Corinthians discute mudanças no estatuto e abre caminho para futura SAF

O Corinthians começa a se movimentar nos bastidores para modernizar sua estrutura e se preparar para o futuro do futebol brasileiro. O clube estuda alterações em seu estatuto social que podem abrir espaço para a criação de uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF), mas sem abdicar do controle majoritário.

A proposta foi detalhada pelo presidente do Conselho Deliberativo, Romeu Tuma Júnior, que defendeu um modelo de atualização institucional com responsabilidade e transparência. Segundo ele, as mudanças não significam vender o clube, e sim adaptá-lo à nova realidade econômica do futebol.

“O objetivo é adequar o Corinthians à legislação e às novas exigências do mercado, mas sempre preservando a essência associativa. A ideia não é entregar o clube, e sim fortalecê-lo”, afirmou Tuma.

Modernização sem perder a alma

Segundo o projeto, qualquer decisão sobre a criação de uma SAF precisará ser aprovada por ampla maioria dos conselheiros e sócios. O texto em discussão prevê que o clube mantenha ao menos 51% das ações de eventual empresa que administre o futebol profissional, garantindo que o controle permaneça no Parque São Jorge.

Essa salvaguarda reflete uma preocupação recorrente entre torcedores e dirigentes: como atrair investidores e recursos sem perder a identidade corintiana.

“Queremos um modelo sustentável, que proteja o patrimônio e a história do clube. A SAF é um instrumento, não um fim”, reforçou o dirigente.

Contexto e urgência

A discussão ganha força em um momento em que vários clubes brasileiros buscam novas formas de gestão. Mudanças legais previstas para os próximos anos devem aumentar a carga tributária sobre associações esportivas, tornando o modelo tradicional menos competitivo.

Para o Corinthians, mergulhado em dívidas e em um cenário financeiro desafiador, modernizar o estatuto é visto como passo essencial para evitar um colapso futuro.


Torcida do Corinthians pedindo Saf (Foto: reprodução/X/@elyelsccp)

Debate ainda em construção

Embora o tema desperte interesse, há cautela. Parte do Conselho defende que o processo seja conduzido com total transparência, com participação ativa dos sócios e ampla divulgação das propostas. O clube ainda não tem prazo definido para colocar o novo texto em votação, mas o debate já está em curso.

Enquanto isso, a diretoria reforça que não há negociação em andamento com investidores e que qualquer decisão sobre SAF só será tomada após o estatuto ser atualizado.

Mais do que uma mudança burocrática, a discussão sobre a SAF representa um divisor de águas na história do Corinthians. O desafio é encontrar o equilíbrio entre modernização e tradição, garantindo que o clube se mantenha competitivo sem perder o vínculo com suas origens populares.

Maduro faz apelo em inglês: “No crazy war, please” e pede que EUA evitem escalada militar

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, usou uma expressão em inglês — “No crazy war, please” (“Não à guerra maluca, por favor”) — para fazer um apelo à administração dos Estados Unidos em meio a um aumento da mobilização militar americana em águas próximas à costa venezuelana. O discurso, marcado por tom de conciliação, ocorre em meio à tensão crescente entre os dois países, que observam manobras navais, bombardeios de embarcações suspeitas e acusações mútuas de provocação.

Contexto e motivos do apelo

Em pronunciamento feito no evento de juramentação de uma comissão sindical chavista, Maduro direcionou diretamente o recado à Casa Branca, dizendo que a Venezuela rejeita uma escalada descontrolada: “Yes peace, yes peace, forever, peace forever” (“Sim à paz, para sempre”). Em seguida brincou com sua própria pronúncia improvisada do inglês, afirmando tratar-se de “linguagem tarzaneada”.

O apelo surge após episódios em que forças americanas teriam atacado embarcações próximas à costa venezuelana, supostamente envolvidas com narcotráfico, o que Caracas interpreta como parte de uma estratégia de cerco e “mudança de regime”.


