Tarifas de Trump afetam exportação de mel orgânico do Piauí aos EUA

Anunciado na quarta-feira (9), o tarifaço de Trump prevê uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros e pode diminuir de forma drástica as exportações de mel orgânico do Piauí para os Estados Unidos. 

Segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior, os Estados Unidos consomem 80% de todo o mel produzido no Brasil. Já o estado do Piauí liderou o ranking de exportação do alimento para o país em 2024 – apesar de não ser o maior estado produtor do país. 

Exportações já foram suspensas 

Em entrevista ao canal de notícias CNN, o diretor-geral da Central de Cooperativas Apícolas do Semiárido Brasileiro (Casa Apis), Sitônio Dantas, revelou que a exportação de seus produtos foi suspensa após o anúncio do tarifaço. Além disso, foi revelado também que os compradores norte-americanos irão aguardar a resolução do impasse entre os dois países para retomar as importações do mel produzido pela Casa Apis. 

A cooperativa relatou que na última sexta-feira (11), um cliente dos Estados Unidos solicitou o cancelamento de uma compra de 95 toneladas de mel orgânico. Os compradores alegaram que a carga corria o risco de chegar ao território norte-americano após o dia 1º de agosto — data prevista para a entrada em vigor da taxa de 50%.

Após negociações entre as duas partes, as 95 toneladas de mel embarcaram rumo aos EUA.


 

Reportagem sobre a produção de mel no Piauí (Vídeo: reprodução/Instagram/@casaapisoficial)

Outra grande produtora do alimento no Piauí, o Grupo Sama, também arcou com o cancelamento de cargas. Segundo a empresa, a compra de 585 toneladas de mel orgânico foi suspensa logo após o anúncio de taxação, por importadores dos EUA. 

Busca por produtos orgânicos coloca Piauí em destaque 

O mel produzido no Piauí é resultado de práticas sustentáveis que classificam o alimento como orgânico. Segundo o professor Darcet Costa Souza, chefe do departamento de zootecnia na Universidade Federal do Piauí (UFPI), o estado vêm se destacando por conta do processo de produção utilizado. 

A maior parte do mel é produzida em áreas de mata nativa, por pequenos produtores. Além de ser um produto certificado como orgânico, ou seja, ter o reconhecimento do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), tem a certificação social, que favorece a comercialização. Importadores norte americanos têm uma tendência a avaliar quem fez o produto que eles estão comprando” explicou o professor em entrevista ao portal G1. 

A diferenciação do mel orgânico para o mel tradicional parte do uso de agrotóxicos na produção. “Se eu estou em uma área de produção de eucalipto, utilizada por abelhas como fonte de recursos florais, mas que tem o combate a pragas, essa produção é convencional. No planeta, são poucas as áreas que têm condição de produzir um mel orgânico“, analisou Darcet.

De acordo com Sitônio Dantas, diretor-geral da Casa Apis, um dos caminhos seguidos pela cooperativa será a busca por novos compradores, explorando os mercados da Ásia e da Europa. 

Relatório dos EUA questiona políticas do Brasil e cita sistema PIX

Os Estados Unidos anunciaram nesta terça-feira (15) a abertura de uma investigação formal para apurar se o Brasil adota práticas comerciais desleais que prejudicam empresas americanas. O relatório, divulgado pelo Escritório do Representante de Comércio dos EUA (USTR), destaca o sistema de pagamentos eletrônicos PIX como um dos pontos centrais da apuração.

Lançado em 2020 pelo Banco Central, o PIX transformou o sistema de pagamentos no Brasil ao permitir transferências instantâneas. No entanto, para o USTR, a forte divulgação de serviços de pagamento apoiados pelo governo brasileiro poderia prejudicar concorrentes estrangeiros. Entre as queixas apontadas estão subsídios indiretos e barreiras técnicas que favoreceriam exclusivamente o sistema nacional.

