Savarino tenta se reencontrar diante de má fase

O camisa 10 venezuelano do Botafogo não vive grande fase, mas Davide Ancelotti indica dar mais liberdade para jogar, buscando reencontrar o bom futebol

18 jul, 2025
Savarino não vive boa fase em 2025 | Reprodução/Ruano Carneiro/Getty Images Embed
Savarino não vive boa fase em 2025 | Reprodução/Ruano Carneiro/Getty Images Embed

Referência técnica e um dos grandes nomes do elenco alvinegro, Jefferson Savarino vive um momento de oscilação no Botafogo. Peça-chave nas conquistas de 2024, o camisa 10 ainda não conseguiu retomar o alto nível de atuações que o consagraram. Desde a disputa do Mundial de Clubes, o venezuelano tem enfrentado dificuldades em campo — mesmo tendo protagonizado a assistência histórica para Igor Jesus, no gol da vitória sobre o PSG.

Sem conseguir se destacar no setor ofensivo, Savarino passou a ser alvo de críticas por parte da torcida e sua posição em campo se tornou tema de debate: ele rende mais como ponta ou centralizado?

Esse foi, inclusive, um dos tópicos abordados pelo técnico Davide Ancelotti na coletiva após o empate em 0 a 0 com o Vitória, no Nilton Santos. Savarino teve uma atuação apagada e pouco contribuiu na criação de jogadas. Para o treinador, o venezuelano precisa atuar com mais liberdade, preferencialmente no setor central.

O Savarino pode jogar liberado, como um 10. Ele gosta de encontrar seu espaço. Peço a ele que se mova pela esquerda para se associar com Álvaro (Montoro) e Alex (Telles), mas o vejo como um meia ofensivo, e não como ponta”, explicou Ancelotti durante coletiva.


Davide Ancelotti destacou que vê Savarino jogando melhor no meio do que na ponta (Foto: reprodução/Ruano Carneiro/Getty Images Embed)

Desempenho cai jogando aberto

Com Renato Paiva, Savarino foi utilizado mais aberto, geralmente partindo do lado esquerdo para o centro. Essa variação, no entanto, coincidiu com uma queda de rendimento, especialmente nas partidas decisivas do Mundial contra PSG, Atlético de Madrid e Palmeiras. Embora tenha funcionado em alguns momentos coletivos, o desempenho individual do camisa 10 ficou aquém.

O próprio atleta já revelou, em entrevistas e bastidores, que prefere atuar centralizado, com mais liberdade criativa e menos obrigações de recomposição lateral. Os números também refletem essa diferença: em sua melhor fase, sob o comando de Artur Jorge, Savarino dividia a criação com Thiago Almada, alternando funções e protagonismo pelo centro do campo.


Savarino durante o confronto o Atletico de Madrid no Mundial (Foto: reprodução/Harry How/Getty Images Embed)

Nova proposta sob Ancelotti

A missão de Ancelotti é recuperar o melhor de Savarino, reposicionando-o como armador, com liberdade para flutuar entre as linhas e participar ativamente da construção ofensiva. O técnico italiano quer explorar a combinação da força física de Arthur Cabral no comando do ataque com a visão de jogo e a técnica do camisa 10.

Em sua estreia, o desempenho coletivo ainda não refletiu as ideias do novo comandante. Porém, Ancelotti já deixou claro seu plano: implementar um estilo ofensivo, envolvente e com variações táticas. Sua formação preferida é o 4-2-3-1, com transições rápidas e possibilidade de alternar para o 4-3-3 ou 4-4-2 conforme o contexto do jogo.

Precisamos de tempo para assimilar as mudanças. Quero uma equipe que pressione alto, mas que saiba recuar quando necessário. Savarino terá papel fundamental nisso”, afirmou o técnico.

Até o momento, Savarino soma 24 partidas com a camisa do Botafogo, com três gols marcados e cinco assistências. Embora os números estejam abaixo do esperado, a expectativa da comissão técnica é que ele retome a boa forma com o novo posicionamento.

O Botafogo volta a campo no próximo domingo (20), às 16h (horário de Brasília), para enfrentar o Sport, fora de casa, pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro.

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