Presidente Nicolás Maduro (Foto: reprodução/FEDERICO PARRA/Getty Images Embed)

Tensão militar e reação venezuelana

A Venezuela, por sua vez, responde incrementando exercícios militares em sua costa, com o presidente agradecendo publicamente a aliados como Rússia e China por equipamentos de defesa que, segundo ele, visam evitar qualquer “agressão externa”. Maduro reforçou que o país está pronto para defender sua soberania, porém buscou transmitir uma mensagem de que a guerra não está nos planos e que a diplomacia ainda deve prevalecer.

Especialistas em relações internacionais apontam que o recado em inglês tem duplo objetivo: amenizar a imagem venezuelana perante a comunidade internacional ao mesmo tempo em que fortalece o discurso interno de resistência ao que o regime considera pressão dos EUA.

Impactos para a diplomacia e o Caribe

O uso desse tipo de linguagem — misturando inglês e espanhol, com declarações públicas de apelo — evidencia uma tentativa de Maduro de posicionar a Venezuela como um ator que prefere o diálogo, mas que se coloca preparado para o embate.

Para os Estados Unidos, essas declarações representam um desafio diplomático em um momento em que o foco se expande do Oriente Médio ao Caribe em questões de segurança e narcotráfico. A região se mantém sob alerta, já que qualquer erro de cálculo pode desencadear uma crise maior entre superpotência e país latino-americano aliado a poderes como a Rússia e a China.

Rodrigo Paz vence eleição e é o novo presidente da Bolívia

Neste domingo (19), Rodrigo Paz foi eleito presidente da Bolívia. Rodrigo, que faz parte do Partido Democrata Cristão, venceu as eleições após fazer história no segundo turno, no qual marcou uma guinada à direita e encerrando um governo de 20 anos da esquerda. Paz venceu com 54,5% dos votos, com apuração de 91,2%.

Quem mais estava disputando

Além de Rodrigo Paz, tinham também na disputa, Jorge Tuto Quiroga, ex-presidente do país e também de direita e Evo Morales, no qual era o líder dominante da Bolívia nas últimas décadas, porém, este não passou do primeiro turno.

Contexto econômico e eleitoral

A eleição ocorreu num cenário de crise econômica profunda na Bolívia, com inflação alta, reservas internacionais em queda e problemas energéticos persistentes. Muitos eleitores demonstraram insatisfação com o curso dos últimos governos, o que favoreceu a ascensão de Paz como alternativa.

Perfil do vencedor e plataforma

Rodrigo Paz, de 58 anos e filho de um ex-presidente boliviano, Jaime Paz Zamora, se apresentou como um candidato de centro-direita, com foco em liberalização econômica moderada e manutenção de programas sociais. Seu slogan “capitalismo para todos” refletiu a proposta de equilibrar crescimento econômico com proteção social.


Rodrigo Paz no dia da vitória nas eleições (Foto: reprodução/Gaston Brito Miserocchi/Getty Images Embed)

Desafios à frente

Ao assumir, Paz enfrentará uma tarefa árdua: recuperar a economia, estabilizar o câmbio, reverter a escassez de combustíveis e estabelecer alianças políticas em um Congresso fragmentado. Como novo presidente, ele terá de construir coalizões para aprovar reformas e manter a governabilidade. Além disso, ele planeja conquistar os eleitores com propostas mais moderadas com objetivo de neutralizar a polarização na Bolívia.

Implicações regionais e internacionais

A vitória de Rodrigo Paz também sinaliza mudanças na diplomacia boliviana. Espera-se um reposicionamento em relação aos EUA e maior abertura ao investimento estrangeiro. A comunidade internacional acompanhou o pleito como um possível ponto de inflexão no cenário sul-americano.

Lula sinaliza possível candidatura em 2026 e diz que decisão depende da saúde

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a abrir espaço para uma nova candidatura presidencial em 2026. Em discurso durante o 16º Congresso do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), realizado nesta quinta-feira (16) em Brasília, Lula declarou que “possivelmente serei candidato a presidente outra vez, se eu estiver com saúde”. A fala reacende o debate interno dentro do Partido dos Trabalhadores (PT) e entre os aliados sobre a sucessão presidencial e o futuro político do governo.

