia”, declarou. A nota oficial também enfatizou que o Brasil não aceitará suposta intromissão externa nas decisões internas da corte.


Presidente Lula se pronuncia sobre os EUA (Foto:Reprodução/X/@lulaoficial)

Em apoio a Moraes, o STF emitiu declaração reafirmando que continuará cumprindo a Constituição e respeitando o devido processo legal. Declarações de solidariedade ao ministro foram emitidas por colegas da corte, que ressaltaram a legitimidade de suas decisões, inclusive no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, cuja expectativa é de definição ainda em 2025.

Possíveis respostas judiciais e tensão diplomática

O governo brasileiro avalia recorrer ao Judiciário dos EUA por meio de representação jurídica a favor de Moraes. A Advocacia-Geral da União (AGU) e o Itamaraty estudam contratar escritório americano para questionar a legalidade da sanção com base na Lei Magnitsky, argumentando que ela fere a independência jurisdicional brasileira.


Ministra Gleisi Hoffman em apoio a Moraes (Reprodução/X/@gleisi)

Essa atuação reforça a tensão diplomática entre os países, intensificada após anúncio de taxa de até 50% sobre produtos brasileiros pelo governo Trump. A sanção preocupa também por estar associada a restrições de vistos e bloqueio de bens nos EUA, afetando o ministro e familiares próximos.

O dia posterior às medidas ficou marcado por articulações entre os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo para definir estratégias de resposta. Parlamentares de diferentes partidos reafirmaram apoio ao STF e destacaram que o país não pode admitir sanções de potências estrangeiras direcionadas a magistrados nacionais.

Trump sanciona Alexandre de Moraes através de lei dos EUA

Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal do Brasil, nesta quarta-feira (30), com base no Global Magnitsky Act. A medida, anunciada pelo Departamento do Tesouro dos EUA, congela eventuais bens dele no país e proíbe cidadãos americanos de manter negócios com o magistrado. A acusação formal é de que Moraes autorizou detenções arbitrárias, perseguiu opositores políticos e limitou a liberdade de expressão no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O ato acontece num contexto de crescente tensão diplomática entre Washington e Brasília, exacerbada por Trump ter anunciado um imposto de 50% sobre produtos brasileiros, justificando a taxa como retaliação à suposta “caça às bruxas” contra seu aliado político Bolsonaro. Essa sequência de ações elevou o nível de hostilidade entre os dois países nos últimos dias.

Sanções da lei Magnitsky

Na justificativa oficial, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, acusou Moraes de conduzir uma campanha de repressão que incluiu censura digital, prisões injustificadas e processos com motivações políticas. Ele afirmou que Moraes se tornou “juiz e júri” de uma campanha direcionada não apenas a brasileiros, mas também a cidadãos e empresas dos EUA.


EUA usam Lei Magnitsky contra ministro do STF (Vídeo:Reprodução/Youtube/Metropoles)

Em paralelo, o secretário de Estado Marco Rubio já havia revogado os vistos de Moraes, sua família e outros magistrados brasileiros, alegando que a atuação judicial violava direitos fundamentais. O porte de sanções representa uma nova escalada, elevando os efeitos concretos à restrição fiscal e a impossibilidade de transações entre partes americanas e o juiz federal.

Segundo informações recentes, amplamente comentadas nas redes sociais, Moraes não tem nenhum vínculo financeiro nos Estados Unidos e o visto do ministro está vencido há um tempo mas, até o momento, ele não demonstrou interesse ou preocupação em revalidar o documento.

Reação do governo brasileiro

Em resposta, o presidente Lula classificou a imposição como uma interferência “inaceitável” no sistema judicial brasileiro e afirmou que o país manterá sua soberania jurídica. A ministra Gleisi Hoffmann qualificou a sanção como um ato “violento e arrogante”, e expressou total repúdio à ação estadunidense de intimidação à justiça brasileira.


 Idealizador da Lei Magnitsky repudia uso dela contra Moraes (Vídeo:Reprodução/X/@globonews)

No âmbito interno, o Supremo Federal manifestou solidariedade a Moraes, com o ministro Flávio Dino declarando que seu colega agiu conforme a Constituição. Especialistas jurídicos afirmam que o episódio pode levar o tribunal a endurecer sua postura, em sinal de que não cederá sob pressão externa.

