Maduro critica autorização de Trump a operações secretas na Venezuela
Nicolás Maduro chamou de “golpes de Estado da CIA” autorização de Trump a operações na Venezuela, presidente também teceu críticas a oposição

Na noite desta quarta-feira(15), o presidente da Venezuela Nicolás Maduro fez duras críticas a autorização do presidente dos Estados Unidos Donald Trump a CIA para operações secretas no país sulamericano.
As críticas foram feitas em um discurso realizado na Venezuela, mas sem mencionar diretamente a outorga de Trump, a qual chamou de golpe de Estado da CIA.
Maduro criticou oposição fora do país
Durante o discurso, Maduro criticou a oposição, a qual chamou de covarde por não estar no país e por segundo ele pedir os Estados Unidos para bombardear ou atacar militarmente um país onde reside uma população nobre cujo objetivo é trabalhar e viver em paz.
Maduro ainda relembrou campanhas militares da CIA no Afeganistão, Iraque e Líbia, chamando de guerras eternas e fracassadas. Além disso, classificou as ameaças dos Estados Unidos como guerra psicológica.
“No a los golpes de Estado dados por la CIA, que nos recuerdan tanto a los 30 mil desaparecidos en Argentina”
Nicolás Maduro mencionó además al régimen de Augusto Pinochet y afirmó: “América Latina no quiere los golpes de la agencia, no los necesita y los repudia”. pic.twitter.com/88xsAVS48J
— Corta (@somoscorta) October 16, 2025
Trecho do discurso de Nicolás Maduro (Vídeo: Reprodução/X/@somoscorta)
Outro agente do governo venezuelano que se pronunciou sobre a autorização de Trump foi o Ministério de Relações Exteriores, que classificou a declaração do presidente estadunidense como belicista e extravagante e que as políticas adotadas são de ameaça, assédio e agressão. Na nota, o governo venezuelano afirma que os EUA querem tirar Maduro do poder e também admite pela primeira vez que o objetivo da operação é os Estados Unidos se apropriarem das reservas petrolíferas venezuelanas, de onde os EUA compram petróleo desde o início da guerra russo-ucraniana.
Operação já era analisada desde setembro
De acordo com a imprensa estadunidense, uma operação que incluia ataques na Venezuela já eram discutidas pela Casa Branca desde setembro em busca de tirar Nicolás Maduro da presidência da Venezuela e combater cartéis de drogas que supostamente estariam presentes no país.
O próprio Maduro é acusado pelos Estados Unidos de liderar um cartel de drogas chamado Cartel de los Soles, o que o presidente venezuelano nega veementemente, mas o torna alvo legítimo para o governo estadunidense que considera o cartel como organização terrorista.
Em agosto, Trump já tinha anunciado o envio de embarcações e aeronaves militares para o Caribe em uma área próxima à Costa venezuelana. Além disso, foi anunciada uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações que levem à prisão do presidente venezuelano.
EUA tem bombardeado navios no Caribe
Os Estados Unidos estão desde setembro bombardeando embarcações no Mar do Caribe com a alegação de serem embarcações pertencentes ao tráfico de drogas. No ataque mais recente, seis pessoas foram mortas em Águas Internacionais, o que é considerada uma violação dos direitos internacionais.
O governo da Venezuela pede investigação a órgãos internacionais e países estrangeiros, afirmando que os EUA estão bombardeando pescadores na Costa venezuelana.
Órgãos internacionais criticam a operação, afirmando que vai contra as leis nacionais tanto por se tratarem de execuções sumárias como pelos ataques serem feitos em Águas Internacionais.
A pauta é discutida no Conselho de Segurança da ONU, que vê com preocupação um novo conflito no Mundo, desta vez na América Latina, que é um continente que tem registrado poucos conflitos nos últimos anos.