Tarifas de Trump ameaçam colapso produtivo e inovação tecnológica no Brasil

A imposição de uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras pelos Estados Unidos, anunciada pelo presidente Donald Trump, acendeu o alerta vermelho nos setores industriais de tecnologia aplicada à produção. Representantes da indústria madeireira e de pescados alertam que a medida pode paralisar cadeias produtivas inteiras, travar investimentos em inovação e dificultar o avanço da automação em processos de exportação e rastreabilidade.

Segundo Paulo Roberto Pupo, superintendente da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente), há uma crescente sensação de paralisia nas negociações desde a reunião com a equipe do governo Lula. “A cada dia que passa, esse cronômetro fica ainda mais vermelho”, diz Pupo, referindo-se à falta de respostas técnicas e diplomáticas. Com 100% da produção de algumas empresas voltada ao mercado norte-americano, o setor já começa a projetar férias coletivas e demissões, medidas que podem comprometer investimentos em infraestrutura digital e sistemas de controle industrial.

Impacto direto na digitalização de cadeias produtivas

Eduardo Lobo, presidente da Abipesca (Associação Brasileira das Indústrias de Pescados), também aponta os riscos sistêmicos do tarifaço para o futuro tecnológico do setor. Com 70% das exportações de pescados destinadas aos EUA e impedimentos de entrada no mercado europeu desde 2017, a tarifa representa não apenas um golpe financeiro, mas um obstáculo à implementação de soluções digitais de rastreabilidade, logística e compliance internacional.

Estamos de mãos atadas. O cenário escalou e está mais tenso. Os empresários não têm como intervir ou planejar soluções de longo prazo”, afirma Lobo. Ele enviará ao governo federal uma solicitação de linha de crédito emergencial de R$ 900 milhões para manter a operação viva. Para o setor, o pedido mais urgente é a postergação imediata da entrada em vigor da tarifa, prevista para 1º de agosto, permitindo tempo para adaptação logística e busca por alternativas digitais de escoamento.

A proposta de que o setor privado pressione os importadores americanos é vista como inviável. “O comprador dos EUA vai simplesmente substituir pelo fornecedor mais barato, sem entrar em debate político”, alerta Lobo.


Tarifaço de Trump causará impacto direto nas cadeias produtivas brasileiras (Vídeo:reprodução/YouTube/@CNNBrasil)

Reflexo na cadeia tecnológica e urgência diplomática

Além das barreiras comerciais, o impasse prejudica iniciativas tecnológicas estratégicas, como o uso de blockchain para rastreabilidade de origem, certificações digitais internacionais e digitalização da logística portuária — todas são medidas que dependem de estabilidade comercial e previsibilidade regulatória.

O empresariado pede que o governo brasileiro reforce argumentos técnicos nas negociações, destacando a complementaridade produtiva entre Brasil e EUA, que pode ser traduzida em ganhos para ambos os países. No entanto, sem uma resposta rápida, o receio é que os setores se tornem “reféns da negociação”, nas palavras de Pupo.

Governo manterá pressão diplomática, mas sem garantias antes de 1º de agosto

Em entrevista à CBN nesta segunda-feira(21), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reafirmou que o governo brasileiro deve continuar insistindo em negociações com os Estados Unidos para evitar o imposto de 50% sobre produtos brasileiros. No entanto, alertou que não há garantias de resposta por parte dos americanos até o prazo estabelecido, em 1º de agosto.

Haddad revelou que o governo está preparando uma variedade de cenários de contingência, incluindo medidas de apoio para setores mais impactados.

O ministro também destacou que essas intervenções não devem comprometer as metas fiscais. As ações previstas estão sob avaliação e dependem de autorização do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Impactos econômicos e retaliação

Haddad informou que ainda nesta semana a equipe econômica apresentará ao presidente uma análise dos possíveis efeitos das tarifas no PIB e na inflação, conforme diferentes cenários. Ele ressaltou que parte das exportações brasileiras podem ser direcionadas para outros mercados, embora esse processo seja lento e nem todas as empresas tenham essa viabilidade.


Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Ministro da Fazenda Fernando Haddad  (Foto: reprodução/SERGIO LIMA/Getty Images Embed)

O governo brasileiro reafirmou que não vai retaliar impondo medidas punitivas a empresas ou cidadãos americanos. Em vez disso, pretende aplicar a Lei da Reciprocidade, recentemente aprovada pelo Congresso, para chamar atenção para o que considera uma atitude “chantagista” por parte dos EUA.

Fernando Haddad afirmou que o objetivo não uma retaliação aos Estados Unidos, mas sim chamar a atenção para o fato de que as ações adotadas são prejudiciais para ambos os lados. Segundo ele, esse tipo de medida não colabora nem com os interesses dos estadunidense, nem com o dos brasileiros, e por isso o governo se coloca em uma postura mais diplomática, embora mantenha-se firme com a situação imposta.

Metas fiscais mantidas

Mesmo diante da pressão, Haddad afirmou que o governo não pretende rever suas metas fiscais. Segundo ele, os objetivos para as contas públicas serão perseguidos até o fim do mandato de Lula.

Visando o acordo, o cenário permanece incerto, com prazo curto até o início de agosto. O mercado e os setores exportadores aguardam medidas concretas ou um avanço nas negociações.

Negócio entre Flamengo e Saúl provoca reação inesperada na Europa

A possibilidade de Saúl Ñíguez vestir a camisa do Flamengo surpreendeu muita gente fora do Brasil. Enquanto os torcedores rubro-negros veem a chegada do espanhol como um reforço de peso, europeus reagiram com espanto — e até certo tom de superioridade — ao saber que o jogador pode trocar o futebol europeu pela América do Sul. A repercussão escancarou o abismo de percepção entre os dois continentes quando o assunto é prestígio no futebol. As reações revelam muito sobre como o futebol sul-americano ainda é visto fora do continente.

Após encerrar seu vínculo com o Trabzonspor, da Turquia, Saúl Ñíguez tem negociações avançadas para vestir a camisa do Flamengo. Aos 30 anos, o meio-campista espanhol está perto de fechar contrato até 2027 com o clube carioca. A movimentação no mercado causou surpresa, especialmente entre torcedores europeus, que reagiram com espanto e descrença ao ver um nome tão conhecido cogitando atuar no futebol brasileiro.

Choque cultural e preconceito com o futebol sul-americano

As redes sociais foram tomadas por comentários de torcedores europeus que demonstraram surpresa e, em alguns casos, desdém. Muitos não compreendem como um atleta com carreira consolidada em grandes centros optaria por jogar no Brasil, mesmo em um clube como o Flamengo. A repercussão evidenciou a visão limitada que parte do público europeu ainda tem sobre o futebol sul-americano.

Frases como “Isso é brincadeira, né?” ou “Por que ele faria isso?” ilustram a incredulidade de muitos torcedores estrangeiros. Enquanto isso, brasileiros rebatem com orgulho: para muitos, jogar no Flamengo representa status, visibilidade e competitividade — algo que, talvez, os europeus estejam subestimando.

Saúl chega com currículo de peso

Saúl Ñíguez não é um nome qualquer. Cria do Atlético de Madrid, soma mais de 400 partidas pelo clube e coleciona títulos importantes, como La Liga e Europa League. Mesmo com passagem discreta pelo Chelsea, manteve-se como um meio-campista versátil e respeitado no cenário europeu.


Saúl chega no Flamengo com um currículo de peso (Vídeo: reprodução/Instagram/@atleticodemadrid)

Sua possível chegada ao Flamengo representa mais do que uma contratação: é um símbolo do novo momento do futebol brasileiro, que volta a atrair atletas renomados do Velho Continente. A negociação, se concretizada, pode abrir caminho para novos movimentos semelhantes.

A reação europeia diante do possível acerto entre Flamengo e Saúl Ñíguez diz mais sobre o preconceito e o desconhecimento do futebol brasileiro do que sobre o jogador em si. Para o Rubro-Negro, a contratação é estratégica; para Saúl, pode ser uma reinvenção. E, no fim, talvez a descrença europeia se transforme em respeito — mais uma vez.

