Governo da Bolívia acusa Evo Morales de terrorismo em meio a protestos e bloqueios
Ex-presidente é denunciado por instigar bloqueios que paralisam o país; Morales nega acusações e denuncia perseguição política

O governo da Bolívia anunciou, nesta semana, o ex-presidente Evo Morales por terrorismo e tentativa de golpe de Estado, após quatro dias de bloqueios realizados por seus apoiadores nas principais rodovias do centro do país, especialmente no departamento de Cochabamba. A denúncia foi feita em La Paz pelo Ministério de Governo, com base em um áudio no qual Morales realizou orienta os protestos como forma de pressão o governo atual. O ex-presidente nega as acusações e afirma ser vítima de perseguição política por parte do governo de Luis Arce.
Denúncia formal e agravamento da crise
O governo boliviano apresentou uma denúncia formal contra o ex-presidente Evo Morales, acusando-o de terrorismo e tentativa de golpe de Estado. A acusação baseia-se em um áudio no qual Morales propôs incitar bloqueios nas principais estradas do país, especialmente em Cochabamba, seu reduto político. Os manifestantes, em sua maioria produtores de coca da região do Chapare, organizaram os bloqueios com pneus queimados e barreiras humanas, exigindo a volta de Morales às eleições. O ministro de Governo, Roberto Siles, afirmou que Morales busca desestabilizar o governo de Luis Arce por meio de ações violentas.
Manifestantes na Bolívia (Foto: Reprodução/Getty Images Embed/AIZAR RALDES)
Morales nega as consequências do áudio e alega ser vítima de perseguição política. Ele enfrenta uma ordem de prisão por um caso de estupro e outras ações judiciais. Sua candidatura para as eleições de agosto foi invalidada pelo Tribunal Constitucional, e ele é sem partido político.
Bloqueios e impacto econômico
Apoiadores de Morales, principalmente cocaleros do Chapare, iniciaram bloqueios em protesto contra sua exclusão das eleições presidenciais, sob o lema “Sem Evo não há eleições”. Os bloqueios paralisaram as estradas estratégicas, afetando o abastecimento de combustíveis e alimentos, e agravando a crise econômica, com inflação de 15% e escassez de produtos básicos.
O presidente Luis Arce rejeitou negociações enquanto os bloqueios persistem, afirmando que a economia das famílias bolivianas está sendo sufocada. Morales, por sua vez, anunciou uma greve de fome e pediu a suspensão dos bloqueios, mas seus apoiadores mantêm as manifestações.
A situação na Bolívia permanece tensa, com confrontos entre manifestantes e autoridades, e o futuro político do país incerto.
Foto destaque: (Reprodução/José Luis Quintana/Getty Images Embed)