Sobre Ana Lua Bacelar

Redatora do lorena.r7

Mais de mil vistos de estudantes estrangeiros são revogados nos EUA sob gestão Trump

A administração do ex-presidente Donald Trump cancelou mais de mil vistos de estudantes estrangeiros de, ao menos, 130 instituições de ensino superior nos Estados Unidos. A medida, parte de uma política migratória mais rígida, afetou instituições em 40 estados e deixou estudantes em situação de incerteza. Para contestar as revogações, um processo foi protocolado no Tribunal Distrital do Norte da Geórgia, no qual os estudantes buscam reverter as decisões.

Revogações sem justificativas claras

Os cancelamentos foram registrados no Sistema de Informações de Estudantes e Visitantes de Intercâmbio (SEVIS), administrado pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) para monitorar o status de estudantes internacionais. Conforme relatado pela CNN, as universidades tomaram conhecimento das revogações por meio desse sistema, sem que houvesse notificações prévias ou explicações por parte do governo.

Na Middle Tennessee State University, seis alunos provenientes de diferentes partes da Ásia, Europa e Oriente Médio tiveram seus vistos cancelados. A instituição afirmou não saber os motivos específicos para as mudanças no status dos vistos. ​

A Universidade do Oregon também reportou que quatro de seus estudantes internacionais tiveram seus vistos revogados, com base em alegações criminais não detalhadas. A instituição não foi previamente informada sobre as acusações e não recebeu esclarecimentos adicionais sobre o caso. 

A Universidade da Califórnia em Los Angeles confirmou que 12 de seus graduandos foram afetados, com as revogações ocorrendo devido a supostas violações dos requisitos dos programas de visto.

Justificativas do governo e casos emblemáticos

O Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, explicou que as revogações ocorreram em razão de comportamentos considerados inapropriados, como a participação em protestos. Rubio afirmou que mais de 300 vistos foram cancelados, a maioria de estudantes.

Um dos casos de maior repercussão envolve Mahmoud Khalil, um ativista palestino e estudante da Universidade de Colúmbia. Segundo a CNN, o Departamento de Segurança Interna dos EUA alegou que Khalil estava envolvido em atividades relacionadas ao Hamas, organização reconhecida como terrorista pelos Estados Unidos.


Prisão de Mahmoud Khalil é condenada por ativistas estadunidenses (Vídeo: reprodução/YouTube/Reuters)


A prisão de Khalil é parte da repressão do governo Trump a manifestações pró-palestinas em campi universitários. Segundo a CNN, o Departamento de Segurança Interna afirmou que Khalil liderou atividades alinhadas ao Hamas, organização designada como terrorista. ​

Sua advogada, Amy Greer, disse em uma declaração à mídia que contestou a validade da prisão e detenção, alegando que o governo dos EUA está usando a aplicação da lei de imigração como ferramenta para suprimir o discurso político.

Foto destaque: Governo Trump já revogou mais de mil vistos de estudantes internacionais (Reprodução/Instagram/@whitehouse)

Investigação sobre vídeo ofensivo contra paciente transplantada é enviada à Justiça

A Polícia Civil de São Paulo finalizou as investigações sobre o caso envolvendo duas estudantes de medicina que gravaram um vídeo zombando de uma jovem paciente transplantada que morreu em fevereiro. O inquérito foi encaminhado à Justiça e, por se tratar de crime de ação penal privada, a continuidade do processo depende de representação formal da família.

Entenda o caso

A investigação foi iniciada após a divulgação de um vídeo nas redes sociais em que as estudantes Thaís Caldeira Soares e Gabrielli Farias de Souza comentavam de forma irônica sobre o estado de saúde de Vitória Chaves da Silva, jovem que faleceu após passar por quatro transplantes ao longo da vida. A paciente estava internada no Instituto do Coração (Incor), do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo, e morreu em fevereiro deste ano por choque séptico e insuficiência renal crônica.

O conteúdo do vídeo gerou repercussão pública e indignação da família, que denunciou o caso à Polícia Civil. A corporação instaurou inquérito por injúria, e a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que a mãe da vítima foi orientada a apresentar queixa-crime diretamente à Justiça, como previsto nos casos de ação penal privada.

