Nesta terça-feira (13), o grupo terrorista Hamas anunciou que se recusa a participar da reunião sobre o cessar-fogo em Gaza, marcada para quinta-feira, dia 15. Israel confirmou que enviará uma delegação para tratar das negociações de paz. No entanto, o representante do Hamas no Líbano afirmou em entrevista que a decisão de não comparecer se deve ao desacordo com as propostas de acordo apresentadas pelo governo de Israel.
Decisão do Hamas
"Netanyahu não está interessado em alcançar um acordo que ponha fim completamente à agressão. Pelo contrário, ele está enganando e evitando uma resolução, querendo prolongar a guerra e até a expandir regionalmente'', disse Abdul Hadi. Essa foi a declaração do chefe do grupo terrorista. Enquanto isso, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, respondeu afirmando que, ao contrário do que foi dito, é o Hamas quem está tentando atrasar as negociações de paz. A negociação continua sendo mediada pelos EUA, Catar e Egito, que, na semana passada, afirmaram que é hora de ambos os lados chegarem a um acordo mútuo para cessar a guerra e liberar os reféns.
Imagem da guerra em Gaza. (Foto: reprodução/MAHMUD HAMS/Getty Imagem Embed)
Ministro de Israel diz que o Hamas atrapalha as negociações
Entretanto, o primeiro-ministro de Israel nega as acusações do Hamas e afirma que, na verdade, foi o grupo terrorista que fez novas exigências no acordo de paz. Segundo Netanyahu, o Hamas apresentou 29 pedidos no texto de cessar-fogo. "A alegação de que o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu acrescentou novas exigências ao esboço de 27 de maio é falsa. O rascunho de 27 de julho não inclui novas condições e não contradiz o esboço de 27 de maio. Foi o Hamas quem exigiu 29 mudanças, algo a que o primeiro-ministro se opôs", disse Netanyahu.
Persistem discordâncias sobre a libertação de reféns e a liberação de prisioneiros palestinos, além da necessidade de um mecanismo de verificação para o retorno de civis ao norte de Gaza. O Irã e seus aliados ameaçam retaliação contra Israel pelos assassinatos de líderes terroristas, e os EUA estão se preparando para possíveis ataques, com Israel em alerta máximo e o Pentágono enviando reforços para a região.
A tensão continua
Um possível cessar-fogo em Gaza ganha importância especial pois pode influenciar a resposta do Irã aos assassinatos de líderes dos grupos terroristas Hamas e Hezbollah, aliados dos iranianos. Israel nega qualquer envolvimento na morte de Ismail Haniyeh, do Hamas. Autoridades iranianas sugerem que a retaliação contra Israel pode ser adiada se um acordo de trégua for estabelecido, e os EUA esperam que um ataque possa ser totalmente evitado com um cessar-fogo.
As novas condições para o cessar-fogo foram comunicadas em junho. Uma autoridade dos EUA afirmou que não se espera um acordo de cessar-fogo no dia 15, destacando que a cooperação de ambos os lados é necessária. Após o Hamas expressar dúvidas sobre sua participação, a porta-voz da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, afirmou que as negociações devem prosseguir para reduzir as tensões. Conversas sobre o cessar-fogo têm se arrastado há meses, e a resolução do Conselho de Segurança da ONU de junho, que pedia um cessar-fogo, não foi cumprida.
Foto Destaque: imagem de bombardeios em Gaza (Reprodução/FADEL SENNA/Getty Images Embed)