Bolsonaro poderá receber visitas familiares durante prisão domiciliar

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou que os familiares próximos de Jair Bolsonaro (PL), o que inclui filhos, netos e cunhados, podem visitá-lo durante a prisão domiciliar sem a necessidade de uma autorização prévia do STF.

Desde segunda-feira (04), os aparelhos eletrônicos da casa de Bolsonaro foram apreendidos e apenas os advogados do ex-presidente poderiam ter contato com ele sem precisarem realizar o pedido. A medida foi alterada nesta quarta-feira (06).

Moraes decretou a prisão domiciliar do réu no julgamento de planejamento e tentativa de golpe de estado, pois ele utilizou redes sociais no domingo (03) para assistir ao ato dos apoiadores pelo Brasil, além do filho e senador Flávio Bolsonaro (PL) ter publicado um vídeo do pai usando um celular. Essa atitude configurou como descumprimento de medidas cautelares.

Medidas cautelares

Em 17 de julho de 2025, a primeira turma do STF decidiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro deveria cumprir recolhimento domiciliar no horário das 19h até às 06h e utilizar tornozeleira eletrônica com monitoramento. Entre as medidas também estavam a restrição das redes sociais e a proibição do contato com autoridades estrangeiras.

Aos fins de semana e feriados, ele não estava permitido de sair de casa.

A decisão foi feita pela compreensão de Alexandre de Moraes e do STF de que Bolsonaro realizou coação, obstrução e atentado à soberania nacional. Agora, o político está em prisão domiciliar.


Vídeo de Bolsonaro fazendo uso de celular no dia 03 de agosto (Vídeo: reprodução/Instagram/@pedrosanews)

Protestos

Os atos dos aliados de Jair Bolsonaro ocorridos no dia 3 de agosto tinham como objetivo pedir por anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro em Brasília, além de criticar as medidas de Moraes e o presidente Lula.

As manifestações aconteceram em várias capitais e cidades do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Apoiadores utilizavam bandeiras do país, e também dos Estados Unidos.

Flávio Bolsonaro assume autoria de postagem e nega que pai tenha tentado burlar Justiça

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (5) que foi o único responsável pela postagem feita no perfil em que é transmitida por viva-voz uma fala de Bolsonaro durante um ato em Copacabana, no domingo (3). A publicação foi interpretada como uma possível violação das medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que proíbem o ex-presidente de utilizar redes sociais e de manter contato com outros investigados nas apurações sobre tentativa de golpe de Estado.

Segundo Flávio, Jair Bolsonaro não tem acesso às próprias redes desde que as restrições foram determinadas, e a decisão de publicar a gravação partiu exclusivamente dele, como forma de divulgar a manifestação. O senador também foi o responsável por fazer a chamada de voz com o pai durante o ato, permitindo que Bolsonaro falasse ao público por viva-voz. A mensagem foi transmitida ao vivo e depois publicada no perfil de Flávio.

Ato em Copacabana e interação com o público

Durante o evento, Jair Bolsonaro falou brevemente com os apoiadores, agradeceu o comparecimento e declarou que “quem manda é o povo”, sem mencionar diretamente os processos em curso. A fala foi reproduzida por um microfone conectado ao celular de Flávio, que estava presente no carro de som. A gravação da ligação foi, em seguida, publicada nas redes sociais do senador, o que levou opositores a apontarem violação das medidas cautelares. A publicação foi posteriormente apagada.


Postagem de Flávio Bolsonaro no Instagram (Foto: reprodução/Instagram/@flaviobolsonaro)

Prisão domiciliar

A prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi decretada na última segunda-feira (4) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), após o ex-presidente ser apontado em decisão como tendo descumprido reiteradamente medidas cautelares, especialmente a proibição do uso de redes sociais mesmo por meio de terceiros.