Relatório questiona políticas brasileiras

Segundo Jamieson Greer, representante dos EUA para o comércio, a apuração foi iniciada a pedido do presidente Donald Trump. No relatório, ele afirma que o Brasil adota condutas desleais no setor de pagamentos eletrônicos ao privilegiar, entre outras medidas, a promoção de suas próprias plataformas governamentais.


Reportagem sobre as investigações (Vídeo: reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

A investigação não se restringe ao campo financeiro. Ainda segundo o documento, serão examinadas práticas relacionadas a propriedade intelectual, combate à corrupção, acesso ao etanol, uso de tarifas, comércio digital, desmatamento ilegal e políticas ambientais que impactem o comércio internacional.

Outro ponto da investigação

O relatório também chama atenção para a tradicional Rua 25 de Março, em São Paulo, apontada pelos EUA como “um dos maiores mercados de produtos falsificados do mundo”. Apesar das operações de fiscalização realizadas nos últimos anos, o USTR afirma que a oferta de itens pirateados persiste de forma significativa nas bancas do centro paulistano.

Nas próximas semanas, o governo federal deverá articular internamente uma resposta técnica e diplomática, buscando preservar a imagem do PIX e demonstrar que suas políticas de comércio e inovação estão conforme as normas internacionais. Contudo, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA não apresentou evidências substanciais que comprovem as supostas práticas comerciais injustas.

Indústria pede ao governo para não retaliar tarifa de Trump

Na manhã desta terça-feira (15), representantes industriais se reuniram com ministros do governo para pedir que não haja retaliação às tarifas de 50% impostas ao Brasil pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

O setor quer que o governo peça pelo adiantamento das tarifas em 90 dias, pois, segundo eles, não é possível desenvolver uma discussão técnica em apenas quinze dias. Eles defendem que, para lidar com a questão, é preciso ser “objetivo e pragmático”. O início da taxação está previsto para 1° de agosto.

O que as indústrias alegam

Segundo os executivos, a indústria encontrar dificuldades para substituir o mercado dos EUA em suas exportações no médio prazo. Já a CNI (Confederação Nacional da Indústria) fez uma estimativa da perda de 110 mil postos de trabalho, acarretando negativamente no PIB causados pelas novas tarifas.

Ricardo Alban, presidente da CNI, diz que o setor está unido e em comum acordo buscando por uma solução das tarifas norte-americanas. “O que temos aqui é um perde-perde”. Para ele, a retaliação da Lei da Reciprocidade não faz sentido economicamente e nem socialmente.


Pedido de indústrias ao governo (Vídeo: reprodução/YouTube/@uol)

Alban também fez críticas à sanção comercial nos EUA contra o Brasil. De acordo com ele, a imposição de tarifas unilaterais fará com que o país “saia do piso para o teto sem nenhuma motivação econômica”, e isso não faz sentido algum. “Isto é um fato, não uma especulação”, frisou.

Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), disse que os empresários estão confiantes que as relações comerciais e diplomáticas entre os países “não serão rompidas desta maneira” e darão todo suporte para que o Brasil alcance um entendimento com os EUA para que as populações de ambos países não seja prejudicada.

A reunião

Além de ministro e técnicos do governo, estiveram presentes na reunião dezoito representantes da Indústria brasileira. Foram eles: Ricardo Alban, presidente da CNI; Francisco Gomes Neto, presidente da Embraer; Josué Gomes da Silva, presidente da Fiesp; Haroldo Ferreira, Presidente-Executivo da Abicalçados (Associação Brasileira das Indústrias de Calçados); José Veloso, presidente da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos); Janaína Donas, Presidente-Executiva da Abal (Associação Brasileira do Alumínio); Paulo Roberto Pupo, Superintendente da Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente); Fernando Pimentel, Diretor Superintendente da Abit (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção); Paulo Hurtag, Presidente-Executivo da Ibá (Indústria Brasileira de Árvores).

