Na última quarta-feira (16), o governo dos Estados Unidos realizou uma nova série de ameaças à Universidade de Harvard, uma das instituições mais tradicionais do país. Por meio de uma carta enviada à faculdade, o Departamento de Segurança Interna estadunidense declarou que, até o próximo dia 30, a universidade deverá fornecer informações sobre o visto de estudantes estrangeiros. Em caso de descumprimento, o governo afirmou que Harvard perderá o direito de matricular alunos de outros países.
Dentre as demais mudanças exigidas pelo governo estão a reformulação de programas de inclusão, diversidade e equidade, que permitiam uma maior pluralidade no ambiente universitário.
Ainda em documento enviado à reitoria, foi anunciado um corte de $2,7 milhões de dólares (equivalente a $16 milhões de reais), quantia que afeta a produção científica de Harvard. A instituição, apesar de ser privada, possui financiamento governamental para fomentar o desenvolvimento de produtos como medicamentos e pesquisas. Com os cortes anunciados por Trump, porém, a continuidade desses projetos fica sob ameaça.
Trump realiza novas ameaças ao ensino superior (Vídeo: reprodução/YouTube/CNN Brasil)
Trump e as universidades
Essa não é a primeira vez que o governo de Donald Trump ameaça instituições de educação. A Faculdade de Columbia, em Nova York, também recebeu cortes de verbas, e acabou por admitir as exigências impostas por Trump. Harvard foi a primeira universidade a declarar-se contra as ordens do governo.
Em declaração nas redes sociais, Trump classificou Harvard como uma “piada”, que “ensina ódio e estupidez, e não deveria mais receber verbas federais”. A posição contrária de Trump à universidade possui motivação ideológica. Ainda segundo o presidente, Harvard “perdeu o rumo”, e se transformou em um ambiente antissemita e ideológico. Tal argumento é baseado, principalmente, nos protestos pró-Palestina realizados por universitários, que reconhecem o território palestino e pedem o fim do conflito em Gaza.
O que diz Harvard
Em manifestação contra as declarações do governo Trump, o presidente de Harvard, Alan M. Garber, afirmou que os posicionamentos do presidente violam a soberania da instituição, e que não irá ceder à pressão do republicano. Além disso, o representante da universidade destacou que a decisão sobre quais pessoas podem frequentar a universidade e que tipo de conhecimento é produzido não cabe à administração do governo, e sim da própria instituição.
Foto Destaque: Universidade de Harvard (Reprodução/Instagram/@eldiarioes)