Pela nova decisão, Bolsonaro deverá cumprir recolhimento em regime integral domiciliar, sem poder sair da residência em Brasília, inclusive fora do período noturno anteriormente permitido. Ele também está proibido de receber visitas, exceto de advogados ou pessoas autorizadas pelo STF, e teve o celular apreendido pela Polícia Federal, sendo vedado o uso de qualquer aparelho, inclusive de terceiros.

Michelle Bolsonaro reage após prisão de Jair Bolsonaro: “Deus é o Juiz”

Após a decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que decretou prisão domiciliar para Jair Bolsonaro (PL), a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL) se pronunciou nas redes sociais.

Michelle compartilhou em seu story do Instagram: “E os céus anunciarão a sua justiça; pois Deus mesmo é o Juiz”. A nova decisão foi tomada nesta segunda-feira (4), em decorrência do descumprimento das medidas cautelares estabelecidas anteriormente. Além da obrigação de usar tornozeleira eletrônica, da restrição noturna das 19h às 6h em dias úteis e da proibição de atividades nos finais de semana, Bolsonaro está impedido de sair de sua casa ou receber visitantes.

Repercussão política e internacional marca prisão domiciliar

A decisão do Supremo Tribunal Federal de impor prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro gerou forte reação política. Aliados classificaram a medida como “vingança política” e anunciaram que pretendem recorrer a embaixadas para denunciar o caso. Já parlamentares governistas afirmam que o STF agiu de forma proporcional diante da gravidade das ações atribuídas a Bolsonaro.

O episódio repercutiu na imprensa internacional e, segundo fontes do Palácio do Planalto, há preocupação de que a medida possa impactar as negociações com os Estados Unidos sobre o tarifaço aplicado a produtos brasileiros.


    O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) (Foto: reprodução/Bahia/Evaristo Sá/AFP)

A decisão do ministro Alexandre de Moraes vai além do confinamento domiciliar. Ele estabeleceu que o ex-presidente não pode receber visitas em sua residência em Brasília, exceto de familiares próximos e advogados, e mandou apreender todos os celulares encontrados no local.

Medidas cautelares impostas pelo STF contra Bolsonaro

  • Prisão Domiciliar com tornozeleira eletrônica;
  • Proibição de visitas não autorizadas;
  • Proibição do uso de celular, diretamente ou por intermédio de terceiros;
  • Proibição de contato com Embaixadores e autoridades estrangeiras;
  • Proibição de contato com réus e investigados;
  • Proibição de uso de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.

Como parte das investigações em curso, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi alvo de medidas cautelares determinadas pela Justiça, visando evitar interferências no processo e garantir a preservação de provas. As medidas refletem a gravidade das suspeitas e o esforço institucional para assegurar a lisura das apurações.

Moraes decreta prisão domiciliar de Jair Bolsonaro

Após despacho divulgado no início da noite desta segunda-feira (4), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, decretou a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O motivo do decreto se justifica pelo descumprimento de uma medida cautelar imposta pelo ministro, uma vez que Bolsonaro utilizou das redes sociais de terceiros durante a manifestação em seu apoio, ocorrida no último domingo (3).

Decreto de Moraes

Na decisão, divulgada na noite desta segunda-feira, Moraes declara que Bolsonaro divulgou mensagens através dos perfis nas redes sociais de seus três filhos, que são parlamentares. Conforme o despacho realizado pelo ministro do STF, as mensagens possuíam conteúdo que faziam incentivo e instigação a ataques ao Supremo Tribunal Federal, além do apoio à intervenção estrangeira no Poder Judiciário nacional.

Moraes mencionou uma das publicações, que ocorreu no último domingo, promovida pelo senador e filho do ex-presidente, Flávio Bolsonaro. O ministro afirma que o desrespeito às medidas foi tão notório, que Flávio removeu a postagem posteriormente.

Além de estar proibido de receber visitas em sua casa, Bolsonaro teve um aparelho celular apreendido pela Polícia Federal, após mando de busca ordenado por Moraes.