As estudantes se manifestaram publicamente após a repercussão, afirmando que não tinham intenção de expor ou ofender a paciente e que a gravação foi feita com base em informações divulgadas em ambiente acadêmico. No vídeo original, uma das estudantes comenta: “Essa menina tá achando que tem sete vidas?”, em referência à sequência de transplantes.


Thaís Caldeira Soares e Gabrielli Farias se pronunciaram após repercussão (Vídeo: reprodução/Instagram/@metropoles)


Segundo o advogado Henrique Cataldi, além da injúria, as estudantes podem responder por difamação e violência psicológica contra a mulher, com penas que variam de três meses a dois anos de detenção, além de multa. Cataldi também destaca que a veiculação do conteúdo em rede social amplia o dano e pode levar ao aumento da pena.

Na esfera civil, a família poderá buscar indenização por danos morais, e também há possibilidade de sanções institucionais. Thaís e Gabrielli estudam, respectivamente, na Universidade Anhembi Morumbi (São Paulo) e na Faculdade da Saúde e Ecologia Humana (Faseh), em Minas Gerais. Ambas as instituições se manifestaram lamentando o episódio e informaram que apuram o caso conforme seus regimentos.

Histórico da paciente: doença rara e múltiplos transplantes

Vitória Chaves foi diagnosticada, ainda bebê, com anomalia de Ebstein, uma cardiopatia congênita rara que compromete a função da válvula tricúspide do coração. A condição levou a uma trajetória complexa de tratamentos e cirurgias ao longo da vida.

De acordo com publicações feitas pela própria paciente nas redes sociais, ela foi submetida ao primeiro transplante em 2005. Em 2016, um segundo transplante foi necessário devido a complicações nas veias coronárias. O terceiro procedimento foi realizado em 2024. O vídeo gravado pelas estudantes teria sido feito poucos dias antes de sua morte.

A jovem compartilhava nas redes sua experiência com a doença e a rotina de internações. A exposição do caso gerou debates sobre ética na formação médica e respeito à privacidade de pacientes.

Foto Destaque: estudantes Thaís Caldeira Soares e Gabrielli Farias (Reprodução/Instagram/@metropoles)

Famílias de mortos na ditadura receberão certidões com causa da morte atualizada

Mais de 300 famílias de vítimas da ditadura militar no Brasil devem receber, em maio, novas certidões de óbito que reconhecem oficialmente a morte por perseguição política. A medida atende a uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que busca uniformizar e atualizar esses registros com base em dados oficiais.

Novo processo

Segundo a CNN, com a aprovação da Resolução CNJ nº 452, em dezembro de 2023, cartórios de registro civil em todo o país, passaram a adotar um novo procedimento para retificação de certidões de óbito de mortos e desaparecidos políticos. A norma determina que os cartórios façam a retificação automática dos documentos com base nas informações da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (CEMDP), vinculada ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania.

Essa mudança permite que as certidões incluam, entre outros dados, a causa da morte como sendo violenta e decorrente de perseguição política pelo Estado brasileiro. A medida elimina a necessidade de processos judiciais e visa agilizar o reconhecimento formal das vítimas.

No início de abril, o CNJ expediu 314 ofícios aos cartórios responsáveis pelos registros originais. Cada um desses ofícios já identifica os óbitos a serem retificados. Os cartórios terão até 30 dias para realizar a atualização e encaminhar os documentos corrigidos ao CNJ. Após revisão, os documentos serão impressos e entregues às famílias das vítimas em cerimônia oficial.

Conforme o juiz auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, Fernando Cury, a iniciativa representa um esforço institucional para reparar omissões históricas e reduzir entraves burocráticos enfrentados pelas famílias.

Histórico do processo

Antes da atual resolução, a retificação de certidões de óbito exigia processo judicial. Até 2014, as famílias tinham que ingressar com ações específicas, geralmente com custo elevado e resultados incertos, o que dificultava o reconhecimento oficial das circunstâncias da morte.

