Ainda que os pets estejam cada vez mais presentes nos lares brasileiros, o aumento da procura por moradias compactas nos centros urbanos também tem impactado as escolhas que envolvem a aquisição de um bichinho. Com isso, além de disposto a encontrar um novo companheiro, o tutor deve se preparar para adaptar o animal à realidade da casa em questão.
O planejamento antecipado é a melhor forma de começar. Verifique se o seu condomínio permite que animais de estimação existam nas acomodações para evitar problemas o quanto antes. O porte do pet (pequeno, médio ou grande) deve ser levado em conta juntamente com o estilo de vida do tutor.
Sem grandes espaços ou quintais, os moradores de lugares pequenos devem analisar muitos fatores antes de adquirirem pets (Foto: Reprodução/Piemonte Construtora)
Outro ponto relevante é analisar a estrutura de sua residência, observando a presença de janelas, sacadas e demais áreas de risco. Dessa forma, é possível colocar telas de proteção para garantir a segurança do bichinho e evitar que ele fuja.
Para quem mora em espaços limitados, como os apartamentos, algumas espécies são indicadas para melhor adaptação. Confira a lista:
Pássaros
Divertidos e afetuosos, os pássaros também são muito apegados, especialmente os filhotes. Por isso, esses animais convivem bem com rotinas mais flexíveis, nas quais seus tutores podem dedicar carinho e atenção frequentemente. Considerando lares compactos, as espécies sugeridas são as de pequeno porte, como calopsitas, agapornes, mandarins e canários, por exemplo.
Caso os pets de penas sejam os escolhidos, vale lembrar que as gaiolas devem ser aconchegantes e colaborarem para o bem-estar deles. Assim, a limpeza regular desses espaços é indispensável. No entanto, a vida do bichinho não pode ficar restrita às grades: invista em brinquedos que permitam voo e exercício, além de não deixar o animal trancado constantemente. A alimentação é igualmente importante, precisando variar entre sementes e misturas.
Os papagaios não são aves recomendadas para apartamentos, já que são grandes e fazem muito barulho (Foto: Reprodução/Westwing)
Peixes
Apesar de companheiros ideais para ambientes calmos, os peixes não dispensam atenção nem cuidados. A vida dos animais aquáticos depende de um aquário bem equipado, que seja limpo e alimentado corretamente. Como as espécies são bastante diversificadas, cada pet exigirá condições particulares de sobrevivência e bem-estar.
Para encontrar o amigo ideal, vale consultar qual se encaixa melhor no seu modo de vida, considerando principalmente os tipos mais populares de peixes, como os betas.
Para viverem bem, os peixes precisam de testes de água constantes e porções de ração diárias (Foto: Reprodução/Blog Cobasi)
Roedores
Sendo parte de um universo tão vasto quanto o dos seres aquáticos, os roedores são sociáveis, divertidos e adeptos do descanso. Cada espécie tem sua personalidade e condições de vida, estando entre as mais populares os hamsters, que adoram rodas e labirintos para brincar, e os porquinhos-da-índia, tipos menos territorialistas. As chinchilas e os twisters também são ótimas companhias.
Os dentes crescem com constância nos roedores, sendo essencial para o bem-estar dos animais providenciar o desgaste (Foto: Reprodução/Petz)
Coelhos
Para quem busca pets maiores e quer permanecer com os peludinhos, os coelhos são uma excelente escolha. Com dentição avantajada, esses animais devem consumir frutas, legumes, verduras e rações próprias, além de conviverem em um ambiente preparado através do enriquecimento ambiental.
Outro fator de cuidado com os coelhos é garantir sua supervisão ao menos uma vez ao dia, já que a dinâmica dos bichinhos com tocas pode causar ferimentos.
Ao contrário do que algumas pessoas pensam, os coelhos não pertencem a ordem dos roedores (Foto: Reprodução/Petz)
Furões
Extremamente amáveis e companheiros, os furões não deixam quem busca diversão e agitação na mão. Suas gaiolas precisam receber manutenção, assim como a rotina dos pets fora dela - de quatro a seis horas por dia, dependendo da personalidade do animal. Vale lembrar que os furões são espécies noturnas que geralmente passam o dia descansando.
Por ser um mamífero caçador e carnívoro, esses animais devem receber tratamentos específicos na alimentação, higiene e socialização. Essas condições também exigem que o seu pet tenha passaporte e chip de identificação, em anuência com as certificações do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis).
A reprodução de furões no Brasil é proibida, portanto, sua aquisição só pode ser realizada em locais autorizados para importação pelo IBAMA (Foto: Reprodução/Petz)
Tartarugas
Animais tranquilos e de vida longa, as tartarugas necessitam de ambientes adequados para sua acomodação e seu bem-estar. Terrários limpos regularmente e com temperaturas reguladas são essenciais, juntamente com rações específicas para a nutrição do pet. Como o crescimento do animal depende da vitamina D, fontes de luz devem estar disponíveis na rotina dos cágados de água doce.
As tartarugas pertencem à classe dos répteis (Foto: Reprodução/CEVEK)
Mesmo que algumas espécies de animais, como os furões, sejam mais acessíveis no mercado, sempre que possível, priorize a adoção de pets. Em caso de compra, verifique se a pessoa ou o estabelecimento possui autorização do IBAMA para a comercialização dos bichinhos.
Se a documentação legal para animais exóticos não for cobrada, lembre-se que, no Brasil, o tráfico desses bichos é crime. Conforme previsto pela lei 9.605/98, a pena pode gerar detenção de seis meses a um ano e multa.
Foto destaque: Coelho, calopsita e furão, respectivamente. Reprodução/GHZ, Portal iG e Petz.