Apoiadores de Jair Bolsonaro durante manifestação na Avenida Paulista (Foto: reprodução/Maira Erlich/Bloomberg/Getty Images Embed)

Medidas cautelares

No último dia 18 de julho, Alexandre de Moraes havia imposto algumas medidas cautelares contra Jair Bolsonaro, uma vez que, segundo a interpretação do ministro, o ex-presidente estaria prejudicando o processo de investigação pelo qual ele, e mais sete pessoas, são réus por tentativa de golpe de estado.

Além de passar a utilizar tornozeleira eletrônica, Bolsonaro ficou proibido de deixar a sua residência  à noite e aos finais de semana. Após a imposição das medidas, o ex-presidente também não pôde utilizar-se de suas redes sociais, e nem ter conteúdo veiculado ao seu nome em perfis de terceiros, motivo pelo qual sua prisão domiciliar foi decretada nesta segunda-feira.

Trump diz que Lula “pode ligar quando quiser” sobre tarifas comerciais

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que o presidente Lula “pode ligar quando quiser”, ao ser questionado sobre a possibilidade de negociar as tarifas impostas ao Brasil. A declaração ocorreu diante da Casa Branca, após Trump evitar entrar em detalhes sobre as novas taxas comerciais.

Logo depois, ao ser perguntado se haveria pauta específica referente ao Brasil, Trump respondeu: “Vamos ver o que acontece… Eu amo o povo do Brasil”.

Contexto das tarifas e críticas ao governo brasileiro

Mesmo com o tom aparentemente conciliatório, as novas tarifas de até 50 % sobre produtos brasileiros causaram tensão diplomática. A medida, anteriormente programada para entrar em vigor em 1 de agosto, foi postergada para o dia 6 (quarta-feira) e incide sobre setores como aço e alumínio, enquanto minérios, polpa de laranja, castanhas e itens de aviação civil foram excluídos.

Trump reforçou que não detalharia os valores, mas deixou claro seu descontentamento com a conduta brasileira, alegando que “as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada”, fazendo alusão ao processo de julgamento contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e as tensões políticas sob relatoria do ministro Alexandre de Moraes.


Declaração de Trump sobre tarifas brasileiras (Vídeo: reprodução/X/@globonews)

Discurso de Trump e posicionamento oficial do Brasil

Em entrevista ao The New York Times na quarta-feira (30), Lula afirmou que, apesar dos esforços, não obteve conversas com autoridades norte-americanas: “Designei meu vice-presidente, meu ministro da Agricultura, meu ministro da Economia para que todos conversem com seus equivalentes nos EUA. Até agora, não foi possível”. Fontes diplomáticas confirmam que os canais com a Casa Branca estavam suspensos desde julho, quando a carta anunciando o “tarifaço” foi enviada.

A declaração de Trump vai em contrapartida aos movimentos norte-americano recentes. Na última quarta-feira (30), os Estados Unidos impuseram sanções ao ministro brasileiro Alexandre de Moraes com base na Lei Magnitsky. As penalidades incluem congelamento de bens, proibição de transações com cidadãos ou empresas dos EUA e bloqueio de cartões de crédito com bandeira americana.

Carla Zambelli depõe à Justiça da Itália

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) permanecerá presa na Itália enquanto tramita o processo de extradição para o Brasil. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (1º) pela Corte de Apelação de Roma, após ela ser ouvida em audiência de custódia. 

A parlamentar estava foragida do Brasil e foi presa pelas autoridades italianas na última terça-feira (29). Detida no presídio feminino de Rebibbia, ela teve seu caso acompanhado pela Polícia Federal brasileira por meio da Adidância Itália, conforme apuração da CNN.

Zambelli segue presa

A audiência foi conduzida por um juiz de garantias, responsável por decidir onde ela aguardará o desfecho do processo de extradição. A defesa solicitou a substituição da prisão por medidas restritivas, mas o magistrado optou por mantê-la detida no presídio de Rebibbia, em Roma. O pedido de libertação ainda será analisado, com expectativa de julgamento para meados de agosto.