Decisão depende da saúde e de propósito político

Durante o evento, Lula reforçou que sua decisão não se baseará apenas em vontade pessoal, mas nas condições físicas e no propósito político que uma eventual candidatura poderia representar. O presidente afirmou que, se decidir concorrer novamente, será para apresentar um novo projeto de país e não apenas repetir políticas já conhecidas.
“Mas vou ser candidato pra quê? Pra continuar falando de Bolsa Família, Luz para Todos? Eu preciso pensar num país maior, num país em que as pessoas acreditem que é possível construir algo diferente”, declarou.

O petista também disse que a eleição de 2026 será marcada por uma nova disputa entre a esquerda e a direita, destacando a necessidade de fortalecer as forças progressistas. Segundo ele, o foco do governo deve continuar sendo a reconstrução social e econômica do país, com políticas públicas que garantam oportunidades e justiça social.


Presidente Lula (Foto: reprodução/EVARISTO SA/Getty Images Embed)

Críticas ao Congresso e ao ambiente político atual

Lula não poupou críticas ao Congresso Nacional, afirmando que o país vive um momento de baixa representatividade política. “Esse Congresso nunca esteve tão ruim como está hoje”, disse, ressaltando que há uma distância crescente entre os interesses do povo e a atuação dos parlamentares. O presidente também defendeu uma maior unidade entre os partidos aliados e reforçou que a mobilização popular será essencial para qualquer disputa futura.

A declaração acontece em meio a especulações sobre possíveis nomes para a sucessão dentro do próprio PT, como a ministra Marina Silva e o ministro Fernando Haddad. Aliados próximos avaliam que, mesmo com a idade avançada, Lula continua sendo o nome mais forte da esquerda para enfrentar uma provável candidatura de oposição, que pode vir do campo bolsonarista ou liberal.

Repercussão e bastidores políticos

A fala do presidente repercutiu rapidamente entre líderes partidários. Parlamentares da base interpretaram o discurso como um sinal de que Lula pretende manter o protagonismo político até as eleições de 2026, enquanto setores da oposição criticaram o tom da fala, acusando o petista de antecipar o debate eleitoral.

Nos bastidores, dirigentes do PT avaliam que a prioridade é consolidar as entregas do governo até o fim de 2025, fortalecendo a economia e os programas sociais para garantir um cenário favorável antes de qualquer decisão oficial sobre uma nova candidatura.

Papa Leão XIV se mostra preocupado com às políticas dos EUA sobre imigrantes

Durante uma visita dos Bispos dos Estados Unidos ao Vaticano realizada nesta quarta-feira (8), o papa Leão XIV disse que eles devem ser firmes quanto como os imigrantes vêm sendo tratados pelo presidente americano Donald Trump e suas políticas.

O pontífice, recebeu diversas cartas que relatam o medo dos imigrantes de serem deportados diante das políticas do governo de Trump durante a reunião com os bispos, assistentes sociais da fronteira entre EUA e México.

O bispo de El Paso, Mark Seitz, citou que o Santo Padre está preocupado com essas questões e diz que ele deixou claro seu desejo de que a Conferência Episcopal dos EUA falasse com mais firmeza sobre estas questões.

Críticas do papa ao governo americano

Nas últimas semanas foi possível observar que a críticas de Leão XIV ao governo americano aumentou.

No dia 30 de setembro, o papa criticou as políticas de imigração do presidente Donal Trump, seu questionamento é se se as políticas anti-imigração seguem os ensinamentos pró-vida da Igreja Católica, em comentários que provocaram uma reação acalorada de alguns católicos conservadores proeminentes.


Papa Leão XIV critica tratamento de imigrantes nos EUA (Vídeo:reprodução/YouTube/@AgoraBrasilTVMeio)

A Casa Branca afirmou que a eleição de Trump se deu, em parte, por suas diversas promessas de campanha, entre elas a de deportar imigrantes ilegais com antecedentes criminais.

“Alguém que diz que é contra o aborto, mas concorda com o tratamento desumano de imigrantes nos EUA, não sei se isso é pró-vida”, disse o pontífice a jornalistas do lado de fora de sua residência nesta terça-feira (30).