Carolina Dieckmman retorna ao Brasil após passar os últimos dias com Preta Gil nos Estados Unidos

Na manhã dessa segunda-feira, (21), a atriz Carolina Dieckmman, foi fotografada no Desembarque do Aeroporto Internacional de Cumbica, em Guarulhos, em São Paulo. Carolina Dieckmman passou os últimos dias em Nova York, nos Estados Unidos, para passar alguns dias com sua amiga, a cantora Preta Gil, que morreu no último domingo, dia (20).

Preta Gil, que estava em tratamento no exterior em decorrência de um câncer que estava enfrentando desde 2023.

A atriz contou como foram os últimos dias com Preta Gil

Após o falecimento da cantora, a atriz compartilhou uma publicação com seus seguidores, relatando como foram seus últimos dias com sua amiga e da falta que ela vai fazer em sua vida. Em suas palavras, Carolina relatou que está sem chão de voltar para o Brasil sem sua amiga de tantos anos.

Ela continuou falando que passar esses últimos momentos juntas foi o maior presente que poderia receber.


Carolina Dieckmman falando sobre os últimos dias com Preta Gil (Foto: reprodução/Instagram/@loracarola)

Atriz contou que intuiu que precisava estar com a amiga esses dias, então aproveitou sua folga nas gravações de “Vale Tudo” e foi ficar com a filha de Gil. Ela terminou falando que Preta foi guerreira até o fim, pediu de forma carinhosa, pediu para ela descansar, que foi um presente ter todos esses anos ao lado da empresária e que sentirá muitas saudades dela.

A atriz terminou a publicação agradecendo todo apoio dos seguidores nesse momento difícil. “Eu não sei o que dizer… Tô sozinha no aeroporto, indo embora sem você. Te fazer carinho -incessantemente- esses últimos 4 dias, estar tão perto, com você… Foi o maior presente do mundo. O universo se abriu pra que eu estivesse aqui. Nossa conexão me chamou… e eu vim. Eu ainda tô aqui, Preta. Eu vim, eu vim. Descansa, meu amor. Como você lutou… Vai ser muito difícil, mas é uma bênção o tempo que tivemos… E nosso amor é muito maior. Vou morrer de saudade; mas vou viver com você aqui, dentro!!! Amores, obrigada pelas mensagens. Digam eu te amo a quem vocês amam… Essa é a lição. Esse é o legado. Isso é Preta Gil” Disse Carolina

Carolina fez homenagem no Dia do Amigo para a compositora

Antes da despedida da amiga, a atriz fez uma homenagem para a cantora pelo Dia do Amigo. Em suas palavras, Carolina disse que a amizade é um reflexo de dois lados, que existem duas pessoas, mas, na verdade, é uma casa e falou que mora dentro dela.

Ela contou que Preta era seu porto seguro e seu colo, e falou que sua amiga era dona do colo dela.


Carolina Dieckmman faz homenagem pelo Dia do Amigo para Preta Gil (Foto: reprodução/Instagram/@loracarola)

Carolina falou que a produtora era a mais linda, a tradução mais linda, e contou que isso trasbordava no relacionamento de irmãs dela. E falou que amava tanto a Preta que não tinha palavras para descrever o tanto de carinho que sentia.

Ivete Sangalo presta homenagem emocionada à Preta Gil após seu falecimento

Ivete Sangalo prestou uma homenagem pública à amiga Preta Gil após o falecimento da cantora, que tinha câncer no colorretal. A relação entre as duas, marcada por uma amizade profunda e uma trajetória musical compartilhada, foi lembrada em palavras emocionadas nas redes sociais. Além da homenagem de Ivete, Preta recebeu também reconhecimento de outros artistas durante o Carnaval.

Homenagem emocionante nas redes sociais

A cantora Ivete Sangalo fez uma despedida emocionante à amiga de longa data Preta Gil, que morreu neste domingo (20), aos 50 anos, enquanto estava nos Estados Unidos. Preta lutava contra um câncer desde 2023 e, após meses de cuidados médicos no Brasil, seguia em tratamento experimental em Washington.