O impacto político e econômico das medidas ainda está em curso. Economistas esperam novas negociações sobre possíveis retaliações futuras aos Estados Unidos, enquanto autoridades brasileiras estudam formas de apoiar empresas exportadoras afetadas pela tarifa. A interseção entre ação judicial, retaliações internacionais e polarização política intensifica os debates sobre democracia, respeito aos limites institucionais e soberania nacional.

Deputada Carla Zambelli é presa na Itália

Carla Zambelli (PL-SP) foi presa nesta terça-feira (29) em Roma, na Itália, após permanecer foragida desde maio. A informação de que agentes da polícia italiana foram até o apartamento ocupado pela deputada foi confirmada pelo Ministério da Justiça.

Ela foi condenada a 10 anos de prisão pelo Supremo Tribunal Federal (STF) pelo caso da invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Segundo informações, ela contratou o hacker Walter Delgatti, que está preso, para acessar dados sigilosos do CNJ. Zambelli passou dias foragida nos Estados Unidos e depois seguiu para a Itália, já que possui cidadania italiana.

Endereço foi entregue

O endereço de Carla Zambelli na Itália foi entregue às autoridades pelo deputado italiano Angelo Bonelli. Ele divulgou a informação em sua conta no X, além de relatar que a deputada federal brasileira estava sendo detida naquele momento. Na mesma postagem, ele compartilhou o vídeo do episódio em que Zambelli sacou uma arma contra um cidadão às vésperas da última eleição presidencial.


Deputado italiano Angelo Bonelli foi responsável por entregar Carla Zambelli (Vídeo: reprodução/X/@AngeloBonelli1)

Ela estava hospedada em um apartamento em Roma. “Forneci o endereço à polícia. Neste momento, a polícia está identificando Zambelli”, escreveu o parlamentar italiano em sua conta.

Lista da Interpol

Foragida, a deputada estava na lista da Interpol desde que o Ministério da Justiça brasileiro solicitou sua extradição da Itália. Mesmo com várias tentativas anteriores, o governo brasileiro não conseguiu sucesso em localizar a deputada em nenhum desses países que esteve, mesmo com contas bancárias e redes sociais bloqueadas.

Nas redes sociais, internautas recebem a notícia com celebração. A deputada Erika Hilton e outros opositores de Zambelli recebem a notícia com uso de memes para comemorar. As principais páginas jornalísticas já passam a informação em seus portais também. “Que ela responda por seus crimes e pelos ataques que articulou contra a democracia”, escreveu um internauta no X.

Mais informações sobre a extradição e possível repatriação da deputada devem surgir nas próximas horas.

Ex-assessor de Bolsonaro admite ser autor do plano para assassinar Lula e Moraes

O general Mário Fernandes, ex-secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência no governo de Jair Bolsonaro (PL), admitiu em depoimento nesta quinta-feira (24) ser o autor do chamado plano “Punhal Verde e Amarelo”, que previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Plano Punhal Verde e Amarelo

Fernandes afirmou que o material era apenas uma reflexão pessoal sobre o contexto pós-eleitoral e que não foi compartilhado com outras pessoas. Segundo seu depoimento, o texto foi impresso no Palácio do Planalto para facilitar a leitura e “não forçar a vista”, sendo descartado logo em seguida.

“É um arquivo digital. Nada mais retrata do que um pensamento meu que foi digitalizado. Um compilado de dados, um estudo de situação meu, uma análise de riscos que eu fiz e, por costume próprio, resolvi digitalizar. Não foi mostrado a ninguém, não foi compartilhado com ninguém. Hoje me arrependo de ter digitalizado isso”, declarou durante interrogatório no STF.

O general também afirmou que aliados de Bolsonaro debatiam um decreto contendo “considerandos” que poderiam justificar uma possível intervenção do Executivo sobre os demais Poderes.


General Mario Fernandes afirma ao STF ter sido autor do plano golpista (Vídeo: reprodução/YouTube/Uol)

“Fiz um apelo ao general Ramos, que era assessor do presidente: se existe esse movimento e está dentro da Constituição, por que não reforçar isso?”, disse.  “Dentro da Constituição Federal, não acima”, enfatizou.