Política migratória de Trump

Uma análise do Modelo Orçamentário da Penn Wharton, indica que a política de deportações em massa proposta pelo presidente dos Estados Unidos poderia reduzir os salários da maior parte dos trabalhadores, impactar negativamente o PIB e ampliar ainda mais o déficit federal.


Nova politica de imigração de Trump e seus impactos (Vídeo: reprodução/YouTube/@Itatiaiaoficial)

Segundo Kent Smetters, professor de economia empresarial e políticas públicas da Wharton School, a economia norte-americana sofreria com a saída de grande parte da força de trabalho, já que menos pessoas trabalhando resultariam em menor produção econômica.

Durante a campanha de 2024, Trump afirmou que pretende implementar o maior programa de deportação doméstica da história dos EUA, com a meta de expulsar milhões de imigrantes.

Presidente do Equador sofre tentativa de atentado

Nesta terça (7) o presidente do Equador, Daniel Noboa, foi alvo de um atentado ao ter seu carro cercado por uma multidão ao chegar na província de Cañar, região central do Equador onde ele teria um evento.

Segundo Inès María Manzano, ministra de energia do governo de Noboa, foi uma tentativa de assassinato. o veículo ficou com marcas de tiros, janelas foram quebradas por conta das pedras que também foram jogadas. O governo informou que uma denúncia formal já foi feita e que pelo menos 5 pessoas foram presas e todos vão ser indiciados por terrorismo e tentativa de homicidio

A confederação de nacionalidades indígenas do Equador (Conaie) que é a maior organização dos povos originários, afirmou que o exército agiu brutalmente contra pessoas, incluindo mulheres idosas, que estavam pela região por onde o carro de Noboa passava e que 5 pessoas foram presas injustamente.


Comitiva presidencial do Equador sendo atacada (Vídeo: Reprodução/ Instagram/ @presidenciaec)

Entenda o motivo das manifestações

  O protesto se instaurou contra o aumento do preço do diesel, que passou de US$1,80 para US$2,80 por galão, causado pelo fim do subsídio do governo equatoriano. A Conaie foi a responsável por organizar as manifestações com bloqueios de vias em várias províncias do país. Segundo dados oficiais, com 1 morto e 150 feridos (entre civis, militares e polícia) e por volta de 100 pessoas presas. 

   No último sábado (5) Noboa decretou estado de emergência por 60 dias em 10 províncias e citou que é uma grave comoção interna. O decreto menciona as paralisações e atos de violência que alteram a ordem pública e ainda fala sobre uma radicalização dos protestos. O governo também classifica as manifestações como “atos terroristas” e ameaça os responsáveis com até 30 anos de prisão. E acusou, sem provas apresentadas, que mafiosos estariam infiltrados e nomeou a quadrilha venezuelana Tren de Aragua. 

  No domingo (6) a Conaie acusou o governo de responder com repressão às demandas do povo e que o estado está militarizando os territórios indígenas. Eles afirmam que o aumento de 56% no preço do diesel atinge diretamente os camponeses, além de reivindicarem a redução do IVA de 15% para 12% e mais recursos para saúde e educação pública. 

O líder da Conaie, Marlon Vargas afirmou que se fosse necessário, os manifestantes tomariam Quito. Noboa logo respondeu que ninguém pode vir e tomar a capital dos equatorianos à força e que se “os que atuam como delinquentes, serão tratados como tal”.

Quem é Daniel Noboa

Se tornou o presidente mais jovem da história do Equador quando tomou posse em 2023 aos 35 anos e foi reeleito esse ano com 56% dos votos. Contrariando seu pai, Álvaro Noboa, que concorreu à presidência do país por 5 vezes, sem sucesso em nenhuma delas. 

Daniel nasceu nos EUA e veio de uma família dona de um império empresarial, estudou nas melhores universidades estrangeiras e foi presidente da Comissão de desenvolvimento econômico no seu mandato como deputado. Casado com a influenciadora Lavínia Valbonesa e pai de 3 filhos, sendo um com sua ex-esposa Gabriela Goldbaum. 

Na época das eleições definiu sua candidatura como centro-esquerda mas ganhou com o apoio de grande parte da direita e adotou um governo, que na prática, é centro-direita. Também é conhecido por evitar se expor em palanques e entrevistas. 

