O apresentador Gilberto Barros, conhecido como Leão, foi condenado pela Secretaria de Estado da Justiça e da Cidadania de São Paulo por homofobia devido a comentários feitos em um programa no seu canal no You Tube, em setembro de 2020. A decisão, do dia 28 de janeiro, divulgada nesta quinta-feira (3), prevê o pagamento de uma multa de R$ 32 mil.
A ação foi movida pela denúncia do jornalista e militante LGBT, William de Lucca. O processo foi instaurado baseado na Lei Estadual 10.948/2001, que prevê punição a "toda manifestação atentatória ou discriminatória praticada contra cidadão homossexual, bissexual ou transgênero", praticadas por pessoas físicas e jurídicas.
Na ocasião, quando comentava sobre os 70 anos da TV brasileira, o apresentador declarou: "Você lembra a hora que eu acordava para trabalhar na Rádio Globo, quando cheguei a São Paulo, em 1984? Tinha que acordar às 2h30 e ainda presenciar, no lugar onde guardava o carro, beijo de língua de dois bigodes. Porque tinha uma boate gay lá na frente".
E disse ainda: "Não tenho nada contra, mas eu também vomito. Sou gente, gente. Naquela época ainda, imagina chegando do interior. Hoje em dia, se quiser fazer na minha frente faz, apanha os dois, mas faz".
A Comissão Especial decidiu que a multa teria um "caráter didático" para evidenciar a gravidade. (Foto: Reprodução/You Tube)
Na decisão que fundamentou a pena, a Comissão Especial de Discriminação Homofóbica declarou que “os comentários proferidos pelo denunciado [Gilberto Barros], inclusive, num tom pejorativo e de aversão, foram preconceituosos e ofensivos, atentando à honra e dignidade da pessoa humana”.
A argumentação da defesa de Gilberto Barros foi de que ele convive "diariamente" e tem "laços de amizade com pessoas das mais diversas orientações sexuais". Pontuou ainda que ele não se dirigiu a uma pessoa em especifico e que estava se referindo em outros épocas. A Comissão, que analisa as denúncias, rejeitou os argumentos da defesa. O apresentador ainda pode recorrer da decisão.
Foto destaque: Gilbert Barreto. Reprodução/Facebook.