Armando José Giacomet, Vice-Presidente da Abimci; Rafael Lucchesi, CEO da Tupy; Edison da Matta, Diretor Jurídico e de Comércio Exterior da Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores); Giovanni Francischetto, Superintendente da Centrorochas (Associação Brasileira de Rochas Naturais); Cristina Yuan, Diretora de Relações Institucionais da IABr (Instituto do Aço Brasil); Fausto Varela, Presidente da Sindifer (Sindicato das Indústrias Metalúrgicas e de Material Elétrico do Estado do Espírito Santo); Daniel Godinho, Diretor de Sustentabilidade e Relações Institucionais da WEG (Werner, Eggon, Geraldo); Bruno Santos, Diretor Executivo da Abrafe (Associação Brasileira dos Produtores de Ferroligas e Silício Metálico) e Alexandre Almeida, Diretor da RIMA.

Copa do Mundo de Clubes traz novas perspectivas para a Seleção Brasileira

A Copa do Mundo de Clubes se encerrou no último domingo (13) com o título do Chelsea, no MetLife Stadium, sobre o PSG. A competição teve boa aceitação do “mundo do futebol”, mas também causou controversas e recebeu críticas de nomes como Jurgen Klopp e Raphinha.

Porém, para o radar de Carlo Ancelotti e da Seleção Brasileira, o novo torneio da FIFA foi uma grande oportunidade de avaliar alguns atletas, pensando em  futuras convocações.

A Copa elevou muito o nível de diversos jogadores, como João Pedro, Igor Jesus e Andrey Santos. Porém, também colocou em baixa nomes como Pedro, Rodrygo e até mesmo Endrick. Confira o raio x posição por posição:

Goleiros

É impossível fazer uma análise da posição no Mundial sem falar de John. O camisa 12 do Botafogo teve atuações muito seguras e foi decisivo na vitória sobre o Seattle Sounders, na estreia, com uma defesa incrível aos 50 minutos da segunda etapa.

Além da importância do goleiro no Botafogo, desde 2024 (quando foi titular absoluto nos títulos do Brasileirão e da Libertadores), as boas atuações na competição da FIFA despertaram interesse do Manchester United, da Inglaterra.

Todos esses fatores fazem de John um alvo cada vez mais forte de Carlo Ancelotti para a Seleção e, a chegada de Davide Ancelotti (filho de Carlo) como treinador do atual campeão da América, pode ser um trunfo.

Laterais

As laterais (tanto direita quanto esquerda) talvez sejam as posições que menos mudaram patamar de atletas pós torneio. Alex Sandro foi pouco utilizado por Filipe Luís no Flamengo e foi extremamente discreto quando atuou (principalmente contra o Bayern de Munique).

Outros atletas com passagens anteriores pela Seleção Brasileira tiveram participações de mais destaque, como Alex Telles, no Botafogo e Renan Lodi, no Al-Hilal. Ambos podem ser avaliados de forma mais consistente nas próximas convocações.

Zagueiros

Não ironicamente, os brasileiros que mais se destacaram na posição durante a competição formaram a dupla de zaga da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2022. Thiago Silva e Marquinhos fizeram um Mundial de alto nível e foram eleitos para a seleção ideal do campeonato.

Porém, aos 40 anos de idade, Thiago não vem mais sendo convocado pelo Brasil há algum tempo e, devido a esse fator, pode não ser visto como nome a ser chamado por Ancelotti pensando na Copa do Mundo, em 2026.

Além da dupla, outro nome que teve boa participação foi Jair Cunha. O jovem zagueiro fez uma dupla de zaga consistente com Alexander Barboza no Botafogo e chegou a marcar um gol na competição (na estreia).

O atleta foi negociado pelo clube carioca logo após o Mundial e agora vai atuar pelo Nottingham Forest, da Inglaterra. A juventude e talento do zagueiro, somados ao bom desempenho no torneio da FIFA, fazem de Jair um alvo em potencial para as próximas convocações do Brasil.