Tem sido muito critticado pelas organizações de direitos humanos por usar o abuso da força nas manifestações e tem duas acusações fortes contra ele por machismo e violência de gênero. Uma de sua ex-mulher, Gabriela Goldbaum que o acusa de usar a filha de ambos para lhe causar dor, a impedindo de se comunicar com a menina de 5 anos. E a outra por sua vice na chapa vencedora de 2023, Verónica Abad, que o acusa de tentar afasta-lá do cargo.

Lula celebra isenção de IR até R$ 5 mil aprovada pela Câmara

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemorou nesta quinta-feira (2) a aprovação pela Câmara dos Deputados da proposta que isenta cidadãos com renda mensal de até R$ 5 mil do Imposto de Renda. Segundo Lula, a medida corrige uma distorção histórica no sistema tributário brasileiro, beneficiando milhões de pessoas que vinham sendo penalizadas por impostos elevados sem reajuste da faixa de isenção. Agora, o texto seguirá para análise no Senado.

Unanimidade e impacto social

A proposta foi aprovada por unanimidade pelos deputados presentes — um indicativo da força política da medida. De acordo com o governo, a isenção beneficiará diretamente cerca de 10 milhões de brasileiros que deixarão de pagar IR. Outros 5 milhões terão redução da carga tributária por conta de desconto progressivo para rendimentos entre R$ 5.000 e R$ 7.350. Lula destacou que, mesmo com essas mudanças, a arrecadação não será comprometida, pois haverá compensações tributárias para as faixas mais elevadas de renda.

O relator da proposta, deputado Arthur Lira (PP-AL), manteve trechos que ampliam a base de renda sujeita a tributação e também dispositivos para tributar lucros e dividendos de altos rendimentos. A previsão é que o custo fiscal da medida chegue a R$ 25,8 bilhões em 2026, mas o governo aposta que a compensação será feita com a taxação dos super-ricos.


presidente lula falando sobre a isenção do IR (Vídeo: reprodução/Instagram/@lulaoficial)

Crítica à estrutura tributária atual

Lula avaliou que a regra anterior era injusta porque, entre 2016 e 2022, a faixa de isenção não sofreu reajuste, fazendo com que muitos trabalhadores caíssem na tributação mesmo sem aumento real dos salários. “A aprovação da isenção do Imposto de Renda … corrige uma grande injustiça com trabalhadoras e trabalhadores brasileiros”, afirmou.

O presidente também comentou que o foco do governo é garantir justiça fiscal e aliviar a carga tributária sobre quem mais precisa. Ele classificou a votação como um passo estrutural para uma reforma tributária mais ampla, que precisa englobar também tributação sobre consumo e riqueza.

Caminho para o Senado e desafios futuros

Depois de passar pela Câmara, o projeto segue para o Senado, onde poderá sofrer alterações ou acolher emendas. Parlamentares defensores da justiça tributária já sinalizam apoio, mas também há críticas de setores que argumentam que a compensação da renúncia fiscal pode não ser suficiente.

Se aprovado pela casa legislativa e sancionado, o texto entrará em vigor em 2026. A expectativa é que a medida alivie o bolso de milhões de brasileiros e reformule parte do sistema tributário, diminuindo desigualdades e promovendo mais justiça fiscal no país.

Discurso de Lula na ONU gera reações e faz ressalvas a potências estrangeiras

Com um discurso direto e recheado de críticas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) movimentou a abertura da 80ª Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira (23). Em cerca de 15 minutos, o presidente apostou em um tom firme e direto, defendendo o multilateralismo, a soberania nacional e criticando conflitos que seguem sem solução, como as guerras em Gaza e na Ucrânia. A repercussão foi imediata fora do Brasil.

O líder brasileiro também não deixou de tocar em temas delicados envolvendo os Estados Unidos. O presidente condenou a taxação de produtos brasileiros pelo governo americano e criticou sanções impostas a autoridades nacionais, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). As falas tiveram ampla repercussão nos principais jornais do mundo.

Repercussão nos principais jornais do mundo

O The New York Times, dos EUA, destacou o “tom duro” do discurso, interpretando as palavras do líder brasileiro como um recado direto ao atual presidente dos EUA Donald Trump. Isso porque, recentemente, Trump defendeu publicamente a suspensão do processo criminal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.