Em 2014, a Comissão Nacional da Verdade (CNV) divulgou um relatório com informações detalhadas sobre vítimas do regime militar, apontando responsabilidades e causas das mortes. No entanto, mesmo com o relatório, não havia um mecanismo automatizado para retificação dos documentos.

A primeira mudança significativa ocorreu em 2016, durante o governo Dilma Rousseff, com a publicação da Lei nº 13.261/2016, que permitiu retificações administrativas em cartório sem necessidade de decisão judicial, desde que houvesse documentação suficiente. Essa alteração, embora importante, ainda dependia da disposição dos cartórios e da apresentação de provas pelas famílias.


Post de ex-presidenta Dilma Rousseff comemorando a vitória de “Ainda Estou Aqui” no Oscar 2025 (Foto: reprodução/Instagram/@dilmarousseff)


Agora, com a resolução de 2023, esse processo torna-se centralizado e com base em documentos já reconhecidos pelo próprio Estado. A atualização das certidões é considerada um passo relevante no processo de reparação e reconhecimento histórico das violações ocorridas durante a ditadura.

Foto Destaque: Conselho Nacional de Justiça (Reprodução/Flickr/Rômulo Serpa/Agência CNJ)

Pabllo Vittar e Nathy Peluso lançam videoclipe da música “Fantasía”

O videoclipe da música “Fantasía”, colaboração entre Pabllo Vittar e Nathy Peluso, foi lançado nesta quarta-feira (16), no canal oficial de Vittar no YouTube. A produção audiovisual, dirigida por Bruno Ilogti, foi gravada em São Paulo e integra a campanha “Compartilhe uma Coca-Cola”, promovida pela marca na América Latina.​

A canção, lançada em 9 de abril nas plataformas digitais, marca a primeira colaboração entre as artistas. A música mistura elementos do reggaeton com influências da música brasileira, refletindo a trajetória de ambas as cantoras em explorar ritmos latinos, e sua letra aborda temas de desejo e idealização amorosa, utilizando metáforas como “espelho da alma” e “sonhar acordado”.​

Conceito e produção do videoclipe

O videoclipe de “Fantasía” apresenta uma narrativa visual que enfatiza a conexão entre as artistas, utilizando técnicas de edição como “match cuts” para criar transições fluidas entre as cenas. A direção de arte buscou representar a fusão de mundos distintos, alinhando-se à proposta da campanha publicitária de promover encontros e conexões genuínas.​

Bruno Ilogti, responsável pela direção, já trabalhou com Pabllo Vittar em projetos anteriores, como os videoclipes de “Sua Cara” e “Paradinha”. A gravação ocorreu em São Paulo, com Peluso viajando ao Brasil exclusivamente para a produção.​

Declarações das artistas sobre a colaboração

Em comunicado à imprensa, Pabllo Vittar destacou a experiência de trabalhar com Nathy Peluso: “Nathy veio ao país somente para fazer a gravação, foi um dia inteiro de trabalho e nos divertimos muito. Ela é uma artista incrível e o resultado está lindo, muito dançante e sensual“.​


Pabllo Vittar e Nathy Peluso divulgam o clipe em suas redes sociais (Vídeo: reprodução/Instagram/@pabllovittar)


Nathy Peluso também comentou sobre a parceria: “Gravar o vídeo juntas no Brasil foi literalmente uma fantasia, tudo fluiu com uma facilidade mágica. A Pabllo tem uma energia tão vibrante, ela é uma artista livre, autêntica e incrível”.

O lançamento de “Fantasía” integra a estratégia de expansão regional das artistas e reforça a presença de nomes latino-americanos em colaborações de alcance internacional. A parceria também evidencia a consolidação de Pabllo Vittar e Nathy Peluso como representantes de uma geração de cantoras que buscam inovação estética e sonora em seus trabalhos. A repercussão do clipe nas redes sociais e nas plataformas de vídeo sugere forte engajamento do público, especialmente entre os fãs que acompanham os projetos visuais de ambas.