Pelas redes sociais, a baiana relembrou a forte conexão que tinha com Gil. No Instagram, ela publicou um vídeo das duas no palco do Criança Esperança e escreveu palavras tocantes em homenagem à amiga. Sangalo relembrou o primeiro encontro e descreveu a conexão delas como imediata e poderosa. “Eu me apaixonei por você no momento em que nos conhecemos. Foi instantâneo e ainda é”, escreveu ela.

A artista de Salvador destacou a determinação da cantora durante sua batalha contra a doença, ressaltando a coragem e o brilho que sempre marcaram sua trajetória como cantora. A baiana encerrou a homenagem com palavras de afeto e saudade, desejando que a artista descanse em paz. O relacionamento delas sempre foi marcado pela admiração mútua e pela forte conexão pessoal.


Ivete Sangalo presta homenagem Preta Gil (Vídeo: reprodução/Instagram/@Ivetesangalo)

Preta Gil no Carnaval

Durante o Carnaval deste ano em Salvador, Preta fez uma aparição pública no camarote Expresso 2222 da família Gil, apesar de seu tratamento contínuo. Ivete prestou homenagem a ela ao vivo durante as festividades, chamando-a de “minha irmã” e celebrando sua força e presença.

Outros artistas também homenagearam Preta durante o carnaval. A cantora Ludmilla reconheceu a filha de Gilberto Gil como uma inspiração fundamental em sua carreira. Léo Santana liderou a multidão em uma salva de palmas e pediu que todos enviassem energia positiva. O cantor Tatau também dedicou palavras gentis a ela. O público respondeu com aplausos e reconhecimento ao impacto que a artista construiu.

Preta Gil deixa marca significativa na música nacional, no Carnaval e na promoção da representatividade. Admiradores, amigos e colegas têm usado as redes para relembrar e celebrar sua história.

Eduardo Bolsonaro pode perder mandato após fim da licença

A licença de 120 dias solicitada pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) encerra-se neste domingo, 20 de julho, conforme prevê o Regimento Interno da Câmara dos Deputados. Ele está nos Estados Unidos desde fevereiro, alegando motivos pessoais e de saúde, e afirmou que permanece no país para articular sanções contra autoridades brasileiras.

Se Eduardo não retornar ao Brasil após o término da licença, as faltas serão computadas automaticamente a partir da volta das atividades legislativas, oficialmente previstas para 4 de agosto, durante o recesso parlamentar. Caso supere o limite de um terço de ausências não justificadas, poderá perder o mandato.

Articulações nos bastidores

Durante o período de afastamento, aliados do PL trabalham para evitar que Eduardo perca o cargo. Uma proposta em discussão inclui a convocação de sessões extraordinárias, de modo a iniciar a contagem de faltas antes do dia 4 de agosto.


PL tentará manter mandato de Eduardo Bolsonaro (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Parlamentares da sigla também buscam alternativas, como uma nova licença não remunerada ou mudanças no regimento para permitir atuação à distância, medidas ainda sem apoio suficiente.

A cadeira está ocupada interinamente pelo suplente Missionário José Olímpio (PL-SP), que assumiu em 21 de março.

Retorno e contexto de tensão

Eduardo declarou que está disposto a “sacrificar o mandato” para permanecer nos EUA, citando risco de prisão caso retorne, especialmente por ordens do ministro Alexandre de Moraes, do STF. Jair Bolsonaro reforçou esse argumento, afirmando que o filho tem “consciência” do perigo ao voltar ao Brasil.

A Procuradoria-Geral da República investiga Eduardo por supostos crimes relacionados à coação no curso do processo, obstrução de investigação penal e golpe contra o Estado Democrático de Direito, suspeitas originadas de suas atividades nos EUA para pressionar sanções contra autoridades brasileiras.

Savarino tenta se reencontrar diante de má fase

Referência técnica e um dos grandes nomes do elenco alvinegro, Jefferson Savarino vive um momento de oscilação no Botafogo. Peça-chave nas conquistas de 2024, o camisa 10 ainda não conseguiu retomar o alto nível de atuações que o consagraram. Desde a disputa do Mundial de Clubes, o venezuelano tem enfrentado dificuldades em campo — mesmo tendo protagonizado a assistência histórica para Igor Jesus, no gol da vitória sobre o PSG.