Discurso do Presidente Lula na ONU (Vídeo: Reprodução/YouTube/@CNNBrasil)

Já o The Guardian, no Reino Unido, preferiu focar na defesa da democracia feita por Lula. Segundo o jornal, o presidente brasileiro afirmou que a condenação de Bolsonaro serve de exemplo global de como “aspirantes a autocratas” podem ser contidos dentro das instituições democráticas.

Defesa a democracia ganha destaque

Na Espanha, o El País ressaltou que, sem citar nomes, Lula criticou sanções arbitrárias e intervenções unilaterais, em uma clara referência a tensões com Washington. O diário argentino Clarín seguiu a mesma linha e destacou a “forte defesa da democracia” feita pelo petista diante do avanço do autoritarismo no mundo.

Outro ponto que chamou a atenção da imprensa internacional foi a fala sobre o Oriente Médio. Lula declarou que “nada justifica o atual genocídio em Gaza”, reforçando a posição do Brasil contra a ofensiva de Israel após os ataques do Hamas em outubro de 2023. Ao condenar o massacre de civis palestinos, Lula reforçou a posição do Brasil em favor da criação de um Estado palestino e em defesa do direito internacional humanitário.

Lula afirma que vetaria anistia a Bolsonaro

Em entrevista concedida à BBC na manhã da última quarta-feira (17), o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que, caso um pedido de anistia a Bolsonaro chegue para sanção presidencial, será vetado integralmente imediatamente. O veto ainda pode ser derrubado pelo Congresso, porém a medida deve passar pelo Supremo Tribunal Federal (STF) que deve julgar inconstitucionalidade do projeto.

Ao longo da entrevista, o presidente ainda falou sobre uma possível concorrência com Bolsonaro em futuras eleições e a relação com Trump após tarifaço.

Para Lula, Bolsonaro teve comportamento irregular

Durante a entrevista, Lula respondeu pergunta sobre estar feliz ou ter comemorado a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e o mesmo afirmou que não festejou porque gostaria que ninguém tivesse cometido crime, mas já que houve crime de Bolsonaro e seus aliados eles deveriam ser punidos e cumprir a pena.

O presidente ainda completou afirmando que bolsonaristas foram pessoas que fizeram muito mal ao Brasil enquanto estiveram no poder e que articulou a morte dele, de Geraldo Alckmin e do ministro Alexandre de Moraes, além de um ataque a bomba ao Aeroporto de Brasília e que o julgamento de todos os envolvidos na trama golpista é feito pelas provas e com amplo direito a defesa.


Lula mantém posicionamento contrário a anistia (Vídeo: Reprodução/X/@bbcbrasil)

Ao ser perguntado sobre a comparação com a sua condenação em 2016, que foi anulada posteriormente pelo STF por falta de provas, Lula afirmou que diferente dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado, o presidente não teve direito a ampla defesa e foi condenado por um chamado fato indeterminado que até hoje não foram encontradas provas de que ocorreu.

Lula diz não temer enfrentar Bolsonaro em eleição

Ao ser perguntado sobre o posicionamento de aliados de Bolsonaro ser semelhante ao de seus aliados nas eleições de 2018, Lula afirmou que os dois casos são diferentes.

Lula afirma que sua ausência no pleito de 2018 foi fruto da irresponsabilidade do juiz do caso e atualmente senador Sérgio Moro e do promotor e ex-deputado federal Deltan Dallagnol, sem que tivesse nenhuma prova contra ele.

Ainda disse que teve autorização por duas vezes da ONU para concorrer ao pleito de 2018, que foi rejeitada pelo governo brasileiro da época.


Lula durante discurso da vitória na eleição de 2022 (Vídeo: Reprodução/X/@gabrieldread)

No caso de Bolsonaro, há diversos crimes comprovados contra ele e, inclusive, está inelegível até 2030 por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante reunião com embaixadores em julho de 2022, quando questionou a legitimidade das urnas eletrônicas. Além disso, com a condenação pela trama golpista, Bolsonaro só deve estar apto a se candidatar para qualquer cargo público em 2062.

