Lula afirma que está pronto para conversar com Trump
Lula discursa na ONU e defende soberania, meio ambiente e paz, e diz está disposto a conversar com Trump sobre a taxação de produtos brasileiros

Nesta segunda-feira (22), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou estar disponível para um eventual diálogo com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Lula também afirmou que o governo brasileiro está buscando negociar com Washington para reduzir a tarifa de 50% aplicada a produtos nacionais, destacando que as tratativas estão sendo conduzidas com serenidade. No entanto, ele criticou a postura de Trump, classificando-a como “inaceitável”.
Lula afirmou que nunca teve diálogo com Donald Trump porque o presidente americano optou por se alinhar a Jair Bolsonaro, em vez de buscar uma relação direta com o povo brasileiro — uma decisão que, segundo ele, foi equivocada.
Crítica direta a Trump
Durante sua participação na 80ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, o presidente Lula criticou a postura de Donald Trump em relação ao Brasil. Ele afirmou que a condenação de Jair Bolsonaro não pode servir de pretexto para impor tarifas aos produtos brasileiros. “É inacreditável que o presidente Trump tenha esse tipo de comportamento com o Brasil devido ao julgamento de um ex-presidente que tentou um golpe de Estado”, declarou Lula, em tom firme.
Lula participa da Assembleia da ONU em Nova York (Foto: Reprodução/OGlobo/Michael M. Santiago)
Existe a expectativa de que o presidente Lula utilize seu discurso na Assembleia Geral da ONU para enviar mensagens indiretas a Donald Trump. Sem mencionar o líder americano diretamente, Lula deve reforçar a defesa da soberania brasileira e criticar a imposição de tarifas sobre produtos nacionais.
Clima e paz em pauta
Esse cenário moldou o discurso que Lula deve apresentar nesta terça-feira (23) na Assembleia-Geral da ONU, com foco em temas como soberania nacional, defesa da democracia, valorização do multilateralismo, além da necessidade urgente de reformar a estrutura da ONU.
Lula deve cobrar mais compromisso global com o meio ambiente e a transição energética. Como anfitrião da COP30, busca apoio financeiro de países ricos para ações concretas contra as mudanças climáticas e o compromisso com a preservação ambiental.
Outro ponto que deve ganhar destaque é o conflito na Ucrânia. O presidente brasileiro tem defendido publicamente a urgência de um cessar-fogo e a retomada do diálogo como caminho para a paz.