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Braga Netto é o principal arquiteto do golpe, diz PF

Investigações levam a crer que o general almejava tomar o poder de Bolsonaro após o golpe de estado; dentre os 37 indiciados, 25 eram militares

22 Nov 2024 - 17h30 | Atualizado em 22 Nov 2024 - 17h30
 Braga Netto é o principal arquiteto do golpe, diz PF Lorena Bueri

Conforme informações da Polícia Federal (PF), as investigações levam a crer que o principal arquiteto da tentativa de golpe de Estado para manter Jair Bolsonaro no poder, após derrota eleitoral em 2022, foi o ex-ministro da Defesa e da Casa Civil Braga Netto. Bolsonaro era o principal comandante e beneficiário. Porém, o planejamento e respaldo para que demais militares aderissem ao plano ficou a encargo do general.

De acordo com a PF, Braga Netto integraria um gabinete de crise após as execuções de Lula e Alckmin e aspirava tomar o poder em um posterior golpe. O ex-presidente da República Jair Bolsonaro e o general Braga Netto foram indiciados pelos crimes de tentativa golpe de estado, abolição violenta do estado de direito e organização criminosa.

Reunião para arquitetar o golpe

Segundo informações do Supremo Tribunal Federal (STF), no dia 12 de novembro de 2022 ocorreu na casa de Braga Netto uma reunião onde os atuais investigados pela PF discutiram o plano de assassinato, antes da posse, de Lula, Geraldo Alckmin e de Alexandre de Moraes. O general comandaria o comitê que seria criado pelo governo após os assassinatos, intitulado Gabinete Institucional de Gestão da Crise.

Investigadores da PF suspeitam que Braga Netto tinha como objetivo, posterior ao golpe, derrubar Jair Bolsonaro do poder e assumir o comando do governo.


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 Braga Neto foi ministro-chefe da Casa Civil e posteriormente da Defesa durante o governo Bolsonaro (Foto: reprodução/Andre Borges/NurPhoto/GettyImages Embed)


Influência de Braga Netto no meio militar

O general-de-exército detinha grande influência no meio militar, fator que contribuía para que a credibilidade do golpe fosse respaldada diante dos militares, sendo fundamental para a adesão ao plano.

Dentre os 37 indiciados pela PF, 25 são das Forças Armadas, incluindo Jair Bolsonaro. A lista também conta com quatro policiais federais: Anderson Torres, ex-ministro da Justiça; Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, a Agência Brasileira de Inteligência; Marcelo Bormevet, investigado por fazer parte do esquema ilegal de espionagem “Abin paralela”; e Wladimir Matos Soares, suspeito de participar de grupo que planejou os assassinatos de Lula, Alckmin e Moraes.

Relatório de tentativa de golpe de Estado

Para a PF, quem assumiria o poder no golpe de Estado seriam os generais Braga Netto e Augusto Heleno; os três militares do Exército presos, Mario Fernandes, Rafael Martins de Oliveira e Hélio Ferreira Lima.

Nessa quinta-feira (21) a PF entregou o relatório final da tentativa de golpe de estado no Brasil, entre 2022 e 2023, ao Supremo Tribunal Federal (STF). Na próxima etapa, a Procuradoria Geral da República (PGR) decidirá se os 37 indiciados serão denunciados à justiça.

Foto destaque: General Walter Souza Braga Netto em coletiva de imprensa no Rio de Janeiro (Reprodução: Carl de Souza/AFP/GettyImages Embed)


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