Meio-campistas

O meio-campo é sempre uma posição que desperta muita atenção durante as convocações. Em geral, é o setor do campo onde há o maior número de atletas chamados.

Na Copa do Mundo de Clubes 2025, nomes como Andrey Santos e Gerson mantiveram-se como destaques em suas funções e seguem em alta no radar da Seleção. Porém, com a imediata saída do futebol brasileiro para o futebol russo, o antigo capitão do Flamengo precisa se cuidar para não se esconder dos olhares de Ancelotti, como aconteceu com Luiz Henrique, quando trocou o Botafogo pelo mesmo Zenit, em janeiro.

Outros nomes pouco falados e que tiveram brilho na competição foram Martinelli e Hércules, do Fluminense. O primeiro é titular absoluto do tricolor, enquanto que o segundo sempre que entrou nas partidas, correspondeu, e foi decisivo duas vezes, marcando gols contra Inter de Milão e Al-Hilal.

A juventude de ambos pode ser um fator importante para que sejam observados com mais atenção nas próximas convocações (Hércules tem 24 anos de idade e Martinelli tem apenas 23).

Atacantes

Sem dúvida a posição que mais chamou atenção durante o torneio e talvez a única posição que tenha mudado consideravelmente o patamar de alguns atletas. É possível listar, dentro da posição, pelo menos oito atletas que mudaram de perspectiva após o fim da competição.

Confira os atletas que saem em alta do Mundial:

  • Igor Jesus: foi o grande nome do Botafogo na competição, marcou dois gols no torneio e já vinha chamando atenção de Ancelotti antes mesmo do início do torneio;
  • Marcos Leonardo: assim como Igor, o cria da base do Santos também foi o principal jogador de sua equipe no campeonato e terminou como um dos artilheiros da Copa, com 4 gols;
  • João Pedro: campeão com o Chelsea, João Pedro precisou de apenas dois jogos e meio para se destacar. O jogador (ex-Brighton) entrou no 2º tempo contra o Palmeiras e foi decisivo na semifinal contra o Fluminense (marcando os dois gols dos Blues) e na final contra o PSG (marcando o 3º gol).

Gol de Igor Jesus contra o PSG (Vídeo: Reprodução/YouTube/GE)

Confira os atletas que saem em baixa do Mundial:

  • Pedro: fez uma competição muito discreta e, no jogo mais importante da equipe (contra o Bayern), nem saiu do banco de reservas. Recentemente, entrou em atrito com o técnico Filipe Luís e pode perder espaço no clube e na Seleção;
  • Endrick: sequer entrou em campo pelo Real Madrid. Sofreu uma lesão na posterior da coxa-direita que foi agravada nos últimos dias e deve sair do radar de Ancelotti nas próximas convocações;
  • Rodrygo: jogou metade das partidas do Real no Mundial, porém foi titular apenas na estreia, contra o Al-Hilal. Teve atuações discretas e deu  apenas uma assistência em toda a competição.

Por sua vez, nomes como Vinicius Junior e Estevão tiveram uma boa atuação cada e outras partidas discretas. O atacante dos merengues foi fundamental na vitória sobre o Salzburg, enquanto que o palmeirense (que está a caminho do Chelsea) fez grande partida contra o seu futuro clube, nas quartas-de-finais do torneio.

Dessa forma, surgem como nomes que mantiveram sua forma e, consequentemente, devem continuar sendo chamados pelo técnico italiano para a Seleção.

Crise com Trump não impede Gonet de concluir parecer por condenação de Bolsonaro

A finalização do parecer pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro ocorre em plena turbulência diplomática, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros, em retaliação ao processo penal em curso contra o ex-chefe de Estado. Apesar do cenário externo adverso, fontes da PGR afirmam que o parecer, que pode solicitar penas de 20 a 30 anos de prisão, será apresentado com independência entre os dias 11 e 14 de julho, preservando os prazos legais e deixando claro que interferências políticas externas não afetarão o curso da ação penal. A PGR afirma que a crise diplomática não influenciará a recomendação jurídica.