No entanto, todos os trâmites dependem das autoridades italianas. Cabe ao Ministério da Justiça da Itália, como autoridade central, encaminhar o caso ao tribunal responsável pelo julgamento.

Caso o pedido de extradição seja aceito, caberá ao governo italiano definir as condições para a entrega de Zambelli, conforme previsto no Código de Processo Penal do país.


 Pronunciamento de Carla Zambelli antes de ser presa pela Justiça italiana (Vídeo: reprodução/YouTube/Metrópoles)

Condenação e processo de extradição

A deputada foi condenada no Brasil a dez anos de prisão e à perda do mandato por invadir repetidamente os sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A decisão é definitiva, sem possibilidade de recurso. Ela também foi condenada, junto com o hacker Walter Delgatti, ao pagamento de R$ 2 milhões por danos coletivos.

Em junho, a parlamentar informou que estava na Itália e alegou ser vítima de perseguição política. A pedido do STF, seu nome foi incluído na lista de difusão vermelha da Interpol.

O  ministro Alexandre de Moraes (STF), determinou na última quinta-feira (31) que a AGU (Advocacia-Geral da União) acompanhe e adote as providências necessárias para o processo de extradição de Carla Zambelli.

Em nota, a AGU informou que dará continuidade ao processo assim que for oficialmente notificada e que adotará todas as medidas necessárias, em cooperação com as autoridades italianas, para concluir a extradição da deputada federal.

Moraes diz que vai ignorar sanções aplicadas por Trump

Durante a cerimônia de abertura do semestre do Judiciário, nesta sexta-feira (1º), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), fez seu primeiro pronunciamento público após ser incluído na lista de sancionados pela Lei Magnitsky. Em seu discurso, afirmou que a Corte irá ignorar as sanções impostas pelo governo dos Estados Unidos e que não se “envergará a ameaças covardes e infrutíferas”.

“As ações prosseguirão. O rito processual do STF não se adiantará, não se atrasará. O rito processual do STF irá ignorar as sanções praticadas. Esse relator vai ignorar as sanções que lhe foram aplicadas e continuar trabalhando, como vem fazendo, no plenário, na Primeira Turma, sempre de forma colegiada”, afirmou Moraes.

O ministro também agradeceu o apoio do presidente da Corte, Luís Roberto Barroso, e do decano Gilmar Mendes, que o defenderam diante das sanções aplicadas pelo governo de Donald Trump com base na Lei Magnitsky, norma criada para punir estrangeiros acusados de violações de direitos humanos ou corrupção.

STF não vai ceder às pressões

Ele prosseguiu afirmando que a Corte continuará cumprindo sua missão constitucional e que, neste segundo semestre, realizará os julgamentos e as conclusões dos quatro núcleos das importantes ações penais ligadas à tentativa de golpe de Estado de 8 de janeiro.

“Não é possível pressões, coações, no sentido de querer obter, repito, entre aspas, um espúrio arquivamento imediato dessas ações penais sob pena de se prejudicar a economia brasileira, o sustento das pessoas, o trabalho dos brasileiros e das brasileiras”, disse.

O ministro, relator dos processos contra Jair Bolsonaro e outros sete réus por tentativa de golpe de Estado, afirmou que o STF não vai tolerar ameaças. Ele criticou ações de brasileiros “supostamente patriotas” que, segundo ele, agem em benefício de interesses estrangeiros para obstruir a Justiça e arquivar processos criminais. Moraes apontou, ainda, uma tentativa de afastar ministros do STF para favorecer os acusados, o que considera uma continuidade do mesmo “modus operandi” golpista.


Assista a íntegra do discurso de Alexandre de Moraes (Vídeo: reprodução/YouTube/Veja)

Moraes acusa grupos criminosos

No discurso, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que uma organização criminosa atua para submeter o STF ao controle de um Estado estrangeiro. Ele comparou esses grupos a milícias e criticou os projetos de anistia em tramitação no Congresso, classificando-os como “inconstitucionais”. Moraes ressaltou ainda que muitas dessas ações foram movidas por “pseudopatriotas” que deixaram o país, numa referência indireta ao deputado licenciado Eduardo Bolsonaro, que reside nos Estados Unidos desde fevereiro.