Sem conseguir se destacar no setor ofensivo, Savarino passou a ser alvo de críticas por parte da torcida e sua posição em campo se tornou tema de debate: ele rende mais como ponta ou centralizado?

Esse foi, inclusive, um dos tópicos abordados pelo técnico Davide Ancelotti na coletiva após o empate em 0 a 0 com o Vitória, no Nilton Santos. Savarino teve uma atuação apagada e pouco contribuiu na criação de jogadas. Para o treinador, o venezuelano precisa atuar com mais liberdade, preferencialmente no setor central.

O Savarino pode jogar liberado, como um 10. Ele gosta de encontrar seu espaço. Peço a ele que se mova pela esquerda para se associar com Álvaro (Montoro) e Alex (Telles), mas o vejo como um meia ofensivo, e não como ponta”, explicou Ancelotti durante coletiva.


Davide Ancelotti destacou que vê Savarino jogando melhor no meio do que na ponta (Foto: reprodução/Ruano Carneiro/Getty Images Embed)

Desempenho cai jogando aberto

Com Renato Paiva, Savarino foi utilizado mais aberto, geralmente partindo do lado esquerdo para o centro. Essa variação, no entanto, coincidiu com uma queda de rendimento, especialmente nas partidas decisivas do Mundial contra PSG, Atlético de Madrid e Palmeiras. Embora tenha funcionado em alguns momentos coletivos, o desempenho individual do camisa 10 ficou aquém.

O próprio atleta já revelou, em entrevistas e bastidores, que prefere atuar centralizado, com mais liberdade criativa e menos obrigações de recomposição lateral. Os números também refletem essa diferença: em sua melhor fase, sob o comando de Artur Jorge, Savarino dividia a criação com Thiago Almada, alternando funções e protagonismo pelo centro do campo.


Savarino durante o confronto o Atletico de Madrid no Mundial (Foto: reprodução/Harry How/Getty Images Embed)

Nova proposta sob Ancelotti

A missão de Ancelotti é recuperar o melhor de Savarino, reposicionando-o como armador, com liberdade para flutuar entre as linhas e participar ativamente da construção ofensiva. O técnico italiano quer explorar a combinação da força física de Arthur Cabral no comando do ataque com a visão de jogo e a técnica do camisa 10.

Em sua estreia, o desempenho coletivo ainda não refletiu as ideias do novo comandante. Porém, Ancelotti já deixou claro seu plano: implementar um estilo ofensivo, envolvente e com variações táticas. Sua formação preferida é o 4-2-3-1, com transições rápidas e possibilidade de alternar para o 4-3-3 ou 4-4-2 conforme o contexto do jogo.

Precisamos de tempo para assimilar as mudanças. Quero uma equipe que pressione alto, mas que saiba recuar quando necessário. Savarino terá papel fundamental nisso”, afirmou o técnico.

Até o momento, Savarino soma 24 partidas com a camisa do Botafogo, com três gols marcados e cinco assistências. Embora os números estejam abaixo do esperado, a expectativa da comissão técnica é que ele retome a boa forma com o novo posicionamento.

O Botafogo volta a campo no próximo domingo (20), às 16h (horário de Brasília), para enfrentar o Sport, fora de casa, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro.

Robinho Jr acabou de estrear, mas tem já multa rescisória milionária

Mesmo ainda na adolescência, Robinho Jr. já convive com a pressão de carregar um dos nomes mais emblemáticos — e controversos — da história recente do Santos. Filho do ex-camisa 7 do Peixe, atualmente preso, o jovem de 17 anos vem pulando etapas dentro do clube e, com destaque nas categorias de base, conquistou espaço na equipe profissional. E nesse novo capítulo, Neymar assume o papel de mentor, guiando os primeiros passos do garoto no ambiente de alto rendimento.