A crise diplomática e o parecer de Gonet

Conforme noticiado pelo Diário do Centro do Mundo, Gonet deve entregar nas próximas horas seu parecer ao ministro Alexandre de Moraes, relator da ação no Supremo Tribunal Federal, dentro do prazo final de 14 de julho. A conclusão coincide com a imposição das tarifas de 50% pelos EUA, anunciadas de forma pública por Trump e consideradas retaliações diretas ao processo em que Bolsonaro é réu por suposta tentativa de golpe de Estado.


Paulo Gonet e Ministro Alexandre de Morais no STF sobre trama golpista de Bolsonaro 
(Foto: Reprodução/Mateus Bonomi/Getty Images Embed)

Apesar da tensão internacional, fontes internas da PGR garantem que a atuação do procurador seguirá com firmeza. Uma figura próxima ao gabinete declarou: “Essa verborragia do Trump precisa ser solenemente desprezada” — em referência à tentativa de interferência diplomática no andamento do caso.

Expectativa de penas e independência jurídica

Analistas que acompanham os desdobramentos indicam que o parecer será rigoroso e poderá recomendar uma pena entre 20 e 30 anos de prisão ao ex-presidente Bolsonaro, considerado líder de uma organização criminosa envolvida com a trama golpista. Segundo advogados ouvidos pela imprensa, o julgamento do chamado “núcleo 1” deve ocorrer na Primeira Turma do STF até setembro.

A coluna Farol da Bahia destaca que, mesmo com a elevada pressão da crise externa, não há indício de que o procurador aceitará recuar ou adiar suas conclusões no documento final.

Aeronaves, café e petróleo estão entre produtos brasileiros mais exportados aos EUA

Uma nova tarifa de 50% imposta ao Brasil foi anunciada nesta quarta-feira (9) pelo governo do presidente Donald Trump e provavelmente trará uma alta nos valores de exportação para os Estados Unidos. Como consequência deste ato, além de impactos nos setores industriais gerando reflexo nos empregos, o valor dos alimentos também poderá ser afetado.

Petróleo bruto, aeronaves e café fazem parte da lista de alguns dos produtos que o Brasil mais exportou para os Estados Unidos neste ano. De acordo com Roberto Goulart Menezes, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB) e pesquisador do INEU (Instituto Nacional dos EUA), aproximadamente 15% do total das exportações do Brasil vão para os Estados Unidos.

De acordo com o MDIC ( Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), os EUA são o segundo parceiro comercial do Brasil, apenas a China lidera essa posição.


Exportações Brasil/EUA (Vídeo/Reprodução/YouTube/@CNNbrasil)

Produtos mais exportados

Dentre os produtos nacionais mais exportados para os Estados Unidos entre janeiro e junho deste ano, é possível destacar os 10 mais significativos em ordem decrescente de valores. São eles: petróleo bruto: US$ 2,378 bilhões; semiacabados de ferro e aço: US$ 1,518 bilhão; café: US$ 1,172 bilhão; aeronaves: US$ 876 milhões; derivados de petróleo: US$ 830 milhões; sucos de fruta (principalmente laranja): US$ 743 milhões; carne bovina: US$ 738 milhões; ferro fundido: US$ 683 milhões; celulose: US$ 671 milhões e escavadoras, pás mecânicas e compressores: US$ 568 milhões.

As exportações de produtos brasileiros para os Estados Unidos equivalem aproximadamente cerca de 2% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional. A nova percentagem sobre os produtos brasileiros entrará em vigor a partir do dia 1° de agosto.