Foto Destaque: Pabllo Vittar e Nathy Peluso na divulgação de “Fantasía” (Reprodução/Instagram/@pabllovittar)

Demi Moore reage à derrota no Oscar 2025 para Mikey Madison

Na noite de entrega do Oscar 2025, a atriz Demi Moore, indicada por sua atuação em “A Substância“, perdeu o prêmio de Melhor Atriz para Mikey Madison, protagonista de “Anora”. A disputa era considerada uma das mais acirradas da premiação, e a reação de Moore após o resultado chamou atenção pela forma contida e tranquila.

Reação de Demi Moore

Apesar de ter vencido o Globo de Ouro na mesma categoria e ter protagonizado uma das campanhas mais consistentes da temporada, Demi Moore viu o Oscar escapar para Mikey Madison, cuja performance foi amplamente reconhecida pela crítica. Em entrevista à Time, Moore revelou que já previa o resultado pouco antes da cerimônia. “Inclinei para o meu empresário e disse: ‘Acho que vão dar para a Mikey’”, relatou. Segundo ela, o sentimento no momento foi de aceitação, sem frustração ou decepção.


Filha da atriz Demi Moore compartilhou em suas redes sociais uma foto da atriz um dia após o Oscar 2025 (Foto: reprodução/Instagram/@buuski)


Após o evento, a atriz foi fotografada em um momento descontraído em casa, sentada no chão com sua filha e seu cachorro, comendo batatas fritas. A imagem foi compartilhada nas redes sociais por Tallulah Willis, filha de Moore, e repercutiu entre os fãs da artista.

Repercussão crítica e domínio de “Anora”

“Anora”, longa protagonizado por Madison e dirigido por Sean Baker, tornou-se o maior vencedor da noite com cinco estatuetas: Melhor Filme, Direção, Atriz, Roteiro Original e Montagem. A interpretação de Madison, no papel de uma jovem envolvida com o filho de um oligarca russo, foi destacada por seu alcance emocional e intensidade dramática.

Por sua vez, “A Substância”, estrelado por Moore, levou o Oscar de Melhor Maquiagem e Penteado. A atuação da atriz foi elogiada por sua entrega a um papel que aborda envelhecimento e padrões corporais, embora tenha sido superada na principal categoria de atuação feminina.

Outros destaques da premiação incluíram o longa brasileiro “Ainda Estou Aqui”, do diretor Walter Salles, que fez história ao conquistar o primeiro Oscar para o Brasil, na categoria de Melhor Filme Internacional. Já “O Brutalista” levou três prêmios, entre eles o de Melhor Ator para Adrien Brody.

A 97ª edição do Oscar foi transmitida pela TNT e Max, com cobertura especial de diversos veículos internacionais e nacionais.

Foto destaque: Mikey Madison recebe o prêmio de melhor atriz de Emma Stone, vencedora do ano anterior (Reprodução/Instagram/Al Seib/@theacademy)

Suspeito de incendiar concessionária da Tesla é acusado formalmente por terrorismo

Jamison Wagner, de 40 anos, foi formalmente acusado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos na segunda-feira (14) por envolvimento em dois ataques incendiários ocorridos no estado do Novo México. As acusações incluem destruição e dano malicioso à propriedade com uso de fogo ou explosivos, cada uma com pena máxima de até 20 anos de prisão. As autoridades classificam os atos como terrorismo doméstico.

Ataques a propriedades no Novo México

O primeiro ataque ocorreu em 9 de fevereiro, quando Wagner teria incendiado dois veículos Teslas Model Y estacionados em uma concessionária da marca em Bernalillo. Imagens de câmeras de segurança registraram o suspeito pichando o local com símbolos e frases como “Die Elon” e “Tesla Nazi Inc.”.

O segundo caso foi registrado em 30 de março, quando o acusado supostamente danificou a entrada principal do escritório do Partido Republicano em Albuquerque, também no Novo México. A fachada foi pichada com a frase “ICE = KKK”, em referência ao Serviço de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos.