No elenco santista e entre os membros da comissão técnica, Robson Júnior ainda é tratado como “Juninho”, apelido que carrega desde as categorias de base. Dentro do CT Rei Pelé, é comum vê-lo interagindo com Neymar em brincadeiras e desafios de habilidade, vídeos frequentemente divulgados nas redes sociais oficiais do clube.

A relação entre os dois tem um forte valor simbólico: foi o pai de Juninho quem apadrinhou Neymar no início da carreira, e agora o craque santista devolve o gesto ao acolher o herdeiro do antigo parceiro de ataque.

Estou aqui para ajudar. Ele é um menino de muito bom coração e torço demais por ele. Fiquei contente de vê-lo pequenininho e agora estrear ao meu lado. O tempo passa rápido, e agora só depende dele. Futebol, ele tem de sobra”, disse Neymar, após a vitória sobre o Flamengo.

Juninho tem muito potencial. A semelhança com o pai é muito grande. Independente do que ele [Robinho, pai] está passando, o garoto tem uma cabeça muito boa, muito forte. Não é fácil estar na posição dele, com tanta pressão por causa do nome que carrega”, completou.


No Santos, Neymar tem tido um papel de mentoria para Robinho Jr.(Foto: eprodução/Rebeca Schumacker/Getty Images Embed)

Contrato e mercado: multa milionária e cautela do Santos

Robinho Jr. estreou na equipe principal durante o amistoso contra a Desportiva Ferroviária e, na sequência, participou da vitória sobre o Flamengo pelo Campeonato Brasileiro. Desde então, passou a ganhar mais espaço e visibilidade — inclusive fora do Brasil.

Seu contrato profissional foi assinado em agosto de 2024, quando ainda tinha 16 anos. O vínculo vai até meados de 2027 e inclui uma multa rescisória de 50 milhões de euros (cerca de R$ 300 milhões) para transferências ao exterior.

Diante do bom início e do interesse de clubes brasileiros e internacionais, o Santos já iniciou conversas para estender o contrato, ajustar a cláusula de liberação e valorizar o salário do jovem. O clube vê a necessidade de proteger o ativo e, ao mesmo tempo, manter o cuidado com sua formação.

Ascensão gradual e estilo próprio

Antes de alcançar os profissionais, Robinho Jr. foi artilheiro do Santos Sub-17 em 2024 e chamou atenção na Copa São Paulo de Futebol Júnior de 2025, o que lhe rendeu os primeiros treinos com a equipe principal. Durante a paralisação do calendário para a disputa da Copa do Mundo de Clubes, o garoto ganhou espaço sob o olhar atento da nova comissão técnica.

Cleber Xavier, hoje no comando da equipe, foi quem o levou para o amistoso em Cariacica, ocasião em que o garoto vestiu a simbólica camisa 7 e brilhou ao dar uma assistência para o gol de Diego Pituca.


Robinho Jr. fez sua estreia profissional, para valer, diante o Flamengo na Vila Belmiro (Foto: reprodução/Ricardo Moreira/Getty Images Embed)

Apesar do impacto imediato, o Santos adota uma postura de cautela com a jovem promessa. A diretoria tenta blindá-lo da superexposição, buscando preservar sua trajetória e permitir um desenvolvimento natural, sem pressões excessivas.

Internamente, o jogador é elogiado pelo comportamento discreto, dedicação nos treinos e grande potencial técnico. Embora canhoto, Robinho Jr. apresenta traços herdados do pai: habilidade no drible, velocidade e improviso — qualidades que também despertam a atenção de olheiros e da torcida.

Jair Bolsonaro quer negociar com Trump pelo fim do tarifaço

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (17), em Brasília, que estaria disposto a negociar diretamente com o ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump para reverter a tarifa de 50% aplicada às exportações brasileiras. Porém, condicionou qualquer negociação à devolução de seu passaporte, atualmente retido pela Polícia Federal, e a um sinal positivo do presidente Lula.