“Temos visto recentemente as ações de diversos brasileiros que estão sendo ou processados pela PGR [Procuradoria-Geral da República] ou investigados pela PF [Polícia Federal]. Estamos vendo diversas condutas dolosas e conscientes de uma organização criminosa que age de maneira covarde e traiçoeira, com a finalidade de tentar submeter o funcionamento do STF ao crivo de autoridade estrangeira”, afirmou Moraes.

Ele reiterou que o STF, a PGR e a PF não se “vergarão a essas ameaças”. Em outro momento, declarou que a soberania nacional é um dos pilares da República Federativa do Brasil e que jamais pode ser desrespeitada, negociada ou submetida à extorsão.

“O modus operandi é o mesmo: incentivo a taxações ao Brasil, incentivo a crise econômica, que gera a crise social, que por sua vez gera a crise política, para que novamente haja uma instabilidade social e possibilidade de um novo ataque golpista”, disse.

Lei Magnitsky

No início da semana, Alexandre de Moraes foi sancionado pelos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, criada para punir abusos de direitos humanos e corrupção, mas aplicada a ele por motivações políticas. O ministro é o primeiro brasileiro e o primeiro membro de uma Suprema Corte a sofrer essa sanção, que inclui bloqueio de bens e proibição de transações financeiras.

A medida gerou forte reação no governo brasileiro e no Judiciário, com manifestações de apoio de ministros do STF, políticos como Rodrigo Pacheco e do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira. O presidente Lula também repudiou a sanção e tem se reunido com membros do STF para articular uma estratégia de defesa da Corte.

Governo se solidariza com Alexandre de Moraes após sanções de Trump

Em nota publicada no fim da noite desta quarta-feira(30), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva publicou nota à imprensa apoiando o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes após o mesmo sofrer sanções de Donald Trump.

A nota veio logo no mesmo dia que Trump assinou sanções ao ministro pela lei Magnitsky, que era usada até esse momento apenas contra ditadores e violadores dos direitos humanos.

Lula critica tentativa de interferência estadunidense no STF

Além do apoio a Alexandre de Moraes, o presidente chamou de inaceitável a tentativa de interferência nas decisões do STF sobre a tentativa de golpe de estado a qual o ex-presidente Jair Bolsonaro é considerado réu.

Na nota, o presidente afirma que as sanções ao ministro são frutos de ações de políticos brasileiros considerados traidores da pátria e do povo brasileiro para defender seus próprios interesses, em uma clara referência as ações feitas pelo filho de Bolsonaro e ex deputado federal Eduardo Bolsonaro, que afirma quase que diariamente estar em contato com Trump para que o mesmo não negocie e aumente as sanções ao Brasil visando conseguir a anistia total e irrestrita para seu pai no processo de tentativa de golpe de estado.


Alexandre de Moraes esteve presente na partida entre Corinthians x Palmeiras pela Copa do Brasil (Foto: Reprodução/Rede Globo via Globoplay)

Em outras declarações desde o anúncio do tarifaço de 50%, Lula afirma que esse ataque estadunidense é um atentado contra a soberania nacional brasileira por interferir no judiciário brasileiro e contra a longa relação diplomática e comercial entre os países. 

O presidente afirma ainda que a lei é para todos os cidadãos e empresas e que qualquer atividade que interfira e influencie na vida do povo brasileiro deve estar sobre as leis brasileiras.

Por fim, a nota conclui afirmando que os três poderes no Brasil fazem seu trabalho de forma independente e dentro dos limites da Constituição Brasileira. Além disso, o presidente afirma que as barreiras tarifárias são injustificáveis por usar de motivos político-partidários para aplicar as sanções.