Veículos da Tesla em um centro de serviços em Las Vegas (Vídeo: reprodução/Instagram/@tecmundo)


As investigações da Força-Tarefa Conjunta de Terrorismo Doméstico e do FBI identificaram Wagner a partir de imagens de um Hyundai Accent branco, modelo 2015, utilizado em ambos os crimes. Após busca autorizada, os agentes localizaram na residência do suspeito oito dispositivos incendiários improvisados, moldes de graffiti e vestimentas similares às utilizadas nos dois eventos.

Posição das autoridades

Segundo a procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, a acusação será levada adiante sem possibilidade de delação ou negociação judicial. Segundo Bondi, a pena sugerida pelas autoridades é de, no mínimo, 40 anos de prisão. “Esses crimes representam uma ameaça à segurança pública e serão tratados com o rigor exigido pela lei federal”, afirmou em comunicado oficial.

Wagner permanece sob custódia federal enquanto aguarda a audiência de detenção. As autoridades investigam se há conexão entre o acusado e outros incidentes semelhantes registrados em outros estados. Até o momento, não há evidências de envolvimento de outras pessoas nos ataques.

Foto Destaque: Jamison Wagner é acusado formalmente (Reprodução/X/@RaphySantiag)

Trump congela US$ 2,2 bilhões em subsídios anuais de Harvard

O governo de Donald Trump congelou mais de US$ 2 bilhões (R$ 5,8 bilhões) em fundos federais para a Universidade de Harvard, uma das Ivy Leagues (grupo de universidades estadunidenses conhecidas pela excelência acadêmica, tradição e influência mundial) mais prestigiadas do mundo.

O congelamento aconteceu após a instituição não atender a uma lista de exigências feita pela Casa Branca. Nelas, o governo republicano propôs o fim de iniciativas voltadas à diversidade, equidade e inclusão que Harvard possui, além da proibição do uso de máscaras em manifestações dentro dos campi. Também defendeu mudanças nos processos de contratação e admissão, com foco em critérios meritocráticos, e a limitação da influência de professores e administradores, classificados pela gestão como mais engajados em ativismo do que na produção acadêmica.

Segundo o jornal The New York Times, que teve acesso à lista, a carta incluía mudanças como:

  1. Notificar as autoridades federais sobre estudantes que demonstrem comportamentos considerados contrários aos princípios norte-americanos;
  2. Assegurar que todos os departamentos acadêmicos promovam a pluralidade de opiniões;
  3. Designar uma organização independente, previamente aprovada pelo governo, para revisar áreas e programas acadêmicos apontados como possíveis fomentadores de atitudes antissemitas;
  4. Realizar apurações sobre possíveis casos de plágio entre membros do corpo docente.

De acordo com fontes da CNN Brasil, o governo Trump adotou medidas que levaram ao cancelamento de vistos de mais de 525 estudantes, professores e pesquisadores ligados a mais de 80 universidades e faculdades no país. Os casos variam em gravidade: alguns envolvem suspeitas de apoio a organizações consideradas terroristas, enquanto outros dizem respeito a infrações menos severas, como contravenções registradas anos antes.

Protestos pró-Palestina

As “atitudes antissemitas” a que a carta se refere são os protestos que tomaram conta das universidades estadunidenses contra a guerra em Gaza e o apoio dos Estados Unidos a Israel. Segundo o governo de Trump, as instituições vêm falhando na proteção de alunos judeus em seus campi. Por isso, a carta exige que os líderes tomem medidas disciplinares para punir os responsáveis pelas “violações” feitas durante os protestos.

O presidente da Universidade de Harvard, Alan Garber, declarou que não atenderá às exigências, já que essa atitude iria contra a liberdade de expressão aos quais os corpos docente e discente têm direito, e são, inclusive, assegurados pela Primeira Emenda. Ele completa: “Embora algumas das demandas delineadas pelo governo visem combater o antissemitismo, a maioria representa uma regulamentação governamental direta das “/condições intelectuais”/ em Harvard”, declarou Garber.