Exportações entre os países

Apesar de Donald Trump afirmar que há uma relação comercial injusta entre EUA e Brasil marcada por “desequilíbrios gerados por políticas tarifárias e não tarifárias e por barreiras comerciais do Brasil”, a  fluidez comercial entre os dois países acarreta cerca de US$ 80 bilhões anuais.

De acordo com nota da CNI (Confederação Nacional da Indústria), os Estados Unidos vem mantendo um ritmo excedente com o Brasil há pelo menos 15 anos. Somente nos últimos dez anos a diferença positiva entre as receitas norte-americana no comércio de bens foi de US$ 91,6 bilhões. Com a inclusão do comércio de serviços esse valor chega a US$ 256,9 bilhões. O Brasil é um dos poucos países onde a receita excedida se mantém favorável aos EUA.

Gil do Vigor explica tarifa de 50% dos EUA sobre o Brasil e alerta impactos diretos no bolso

O ex-BBB e economista Gil do Vigor utilizou suas redes sociais nesta quinta-feira, 10 de julho de 2025, para explicar em vídeo a nova medida anunciada por Donald Trump, na qual os Estados Unidos impõe uma tarifa de 50% sobre todos os produtos brasileiros exportados para o país norte-americano, prevista para entrar em vigor em 1º de agosto. Ele destacou a gravidade da decisão, visto que os EUA são atualmente um dos maiores parceiros comerciais do Brasil, e que setores como petróleo, aço, café e aviação serão diretamente afetados.

Em sua explicação, Gil ressaltou também as repercussões para o consumidor final brasileiro: “vai pesar no nosso bolso“, alertou, indicando que a medida não afetará apenas grandes empresas, mas também produtos de consumo diário.


Publicação explicativa de Gil do Vigor (Vídeo: Reprodução/Instagram/@gildovigor)

Tarifa como ferramenta política

No segundo vídeo compartilhado, o economista criticou o uso da tarifa como moeda de pressão política. Ele afirmou que os EUA justificaram a medida como retaliação a decisões judiciais brasileiras, mas reforçou que “o Brasil é um país soberano” e que nenhuma outra nação pode interferir em suas decisões internas.

Nós temos uma Constituição, e dentro dessas quatro linhas é que tudo é decidido e julgado. Então, nenhum país estrangeiro tem jurisprudência ou autonomia sobre as decisões que são tomadas no Brasil”, disse o influencer.

Segundo Gil, a estratégia dos EUA busca forçar o Brasil a ceder em disputas jurídicas. Ele também rebateu a narrativa de que apenas o Brasil teria se beneficiado até agora da relação comercial, usando uma metáfora de bombons, explicou que os EUA têm superávit, pois vendem mais ao Brasil do que compram, sendo portanto, segundo ele, os verdadeiros favorecidos.

Eles disseram que só os EUA que se lascava nessa relação comercial com o Brasil, que o Brasil era ‘venha a nós e ao nosso reino, nada’. Mas como assim? Eles têm uma balança comercial superavitária. Imagina que você tem 10 bombons para vender e eu tenho 10 bombons para vender. O Brasil comprou os 10 bombons dos EUA, mas os EUA compraram só 5 bombons do Brasil. Os EUA deu a melhor, porque tinha 10 bombons e vendeu 10. O Brasil só vendeu 5 bombons e ainda comprou 10. Então basicamente o que acontece: os EUA é superavitário, vendeu mais do que comprou. O Brasil é deficitário, porque comprou mais do que vendeu. Então nessa relação comercial os EUA é o maior beneficiário”, explicou o economista.

Petróleo, aço, café e aviação são os segmentos que lideram as exportações brasileiras aos EUA e terão suas margens pressionadas em função da nova tarifa. Segundo Gil, a alta no custo de importados também pode impactar os preços no varejo nacional, chamando atenção para produtos do dia a dia, como alimentos e itens de mercearia.