Tarifaço veio logo após o STF tornar Bolsonaro réu

As ações dos Estados Unidos por meio de anúncios e decretos do presidente Donald Trump após Bolsonaro se tornar réu no caso da tentativa de golpe de estado que culminou nos atos anti democráticos do dia oito de janeiro de 2023.

Para a justiça, Bolsonaro tentou deslegitimar o STF e o processo eleitoral no qual foi derrotado pelo atual presidente Lula, atuou como líder de uma organização criminosa cujo objetivo era impedir a alternância de poder de forma pacífica usando a máquina pública com disseminação de mentiras para desestabilizar as instituições do país.

Por conta do decreto da taxação e outras formas de atrapalhar as investigações, Moraes decretou que um mandado de busca e apreensão em endereços ligados ao ex-presidente e como era esperada uma fuga, medidas protetivas foram acionados e agora Bolsonaro é monitorado por tornozeleira eletrônica.

A Procuradoria Geral da República, inclusive, já pediu a condenação do ex-presidente pelos crimes de organização criminosa, tentativa de golpe de estado, abolição do estado democrático de direito e outros crimes inseridos no processo que juntos podem fazer o ex-presidente ser condenado a 43 anos de prisão.

Governo prepara ações para proteger a economia

Ainda na nota, Lula afirma que o governo federal começou a avaliar os impactos e as medidas a serem tomadas para proteger os empregos e apoiar a indústria afetada pelo tarifaço de 50% assinado ontem por Trump.

Na manhã desta quinta-feira(31), o ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmou em entrevista que o setor agrícola, principalmente a produção de carne bovina, café e frutas, deve ser impactado pelo decreto estadunidense.

Haddad ainda afirmou que nos próximos dias o governo deve anunciar um pacote de medidas de apoio aos setores afetados, focando na indústria, no agronegócio e na manutenção de empregos.

Por fim, o ministro ainda afirmou que o Brasil deve recorrer a organizações comerciais do exterior para conseguir reverter as tarifas de 50% em seus produtos para que o país não seja afetado e tenha prejuízo em suas relações comerciais.

Lula se reúne com ministros do STF após sanções de Trump contra Moraes

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu nesta quarta-feira , 30 de julho, no Palácio do Planalto com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), para debater as recentes sanções impostas pelos Estados Unidos ao ministro Alexandre de Moraes. Entre os presentes estavam o presidente do STF, Luís Roberto Barroso, além dos ministros Gilmar Mendes e Cristiano Zanin. Também participaram Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça, e Jorge Messias, advogado-geral da União.

Apesar da sanção ter como alvo Moraes, o magistrado não participou do encontro, em vez disso, compareceu à Neo Química Arena, em São Paulo, para assistir a um jogo do Corinthians. Logo após a reunião, o Palácio do Planalto divulgou nota em que Lula classificou a medida dos EUA como uma interferência “inaceitável” e reafirmou que o Brasil é um país soberano e democrático.

Defesa da soberania brasileira

Durante o encontro, foi destacada a independência do Poder Judiciário como um dos pilares da democracia brasileira. O presidente afirmou que qualquer tentativa de enfraquecer o Judiciário representa uma ameaça ao regime democrático: “Justiça não se negocia”, declarou. A nota oficial também enfatizou que o Brasil não aceitará suposta intromissão externa nas decisões internas da corte.


Presidente Lula se pronuncia sobre os EUA (Foto:Reprodução/X/@lulaoficial)

Em apoio a Moraes, o STF emitiu declaração reafirmando que continuará cumprindo a Constituição e respeitando o devido processo legal. Declarações de solidariedade ao ministro foram emitidas por colegas da corte, que ressaltaram a legitimidade de suas decisões, inclusive no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, cuja expectativa é de definição ainda em 2025.

Possíveis respostas judiciais e tensão diplomática

O governo brasileiro avalia recorrer ao Judiciário dos EUA por meio de representação jurídica a favor de Moraes. A Advocacia-Geral da União (AGU) e o Itamaraty estudam contratar escritório americano para questionar a legalidade da sanção com base na Lei Magnitsky, argumentando que ela fere a independência jurisdicional brasileira.