A Polícia Federal aponta que o plano foi criado logo após a vitória de Lula, em novembro de 2022, e discutido por militares na casa do general Braga Netto, que na época era candidato a vice de Jair Bolsonaro. O documento previa o assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes como parte de uma tentativa de golpe de Estado.

Delator afirma que o plano previa repasse de dinheiro

O plano “Punhal Verde e Amarelo” foi revelado após a delação do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal. Ele revelou que o general Braga Netto repassou dinheiro ao major Rafael Martins de Oliveira, que teria participação no esquema, para custear despesas da operação. Em novembro do ano passado, a PF prendeu militares e um policial ligados ao caso, que, segundo as investigações, seria colocado em prática se a tentativa de golpe em 2022 tivesse sucesso.

Ainda segundo o general Mário Fernandes, Jair Bolsonaro, também réu por tentativa de golpe, sempre tentou agir dentro da legalidade, embora as investigações da Polícia Federal apontem que ele tinha “pleno conhecimento” do plano. A operação previa o uso de um arsenal de guerra, incluindo pistolas, fuzis, metralhadora e até lança-granadas, além do monitoramento constante do ministro Alexandre de Moraes.

Eduardo Bolsonaro afirma que Moraes bloqueou contas bancárias de sua esposa

Heloísa Bolsonaro, casada com Eduardo Bolsonaro, percebeu a restrição após tentar operar movimentações financeiras. Nesta quarta-feira (23), o Deputado Federal prestou declarações para o jornal Folha de S. Paulo afirmando que o ministro do STF bloqueou as contas bancárias de sua esposa.
Além disso, em resposta ao embate com Alexandre de Moraes, o deputado Eduardo Bolsonaro usa redes sociais para se posicionar ao ocorrido, e chama ministro de “ditador”.

Confronto com o Ministro Alexandre de Moraes

O congressista, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, publicou um texto em suas redes sociais relacionado ao embate com Moraes, afirmando que bloqueios fazem parte de uma decisão arbitrária e criminosa do Ministro do STF , a qual ele se referiu como “ditador”.
Para Eduardo, Alexandre de Moraes está tentando o proibir de denunciar seus crimes. Na última segunda-feira, Eduardo disse que teve contas bancárias bloqueadas. Ele só notou o bloqueio após tentar fazer uma transação via Pix.
Ainda nas redes sociais ele escreveu: “ E se ele (Alexandre de Moraes) pensa que isso irá me fazer parar, deixo claro: não me intimidarei e não me calarei. Eu me preparei para este momento. Essa é só mais uma demonstração de abuso de poder e confirma tudo o que tenho denunciado em Washington e para autoridades de todo o mundo”.

Eduardo Bolsonaro ao lado de sua esposa Heloísa Bolsonaro (Foto: Reprodução/Andressa Anholete/ Getty Images Embed)

Alvo de inquérito

Eduardo Bolsonaro está com a família no Estados Unidos desde 27 de fevereiro desse ano, ele havia se licenciado do cargo em 18 de março, porém licença se encerrou neste domingo (20). Ele é alvo de inquérito que investiga a sua atuação no país, que segundo a PGR (Procuradoria Geral da República) sua estadia em território norte-americano seria uma tentativa de atrapalhar o andamento da ação penal que tem como réu o ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado pela tentativa de golpe de Estado.

Sem dinheiro

Com essa ação do Ministro Alexandre de Moraes, Eduardo fica impossibilitado de operar movimentações de qualquer valor em sua conta, incluindo seu salário como deputado. Além disso, ele não pode receber ou enviar qualquer quantia.
No mês passado, Jair Bolsonaro disse ter enviado R$ 2 Milhões para o filho Eduardo se manter com a família no EUA, mas se o valor estiver em alguma conta no nome do deputado, esse valor permanecerá retido.

Moraes mantém restrições e descarta prisão de Bolsonaro após “incidente isolado”

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu nesta quinta-feira (24) manter as medidas cautelares impostas ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas recusou o pedido de prisão preventiva por entender que houve apenas uma violação “isolada” das restrições estabelecidas. A avaliação segue a defesa apresentada pelos advogados do ex-presidente e o entendimento de que o episódio não configura reiterada conduta de infringência judicial.

