Um vazamento de metano em uma plataforma em alto-mar no Golfo do México foi detectado, a partir de uma série de dados obtidos via satélite por alguns cientistas da Agência Espacial Europeia (ESA), na última semana.
A descoberta foi anunciada pela própria agência, através do estudo publicado na “Environmental Sciencie and Technology Letters”. Essa é a primeira vez que é detectado o vazamento de gás vindo de uma plataforma offshore via satélite, de acordo com os pesquisadores.
O vazamento fez com que cerca de 40 mil toneladas do metano, que é um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa, fossem liberados na atmosfera terrestre no final do ano passado, em dezembro. Essa emissão, equivale a cerca de 3% das emissões de um ano de petróleo e gás do México.
Liberação do metano está diretamente ligada com o efeito estufa (Foto: Divulgação/ Lalo de Almeida/Folhapress)
As chamadas plumas de metano, foram detectadas na plataforma “Zaap-C”, responsável pela produção de gás e petróleo, nas proximidades da costa de Campeche. A detecção de vazamento do gás em outras estruturas já havia sido feita via satélite, desde na agricultura até em aterros sanitários.
O pesquisador Luis Guanter, da Universidade Politécnica de Valência, afirmou que os resultados demonstram como os satélites podem ser positivos na detecção de plumas de metano nesse tipo de estrutura.
"Isso representa um avanço no monitoramento das emissões de metano industrial do espaço, pois abre as portas para o monitoramento sistemático das emissões de plataformas offshore", disse.
De acordo com a ESA, esse tipo de vazamento de metano no fundo do mar não é incomum e representa quase 30% da produção mundial do gás, que é extremamente nocivo ao meio ambiente. Os especialistas explicam que, mesmo ficando menos tempo na atmosfera que o gás carbônico, por exemplo, o metano tem um poder de aquecimento que é cerca de 80 vezes maior em um período de 20 anos.
Foto Destaque: Imagem capturada via satélite, que mostra o vazamento. Reprodução/Copernicus Sentinel/ESA