Expectativa para os próximos dias

O anúncio da tarifa veio por meio de uma carta oficial enviada ao presidente Lula, evidenciando que a medida também tem intenções geopolíticas além do comércio. Já há movimento no governo brasileiro visando respostas diplomáticas e possíveis ajustes em políticas de reciprocidade.

Gil do Vigor, por sua vez, permanece ativo nas redes sociais, explicando de maneira didática os desdobramentos econômicos da taxa, reforçando que todos, de empresários a consumidores, sentirão os efeitos. A expectativa para as próximas semanas é de  negociações entre Brasil e Estados Unidos, com foco em minimizar os impactos internos e manter o equilíbrio na balança comercial.

Eduardo Bolsonaro agradece Trump após aumento de tarifas

O deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou em suas redes sociais, nesta terça-feira (9), uma mensagem de agradecimento ao presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, após a imposição de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A medida, anunciada como retaliação às ações do Supremo Tribunal Federal contra Jair Bolsonaro, foi celebrada por Eduardo, que reside atualmente nos EUA.

No texto, o parlamentar incentivou seus seguidores a manifestarem apoio ao ex-presidente americano. Ele escreveu: “Povo brasileiro, vamos fazer o mundo ouvir a nossa voz. Coloque o seu agradecimento ao presidente Donald Trump abaixo e vamos rumo à Lei Magnitsky”. A frase foi acompanhada da versão em inglês: “Thank you President Trump – Make Brazil Free Again – We want Magnitsky”.

Reação à crise política e econômica

A chamada “Lei Magnitsky” mencionada por Eduardo é uma legislação norte-americana que permite a aplicação de sanções contra indivíduos acusados de violar direitos humanos. O deputado tem defendido que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, seja incluído entre os alvos da medida, sob a justificativa de abuso de autoridade nas investigações contra Jair Bolsonaro.


 
Post de Eduardo Bolsonaro (Postagem: Reprodução/X/@bolsonarosp)

O aumento das tarifas foi anunciado em carta assinada por Trump. Nela, o ex-presidente classificou os processos judiciais no Brasil como perseguição política e afirmou que Bolsonaro “não fez nada de errado além de lutar pelo povo”. A nova alíquota de 50% passará a valer a partir de 1º de agosto e atinge setores estratégicos do agronegócio e da indústria.

Resposta diplomática e efeitos comerciais

Aliados de Bolsonaro viram na decisão americana uma vitória política e disseram que a medida reflete o sucesso das articulações feitas por Eduardo em Washington. O deputado alegou que sua atuação teve o objetivo de apresentar ao governo dos Estados Unidos o “cenário real” do Brasil, denunciando o que classifica como excessos do Judiciário brasileiro.

Por outro lado, o governo federal classificou a imposição da tarifa como uma afronta à soberania nacional e prometeu adotar medidas de reciprocidade. Fontes do Itamaraty afirmam que o Brasil pretende acionar organismos internacionais e discutir o tema com diplomatas americanos para evitar prejuízos às exportações brasileiras.

O episódio amplia a tensão entre o atual governo brasileiro e os Estados Unidos, em um contexto de polarização política crescente e disputas narrativas em âmbito internacional.

Shakira fala português em vídeo e agita fãs brasileiros sobre provável retorno ao Brasil

Na última terça-feira, dia 8, Shakira resolveu falar direto com o público brasileiro em um vídeo onde deixou claro que pensa em voltar ao país. Além da música, a cantora tem se envolvido em causas sociais, anunciando doações para ajudar as vítimas de desastres recentes. Sua música continua conquistando corações, e sua solidariedade também se destaca no mundo.

Shakira fala português e deixa fãs brasileiros na expectativa

Quem pensou que Shakira havia deixado o Brasil após seus shows em fevereiro estava claramente enganado. Na terça-feira (8), a cantora colombiana surpreendeu seus fãs brasileiros ao publicar um vídeo em português, deixando no ar um possível retorno ao país. “Será que vocês realmente querem que eu volte? Porque sinto muita de todos”, disse a cantora, incendiando as redes sociais.