Ministra Gleisi Hoffman em apoio a Moraes (Reprodução/X/@gleisi)

Essa atuação reforça a tensão diplomática entre os países, intensificada após anúncio de taxa de até 50% sobre produtos brasileiros pelo governo Trump. A sanção preocupa também por estar associada a restrições de vistos e bloqueio de bens nos EUA, afetando o ministro e familiares próximos.

O dia posterior às medidas ficou marcado por articulações entre os poderes Executivo, Judiciário e Legislativo para definir estratégias de resposta. Parlamentares de diferentes partidos reafirmaram apoio ao STF e destacaram que o país não pode admitir sanções de potências estrangeiras direcionadas a magistrados nacionais.

Trump sanciona Alexandre de Moraes através de lei dos EUA

Os Estados Unidos impuseram sanções econômicas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal do Brasil, nesta quarta-feira (30), com base no Global Magnitsky Act. A medida, anunciada pelo Departamento do Tesouro dos EUA, congela eventuais bens dele no país e proíbe cidadãos americanos de manter negócios com o magistrado. A acusação formal é de que Moraes autorizou detenções arbitrárias, perseguiu opositores políticos e limitou a liberdade de expressão no processo contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O ato acontece num contexto de crescente tensão diplomática entre Washington e Brasília, exacerbada por Trump ter anunciado um imposto de 50% sobre produtos brasileiros, justificando a taxa como retaliação à suposta “caça às bruxas” contra seu aliado político Bolsonaro. Essa sequência de ações elevou o nível de hostilidade entre os dois países nos últimos dias.

Sanções da lei Magnitsky

Na justificativa oficial, o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent, acusou Moraes de conduzir uma campanha de repressão que incluiu censura digital, prisões injustificadas e processos com motivações políticas. Ele afirmou que Moraes se tornou “juiz e júri” de uma campanha direcionada não apenas a brasileiros, mas também a cidadãos e empresas dos EUA.


EUA usam Lei Magnitsky contra ministro do STF (Vídeo:Reprodução/Youtube/Metropoles)

Em paralelo, o secretário de Estado Marco Rubio já havia revogado os vistos de Moraes, sua família e outros magistrados brasileiros, alegando que a atuação judicial violava direitos fundamentais. O porte de sanções representa uma nova escalada, elevando os efeitos concretos à restrição fiscal e a impossibilidade de transações entre partes americanas e o juiz federal.

Segundo informações recentes, amplamente comentadas nas redes sociais, Moraes não tem nenhum vínculo financeiro nos Estados Unidos e o visto do ministro está vencido há um tempo mas, até o momento, ele não demonstrou interesse ou preocupação em revalidar o documento.

Reação do governo brasileiro

Em resposta, o presidente Lula classificou a imposição como uma interferência “inaceitável” no sistema judicial brasileiro e afirmou que o país manterá sua soberania jurídica. A ministra Gleisi Hoffmann qualificou a sanção como um ato “violento e arrogante”, e expressou total repúdio à ação estadunidense de intimidação à justiça brasileira.


 Idealizador da Lei Magnitsky repudia uso dela contra Moraes (Vídeo:Reprodução/X/@globonews)

No âmbito interno, o Supremo Federal manifestou solidariedade a Moraes, com o ministro Flávio Dino declarando que seu colega agiu conforme a Constituição. Especialistas jurídicos afirmam que o episódio pode levar o tribunal a endurecer sua postura, em sinal de que não cederá sob pressão externa.

O impacto político e econômico das medidas ainda está em curso. Economistas esperam novas negociações sobre possíveis retaliações futuras aos Estados Unidos, enquanto autoridades brasileiras estudam formas de apoiar empresas exportadoras afetadas pela tarifa. A interseção entre ação judicial, retaliações internacionais e polarização política intensifica os debates sobre democracia, respeito aos limites institucionais e soberania nacional.