A controvérsia começou após Bolsonaro conceder entrevista na Câmara dos Deputados, exibindo sua tornozeleira eletrônica e falando com a imprensa. O conteúdo foi logo republicado em redes sociais, embora ele esteja proibido de usar suas próprias contas, levando Moraes a advertir que isso poderia justificar grave incremento de restrições, inclusive prisão. No entanto, o ministro considerou que o compartilhamento ocorreu de forma pontual e sem coordenação deliberada, não justificando uma medida mais drástica.

Novas medidas cautelares

Moraes destacou que Bolsonaro não enfrenta impedimentos para participar de entrevistas públicas nem de se manifestar em eventos presenciais. A restrição foca na proibição de uso das redes sociais, inclusive o aproveitamento de conteúdos por terceiros com intenção de burlar a medida. O ministro comparou a situação à criação de “milícias digitais”, grupo suspeito de replicar discursos em massa via internet, violando a proibição de veicular mensagens coordenadas pelas redes sociais.


Alexandre de Moraes não decreta prisão de Bolsonaro (Vídeo: Reprodução/Youtube/Metropoles)


O episódio deixou clara a tensão na execução das cautelares: ainda que a entrevista tenha sido pública, sua reprodução por apoiadores do ex-presidente ativou o mecanismo de controle judicial. Moraes advertiu que qualquer nova infração, ainda que indireta, poderá desencadear imediatamente a prisão preventiva.

Repercussão politica e jurídica

A decisão do ministro Alexandre de Moraes intensifica o debate sobre os limites da liberdade de expressão e a definição legal das medidas judiciais. A vigilância sobre o uso de redes sociais, inclusive por meio de terceiros, soma-se à tornozeleira eletrônica, à proibição de contato com embaixadas e autoridades estrangeiras, e à restrição de circulação noturna.

Por parte da defesa de Bolsonaro, há recurso em curso junto ao STF para revisar o escopo das medidas. Já por via política, aliados do ex-presidente afirmam que a cautelar afeta seu direito de comunicar-se com eleitores e denunciam influência externa na política brasileira. O posicionamento do ministro Moraes evita um aprofundamento imediato da crise, ao mesmo tempo em que reforça a mensagem de que o Judiciário seguirá atento e firme na imposição dos termos definidos pelo tribunal.

Flávio Bolsonaro pede impeachment de Alexandre de Moraes

O senador Flávio Bolsonaro (PL) realizou o pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, nesta quarta-feira (23). Segundo o parlamentar, a decisão foi motivada pelas medidas cautelares apresentadas por Moraes à Primeira Turma do STF. 

Na segunda-feira (21), o STF referendou a relatoria feita pelo ministro, que decidiu ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) o uso e monitoramento de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar, além da proibição do contato com autoridades e embaixadores estrangeiros e da aproximação a consulados e embaixadas internacionais. 

Ele também não pode fazer uso de redes sociais, nem se comunicar com réus e investigados nos processos de tentativa de golpe de Estado. Segundo Alexandre de Moraes, a cautela foi decidida devido ao envolvimento de Jair Bolsonaro com a investida de abolição do Estado Democrático de Direito.

Porém, para o senador Flávio Bolsonaro, esta medida é um ordenamento jurídico próprio e uma ameaça às liberdades individuais.

O que diz Flávio Bolsonaro

Flávio Bolsonaro, em seu perfil X (antigo Twitter), diz que o ministro “cruzou todos os limites” e que “Alexandre de Moraes quer calar e prender o maior líder político [Jair Bolsonaro] da América do Sul e um dos maiores do mundo“.

Esta não é a primeira vez que o senador pede pelo impeachment de Moraes. Em agosto de 2024, ele alegou que o ministro coordenou a investigação sobre as fake news e milícias digitais de forma pessoal e irregular.


 Veja as decisões do STF (Foto: reprodução/Instagram/@supremotribunalfederal)

Voto

O ministro do STF Luiz Fux foi o único da 1ª Turma a votar contra as medidas. Para ele, as imposições restringem a liberdade de expressão e de ir e vir. Em seu voto, ele argumenta que “À luz desses requisitos legais, não se vislumbra nesse momento a necessidade, em concreto, das medidas cautelares impostas“.

Os outros membros, Cármem Lúcia, Flávio Dino e o presidente Cristiano Zanin, votaram a favor.