Bolsonaro declarou que “se o Lula sinalizar para mim, eu nego­­ci­o com o Trump”, destacando que, embora Lula seja o ocupante do cargo, a interlocução com Trump não envolve diretamente o atual governo e depende de um gesto que permita o desbloqueio do passaporte, dama necessária para viajar. Segundo o ex-presidente, quem recusar a conversa irá “pagar um preço alto”.

Estratégia política

A oferta de negociar com Trump ocorre em meio à crise provocada pela decisão americana de aumentar à vista a tarifação sobre produtos brasileiros. Bolsonaro argumenta que a devolução do passaporte o habilitaria a entrar nos EUA e a intermediar pessoalmente o diálogo com Trump. Na sua visão, esta “rota diplomática alternativa” poderia evitar consequências econômicas graves para o Brasil.


Tarcísio tentou convencer STF a autorizar Bolsonaro a negociar com Trump (Vídeo: reprodução/YouTube/O POVO)

O ex-presidente também usou a crise como ferramenta política, culpando Lula pela escalada. Segundo Bolsonaro, o presidente atual teria provocado Trump com posicionamentos considerados hostis à administração americana. Durante a coletiva, o ex-chefe do Executivo ressaltou que, sem sua intervenção, o Brasil enfrentaria isolamento econômico, ficando dependente apenas da China como parceiro comercial.

Limites institucionais

O chanceler Mauro Vieira afirmou que todas as negociações em curso referentes à tarifa são conduzidas exclusivamente pelo governo federal, por meio do ministério das Relações Exteriores, da Fazenda e da Indústria. Ele afirmou que não há espaço para iniciativas paralelas de pessoas sem legitimidade institucional, como Bolsonaro, cujo passaporte está retido devido a investigações judiciais.

Para o Itamaraty, o Brasil está pronto para dialogar com os EUA, mas dentro dos canais oficiais e com base em reciprocidade e respeito mútuo. A devolução de libertação de passaporte é avaliada por autoridades como um assunto interno, sem relação direta com as pautas diplomáticas comerciais entre os países.

Lula se pronuncia sobre tarifas de Trump e defende a soberania brasileira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva gravou na quarta-feira um pronunciamento no Palácio da Alvorada para ser exibido em cadeia nacional de rádio e televisão na quinta (17). A mensagem tem como foco principal a defesa da soberania nacional, em resposta à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. A Secretaria de Comunicação Social do governo vinha avaliando, desde a semana anterior, a necessidade de uma manifestação oficial face à nova medida que passa a valer a partir de 1º de agosto.

Inicialmente, declarações coletivas dadas por Lula em entrevistas foram consideradas pelo governo como suficientes para responder ao posicionamento norte-americano. No entanto, uma investigação comercial iniciada pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA mudou o rumo da estratégia, levando o Planalto a optar por um pronunciamento nacional com maior alcance.

Investigação americana gera reação

O pronunciamento ocorre após o USTR, agência responsável pelas políticas comerciais dos Estados Unidos, anunciar a abertura de investigação contra o Brasil. Segundo o órgão, práticas brasileiras como o uso extensivo do Pix e o comércio informal na Rua 25 de Março poderiam ser consideradas desleais ou prejudiciais a empresas americanas. Com isso, o governo federal compreendeu que apenas declarações pontuais não seriam suficientes e decidiu ampliar a mensagem para enfatizar proteção da soberania nacional.


Lula grava pronunciamento em rede nacional sobre tarifaço (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)

Reforço da defesa nacional

No pronunciamento, Lula prometeu defender as exportações brasileiras e o direito do país de adotar políticas econômicas que promovam o desenvolvimento. Ele deixou claro que qualquer medida que ameace a economia nacional encontrará reação por parte do governo, mas sinalizou que a resposta terá caráter diplomático, por meio de negociações em instâncias internacionais.

O discurso ainda busca reforçar um mote que o governo tem enfatizado nos últimos meses: soberania nacional. Ao reforçar essa narrativa, Lula tenta consolidar apoio interno e projetar uma imagem de resistência diante de pressões externas, mirando tanto o público nacional quanto interlocutores internacionais. A mensagem será o primeiro pronunciamento neste formato desde o início de julho e representa uma tentativa do governo de centralizar sua estratégia de comunicação.