Com o aval de Vladimir Putin, presidente do país que estava responsável pela indicação da liderança do Novo Branco de Desenvolvimento (NDB), a ex-presidente Dilma Rousseff ficará à frente das atividades do "Banco do Brics", resultado da eleição entre os países do bloco econômico e político.
Não é a primeira vez que Putin apoia Rousseff no Brics. Em meio ao conflito com a Ucrânia, ele defendeu no ano de 2024 que o mandato da ex-presidente do Brasil fosse estendido para não prejudicar a participação russa no banco. Ela havia assumido a presidência do NDB em abril de 2023, o encerramento do mandato estava previsto para julho deste ano.
Dilma falou, durante o seu discurso na reunião anual do Fórum de Desenvolvimento da China, realizado em Pequim, sobre os projetos entre Brasil e China. Entre eles, destacou a ferrovia transoceânica que poderá reduzir os custos de exportação entre os dois países. Também elogiou a inovação da política econômica chinesa, trazendo como exemplo a empresa de inteligência artificial, DeepSeek, uma das mais bem-sucedidas no mercado global.
“Não é fácil tirar tantas pessoas da pobreza e, como sei que no meu próprio país, o Brasil, estamos tentando fazer o mesmo, sei que é um desafio enorme. Igualmente impressionante é a transformação da China, de uma fábrica do mundo para um centro de inovação”, afirmou Dilma.
Vale lembrar que a liderança do NDB funciona por meio de um rodízio entre os países fundadores do banco, sendo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Cada um deles pode indicar o presidente do banco para um mandato de cinco anos.
Aliados de Dilma comemoram reeleição
Por meio do X, antigo Twitter, a ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, parabenizou Dilma pelo retorno ao cargo. “Parabéns, presidenta Dilma Rousseff, pela recondução a presidência do Novo Banco de Desenvolvimento. Sob sua direção, o Banco do BRICS vem cumprindo importante papel no desenvolvimento de nossos países”, disse.
Parabéns, presidenta Dilma Rousseff, pela recondução à presidência do Novo Banco de Desenvolvimento. Sob sua direção, o Banco dos BRICS vem cumprindo importante papel no desenvolvimento de nossos países.
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) March 23, 2025
Ministra Gleisi Hoffmann comemora retorno de Dilma à presidência do NDB (Reprodução/X/@gleisi)
O Advogado-Geral da União (AGU), Jorge Messias também expressou felicitações a Rousseff. “Parabenizo a querida presidenta Dilma Rousseff pela recondução a presidência do Novo Banco de Desenvolvimento dos Brics. Sua liderança a frente dessa importante instituição reforça o papel estratégico do Brasil no cenário global e contribui para o desenvolvimento sustentável”, disse.
Apesar da vitória, Dilma tem sido alvo de críticas internas no NDB e acusações de assédio moral. A criação de uma moeda única do bloco tem sido a principal delas, já que a organização e as autoridades como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deseja reduzir a dependência do dólar com a nova forma de transação entre os países-membros.
O governo dos Estados Unidos ameaçou taxar os Brics em 100% se o plano fosse levado a diante.
Banco do Brics
O Novo Branco de Desenvolvimento (NDB) foi fundado oficialmente em 2014 pelos membros fundadores do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - durante a 6ª Cúpula do bloco econômico em Fortaleza, no Brasil. Surgiu como uma iniciativa de vanguarda para impulsionar o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável entre os países do Sul Global.
Com sede em Shangai, na China, a instituição financeira se destaca como alternativa às tradicionais instituições multilaterais e uma resposta à necessidade de financiamento de longo prazo para projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países que integram o agrupamento e outras nações emergentes.
Foto Destaque: Dilma Rousseff e Vladimir Putin durante reunião de líderes na cúpula do Brics em 2024 na Rússia (Reprodução/Instagram/@dilmaroussef)