Em suas redes sociais, Harvard afirma que não abrirá mão de sua liberdade de expressão (Foto: Reprodução/Instagram/@harvard)


Em declaração à BBC, o professor de História em Harvard, David Armitage, disse que a escola tinha condições de resistir por ser uma das universidades mais ricas dos EUA, e que nenhum preço era alto demais a pagar pela liberdade. Para Armitage, o congelamento “É um ato não inesperado de prática totalmente infundada e vingativa do governo Trump, que não quer nada mais do que silenciar a liberdade de expressão”, completou.

Repercussões em outras universidades

A Universidade Columbia foi uma das primeiras instituições a sofrer sanções do governo Trump, que anunciou em março a suspensão de US$ 400 milhões em bolsas e contratos federais, alegando que a universidade falhou em coibir o antissemitismo durante protestos no campus em 2024, segundo a CNN. Em resposta, a administração da universidade apresentou um plano de ação para atender às preocupações federais. Apesar disso, a presidente interina Claire Shipman afirmou que a instituição rejeita qualquer tentativa de controle governamental sobre seu conteúdo acadêmico, autonomia ou contratação de pessoal.

Na Universidade de Princeton, o governo federal suspendeu US$ 210 milhões em bolsas de pesquisa financiadas por órgãos como a Nasa, o Departamento de Defesa e o Departamento de Energia, conforme divulgado pela própria universidade no início de abril. O Departamento de Comércio também anunciou o corte de mais US$ 4 milhões voltados a pesquisas climáticas. Segundo o presidente da instituição, Christopher Eisgruber, as razões completas para a suspensão ainda não foram esclarecidas, e não houve exigências concretas por parte do governo. Em declarações ao New York Times e em seu artigo ao The Atlantic, Eisgruber classificou as ações como a maior ameaça às universidades americanas desde o Pânico Vermelho.

Cornell e Northwestern também foram afetadas. O governo Trump congelou mais de US$ 1 bilhão em verbas federais da Universidade Cornell e cerca de US$ 790 milhões da Northwestern, ambas investigadas por supostas violações do Título VI, que proíbe discriminação em programas financiados pelo governo, conforme revelou a CNN. Nenhuma das duas universidades foi notificada previamente sobre o congelamento, e a Cornell chegou a receber dezenas de ordens de paralisação de obras do Departamento de Defesa. Ambas afirmaram estar buscando esclarecimentos e cooperando com as autoridades. Em comunicado, a Northwestern destacou que o corte ameaça pesquisas médicas vitais, como o desenvolvimento do menor marcapasso do mundo. Já a Cornell, além de tentar esclarecer o congelamento, anunciou nesta segunda-feira (14) que entrou com uma ação judicial contra cortes adicionais propostos pelo Departamento de Energia.

Foto destaque: Universidade de Harvard, em Cambridge, Massachusetts (Reprodução/Flickr/Márcio Cabral de Moura)

Coachella 2025 encerra primeiro fim de semana com shows grandiosos

O primeiro finaal de semana do Coachella 2025 aconteceu entre os dias 11 e 13 de abril, no Empire Polo Club em Indio, Califórnia, e reuniu mais de 120 mil pessoas, com mais de 170 performances.

Lady Gaga lidera noite de estreia com show teatral

Na sexta-feira (11), o festival foi aberto com a aguardada performance de Lady Gaga, que performou pela primeira vez com o projeto “Mayhem“. O show será trazido ao Brasil no dia 3 de maio, na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. Além de cantar sucessos como “Shallow” e “Die With A Smile”, a cantora apresentou hits de sucesso de sua carreira além de faixas do novo álbum, entregando um espetáculo teatral cheio de elementos visuais.

Além dela, também se apresentaram no primeiro dia nomes como Parcels, Missy Elliott, Benson Boone, Tyla, Marina, Vintage Culture e Artemas, garantindo uma programação variada que marcou o início da edição 2025 do festival.

Os destaques do segundo dia do evento

No sábado (12), espectadores acompanharam os shows de Travis Scott e da banda Green Day, que comandaram os palcos principais com apresentações enérgicas. O dia também contou com performances de Charli XCX, T-Pain, Weezer e do brasileiro Alok.