O vídeo era parte de uma sequência de mensagens gravadas por Shakira para vários países latino-americanos, celebrando a etapa latina de sua turnê Las Mujeres Ya No Lloran. Antes, a artista havia enviado mensagens de agradecimento aos fãs no Uruguai, Peru, Argentina, Chile e, claro, seu país natal, a Colômbia. No começo desse ano, a artista passou pelo Brasil com sua turnê. No dia 11 de fevereiro, ela se apresentou no Estádio Nilton Santos, no Rio de Janeiro, e no dia 13 de fevereiro, subiu ao palco do Estádio do Morumbi, na cidade de São Paulo. Com o sucesso estrondoso de seu álbum Las Mujeres Ya No Lloran que conquistou o Grammy de Melhor Álbum Pop Latino em 2025, as expectativas sobre um retorno continuam aumentando.


Video de Shakira falando com seus fas brasileiros (video:reprodução/youtube/jovempanentretenimento)

Doações para vítimas das enchentes no Texas

No entanto, a colombiana não está nos holofotes apenas pela sua arte. Em seu show em San Antonio, Texas, no último fim de semana, a interprete de ” Hips don’t lie” anunciou que parte da arrecadação do show seria destinada às vítimas das devastadoras enchentes na região. A quantia doada será feita por meio da Catholic Charities of San Antonio, uma organização que atualmente fornece alimentos, abrigo e produtos de higiene para os afetados. “Meus pensamentos e preces estão com todas as pessoas que estão passando por esta tragédia. Vocês não estão sozinhos”, disse a cantora, visivelmente abalada com a situação. Até o momento, a tragédia já contabiliza 69 vidas e levou a mais de 850 resgates pelos serviços de emergência.

Brasil detecta a nova variante XFG da Covid-19

O Brasil registrou os primeiros oito casos da variante XFG da Covid-19, sendo seis no Ceará e dois em São Paulo. Essa nova cepa está se tornando mais comum em todo o mundo. As informações disponíveis até o momento não sugerem que a XFG cause quadros mais graves da doença do que outras variantes já em circulação.

O Ministério da Saúde informou que está monitorando continuamente o vírus SARS-CoV-2. Em relação aos casos da XFG, não houve registro de óbitos entre os pacientes infectados. A pasta reforça que a vacinação continua sendo a principal ferramenta para prevenir casos graves e mortes por Covid-19.

O que se sabe sobre a XFG no Brasil

A XFG é uma das sete variantes classificadas como “sob monitoramento” (VUM) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa classificação é dada a cepas que apresentam mudanças genéticas significativas, indicando um potencial de crescimento maior, mas cujo impacto continua sendo investigado.


Uma visão microscópica do coronavírus no Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) em Atlanta, Geórgia (Foto: reprodução/CDC/Getty Images Embed)

A OMS explica que a XFG surgiu da combinação de duas versões anteriores do vírus. A apresentação clínica da doença aparentemente não mudou, com sintomas como coriza, dor de garganta e mal-estar, geralmente limitados a infecções respiratórias superiores, sem a mesma capacidade de invasão pulmonar vista em outras fases da pandemia.

Crescimento global e o papel da vacinação

A variante XFG mostra crescimento global significativo, atingindo 22,7% dos casos sequenciados em junho, um aumento de 7,4% em quatro semanas, e com alta prevalência nas Américas e EUA. Apesar disso, a OMS avalia o risco à saúde pública como baixo, pois não há indícios de maior gravidade ou escape vacinal.

No Brasil, a vacinação permanece essencial para grupos prioritários como gestantes, idosos e crianças, com doses indicadas permanentemente ou em esquema de reforço anual/semestral. Casos de Covid-19 no país seguem em patamares baixos, com queda expressiva em relação ao ano anterior.