Por fim, Lula afirmou que ganhou do ex-presidente em 2022 enquanto ele estava no poder e, que mesmo utilizando todos os meios possíveis para o derrotar, inclusive usando a Polícia Rodoviária Federal para bloquear estradas no interior do Nordeste e 60 bilhões de reais do orçamento da União, Lula saiu vencedor.

Lula diz que não existe relação com Trump

Ainda na entrevista, Lula foi perguntado sobre sua relação com o presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que taxou os produtos brasileiros exportados para os EUA em 50% em julho.

Segundo Lula, não há qualquer relação entre ele e Trump porque o presidente estadunidense não quer conversar e negociar, apesar dos esforços dele mesmo e de vários ministros do governo. Mesmo sendo a melhor alternativa para resolver conflitos e problemas, os dois lados precisam estar dispostos a negociar.

Trump publicou as tarifas de 50% ao Brasil em sua rede social e o governo afirma só ter tido ciência da mesma por meio de perguntas dos jornalistas, o que mostra que Trump nunca esteve disposto a negociar.

Por fim, Lula concluiu que as tarifas vem por conta do processo que culminou na condenação de Bolsonaro por cinco crimes na trama golpista que resultaram em uma pena de 27 anos e três meses de prisão e não na relação econômica, afinal os EUA tem superávit na relação comercial com o Brasil.

O presidente ainda afirmou que os Estados Unidos querem manter o unilateralismo nas relações internacionais ao invés do multilateralismo defendido pelo Brasil.

Bolsonaro: médico segue para Brasília após ex-presidente apresentar mal-estar

O ex-presidente Jair Bolsonaro foi levado às pressas na tarde desta terça-fera (16), após ter um mal-estar. Bolsonaro apresentou crise de pressão, vômitos e soluços. A ida ao hospital teve de ser autorizada por um médico, pois ele se encontra em prisão domiciliar e só permite que ele vá ao hospital em caso de emergência. Mas determina que o ex-presidente comprove o motivo médico da saída em até 24h.

Bolsonaro passou por cirurgia no domingo

Bolsonaro precisou passar por um pequeno procedimento hospitalar para retirar lesões da pele e fazer uma biópsia, em um hospital no DF Star, em Brasília. Segundo os resultados de seus exames, o ex-presidente apresentou anemia, e a tomografia revelou vestígios de uma pneumonia recente.

Alexandre de Moraes liberou a ida de Bolsonaro ao hospital, mas exigiu da defesa que fosse dado a ele um atestado a ele do momento em que Bolsonaro saiu de casa ao hospital, e do momento que deixou o hospital e chegou em casa. Moraes ainda exigiu explicações da defesa pela demora da entrega do atestado de Bolsonaro e da volta para casa no domingo, após a saída do hospital, o ex-presidente encontrou jornalistas e apoiadores com bandeiras dos Estados Unidos e do Brasil na porta do hospital, e foi questionado sobre o seu estado de saúde, mas optou por manter o silêncio.

O médico de Bolsonaro que o atendeu no domingo disse que os procedimentos não tiveram intercorrências e que ele seguiria para casa. A situação da saúde de Bolsonaro segue em acompanhamento até a chegada de seu médico Cláudio Birolini, diretor de cirurgia geral do Hospital das Clínicas da USP (Universidade de São Paulo), no hospital em que ele está internado.


Bolsonaro deixa prisão domiciliar para ir a hospital, após passar mal, queda de pressão e vômitos ( Vídeo: reprodução/ Youtube/ Uol)

Prisão domiciliar

Bolsonaro segue em prisão domiciliar, mesmo após a decisão do Supremo Tribunal Federal de condená-lo a 27 anos e 3 meses, por golpe de Estado e mais quatro crimes na última quinta-feira, (11/09).

A Defesa do ex-presidente irá apresentar recursos no STF  para dar uma possível redução da pena, ou a garantia de benefícios maiores, pois como Bolsonaro já tem uma idade avançada, ele também irá precisar de mais atenção e de cuidados, por conta seus problemas de saúde, e de suas recentes cirurgias.