Charli XCX entregou uma performance que consolidou sua posição como uma das artistas mais inovadoras do pop contemporâneo. Mesmo não sendo uma das  headliners, a cantora britânica atraiu uma multidão ao palco principal e chocou o público ao trazer convidados especiais com os quais colaborou no álbum de remixes, como Billie Eilish, Lorde e Troye Sivan. ​

Charli apresentou faixas de seu aclamado álbum “Brat”, incluindo “365”, “360”, “Von Dutch” e “Club Classics”. A presença de Billie Eilish em “Guess”, Lorde em “Girl, So Confusing” e Troye Sivan em “Talk Talk” elevou ainda mais a energia do show, transformando-o em um dos momentos mais comentados do festival. ​


Da esquerda para a direita, Troye Sivan, Lorde, Charli XCX e Billie Eilish pós-performance no Coachella (Foto: Reprodução/Instagram/@troyesivan)


Após a apresentação, Charli compareceu a uma festa pós-show usando uma faixa com a inscrição “Miss Should Be Headliner”, em uma aparente crítica ao fato de não ter sido escalada como atração principal, que ficou a cargo da banda Green Day. A atitude gerou debates nas redes sociais, com fãs divididos entre apoiar sua ousadia e criticar a provocação.

Post Malone e Megan Thee Stallion encerram final de semana

No domingo (13), os nomes mais esperados do line-up, Post Malone e Megan Thee Stallion, ficaram encarregados pelo encerramento do primeiro fim de semana. Os artistas subiram ao palco principal à 1h25 e 23h35 (horários locais), respectivamente, e entregaram shows que empolgaram o público.

Outras atrações importantes do dia incluíram Jennie, integrante do grupo de K-pop BLACKPINK, Zedd, Tiësto, Arca e Ty Dolla $ign, reforçando a diversidade musical do festival.

O Coachella 2025 retorna para seu segundo fim de semana entre os dias 18 e 20 de abril, prometendo mais performances inesquecíveis e surpresas para os fãs.

Foto destaque: Primeiro final de semana do Coachella reúne milhares de pessoas (Reprodução/Instagram/@coachella)

Documentário traz imagens inéditas e depoimentos das vítimas de P.Diddy

Neste domingo (13), o serviço de streaming Globoplay lançou o documentário “Diddy: Como Nasce um Bad Boy” que também será exibido nesta segunda-feira (14), às 23h45 (no horário de Brasília), no canal GNT.

A produção mostra a vida de Sean Combs, também conhecido como Puff Daddy ou P.Diddy, desde sua infância até sua ascensão como magnata da música e símbolo do rap dos anos 1990. A construção dessa linha do tempo conta com depoimentos de diversas pessoas que fazem parte da trajetória do rapper, incluindo amigos de infância e vítimas que o acusam de vários crimes.

Ascensão de P.Diddy na música

O documentário mostra a infância de Sean Combs, filho de um criminoso assassinado no Harlem. Ele teve contato com o mundo da música ainda jovem e deu os primeiros passos na carreira como estagiário em uma gravadora.

De acordo com a produção, em 1991, ele esteve à frente da produção de um evento beneficente em Nova York: um jogo de basquete com celebridades, incluindo Mike Tyson, com o objetivo de arrecadar fundos para pessoas vivendo com HIV. No entanto, o evento acabou se tornando uma tragédia causada pelo excesso de público, que resultou na morte de nove pessoas e deixou outras 27 feridas. A Justiça determinou, na época, que tanto os organizadores quanto os responsáveis pelo espaço tinham responsabilidade pelas mortes ocorridas.

Apesar da tragédia, a carreira de Sean seguiu em ascensão. Ele fundou seu próprio selo musical, a Bad Boy Entertainment, e impulsionou carreiras de nomes como Usher e Mary J. Blige. Durante a década de 1990, consolidou-se como um dos maiores nomes da cultura pop, e além da fama, acumulou uma fortuna estimada em US$ 40 milhões (aproximadamente R$ 235 milhões).

