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Ameaça de conflito entre Israel e Líbano cresce nas Colinas de Golã

A região das Colinas de Golã, centrada na vila de Ghajar, se tornou um ponto de conflito potencial entre Israel e Líbano; a reforma do judiciário em Israel desencadeou protestos massivos.

27 Ago 2023 - 15h30 | Atualizado em 27 Ago 2023 - 15h30
Ameaça de conflito entre Israel e Líbano cresce nas Colinas de Golã Lorena Bueri

Na região das Colinas de Golã, uma escultura em forma de coração, feita de arbustos e adornada com flores, decora a área próxima à placa de boas-vindas da vila de Ghajar. Durante o auge do verão no Oriente Médio, um veículo militar Hummer do Exército de Israel circulava próximo a um chafariz, ao lado dos jardins. 

Ghajar é uma vila que já foi disputada por Israel, Líbano e Síria e encontra-se no centro de uma crescente disputa que pode desencadear um conflito em larga escala a qualquer momento. Especialistas afirmam que esta é a fase mais tensa nas relações entre Israel e Líbano em anos, com o risco de um novo conflito não sendo tão alto desde a última guerra entre os dois países que ocorreu em 2006.

Conflito potencial

Nicholas Blanford, consultor do Atlantic Council em Beirute, afirmou: "Estamos mais próximos de um conflito potencial do que em qualquer outro momento desde a última guerra. O Hezbollah avaliou que as coisas não estão indo bem em Israel, por várias razões, incluindo o aumento da violência na Cisjordânia e o tumulto político em torno da reforma do judiciário".

A crise política interna que Israel enfrenta, desde que a atual coalizão de extrema direita liderada por Benjamin Netanyahu anunciou uma reforma no sistema judiciário, adicionou um elemento de instabilidade a essa tensão. O grupo militante libanês Hezbollah interpreta os problemas internos de Israel como um sinal de fraqueza do país.


Damasco, capital do Líbano, em 2018.  (Foto: Reprodução/NATALIA SANCHA/ElPaís)


O líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, chegou a afirmar que esse é "o pior dia na história de Israel", referindo-se a protestos massivos contra o governo Netanyahu. Nasrallah sugeriu que isso coloca o país no caminho para o desaparecimento.

Ghajar, que abriga cerca de 2.500 alauitas, minoria muçulmana xiita, que é a mesma seita governante na Síria de Bashar al-Assad, vive uma encruzilhada geopolítica desde que Israel ocupou as Colinas de Golã em 1967, durante a Guerra dos Seis Dias. A cidade pertencia à Síria até então. Em 1981, Israel anexou formalmente a região e concedeu cidadania a seus habitantes. A criação do Hezbollah em 1982 foi uma resposta a essa ocupação.

Ghajar e seus habitantes amedrontados

Embora a ONU tenha demarcado que a parte norte de Ghajar pertence ao Líbano, os habitantes afirmam ser sírios. Eles evitam falar com a imprensa por medo de retaliação e de aumentar a tensão.

Em 2022, Israel construiu uma cerca ao redor de Ghajar, isolando a cidade do território libanês. Antes disso, era necessário apresentar documentos para entrar na área, que era militarizada. Após a remoção dessa exigência, a cidade foi reaberta ao turismo, atraindo visitantes curiosos para ver os monumentos alauitas e tirar fotos com o Líbano ao fundo, por trás da cerca de proteção.

No entanto, a escalada das tensões aumentou desde março, quando um indivíduo armado se infiltrou na fronteira do Líbano e detonou uma bomba em uma estrada israelense. Tzachi Hanegbi, conselheiro de segurança nacional de Israel, afirmou que o ataque foi orquestrado pelo Hezbollah.

A falta de interesse do governo israelense em questões militares e de segurança, devido ao foco na reforma do judiciário, também é vista como um fator que contribui para a percepção de que Israel está mais frágil.

Em junho, o Hezbollah instalou barracas nas proximidades de Ghajar, aumentando ainda mais as tensões. Israel acusou o grupo palestino Hamas, baseado no Líbano, pelos ataques com foguetes que ocorreram no início de abril. As tensões aumentaram ainda mais com a construção do muro em Ghajar e a troca de acusações sobre a localização das barracas entre Israel e o Hezbollah.

Apesar das tensões crescentes, a avaliação geral é que nenhum dos lados tem interesse em um conflito em larga escala, devido ao enorme custo que isso acarretaria. No entanto, especialistas alertam que pequenos eventos ou incidentes podem levar a uma escalada, representando um risco constante na região.

 

Foto destaque: placa de direcionamento nas Colinas de Golã. Reprodução/Ronen Zvulun/Reuters/G1

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