Acusações e prisão

No auge de sua fama, P.Diddy era conhecido pelas festas milionárias que dava em suas mansões, que além da extravagância, contavam com a presença de grandes nomes da música, do cinema e até da política, como Beyoncé, Will Smith, Leonardo DiCaprio e Donald Trump.



Trailer do documentário sobre P.Diddy (Vídeo: reprodução/YouTube/Peacock)


Foram os relatos de uso de drogas, orgias e tráfico sexual que levaram às acusações contra P.Diddy que resultaram em sua detenção em setembro de 2024. Entre as denúncias, há casos de estupro de adolescentes de 13 e 17 anos. Além de imagens e depoimentos, o G1 afirma que documentário aborda as principais controvérsias que envolvem o nome de P.Diddy:

  • Denúncias envolvendo assédio sexual, psicológico e casos de violência doméstica;
  • Acusações de sua ex-namorada, Cassie Ventura;
  • Suspeitas de ligação com mortes de pessoas próximas, como sua ex-companheira Kim Porter e de artistas renomados, como Tupac Shakur e Notorious B.I.G.;
  • Realização de festas privadas em sua residência, frequentadas por celebridades, nas quais teriam ocorrido crimes de natureza sexual, segundo relatos e investigações.

A defesa do rapper nega todas as acusações.

Foto destaque: Documentário sobre P.Diddy traz depoimentos inéditos (Reprodução/Globoplay)

Deputado do PL diz que ‘exagerou’ após desejar morte de Lula

Um dia depois de ter declarado que desejava a morte do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o deputado federal Gilvan da Federal (PL-ES) subiu à tribuna da Câmara nesta quarta-feira (09) para se retratar publicamente.

A fala do parlamentar, feita durante uma sessão da Comissão de Segurança Pública da Câmara, repercutiu fortemente dentro e fora do Congresso, com críticas de colegas de diversos partidos, inclusive do seu próprio.

Retratação

O deputado Gilvan da Federal declarou nesta quarta: “Aprendi com meu pai que um homem deve reconhecer os seus erros”, disse. “Ontem, na Comissão de Segurança Pública, estávamos debatendo um projeto para desarmar os seguranças do descondenado Lula, e eu disse que, se ele tivesse um infarto ou uma taquicardia e morresse, eu não ia ficar triste. Um cristão não deve desejar a morte de ninguém. Então, eu não desejo a morte de qualquer pessoa”, completou. O parlamentar ainda reiterou seu posicionamento político, mas admitiu que reconhece que exagerou na fala.


O deputado Gilvan da Federal (PL-ES) disse nesta terça-feira que deseja que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) morra (Vídeo: Reprodução/YouTube/Poder360)


A declaração original ocorreu enquanto Gilvan defendia a aprovação de um projeto de sua relatoria, que prevê o desarmamento da equipe de segurança presidencial. A proposta foi aprovada na comissão, mas ainda deve passar pelo plenário da Casa.

Reações políticas e investigação

As palavras do deputado geraram reações imediatas. A  Advocacia-Geral da União (AGU) encaminhou uma notícia de fato à Procuradoria-Geral da República e à Polícia Federal, pedindo que medidas fossem tomadas e que o caso seja investigado sob possível crime contra a segurança institucional.

Entre os críticos da fala, destacaram-se senadores do próprio PL. Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, por exemplo, afirmou que declarações como essa são “reprováveis” e que “não é essa a postura que se espera de um parlamentar que está ali para discutir assuntos sérios”. Omar Aziz (PSD-AM), Jorge Kajuru (PSB-GO) e Carlos Portinho (PL-RJ) também se manifestaram contra o discurso de Gilvan.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), fez um apelo por responsabilidade, citando uma frase do Papa Francisco: “Quando você comemora a morte de alguém, o primeiro que morreu foi você mesmo“. A controvérsia reacende o debate sobre os limites da liberdade de expressão no ambiente político e o dever de civilidade dos representantes públicos, especialmente quando ocupam cargos ligados à segurança institucional.

Foto destaque: Gilvan da Federal (PL-ES) se retratou da declaração feita na terça-feira (Reprodução/X/@costajr2023)